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segunda-feira, 27 de abril de 2020

RESUMO - LIVRO - A ELITE DO ATRASO - AUTOR: PROFESSOR DR JESSÉ SOUZA - EM VÁRIAS ETAPAS ABAIXO. ABRIL 2020

FICHAMENTO DO LIVRO – A ELITE DO ATRASO
AUTOR: JESSÉ SOUZA 13-04-2020 parte 1/6 fichamento pelo Eng.Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida
O autor é Professor Universitário (UFF Universidade Federal Fluminense), fez estudos no Brasil, Alemanha e USA e tem mais de 20 livros publicados. Já assisti palestra com ele aqui em Curitiba-PR
A epígrafe do livro: Frase de Dom Helder Câmara
“Se dou comida aos pobres, me chamam de santo. Mas quando pergunto por que são pobres, me chamam de comunista”.
Página 8 - ...” é também uma crise de ideias”. Velhas ideias que nos legaram no tema corrupção política como o grande problema nacional. É falso, apesar de ter um grão de verdade.
8 – Faz um contraponto às ideias expressas em Raizes do Brasil, livro de Sergio Buarque de Holanda, livro de 1936. Destaca que Sociólogos atuais seguem as pegadas do autor citado. Cita também no contexto Raymundo Faoro, Fernando Henrique Cardoso (enquanto Sociólogo), Roberto DaMatta. O autor diz que mesmo intelectuais da esquerda no Brasil tem a cabeça feita por essa corrente que o autor cita como velha e inadequada.
8 – Sergio Buarque ao seu modo respondeu a três perguntas:
De onde viemos?
Quem somos?
Para onde (provavelmente) vamos?
Passou a ser a interpretação oficial do povo brasileiro.
Esse discurso legitima a Operação Lava Jato. Também com essa interpretação, a Rede Globo legitima sua violência simbólica. O STF se legitima.
Sergio Buarque construiu uma narrativa totalizadora, assim como a narrativa das religiões que não podem dar margem a lacunas e dúvidas do Brasil e sua história.
Segundo ponto: Sergio Buarque criou a legitimação perfeita para uma dominação oligárquica e antipopular com aparência de estar fazendo crítica social. E isso que o faz ser amado pela direita e pela esquerda.
9 – Até os últimos dois séculos, quem construía a visão de mundo eram os religiosos. Depois, nestes dois séculos recentes, passou aos intelectuais, à Ciência.
No passado, a visão de mundo “vinha de cima”, do sagrado e ficava muito difícil fazer a crítica. (que o diga Galileu...)
9 – Hoje o mundo em crise e essa aceitação de que é assim por algo que veio do sagrado perde parte da “naturalidade” e fica menos difícil estudar e contestar. É hora de desconstruir as velhas verdades que nos oprimem.
9 – Desafio: “Mas é preciso que se reconstrua um novo sentido que explique e convença melhor que o anterior”.
10 – Destaca que em Portugal não existia a escravidão e se usou largamente a escravidão aqui no Novo Mundo.
Uma tese do autor tem a ver com o tanto que a escravidão marca o nosso País. Coisa que o Sergio Buarque passa como algo meio natural. Outra tese do Professor Jessé envolve discutir a luta de classes...
11 – Sergio Buarque não dá importância à luta de classes e constrói aquela do brasileiro “cordial” e Roberto DaMatta, a tese do “jeitinho brasileiro”.
11 – Criou-se o mito do confronto entre um Estado corrupto e patrimonial e um mercado virtuoso.
11 – A mídia nada faz para clarear isto.
Capitulo: O Racismo de Nossos Intelectuais.
O brasileiro como vira-lata. Estudar a coisa. O poder. É ele quem nos dirá quem manda e quem obedece. Quem fica com os privilégios e que é o excluído.
Raymundo Faoro - ...”de que o Estado abriga uma elite corrupta que vampiriza a nação”.
13 – O autor aqui mostra que a Lava Jato fez o que fez com apoio da mídia e facilitou a privatização dos campos de petróleo e lesou o Brasil de forma marcante. Diz que isto sim é a corrupção real que nos afeta. Mas o sistema torna invisível essa manobra e essa entrega, essa rapina contra o País.
13 – Se comparar o achaque no Brasil com o mundo das drogas, ele diz que os políticos são os “aviõezinhos” que levam uns trocos mas a fortuna quem faz está no mundo privado e manipula o poder real. Estes do poder não aparecem diretamente no palco da política. Ficam na “sombra”.
13 – “O imbecil perfeito é criado quando ele, o cidadão espoliado passa a apoiar a venda subfaturada desses recursos (petróleo, etc) a agentes privados imaginando que assim evita a corrupção estatal”.
14 – Lembrou da entrega da Vale do Rio Doce na gestão FHC nos anos 90. Entregaram na bacia das almas a empresa que hoje em dia drena nossa riqueza e paga um royalt irrisório. (fora os danos ambientais)
O povo não vê porque criaram o espantalho perfeito que é o “estado corrupto” o culpado de tudo.
14 – Sem a ajuda dos intelectuais respeitados entre nós, a mídia não teria o caminho livre para ajudar o “poder real” a nos distrairmos com o “Estado corrupto” e olhássemos para as reais rapinas das nossas riquezas.
15 – Força do culturalismo conservador entre nós.
15 - ... “em condições normais ninguém pensa além do seu tempo”. O senso comum tem limitação para ver de forma mais abrangente.
16 - ...”a inovação possível de um mesmo paradigma é sempre superficial e nunca sequer toca o aspecto fundamental”.
16 – Nas Ciências Sociais o conceito “racista” e o “culturalista”.
Até a década de 20 a ciência usava o conceito de diferentes raças (cor, etc) para justificar intelecto, etc.
17 – O culturalismo substituiu o racismo, mas sem mudar paradigma. Os americanos dentro do culturalismo colocam a teoria da Modernização como “padrão” e que os demais para estar bem na foto, teriam que seguir o seu padrão. Surgiram N pesquisas empíricas para sacramentar essa “verdade”.
17 – Cita o americano Talcott Parsons que usou seu prestígio junto a gente de projeção nos USA e com apoio do governo fez campanha lá e no mundo, inclusive no Brasil, sobre a “maravilha da riqueza e democracia americana”.
(hoje com a pandemia fica claro que eles não são o padrão que andaram vendendo – observação do leitor)
18 – Ninguém na mídia cria conhecimento.
19 – Hoje em dia dizemos que superamos o racismo, mas se pratica a separação entre seres humanos “de primeira classe” e de “segunda classe” como os americanos fazem em relação a latinos, africanos e asiáticos.
19 – Acreditam em algo sem respaldo científico. “Os seres superiores seriam mais democráticos e mais honestos que os inferiores, como os latino-americanos, por exemplo”.
“Superiores” os países que tem a condição de domínio, legitimando esse domínio.
19 – Hoje nos USA e Europa ninguém deixa de achar inferiores os latino-americanos e africanos.
20 – Dominadores, fazem seu povo não reclamar do seu país porque este seria “melhor” que os outros.
20 – Se ajudam entre os “superiores” e acham mais fácil expropriar as riquezas de povos que se acham mesmo inferiores e desonestos.
O povo aceita isso bovinamente e até os especialistas entram no jogo.
20 – Os classe média daqui se sentem “alemães” e se julgam acima do povo inclusive nas suas certezas. Taxa o povo de preguiçoso, ignorante, que vota mal, etc.
21 – Povo explorado, os de mais estudo e recurso, acham natural o privilégio.
22 – Quem faz a cabeça dos mais humildes ao longo de séculos foram os religiosos. Os valores morais e a salvação. Depois o mundo secular com interesses mais diretos do capital...
Pessoa culta tem espírito (na visão da exploração) e não culto é só corpo, quase animal. Homem culto é espírito e mulher culta é afeto.
23 – Divisão sexual do trabalho. Relega à mulher o trabalho invisibilizado e desvalorizado na casa e no cuidado dos filhos.
Não refletimos sobre isso. Parece coisa tão natural ignorar isso como o ato de respirar.
Força poderosa porque a tornamos naturais ou melhor, naturalizadas.
“Esquecemos que tudo que foi feito pelo ser humano, também pode por nós ser refeito”.
23 – As 500 maiores empresas do mundo. Os CEOs delas, 492 são homens.
23 - ... enorme eficácia para colonizar a mente e o coração também de quem é inferiorizado e oprimido.
.................... continua.

