Vou tentar dar aqui mais ou menos o caminho
das pedras da minha experiência com fichamento de livros só na prática, pois
não consultei teoria para tal. Faço
movido pelo destaque daquilo que me chamou mais atenção em cada leitura.
Ao começo
Sempre gostei
de ler um bocadinho. Fiz estudos em
escola pública de cabo a rabo e a universidade foi a USP – ESALQ- Piracicaba
(fundada em 1901).
Pois bem.
O curso (Engenharia Agronômica) lá era e é bem puxado e no meu tempo
(1973-1976) eram aulas geralmente de quatro horas cada e o curso em período
integral. Os professores eram topo de
carreira e muitos deles autores de livros do ramo. Bem exigentes, claro. E aula não tinha essa de ficar anotando na
lousa. Era prestar atenção e anotar o
que achasse relevante. Acho que foi
essa necessidade que me fez um “resenhista”.
Ou anotava, ou esquecia um bocado do que foi dito e depois complicaria
na hora da prova. Minha tática era
assiduidade às aulas e esse esforço de anotar e depois estudar em casa
também. Os demais alunos pouco
anotavam e quando as provas iam chegando era fila para pegar meu caderno e
tirar xerox pra galera estudar. Talvez
alguns iam até melhor que eu nas provas...
A continuidade
Resumos de Palestras e Resenhas/fichamento de livros.
Como eu peguei um verdadeiro traquejo em
fazer síntese assim de bate pronto, toda vez que vou a uma palestra sobre
qualquer tema, levo junto comigo uma caneta bic e um caderninho específico
(Tilibra pequeno de 96 fls) para caber entre os livros. Anoto tudo o que acho relevante e depois
coloco no word e deste alguma coisa vai para o blog. www.resenhaorlando.blogspot.com.br
Ao todo, são aproximadamente uns 40
caderninhos com anotações dos mais recentes vinte e poucos anos... Minha relíquia e meu hobby junto com a
leitura.
Já dos livros, que tenho lido por lazer,
tenho escolhido geralmente temas mais informativos, inclusive vários livros
escritos por jornalistas, falando de países como China, Irã, Cuba, Venezuela,
Japão, USA, etc. Mas diversifico a
leitura.
Comumente os livros que leio são
meus. Sento para ler e pego o livro, o
marcador de páginas, um lápis/lapiseira para destacar os locais que me chamaram
a atenção e a caneta e um caderno específico (capa dura espiral Tilibra também
96 folhas) e já estou no caderno número
14. Comecei a fazer as “resenhas” de
livros em julho de 1994. Por
sinal, publiquei no blog acima há algum
tempo uma lista com o nome e autor de todos os livros que li daquela data até
hoje. É um pouco de me mostrar na
intimidade até certo ponto, mas para socializar experiência acho que vale a
pena.
Então ao iniciar a leitura de um livro, já
anoto no Caderno espiral específico os dados do livro como – nome da obra, nome
do autor, nome da editora, nome do tradutor, número da edição, ano da edição,
local e número de páginas. Isto tudo
porque costumo fazer a “resenha” citando a página na qual li aquilo que
destaquei no fichamento. E se eu
destacar a página sem dizer a editora/edição, o número da página pode ser
diferente.
Coloco a data de início da leitura e vou
tocando o barco, lendo. Cada vez que
algo me atrai em especial, um leve traço a lápis no livro e cito a página no
caderno com a caneta e já escrevo aquilo que me interessou. Se a frase é curta, pode ser que anoto de
forma literal. Se a idéia requer maior
número de palavras, pode ser que resumo com minhas palavras para anotar (até
porque não tem interesse acadêmico).
Notar que dessa forma, ao terminar de ler o
livro, terminei de fazer a resenha, que fica melhor chamar de
“fichamento”. É bem curioso depois
sentar, após ler o livro, e ler a própria resenha que dá uma visão muito
interessante de tudo que foi lido. A
tal ponto que se me pedissem para dar uma palestra de, digamos, meia hora ou
mais sobre um livro X que li há doze anos, com minha resenha eu dou uma
revisada e dou o recado legal. E serve
também para fazer alguma citação de trecho para fundamentar alguma opinião,
sempre citando a fonte.
Acho que é mais ou menos isso. Curiosamente no caso recente da morte do
Fidel, controverso que é, vale lembrar que sobre o tema além de um punhado de
artigos, li os livros – A Ilha (Cuba) de autoria do jornalista/escritor
brasileiro Fernando Morais e publiquei a
resenha no blog citado. Também sobre o
mesmo tema, li do próprio Fidel o livro A História me Absolverá (ele era inclusive Advogado) cuja resenha
também está no blog. Se vou emitir opinião
sobre o caso, pode ser que eu cite algo da resenha ou indique a resenha para
alguém que quer algo mais aprofundado para formar opinião sobre uma pessoa
controversa como o tal.
Fico à sua disposição e espero ter
contribuído com alguma dica que possa ajuda-la em seus estudos.
Curitiba PR, 28 de novembro de 2016