RESUMO - LIVRO - A ELITE DO ATRASO - AUTOR: PROFESSOR DR JESSÉ SOUZA - CONTINUAÇÃO - ABRIL 2020


Continuação
         Página 24 – A vantagem do culturalismo racista sobre o racismo clássico é que ele não se vincula à cor da pele e até os negros americanos podem se sentir superiores, por exemplo, aos latinos e estrangeiros em geral.
         24 – Conseguem vantagens bem concretas a partir desse fato.
         24/25 – Vender esse culturalismo que nos rebaixa e nos faz sentirmos que está correto algo como a Operação Lava Jato que propiciou a rapina sobre nosso patrimônio na forma da entrega do nosso petróleo em larga escala às multinacionais.
         O povo bovinamente acredita “que é melhor entregar nossas riquezas a quem sabe melhor utilizá-las, já que outro são honestos e tem berço”.
         25 – Dentro dessa linha de racismo na forma de culturalismo que possibilita a legitimação de todo ataque contra qualquer governo popular.
         25 – “Todo racismo, inclusive o culturalismo racista dominante no mundo inteiro precisa escravizar o oprimido no seu espírito, e não apenas no seu corpo”.
         “Colonizar o espírito e as ideias de alguém é o primeiro passo para controlar seu corpo e seu bolso”.
         25 – A mídia não esclarece.  Ela reforça tudo isso na cabeça do oprimido.
         26 – A mídia retira seu poder de fogo desse reservatório de ideias dominantes e consagradas.
         Ela é limitada no seu alcance pelo prestigio que essas ideias e seus autores, que ela veicula, desfrutam na sociedade.
         26 – “Quem controla a produção de ideias dominantes controla o mundo”.    As ideias dominantes são sempre produtos das elites dominantes.     .... (elite)...    se apropriar da produção de ideias para interpretar e justificar tudo que acontece de acordo com seus interesses.
         26 –  E entra a ciência para legitimar tudo isso.    Ela estando do lado da elite...    ela oprime os mais fracos.
         27 – Após a II Guerra Mundial, os USA....   “O novo racismo culturalista americano foi implementado como Política de Estado, não foi deixado à ação espontânea de ninguém”. 
         Hollyood, ufanismo deles com bandeiras; as cores deles em tudo.  A música, etc.   Isso sem contar as “Missões de Paz” enviadas pelo mundo afora.    Além de treinar lá nos USA militares de outros países de interesse deles.
         27 – Por guerra, governo Harry Truman, o Estado colocou recursos pesados para que eles ditassem o paradigma deles como verdade universal.   Vender os USA como modelo para o mundo.  Eles perfeitos e o resto, não.  A meta seria os de fora mirarem no modelo deles.
         28 – Nossos intelectuais são escravos da nossa elite dominante e ambos são escravos do Grande Irmão (USA).
         28 – Década de 30.   Talcott Parsons, do governo Truman – implementou um engenhoso esquema na Teoria da Modernização do Mundo.    Desenharam lá nos USA o americano como sendo:
Objetivos / pragmáticos / antitradicionais / universalistas e  produtivos.
         (tudo no foco superioridade em relação aos demais povos)
         Nós aqui construindo a imagem de vira latas.   Bem dentro do jogo deles.   O Brasil construindo:
         Brasileiro pré moderno / tradicional / particularista / afetivo e tendência à desonestidade.
         Gilberto Freyre ajuda a construir isso.  Dá uma roupagem “científica” a tudo isso.
         29 – Nos anos 20, do século XX o crítico do racismo científico foi o Sociólogo alemão de vanguarda, Franz Boas.   Ele influenciou a Atropologia a chegar ao culturalismo que na verdade doura a pílula do racismo.      Gilberto Freyre embarcou nessa onda e “elevou” o Brasil ao nível da “ciência” nesse tema.  Configurou assim o “vira lata”.
         ...”procurou levar o culturalismo vira lata ao seu limite lógico”.   Ele procurou e conseguiu criar um sentimento brasileiro de identidade nacional que permitisse algum orgulho nacional como fonte de solidariedade interna.   (lembrar que estávamos novos como República e muito perto da escravidão).    
         ... “cultura única luso brasileira....   abertura ao diferente.... encontro de contrários.... com virtudes associadas ao corpo e não ao espírito”.  (ideias de Freire).
         Assim o brasileiro era:  sensualidade, emotividade, calor humano, hospitalidade...    
         30 – Diz que Darcy Ribeiro seria o último de destaque no tema que ainda defendia que o brasileiro tinha algo de “original para o mundo”.  Um pouco na linha de Freyre.
         30 – Freyre constrói um conjunto de imagens positivas do brasileiro e Sergio Buarque de Holanda parte desse trabalho e cria meio que um lado negativo.   Na versão de vira lata criada por Buarque faz com que ela se torne o porta voz oficial do liberalismo conservador   brasileiro.
         (O Bolsonaro se diz liberal na economia e conservador nos costumes)
         31 – O autor diz que Buarque regrediu em relação a Freyre que ao menos combatia o racismo científico.
         32 – E Buarque tira onda (e é aceito por 90% dos intelectuais brasileiros) de ele ter “descoberto” as razões da fraqueza nacional.
         32 – O autor explica que Buarque emplacou o termo patrimonialismo para o Brasil.      “O patrimonialismo defende que o Estado no Brasil é um alongamento institucionalizado do homem cordial e é tão vira lata quanto ele, abrigando elites que roubam o povo e privatizam o bem público”.  
         32 – As teorias de Buarque vem com jeito de crítica radical e faz sucesso em 360 graus.      “O Estado patrimonialista seria a principal herança do homem cordial e o maior problema nacional”.
         32 – Essa do Buarque de ancorar sua tese no “homem cordial” torna invisíveis todos os nossos conflitos reais...   (não toca em luta de classes, etc)
         33 – “Está criada a ideologia do vira lata brasileiro.
         33 – Endeusa como superiores os americanos e europeus.  Por outro lado, os americanos criam a bolha das hipotecas de 2008, logo eles os “não corruptíveis” e honestos...    Os danos se espalharam pelo mundo afora.
         33 – No Brasil quem tem acesso a relações pessoais importantes é quem já tem capital econômico ou capital cultural sob alguma forma.
         33 – E são essas pessoas que conseguem esse “link” com a elite que esconde os mecanismos sociais que tornam invisíveis a exclusão social, a pobreza.
         Buarque – sua análise é totalizante.   Explica tudo.  (ele é pai de Chico Buarque.   Pai liberal e filho socialista).
         Para Buarque pai, Sergio, o Estado é a Geni em quem todos tem que atirar pedras.   Por tabela, ele endeusa a iniciativa privada.   (justo a que achaca o estado e deixa como gorjeta a propina a certos políticos).
         34 – O autor cita outra “vaca sagrada” da Sociologia que faz a cabeça de setores da sociedade.   Raymundo Faoro.
         “Buarque, ao localizar a “elite maldita” no Estado, torna literalmente invisível a verdadeira elite rapina do Brasil que se encontra no Mercado”.  Aí surge a animosidade entre o mercado Santificado e o Estado Cruel e inimigo da Nação.  
         Assim, deixa os rapinas invisíveis, fora da briga, justo os que corrompem e levam o dinheiro grosso do Estado e da Nação.
         34 – Ambiente para golpe de estado com base em “corrupção seletiva” a mando da elite do capital ocorreu no Brasil recente inclusive.
         35 – Discípulos de Faoro:   FHC, Roberto DaMatta, etc.
         O autor, Jessé Souza, afirma que ele é o primeiro pesquisador a desmontar aqui as narrativas de Freyre, Buarque, Faoro...
         Nas nossas universidades o estudo se pauta nos “vacas sagradas” já citados – Freyre, Buarque, Faoro, etc.
         ...”que ensinam o jovem a (não) perceber e a (não) compreender os reais problemas brasileiros.
         36 – Isso tudo que deu suporte ao Golpe de 2016  no Brasil e tirou a presidente Dilma do poder.
         38 – Capítulo:    O mundo que a escravidão criou.

........................................................   CONTINUA....................

        









RESUMO - LIVRO - A ELITE DO ATRASO - AUTOR: PROFESSOR DR JESSÉ SOUZA - CONTINUAÇÃO. ABRIL 2020



Autor: Professor Dr Jessé Souza (da UFF Universidade Federal Fluminense). Estudos no BR, Alemanha e USA   - 
CONTINUAÇÃO...
Volta às três perguntas que tenta definir:
Ø De onde viemos?
Ø Quem somos?
Ø Para onde vamos?
A narrativa bem sucedida responde certo ou de forma torta essas “verdades”. As principais religiões também se estabelecem respondendo o lado espiritual dessas perguntas. Nossa Esquerda no Brasil não tem essas respostas.
39 – Celso Furtado “arranha” as teorias conservadoras com sua teoria das trocas desiguais entre países industrializados e exportadores de matéria prima. Florestan Fernandes também explica parte mas não abrange o todo.
40 – O autor aqui pretende dotar a Esquerda de uma ferramenta para se livrar da amarra conservadora.
“Interesses que tenham a ver com a crítica da desigualdade e da injustiça social, e não com a sua reprodução”.
41 – A agressividade de... deve ser reprimida e controlada para que a criança possa ter sucesso na sua socialização (não morder o coleguinha, etc)
42 – Os teóricos do Brasil nos interpretam como continuidade do modo português. Ele discorda inclusive pelo fato de lá em Portugal não terem usado a escravidão. E o autor argumenta que é muito forte a herança da escravidão na nossa cultura e relações. Os teóricos até citam a escravidão mas não colocam um nexo com o comportamento do brasileiro em si.
42 – “A diferença entre nome e conceito é o que separa o senso comum e a ciência”. O autor realça o detalhamento de Freyre sobre o tempo dos escravos e da própria obra dele dá para fazer outra leitura crítica chegando a outras conclusões segundo o autor deste livro.
Capítulo - Freyre contra ele mesmo
43 – O autor, na década de 90 estudou 15 anos os grandes da Sociologia mundial. Ao se debruçar sobre a obra de Gilberto Freyre, notou muitas falhas conceituais. Argumentos sem respaldo científico.
Alerta o autor que o mais fiel ao Método Científico é o Florestan Fernandes.
44 – O livro mais importante do Brasil do século XX é Casa Grande e Senzala de Gilberto Freyre.
44 – Senhor de escravos aqui. Senhor da família, dos escravos, altar em casa e exército próprio em suas posses. O padre leigo era parte do combo do senhor das terras e dos escravos. O padre tinha dependência econômica e política do senhor das terras.
45 – Escravidão sexual no norte da África dos séculos VII a XIX. Escravisou-se nessa fase ao redor de 7.500.000 mulheres. Além da agregação de aproximadamente 1 milhão de eunucos para cuidar dos harens. No Brasil há reflexo disso no tempo da escravidão por práticas semelhantes.
Nas Américas se usou ao redor de 10 milhões de escravizados africanos. No Brasil a escravidão durou aproximadamente três séculos.
46 – Portugal cristão lutou contra os mouros e o Islã, mas a carga de séculos dos mouros dominando Portugal.... os senhores de escravo do Brasil replicaram aqui essa herança dos muçulmanos de escravidão sexual.
47 – Aqui se praticava a poligamia entre os senhores de escravos e era legal, amparados por lei, para colocar em testamento os direitos inclusive destes filhos “adotivos” de mães negras ou índias.
47 – “Os filhos nessa condição eram europeizados no caso de aceitação da fé, dos ritos e dos costumes do pai”.
50 - ...” caráter autárquico do domínio senhorial condicionado pela ausência de instituições acima do senhor territorial imediato”. Aqui e na Europa do passado, o senhor tudo podia sobre os fracos, desde o trabalho desmedido, o castigo, o sexo, etc.
53 – O pequeno Portugal... “solucionar o problema de como colonizar terras gigantescas: pela delegação de tarefas a particulares, antes estimulando do que coibindo o privatismo, o mandonismo e a ânsia de posse”.
54 – No tempo antigo na Europa, mais precisamente em Portugal era a Igreja que julgava as pessoas nos delitos. Aqui no Brasil, no tempo dos escravos, a capela era extensão da posse do dono das terras e dos escravos.
O senhor daqui era sádico com as negras e índias; era sádico com a femea branca dele e era sádico e judiava inclusive dos próprios filhos.
56 – Os patriarcas acabam até extrapolando ao espaço público seu poder privado. Contradiz o conceito de patrimonialismo aqui no Brasil.
No patrimonialismo de Sergio Buarque e Raymundo Faoro, é o Estado que é o vilão, deixando escondido o poder da elite do dinheiro.
Diferentemente, o senhor leva seu poder por si ou por agentes seus ao mando no Estado fazendo Mandonismo e Autoritarismo colocando de outro lado as massas no Abandono e Desprezo. (nada de pobre em aeroporto!...)
57 – Nos USA as tarefas de controle e guarda era executado por brancos e aqui no Brasil ocorreu o predomínio dos mestiços. Ascensão social dos mestiços aqui em troca de identificação com os valores e interesses do opressor.
Na modernização do Brasil ainda se nota a figura do Capataz da Elite. (fazem o jogo da elite até como joguete...)
Capítulo – Sobrados & Mucambos ou O Campo na Cidade
Ano 1808 duas grandes mudanças no Brasil. A chegada ao Brasil do Poder Centralizado e o mundo capitalista ou mercado capitalista.
61 – Passamos do patriarcalismo rural para o patriarcalismo urbano.
62 – 1808 com a família real e seu staff para cá veio 1/3 do Erário português.
63 – O velho patrimonialismo agora não pode tanto sobre todos. Antes a Casa Grande e Senzala era o senhorio absoluto no espaço rural. Já os Sobrados e Mucambos (inclusive nome de obra de Gilberto Freyre) é urbano o espaço do senhor e ele já tem menos poder, após a chegada da Corte.
64 – Há piora da condição de vida dos escravos. Os sobrados eram antihigiênicos, com negros e mestiços pobres perambulando nas ruas. Os sobrados viraram com o tempo algo como prisões defensivas do perigo das ruas. O rico dentro e a pobreza extrema nas ruas vagando.
65 – Os filhos dos poderosos iam estudar na Europa e depois eram atraídos para cargos públicos importantes como juízes, promotores, etc. e nestes postos, em termos, viravam adversários dos seus pais nos interesses do Estado.
65 – Dom Pedro II, imperador jovem se cercou de assessores também jovens. Joaquim Nabuco chamava isso de Neocracia.
65 - A importância do médico da família para a mulher do senhor dos escravos. Ele substituía a função do confessor. Tira um pouco da força do patriarca.
66 – Influência da terra natal do individualismo protestante, a Inglaterra. Aqui no Brasil, tentar ser chique, usando tecido grosso como na Inglaterra onde o clima é frio e beber cerveja e comer pão. Imitando os ingleses, os de alguma posse.
67 – A valorização do talento individual, introdução da máquina, esta substituindo força e desvaloriza a mão de obra escrava. Enfraquece também os senhores de escravos. Mais um golpe no patriarcado daqui.
Se a máquina enfraquece as duas pontas, o senhor e o escravo, abre possibilidade para o médio, o mestiço, ter seu ofício na cidade. Nasce a burguesia.
68 – Cria-se um corredor para a mobilidade social que antes não tinha no Brasil. Em seguida, a imigração europeia, principalmente italiana. Povo branco, católico, mais chance de adaptação. Essa gente cresce economicamente e ganha poder. Portugueses como comerciantes e caixeiros viajantes. Enriquecimento. Também os mestiços que são os bacharéis com cultura e que sobem na vida.
Formam a classe média os bacharéis e os artesãos/artífices.
70 – A proletarização e os parias. O autor deu o nome provocativo de “ralé brasileira” mais para chamar atenção para esse povo desprezado.
Sobre a ralé. “composta por negros e mestiços de todas as cores”. Antes era raça condenada, agora é “classe condenada”. (independente da cor da pele).
70 – Ter ralé para “provocar o prazer da superioridade e do mando”.
Ralé no sentido de criar uma classe sem futuro que pode, portanto, ser explorada a preço vil.
70 – Ano de 2013. A classe média sempre soube da corrupção na política e nunca se indignou. Saiu às ruas porque... “Foi o ódio devotado ao único partido que diminuiu as distâncias sociais entre as classes no Brasil moderno”.
O discurso da corrupção é só fachada. “O covarde ódio de classe que é o verdadeiro DNA da sociedade brasileira”. Nada de sociedade inclusiva nestes 150 anos de Brasil.
73 - Gilberto Freyre vê a cordialidade e o sorriso fácil no mulato, mestiço, que tem habilidades e sucesso, inclusive podendo servir ao Estado e nas lides competindo com os brancos, se mostra cordial e sorriso fácil para se equilibrar no meio.
73 – No século XIX a proporção de mulatos subiu de 10% para 41% da população total no Brasil. Houve uma freada na miscigenação com o ingresso de imigrantes europeus a partir do fim do século XIX. Aí começa o esforço de embranquecer o povo até porque o branco era mais útil ao sistema moderno.
75 – A ânsia de modernização até na bandeira: ordem e progresso.
.................... continua .........

RESUMO - LIVRO - A ELITE DO ATRASO - AUTOR: PROFESSOR DR JESSÉ SOUZA - CONTINUAÇÃO ABRIL 2020

Continuação – 
Autor: Prof. Dr. Jessé Souza (UFF Universidade Federal Fluminense), estudos no BR, Alemanha e USA.
Página 78 – Capítulo: A Criação da ralé de novos escravos como continuação da escravidão no Brasil moderno.
78 – As cidades destaque do BR no século XIX eram Recife, Salvador e Rio de Janeiro. Já São Paulo ganha depois impulso com o trabalho livre, inclusive do imigrante e da expansão da cafeicultura. Imigrantes chegaram aos milhões ao Brasil a partir de 1880.
79 – Parte da origem da nossa ralé vem do abandono dos escravos. Tornamos esses párias invisíveis até pelos estudiosos do ramo.
81 – O imigrante veio com outra condição em relação ao escravo liberto e a produtividade do imigrante era 1/3 maior que ao do ex escravo.
Por outro lado, a mulher negra conseguia muitas vezes, pelos dotes domésticos, se encaixar no mundo do trabalho mesmo junto aos imigrantes.
83 – E desde sempre, o cerceamento das expressões culturais dos negros. (língua, religiões, folclore, etc.)
O modelo era o branco europeu. Nada de cultura e religiões afro.
Colocamos desde antigamente o negro como o da desordem e marginalidade.
83 – Polícia matar pretos e pobres vem de séculos por aqui e “não é crime” na prática.
84 – Florestan defende (numa linha liberal) que a modernização se fosse mais efetiva “resolveria” o problema da ralé, dos excluídos e usa até o paralelo. Nos USA teria dado certo.
O autor discorda e destaca que nos USA há, sim, uma legião de excluídos também. Ela foi a mais radical modernização com liberalismo e tem exclusão. (cito que em NY o noticiário americano diz haver em abril/2020 70.000 sem teto)
85 - O autor defende que a inclusão não se resolve com mercado. Se resolve com “aprendizado político”.
86 – Ele elogia o conjunto da obra de Florestan Fernandes, mas o citado chama capitalismo de “ordem competitiva” e chama a ralé daqui de “gentinha nacional”. Não para diminuí-la, mas para ela se tornar visível.
87 – Florestan foi o mais longe possível para sua época.
87 – “Em países como o nosso, não há como separar o preconceito de classe do preconceito de raça”.
88 – A polícia e a caça aos PPP preto/puta/pobre tem como fundamento o apoio da classe média e da elite nessa ação.
(eu, leitor, tenho ouvido do pessoal da direita que conheço, a expressão: A polícia “baixou mais um CPF” hoje. Como algo saneador.
90 – Capítulo – Os conflitos de Classe do Brasil Moderno
A escravidão e seus efeitos passam a ser como o ponto central, e não mais a pretensa continuidade de Portugal.
O problema central deixa de ser a corrupção, que é importante combater, mas a exclusão social é o maior de todos.
90 – No Brasil a direita demonizou o marxismo e a luta de classes.
91 – “Sem a ideia de classe e o desvelamento das injustiças que ela produz desde o berço, temos a legitimação perfeita para o engodo da meritocracia individual do indivíduo competitivo”.
92 – Errado separar classes pelo Econômico, faixa de renda. A, B, C, etc. Isto padroniza pelo tamanho do bolso e é errado.
Lembra que em geral cientistas e intelectuais são da classe média.
92 – Um exemplo interessante que ele dá para mostrar que medir pelo bolso mistura perfis muito diferentes.
Um trabalhador numa indústria automotiva que ganha R$.8.000,00 por mês e um professor universitário em início de carreira que ganha R$.8.000,00 por mês. Pelo critério atual, estão na mesma classe pela renda mas o comportamento deles tende a ser todo diferente. Um tem capital cultural de caráter técnico e outro, de caráter literário. Tendem a ser vestir diferente, ver filmes diferentes, tipos de lazer diferentes, etc.
94 – Os estímulos que a criança de classe média recebe em casa para o hábito de leitura, para imaginação, o reforço constante de sua capacidade de autoestima que fazem com que os filhos dessa classe sejam destinados ao sucesso escolar e depois ao sucesso profissional no trabalho.
95 – Em criança, repetimos quem amamos. Pais operários, vamos brincar com carriolas, pás, etc. O futuro está sendo definido...
Nossa ralé não foi só abandonada. Foi também humilhada, enganada, etc.
96 – Acesso aos capitais:
Recursos materiais ( carro, roupas, casa, etc)
Recursos imateriais ( prestígio, reconhecimento, charme, beleza, etc.
Toda nossa vida é traçada levando em conta esses fatores. Te-los nos torna incluídos. Não te-los – excluídos.
97 – Capital cultural – conhecimento útil ou de prestígio. (ex de conhecimento de prestígio – pessoa culta, “letrada”)
97 – “Tudo que chamamos de sucesso ou fracasso na vida depende do acesso privilegiado ou não a esses capitais”.
O terceiro capital mais importante depende da existência do anterior desses dois (capital econômico e capital cultural). O capital social das relações pessoais.
97 – O autor destaca que praticamente toda relação humana envolve interesse e afetividade.
98 – Ele diz que os “vacas sagradas” (os bam bam da Sociologia como Gilberto Freyre, Sergio Buarque de Holanda e outros) simplificaram tudo no conceito de “jeitinho brasileiro”. Desonesto, corrupto e de dar um jeitinho em tudo – levar vantagem em tudo. Isto facilitou a todos aceitarem a Operação Lava Jato, tanto a elite como a ralé aceitaram isso.
O viralatismo foi emplacado como valendo para toda nossa pirâmide social, do topo à base; da elite à ralé. (como diz o Joelmir Beting : do focinho do leão ao rabo do rato)
100 –Além de ter dinheiro, preciso internalizar isso de forma que o meio me veja como elevado. Por exemplo. Ter gosto estético, ter inteligência (leituras, etc.)
“Um rico que só tem, é um rico bronco”. (não é bem aceito no meio)
101 – Já que o capital econômico é menos acessível e cada vez mais concentrado, a concessão tem sido de se expandir o capital cultural (estudos, leitura, etc).
O capital cultural que está mais na disputa, a classe média tenta manter isso dentro da classe, impedindo que a ralé tente entrar nessa disputa.
O detentor do capital econômico sabe que se perder todo o capital, cai. O dinheiro é algo externo ao detentor. Já o capital cultural foi de um esforço longo e foi sendo internalizado e a pessoa chega a pensar que é intrínseco a ele e não adquirido.
“Por conta disso a classe média é a classe por excelência da falácia da meritocracia”. (eu lutei e consegui, os outros que ralem...)
Só que lá desde criança, como foi visto, as condições são desiguais.
102 – É privilegio da classe média poder comprar o tempo livre para seus filhos só estudarem.
103 – Classe média, pais dão condições para estudarem e os filhos, como contrapartida amorosa, se dedicam ao estudo. Já para a ralé, que comumente não tem pai e mãe juntos, tudo é mais difícil, inclusive na escola. E a criança vê que seus pais até estudaram um pouco mas vivem na pobreza e isto os desanima.
104 – O aluno se concentrar na aula não tem genética. Tem a ver com estímulos que recebeu antes da fase escolar. Aí o filho do classe média adulto, estudado e bem empregado vê tudo isso como mérito pessoal. (se ele pode, todos podem...)
Estudo requer disciplina pessoal e autocontrole. “Sem pensamento prospectivo não se planeja a vida”.
106 – Do jeito que a ralé vive não há como ter elevadas a autoestima e a autoconfiança. Daí não tem o que passar aos filhos para encararem os desafios.
107 – A coisa é tão enraigada que... “o próprio pobre acredita em sua maldição eterna”. O pobre se sente culpado pelo seu fracasso.
108 – Os protestos nas ruas foram não contra a corrupção, mas para desbancar o PT do poder e, principalmente se recolocar a ralé no “lugar dela” como excluída. A ralé no BR é em torno de 1/3 da nossa população.
111 – Lembrou da reação da classe média à lei das empregadas domésticas. A ira dos patrões.
111 – O abandono cria a situação do homem da ralé estar perto do crime e a mulher, da prostituição.
Reclama-se da baixa produtividade da mão de obra mas essa tem a ver com esse abandono.
112 – Leonel Brizola tentou escolas melhores no RJ (tempo integral inclusive) para a ralé mas até a Rede Globo foi contra.
O PT fez um esforço nisso mas deu no que deu. A elite não aceita inclusão social.
112 - Ele fala do Brasil e o ódio mesquinho contra a ralé.
Capítulo – O Pacto Antipopular da Elite com a Classe Média
114 – As quatro grandes classes sociais:
1 – Elite dos proprietários
2 – Classe Média
3 – Classe trabalhadora semi qualificada
4 – Ralé de novos escravos.
114 – Papel importante da classe média para manter os excluídos nessa condição.
115 – A elite “compra” o poder para si. Ex. O “acidente” com o avião em que estava o Ministro Teori Zavaski. Muitas vezes a elite é sócia menor do capital estrangeiro aqui.
A elite age no sentido de enfraquecer os órgãos de apoio aos trabalhadores, quebrando a solidariedade entre estes, tornando-as mais fracas.
Humilhar a ralé inclusive com essas postagens do negro mal vestido, bêbado, banguela, etc.
........ CONTINUA................

RESUMO - LIVRO - A ELITE DO ATRASO - AUTOR: PROFESSOR DR JESSÉ SOUZA - CONTINUAÇÃO. ABRIL 2020

CONTINUAÇÃO...


Autor: Professor Dr Jessé Souza (UFF Universidade Federal Fluminente), estudos no BR, Alemanha e USA.
Página 115 – Em 1980 funda-se o Partido dos Trabalhadores e este acode um poncho o exlcuido. Consegue dar voz aos movimentos sociais dos mais humildes.
Até o capital financeiro está precarizando sua mão de obra. Pior. Parte desses colaboradores passar a ser vistos como gestores de suas carreiras e ficam com o discurso do opressor.
“A competição entre a mão de obra faz quebrar a solidariedade de classe e enfraquece o trabalhador”.
O autor critica o PT no ponto em que este chama os mais bem sucedidos como trabalhadores de “nova classe média”.
115 – Pacto anti popular entre elites e classe média. Pacto com pontos racionais como preservação de privilégios e aspectos irracionais como a necessidade de distinção, ódio e ressentimento de classe.
O estudo do autor mostra que isto vem desde a década de 30. O fim da Primeira Guerra faz os países buscarem a industrialização para não depender tanto de importações. Emerge mais a indústria no Brasil da década de 30 para cá.
116 – Entre os trabalhadores imigrantes, vieram italianos anarquistas e já em 1917 houve no Brasil a primeira greve geral bem sucedida.
Essa greve foi um marco e se equipara à Comuna de Paris de 1871.
117 – Marco importante deste estudo – Anos 30. O grande divisor de água é a entrada do Estado como variável nova no Desenvolvimento. Estado Novo de Vargas. Estado Interventor e Reformador.
Vargas é resultado da coalizão das elites contra São Paulo que queria monopolizar o poder no Brasil. Vargas estrutura indústrias de bens de produção tipo energia, siderurgia, cimento, estradas. Com isto houve lastro para a iniciativa privada colocar indústrias de bens de consumo, isto mais ou menos nos anos 50.
Vargas cria também institutos de pesquisa e planejamento, além da CLT Consolidação das Leis do Trabalho.
Vargas era visto de certa forma como simpático aos trabalhadores, o que não era muito bem visto pelas elites. Vargas na Revolução de 30 derrota a elite paulista.
119 – Nosso liberalismo aqui nada tem de liberdade e autonomia. Luta contra o Estado que começa a exercer o papel de impor a lei e proteger os mais frágeis do abuso sob a forma da força ou do dinheiro.
Liberalismo nosso – usar a máquina do Estado para o mandonismo e privatismo sem peias e limites dos já poderosos.
... saquear a sociedade, tanto o trabalho coletivo quanto as riquezas nacionais, para o bolso da elite da rapina que sempre nos caracterizou.
Antes da Nova República (Estado Novo), apenas 5% do povo brasileiro votava e mesmo assim as elites tinham que fraudar eleições para se manterem no poder. “homens de bem”. (os que podiam votar)
Capítulo - A classe Média e a Esfera Pública colonizada pelo dinheiro.
124 – O filósofo alemão Habermas e a Esfera Pública (tese de 1962). ... mudança de função da imprensa. Antes era mais informativa e manipulativa no interesse do Estado.
Mudança de função da Imprensa. ... fórum apartado do Estado. ... permite a formação de uma opinião crítica... atores – burocratas, profissionais liberais, pastores, professores e comerciantes.
126 – Os cafés, os salões, os clubes literários... a institucionalização da esfera pública.
127 – A partir de 1750 ... as formas literárias dominantes... assumem características especificamente burguesas.
132 – “É apenas a exposição a argumentos opostos que pode permitir ao sujeito construir a opinião própria. Ao se expor as razões conflitantes, o sujeito é instigado a perceber sua própria inclinação e quais argumentos lhes parecem mais justos e verdadeiros”.
... convencimento refletido... objetivo de unir a verdade com a justiça. A imprensa tenta fazer isso por nós. (fala no geral, não especificamente a brasileira).
Grande imprensa. Ela tem que fazer de conta que é plural e argumentativa. Essa é a legitimação explícita.
132 – Como conciliar o acesso democrático à informação sem explicitar os interesses do privado em maximizar o lucro e explorar a mão de obra?
133 – Imprensa como opinião – diferença de imprensa como negócio.
133 – Informação...mediada, de cima para baixo, por empresas capitalistas, não necessariamente interessadas no aprendizado de seu público cativo, mas em aumentar seus lucros, como garantir o acesso plural à informação?
134 – Debate na Europa pelo acesso à informação no Pós II Guerra Mundial e a TV. Optaram por TVs Estatais de informação. TV pública não se confunde com Estatal. Luta por independência de conteúdos nas TVs públicas da Europa. Países bem sucedidos nisso: França, Alemanha, Inglaterra, Italia, Espanha e Portugal. Quando o Estado provê TV com controle social do funcionamento para não virar algo chapa branca, a coisa funciona bem. Geralmente tem Conselhos de representantes de instituições sociais para garantir o interesse público.
Assim estas ajudam no fortalecimento: da democracia e da cidadania.
Os USA e Canadá também tem seus canais de TV públicos, além dos privados.
135 – No Brasil não temos isso e a mídia manipula, capitaneada pela TV Globo, a mais forte, por sinal. Nesse aspecto somos colonizados e não alcançamos entender o que de fato ocorre em nosso meio.
“aquele tipo de racionalidade que permite a união entre a verdade e a justiça”. ... cria seres humanos facilmente influenciáveis e manipuláveis, incapazes de pensar por si mesmos”. É o que temos entre nós no Brasil.
“A Elite do Atraso construiu a esfera midiática adequada aos seus fins”. Tornaram invisível a forma de manipulação do poder que nos oprime.
“É a privatização da opinião pública que permite a privatização do Estado pelo interesse econômico”.
A nossa imprensa e a cantilena do Estado e a corrupção do Estado sendo a grande corrupção e rapina vem do poder econômico privado.
Capítulo – O Moralismo patrimonialista e a crítica ao populismo como núcleo do pacto antipopular.
138 - A classe média não é uma classe necessariamente conservadora. Também não é homogênea.
Movimento tenentista (Rio anos 20) foi o primeiro movimento de classe média contra a Velha República.
140 – Na Era Vargas (anos 30) SP que tinha o poder do dinheiro perdeu o poder político para o getulismo com apoio dos demais estados. Busca agir via opinião pública e nesse contexto se cria a USP. ...”liberalismo elitista desde então”.
140 – Temos a construção da teoria do nosso viralatismo. No contexto, o “Estado Corrupto” passa a ser o mal maior da Nação. É o que a elite incute na sociedade. Com isso a leite do dinheiro tem uma válvula de escape contra governos que não sejam do seu “interesse”. Quando querem apear alguém do poder, alegam a velha e surrada cantilena da Corrupção e derrubam quem está no poder e os incomoda.
141 – Lá atrás nos anos 20 o tenentismo já queria a higiene moral da Nação (contra a corrupção) de cima para baixo.
Esse moralismo também é visto com alguma simpatia por outras classes, mas o DNA dele é da classe média.
................ continua na fase 6/6 (ou mais um pouco...)

RESUMO - LIVRO - A ELITE DO ATRASO - AUTOR: JESSÉ SOUZA - CONTINUAÇÃO... ABRIL 2020


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do autor: Professor Dr Jessé Souza - da UFF Universidade Federal Fluminense. Tem estudos no BR, Alemanha e USA
Página 141 - A legitimação de classe. A classe econômica se legitima como empreendedora, que dá emprego, “bom gosto” no estilo de vida. Classe média – da meritocracia e da “superioridade moral”. Os pobres são desprezados e os ricos são invejados pela classe média.
Inveja que envolve admiração e ressentimento. A classe média consegue seu desejo: “O sentimento de representar o melhor da sociedade mais o sentimento de que ela tem a Perfeição Moral (o cidadão de bem)”
143 – Rever estes conceitos de patrimonialismo e populismo que teriam sido criados na USP com Sergio Buarque, o primeiro (patrimonialismo) e Francisco Weffort adaptado o do populismo. Conceitos estes que são aceitos pelo PSDB e PT. PSDB que apoia a elite do capital e o PT que apoia a ralé. Weffort foi um dos fundadores do PT, como também o Segio Buarque. Depois Weffort foi Ministro da Cultura do PSDB.
144 – “Juntas, a demonização da política e do Estado e a estigmatização das classes populares constituem o alfa e o ômega do conservadorismo da sociedade brasileira, cevado midiaticamente todos os dias desde então”.
O autor diz que a noção de patrimonialismo não vale 1 tostão furado em termos científicos. Até porque quem é pernicioso não é o Estado, mas a elite que rapina o Estado e a Nação.
144 – “Elite estatal e política fica com a sobra (gorjeta) do achaque ao erário feito pela elite”.
145 – “Corrupção de tolos”. Focam no Cabral (do RJ) que levou 3% e tornam invisível quem roubou o grosso do dinheiro público.
145 – O estado é privatizado aqui e lá fora. Vendemos a ideia vira lata de que isso só ocorre aqui no Brasil.
Nesse contexto estamos destruindo a Petrobras, como já entregamos a Vale no passado. Os de fora vão faturar.
Criou-se uma cortina de fumaça no povo que segue um raciocínio “forjado”. Acaba achando que é melhor vender a Petrobras para o estrangeiro do que deixar os políticos roubando a empresa.
145 – Desmonta o sonho da esquerda, que descobriu o Pré Sal, de usar royalty da exploração do petróleo do Pré Sal para elevar nossa Educação.
146 – Faoro coloca o mercado como o verdadeiro céu na terra.
Rotulam de populistas (sem base na Ciência) líderes carismáticos como Vargas e Lula que tem sintonia com a ralé. A elite taxa de negativo esse dom do carisma com o carimbo reprovador de populistas.
147 – Má fé essa de dizer que o povo não sabe votar. Isto é a condenação da democracia e da soberania popular.
Os “letrados” apoiam o golpe de 2016 e agora votam num péssimo político para presidente. Muitos destes nunca vão admitir erro. “... o que só mostra como inteligência nunca teve nada a ver com anos de universidade.”.
148 – O invisível. Na prática alguns sabem que a elite do capitalismo financeiro no Brasil ganha bilhões por ano e ela é lembrada como vilã. Os vilões (arraias miúdas) são políticos de plantão. E pau neles!
149 –Somos um país cristão e deveria imperar a igualdade e a fraternidade mas no real, há os excluídos, pisoteados.
O sistema político nosso já é moldado estrategicamente para ser corrupto.
150 – “As classes populares são protegidas pelo seu racionalismo prático”. (tipo – a minha vida melhorou ou piorou com a Esquerda ou a Direita no poder? Etc)
150 – Fala do que chamou de Golpeachment de 2016
151 – O Golpe de 1964. Ebulição social e clamor por um país mais inclusivo. A elite acusa as lideranças de populistas e comunistas. Ver que essa do comunista é uma velha balela por aqui.
Requisitam na época as forças armadas. Convocam a imprensa para ajudar a dar “legalidade” ao Golpe de então. E as senhoras católicas (classe média) para dar um ar de apoio popular.
152 – Golpe de 1964, mantendo a ralé na mesma. Classe média era e é mais ou menos 20% da população do Brasil. O Economista Edmar Bacha criou o termo Belindia para o Brasil. Mistura de uma elite tipo Belgica e uma ralé tipo Índia. 20% Belgica e 80% Índia.
153 – No regime militar de 1964... Notável ampliação das universidades públicas no Brasil sob os militares...
154 – A elite azedou a relação com os militares quando Geisel lançou o II PND Plano Nacional de Desenvolvimento. Buscava um plano de desenvolvimento nacional autônomo. Investir na mineração e tecnologia; abertura de universidades e centros de pesquisa em todo país. Visava proporcionar base vigorosa para um desenvolvimento nacionalista autônomo.
154 – A elite não aceitou um Plano de Desenvolvimento sob condução do Estado. E vem campanha da elite via imprensa pelas Diretas Já.
154 – A mais plural dos órgãos de imprensa foi a Folha de São Paulo já naquela época.
Capítulo: O Pacto elitista e sua Violência Simbólica
A classe média e a reprodução do capital cultural – advogados, professores, economistas, contadores, artistas, etc.
Controles – tudo no Estado passa pelas mãos deles. Controle, direção, supervisão, legitimação do sistema:
Sistema econômico / sistema social / sistema político.
156 – Traçando um paralelo com os séculos do senhor de escravos, atualmente a classe média é o capataz da elite. “Obviamente não é esse o modo como a classe média se vê”.
Max Weber já indicava que exercer o privilégio era parte do todo. Também quem exerce quer ser percebido como Merecedor do privilégio. Como sendo um Direito.
156 - Classe média e elite são mais individualistas, enquanto a classe baixa tende a ser mais solidária.
A classe trabalhadora em sua porção qualificada ou semi qualificada tem alguma chance de ascensão (subir na vida). A classe mais baixa, não.
Todo o esforço do Lulismo seria de redimir os descamisados, a ralé.
156 – A ralé sofre o desprezo e o ódio. “A fantasia, que assume a forma de fuga pela droga e especialmente para o álcool, ou dos tipos de religiosidade mágica que prometem o que não se pode realizar, são exemplos do escapismo de quem não tem futuro”.
158 – A ética protestante e o “sagrado” do trabalho útil. Depois isso desagua para o capitalismo.
159 – Sensibilidade vem depois, essa noção. Antes o mundo era percebido pela ótica do trabalho e geração de riqueza.
160 – Ele diz que a representação social do capitalismo da forma que ele define se constata em países como Argentina, México e do mesmo modo na Alemanha, Suécia ou USA.
................... continua em breve capitulo 6/7

RESUMO - LIVRO - A ELITE DO ATRASO - AUTOR: PROF. DR JESSÉ SOUZA - 6/8


RESUMO DO LIVRO - A ELITE DO ATRASO - PARTE 6/7
Autor: Professor Dr Jessé Souza - da UFF Universidade Federal Fluminense - Estudou no BR, Alemanha e USA. Mais de 20 livros publicados
Página 161 – Na Europa a escravidão ficou num passado remoto, superado. O povo da Europa já há tempos desenvolveu a sensibilidade em relação ao sofrimento alheio. (torna incompatível com aceitar escravizar)
Sensibilidade que desencadeia culpa e remorso. Já aqui no Brasil “esquecemos” a escravidão e não desenvolvemos essa sensibilidade, gerando ódio aos mais frágeis e atribuindo a eles, culpa pela condição deles.
162 – Na Europa temos o mundo capitalista e as classes sociais. O que lá não temos é a divisão entre “gente” e “não gente”.
162 – Aqui quando chacinam um da ralé o povo não se comove. “ao contrário, celebra-se ocorrido como higiene da sociedade”.
163 – O Golpe de 2016 e reprisando o quadro de classes.
A elite do dinheiro. A classe média e suas frações.
Classe trabalhadora precária e por último os excluídos da ralé de novos escravos.
164 – Golpe de 2016 gestado pela elite do dinheiro e seus “partido político”, a Grande Imprensa. (vulgo PIG – Partido da Imprensa Golpista)– em nota do leitor). A Grande Imprensa é que tem o poder de convencimento. A elite “formulou”, a mídia convenceu e os partidos só sacramentaram.
Capítulo – A elite do dinheiro e seus motivos
166 – Pos Guerra 1945 – 1975. Pacto do mundo para reconstrução e foi tempo de progresso e prestígio aos trabalhadores. O Brasil só não desfrutou mais por causa do Golpe Militar de 1964.
O autor era bolsista na Alemanha pela década de 80 e vivia lá com os recursos da bolsa. E lá podia consultar qualquer médico, mesmo o que atendia o Presidente da empresa Mercedes, por exemplo. É um orgulho alemão ter um sistema de saúde dessa qualidade e de acesso democrático.
167 – A Alemanha tem em vários setores estratégicos indústria de ponta com capital privado em parceria com capital do Estado.
168 – Mundo – ataque aos sindicatos e os trabalhadores perdendo salários. Na atualidade o salário voltou ao nível de 1975 nos USA. E a produtividade do trabalho dobrou no mesmo período. (1975-2018). Pós guerra e a maior entrada da mulher no mundo do trabalho fez agravar a queda salarial.
170 – Toyotismo - O sistema japonês usou o patriotismo de fábrica. Tirou as hierarquias e só ficou o operacional. Todo funcionário buscando o maior lucro possível para a empresa.
172 – Havia um pacto do capital, quem ganhasse mais pagaria mais impostos num sistema distributivista.
Sobe a força do capitalismo financeiro e ela quebra isso porque o sistema está “no ar”, digamos, assim. Um fundo de investimento pode movimentar bilhões e levar tudo isso de cá pra lá numa clicada, de uma hora para outra, de uma parte do mundo para outro e isso dificulta tributar e praticar o distributivismo.
Mais cruel. Além do Estado não conseguir tributar o financeiro, ainda sendo devedor, fica de joelho a esse capitalista.
173 – Estima-se que no BR a evasão fiscal anual é de 520 bilhões de dólares. Isto envolve o mundo privado. E a mídia não abre o bico.
174 – O Pato da FIESP Federação das Indústrias de SP é um escárnio inclusive pelo fato de que os grandes praticamente não pagam impostos. E vem dizer que não querem pagar o pato que nunca pagaram.
PEC 55 em vigor congela o Orçamento da União por vinte anos para garantir o pagamento de juros da dívida pública (ao capital financeiro).
Capítulo – Classe média e suas frações
176 – A classe média tem que se justificar para cima e para baixo. Para cima em relação à elite, pelo moralismo e para baixo, pelo populismo.
178 – A classe média tem uma certeza que nem a elite tem.
“A certeza da sua perfeição moral”
Perfeição moral que explora a empregada doméstica, que despreza o pobre, que aplaude a polícia nas chacinas...
179 – Moral Seletiva. Não vê os erros nos partidos demais, mas estrila para punir eventuais erros dos partidos com base popular.
179 – No passado escravagista, classe média e principalmente a elite, dificultavam ao máximo a formação de famílias dos escravos. E hoje essas classes se escandalizam com as famílias desestruturadas na ralé, que elas mesmo plantaram.
180 – Assassinatos de pobres. O Brasil é o maior do mundo no quesito, com 70.000 assassinatos por ano. (números de guerra)
... ridicularizam o pobre, negro, banguela, inclusive nas redes sociais.
182 – A classe média em maioria é conservadora, mas ela tem também reduto crítico ao sistema.
O autor já foi presidente do IPEA Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas.
Ele constatou que na classe média há setor com vocação de moralidade e percepção em relação às outras classes.
184 – Ele coloca na classe média, frações:
Ø Protofascista 30%
Ø Liberal 35%
Ø Expressivista 20%
Ø Crítica 15%
185 – O capitalismo da elite capturou termos da contra cultura dos anos 60 e “moldou” para o lucro do capital. Neste contexto, criatividade passa a ser encontrar soluções ágeis para os dilemas corporativos. Sensibilidade passa a ser habilidade de gerir pessoas.
Expressionismo - por aqui foca em preservação de florestas, etc. Luta pelo direito das minorias e pela preservação da natureza.
Ele diz que os itens dessa luta são válidos, mas tirar a ralé da miséria é maior. Agir aqui no Brasil sem ver a miséria é mostrar que para essa classe a miséria e os miseráveis são invisíveis .
186 – Cita até a Marina Silva. Defende a Natureza ignorando a pobreza e consegue apoio até de banqueiros. Mas se ela focasse em questionar a miséria, opa! A banca cairia fora.
Globo, idem, apoiando a onda “emancipadora”, mas que mantenha invisível a miséria e suas causas.
O capitalismo usando a linguagem da emancipação para melhor oprimir e explorar.
186 – Fração crítica. 15% da classe média. O mundo social é percebido como algo construído, o que enseja também uma atitude ativa em relação a ele. Os outros nadam a favor da corrente. Tipo “é assim mesmo, é se adaptar e levar a vida”.
Já a fração crítica sabe que isso é coisa por nós criada (devastar a natureza, explorar a miséria) e que devemos mudar, o que nos indispõe com a elite. (e o sistema).
Sempre nadando contra a corrente dominante.
187 – Já quem aceita tudo e segue a onda se sente em casa. Em casa e tem companhia na caminhada.
189 – tem um retrato perfeito e detalhado do classe média protofascista.
192 – A corrupção real e a corrupção dos tolos: Uma reflexão sobre o patrimonialismo.
Ele diz que o público cativo da Rede Globo ao chamar o povo para as ruas entre 2013 e 2016 para o Golpe – fração classe protofascista da classe média. (estes foram o carro chefe). O evento foi marcado pela noção de patrimonialismo. Corrupção da política, sem ver a corrupção do mercado. A galera age seletivamente. Corrupção do PT e dos empresários que se aliaram a ele. A estes empresários não tem perdão.
194 – Deltan Dallagnol como expoente da fração protofascista da classe média.
O juiz Barroso do STF pela fração liberal/ centro. Haddad na fração crítica. O autor diz que os três, de um extremo a outro, tem em comum aceitar a noção de patrimonialismo. (ver a corrupção da política sem ver a de mercado).
195 – Coloca-se os camisetas amarelas nas ruas travestidos em princípios morais para dirigir seu ódio de classe a qualquer liderança popular.
196 – Lava Jato. Caçar petistas, garantir e assegurar a distância social em relação aos pobres e atingir seu líder maior, o Lula.
Tempos de Lula – Pobres nas universidades, reduto da classe média. Saltaram de 3.000.000 para 8.000.000 de estudantes nas universidades nos tempos Lula e Dilma.
Prova de perseguição seletiva. Por que os camisetas amarelas não saem mais às ruas quando há denúncias de crimes de outros partidos?
196 – “Deltan Dallagnol é sua mais perfeita expressão: líder tosco, primitivo, cheio de certezas e verdades seletivas”.
198 – Os classe média que não são da fração protofascista e que somou de 2013 a 2016 pelo golpe, ....”se transformar em um monstro completamente fora de controle” (ódio, etc.)
“O ódio encoberto aos pobres se torna maior que o amor superficial pela forma democrática.”
201 – No BR houve a vitória do liberalismo conservador. O pai desse pensamento. Sergio Buarque. Prescreve para explicar o Brasil moderno (a nossa sociedade): “A noção de homem cordial, inferior e desonesto, e a noção de patrimonialismo”.
------------------------------------------------------------- continua no capitulo 7/7...................................

RESUMO - LIVRO - A ELITE DO ATRASO - AUTOR: PROF. DR JESSE SOUZA - PENÚLTIMO CAPÍTULO ABRIL-2020

RESUMO - LIVRO - A ELITE DO ATRASO (penúltimo capitulo)
Autor: Professor Doutor Jessé Souza - UFF Universidade Federal Fluminense. Estudos no BR, Alemanha e USA.
205 – Faoro gasta centenas de páginas para tentar demonstrar uma só tese. “ A ação intrinsecamente demoníaca do Estado contraposta à ação intrinsecamente virtuosa do mercado”. Isto é o liberalismo brasileiro.
Curiosidade – Portugal foi o primeiro país da Europa a unificar o poder num rei. Os outros países tiveram longa jornada posterior a Portugal para chegar num só mandatário.
210 – Faoro dá uma “viajada” por oito séculos para criar uma teoria. “apesar da narrativa elegante e erudita, literalmente todos os pressupostos, tanto históricos quanto os sociológicos de Faoro são falsos”
210 – Os USA para se desenvolver constrói ferrovias e universidades, ajudando o capitalismo a deslanchar.
211 – Faoro não tem lastro mas ainda é quase unanimidade no setor. No Brasil todos os problemas de corrupção no Estado são vistos pela ótica do patrimonialismo, deixando invisíveis os da elite privada. (olham e pedem punição do político que recebeu gorjeta e ignoram o corruptor privado que mordeu a grande fatia da rapinagem).
213 – No Ocidente a economia deslancha quando ela se desvincula da religião. Esta condena a usura. Sem dar bola para isto, a economia usa o juro, etc. e segue o barco.
216 – Entre 1930 e 1980 o BR foi um dos países de maior crescimento do mundo. Os ricos em guerra e nós ganhamos mercado.
218 – Na verdade, a noção de patrimonialismo aplicada à realidade brasileira não vale 1 tostão furado.
Capítulo – Normalizando a Exceção: O conluio entre a grande mídia e a Lava Jato.
221 – O autor vendo William Waak na Globo News em 2017 e a pergunta: como se chegou a isso tudo? A turma que deveria responder, deu uma bagreada, ficou lisa como sabonete. Ele diz: (o autor) Se fosse a pergunta pra mim, eu diria do protagonismo da Globo em participar e da mídia em geral, a culpa.
Mas o Waak e a Globo só convidam para ir falar lá quem reza pela cartilha deles.
222 – Os da Lava Jato nada pesquisaram sobre o papel da mídia no golpe, pois eram parte do jogo.
Emilio Odebrecht diz que sempre a mídia soube como todas as empreiteiras viabilizavam recursos para seus projetos e nunca abriram o bico. Isso ocorre há trinta anos, segundo ele. Por que abrir o bico só agora?
Diz também que as empresas deram uma mão nas privatizações das telecomunicações, nas quebras de monopólio. Destaque nos anos 90. Nesse pacote, a Odebrecht chegou a se associar à Globo e mais algumas empresas num empreendimento em telecomunicações. O representante da Lava Jato que estava interrogando o Emilio Odebrecht, quando este disse que a mídia sabia de tudo e que empresas, inclusive a mídia se beneficiaram, quis mudar de assunto. (aquele de NãoVemAoCaso).
Emilio Odebrecht insiste:
“Mas é importante que haja compreensão disso...” (da corrupção das empresas e da mídia). Os procuradores da Lava Jato cortavam a fala e deixavam claro que só queriam ouvir do depoente acusações ao PT. Mas nesse depoimento o depoente mostrou a ligação da mídia com as empresas.
O próprio FHC Fernando Henrique Cardoso declarou que nessas privatizações no governo dele (anos 90) ... “o pessoal está até exagerando” (o pessoal a que se refere são empresas e mídia achacadoras).
224 – O autor disse “Ninguém gosta de ser tratado como tolo e ver seu parceiro de esquema se sair imaculado e sem culpa e ainda tirando onda de inocente” (como outras empreiteiras, Globo e outros fizeram).
224 – Um dos chavões cruéis da Lava Jato. “Isto não vem ao caso”.
(só interessava aos da Lava Jato informações que incriminava os políticos da esquerda que eles estavam buscando)
A Globo além de ré do crime, ... “cooptar o aparelho judiciário policial do Estado.... ajudando no Golpe”. E fez o que fez, a Globo, num governo que é uma democracia formal. Deveria ter a Globo perdido a concessão de um serviço público por tudo que fez de errado.
225 – E passa ao povo “explicações” para justificar tudo. À classe média, acusando o Estado de patrimonialista e corrupto (poupa a elite).
E a mídia ainda por cima culpa o pobre, a ralé de ser imatura e que vai na conversa de governo populista.
Há um pacto antipopular. O ambiente para isso é feito da falta de uma TV pública (não estatal) com controle social (Conselho de usuários) e por termos uma sociedade com pouca leitura e pouca reflexão.
226 – A elite agora não é só rapina por grilagem, etc. É pela colonização de consciências – para obter a mesma expropriação pela elite.
Substitui a violência física pela violência simbólica, mais sutil mas não menos cruel.
226 – A revista Veja é uma das que produz material mais focada no público da fração protofascista da classe média.
227 – Jornais e revistas são empresas privadas e TV é concessão pública. O que torna ainda mais grave o que a Globo faz por ser concessão.
227 – A Globo floresce na Ditadura Militar. “Amaral Neto, o Reporter” era o carro chefe do ufanismo do Estado de então. A empresa tem excelência técnica a serviço do mal.
A mídia foca no pensamento único a serviço das elites e sufoca o resto.
Habermas e a Modernidade. “A modernidade efetiva e real é a capacidade de produzir informação plural e juízo autônomo.
Nossa mídia é colonizada pelo dinheiro e com isso .... “perde com sua colonização pelo dinheiro: A capacidade de reflexão e aprendizado de todo um povo”
228 – Na redemocratização, cita Galvão Bueno e seu nacionalismo de fachada exagerando tudo. É tetra!!!! Etc...
Campanha Criança Esperança, reforça as ações da Globo como de “interesse público”. Até a Globo faz a “glorificação da periferia” desde que seja para não mudar nada na exploração. Mudar o termo de favela para comunidade só muda o rótulo.
O Golpe de 2016 com ajuda da mídia tirou a chance do pobre melhorar de vida.
229 – E a Globo tem o desplante de mostrar o fascismo de Trump e ceva o nosso daqui. Com propaganda e gente bonita, a Globo também dita o consumo.
(acabou dando mais um capítulo que seguramente será o final)
Esse pendente eu publico de hoje, domingo, para amanhã, segunda.
26-04-2020 orlando_lisboa@terra.com.br

RESUMO DO LIVRO - A ELITE DO ATRASO - AUTOR: PROF. DR JESSÉ SOUZA - PARTE FINAL

PARTE FINAL - RESUMO - LIVRO - A ELITE DO ATRASO
Autor: Professor Dr Jessé Souza - UFF Universidade Federal Fluminense. Estudos no BR, Alemanha e USA.
A rede Globo faz estrago na sociedade maior que todo o resto da mídia em conjunto.
Imprensa... “ajudou a ‘suicidar’ Vargas, apoiou o Golpe de 64, apoiou governos militares, perseguiu Brizzola no RJ e desmontou os CIEPs, escolas em período integral para elevar o padrão do ensino público. Apoiou Collor e ajudou o FHC a “vender” ao público as privatizações como sendo boas à Nação.
231 - A Lava Jato e a série de vazamentos seletivos e ilegais.
231 – Sergio Moro deixa claro que o apoio da mídia era fundamental para a Lava Jato que não usava só a lei. Juiz monocrático – promove e divulga escuta ilegal da presidente deveria ser preso de imediato. Faz isso e ajuda a eleger o Bolsonaro, soltando vazamentos em doses para minar o adversário nas fases da eleição.
232 – A Globo e o resto da mídia construíram a Lava Jato e o Golpe; elegeram o Bolsonaro e agora mostram “distância” do Frankstein que elas mesmas criaram. A sanha da Globo e das demais é contra o PT e os Movimentos Sociais que o apoiam.
Ver quanto batem no MST Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, por exemplo. E nos sindicatos de trabalhadores.
233 – A mídia criou a fraude da “soberania virtual” com os patos na rua achando que poderiam corrigir a soberania popular através do que se decidiu no voto.
234 – Há o “risco real” dessa overdose de sacanagem da mídia ser descoberta pelo povo.
234 – Ano 2017. O PSDB, o partido da elite financeira, está no centro dos escândalos. (mas entra para o NãoVemAoCaso)
235 – A Globo e a Lava Jato “são os agentes principais dessa verdadeira Regressão Civilizacional que sacode o País.
236 – O povo não nasceu imbecil. Foi imbecilizado inclusive pela mídia para o serviço da elite. Roubar do povo a chance de receber informação justa é mais que roubar dinheiro do povo.
“O que se frustra aqui são os sonhos, os aprendizados coletivos e as esperanças de centenas de milhões de pessoas”. A ação cega do MPF Ministério Público Federal e da PF Polícia Federal causou o Golpe com respaldo da mídia, causou a eleição do Bolsonaro, a recessão e o desemprego.
Destroçando todo um trabalho de inclusão social feito e também nossa inserção internacional. Tudo foi pro lixo. Os USA nos querem, nós e toda a América Latina, meros fornecedores de matérias primas, nada mais.
237 - O Pré Sal (descoberto na gestão da esquerda) pela Petrobrás era nossa carta na manga para nosso desenvolvimento. Melaram tudo com o Golpe.
237 – USA espionou comprovadamente, via CIA, os países incluindo a Alemanha e o Brasil e inclui a Petrobrás. Crime brutal. Dados espionados caíram nas mãos de agentes que formataram a Lava Jato. Agentes vários, treinados lá nos USA.
O que não muda é que em todas as tentativas de Golpe de Estado na América Latina os USA estão no meio.
Para “combater” o Cabral do RJ e os 3% que levou de propina, liquidaram o Rio de Janeiro. Pela Lava Jato reduziram o porte da Petrobrás e deixaram o estado falido. Há outras formas de punir dirigentes sem quebrar empresas e entidades. E sem fazer espalhafato.
238 –E as reformas de agora, com apoio da mídia são para tirar da ralé e transferir recursos à elite.
Nossa dívida pública de conteúdo secreto JAMAIS foi auditada...
53% do Orçamento da União é pago por assalariados que ganham até 3 salários mínimos. (estes são os que de fato pagam o pato)
239 – Arrebentamos a Odebrecht e a Petrobras. Os USA tem todos seus defeitos mas não fazem isso com suas empresas. Muito pelo contrário.
240 – O mais rentável da Globo é o futebol. O autor supõe que a Globo troca figurinhas com a CIA e assim a CIA conhece as entranhas da Globo. E se a CIA resolver se rebelar com a Globo, colocando seus podres da parceria Globo com a FIFA, FIA (automobilismo), CBF, etc..?
Essa do Golpe e da Lava Jato enganou tanto a direita como a esquerda no Brasil.
241 – Temer. Um marionete da elite do atraso. Um capataz da elite.
241 – Numa copa a Globo teria via manobras fiscais, sonegado 358 milhões de reais via empresa dela em paraísos fiscais no exterior.
242 – Bancos aqui racham de ganhar dinheiro. O Itau lucrou em 2015 23,35 bilhões de reais num ano.
243 – Cita a pesquisadora que busca adeptos para termos a Auditoria Cidadã da dívida da União, Maria Lucia Fatorelli, que tem experiência de atuação em vários países em auditoria de dívida pública. “A divida pública é a verdadeira corrupção”
243 – A dívida pública do BR decolou nos anos 90 com o FHC Fernando Henrique Cardoso e a auditora supões que incluíram no pacote das dívidas muitas já Prescritas e depois começaram a pagar a famosa taxa Selix (Taxa dos depósitos interbancários) que na época chegou a ser de até 45% ao ano, o que a tornou estratosférica.
O autor faz uma provocação para nos tirar da inércia: Todos fomos logrados. Ele conclama: “Os feitos de imbecis de todo País, Uni-vos!”
Recuperemos nossa inteligência que é a chave da raça humana.
“Afinal, tudo que foi feito por gente também pode ser refeito por gente”.
248 – Capítulo - Um país em transe: As razões tradicionais do fascismo.
Frase de Joseph Pulitzer:
“Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela própria”.
A Lava Jato recuperou 1 bilhão. O que rola por ano no Brasil que vai para as mãos dos rentistas que são credores da nossa Dívida Pública fica na casa dos 900 bi por ano. Aqui mora a miséria do povo.
Temer e a mudança na CLT Consolidação das Leis do Trabalho para pior ao trabalhador.
O autor relembra que a Sonegação anual no Brasil está na casa dos 500 bilhões de dólares.
249 - Depois de décadas, volta a aumentar a mortalidade infantil no Brasil. O candidato da elite do atraso em 2018 era o Geraldo Alkmin.
250 – Ele diz que o PT quando governou praticou uma Social-Democracia. Enfase em saúde e educação pública.
252 – Explicar o frascismo na classe média é menos difícil. O autor pergunta como explicar o fascismo nos setores da pobreza.
No exemplo italiano, o fascismo nasce de uma dissidência do movimento operário socialista. ... uma espécie brutalizada de reação dos dominados. ... “violento e irracional”.
254 – “Foi dito a esse povo que a corrupção política havia sido a causa do nosso empobrecimento”. A mídia martelou isso sempre na cabeça do povo.
254 – “A ascensão do líder com pregação abertamente fascista, Jair Bolsonaro, defensor da ditadura militar, do racismo, da tortura, do assassinato de opositores como arma política só pode ser compreendida neste contexto”.
257 – Ele disse que o grande erro da esquerda no poder foi deixar de esclarecer o povo sobre “a grande corrupção” da elite abocanhando o Orçamento da União e a Sonegação fiscal da elite.
258 – Cabral foi pego com propina de 280 milhões de reais.... tem que ser punido na forma da lei. E tem do outro lado os que corromperam o Cabral. Quanto roubaram?
258 - No auge da Petrobrás no tempo do PT ela chegou a fazer investimentos que chegaram a 50% de todos os investimentos públicos na economia brasileira. Era o motor da nossa economia. Após a Lava Jato, isso desapareceu, inclusive pela falta de investimento da Petrobras. Quebrou o Rio de Janeiro nessa onda.
259 – O autor entrevistou engenheiros demitidos da Petrobrás, após a Lava Jato e todos tem na cabeça que isso foi por causa da política e da corrupção. Ou seja, até eles não entenderam os motivos no macro ambiente que levaram a isso. CIA, vazamentos de documentos confidenciais, ação orquestrada da nossa justiça, Lava Jato e freou o País.
Ele disse que discorre mais sobre isso em seu livro A Classe Média no Espelho.
Disse que vários dos engenheiros que eram da Petrobrás hoje são motoristas da Uber.
Concluindo que a esquerda tem que primeiro entender de verdade a questão, explicar a verdade ao povo e aí se credenciará a pedir votos.
FIM. Terminei a leitura dia 11-04-2020
orlando_lisboa@terra.com.br todo feedback será vem vindo.
(até amanhâ, 27-04 segunda feira, devo ter postado no blog todas as etapas em sequencia)

quinta-feira, 2 de abril de 2020

RESUMO - LIVRO - A ERA DO INCONCEBÍVEL - Joshua Cooper Ramo (Ex Editor da Time) Parte 1/6


LIVRO : THE AGE OF THE UNTHINKABLE      Parte 1/6
         Autor:  Joshua Cooper Ramo –  (Ex Editor da Revista Time)
         Fichamento de leitura pelo Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida – Curitiba – PR    (isolamento pelo corona vírus – março de 2020)
         Fala deste leitor: 
Uma fala inicial sobre o livro cujo fichamento, devido a tantas informações de alta relevância, ficou um tanto longo e será editado no blog por capítulos para não cansar eventual leitor/a.   O livro foi escrito por um experiente jornalista americano que atuou como editor na Revista Time e outras e teve contato direto com pessoas do mais alto escalão da ciência e da política mundial e ele reúne no livro uma série de experiências em diferentes áreas e tem como fio condutor a chamada Segurança Nacional e a política externa que tem caráter global por se tratar de análise dos USA.   Ele primeiro coleta dados de pesquisas sobre fatos, vai montando uma linha de raciocínio, somando contatos com pessoas como o poderoso Henry Kissinger que foi Secretário de Estado dos USA em tempo de guerra.  Contatos com Gorbatchov da então URSS; com o secretário da defesa de Israel e outros mais.       Analisa os preceitos seguidos por essas lideranças e onde a busca de defesa não surtiram resultados positivos e muito comumente agravaram problemas entre países.   No conjunto da obra ele, o autor, apresenta depois de um diagnóstico muito sólido, proposições inovadoras para se viver de forma ativa e participativa no que chamou de A Era do Inconcebível.   Adianto que tem proposição que é válida para todos nós onde estivermos.  Vamos ao fichamento.
Página 16 – Alan Greenspan, Secretário do Tesouro americano se disse perplexo com o evento de 2008 com o estouro da bolha das hipotecas que acabou liquidando bancos, financeiras, mercado de ações nos USA e irradiou pelo mundo, já que tudo está interligado.    Os USA tinham passado por um tempo de desregulamentação parcial do setor achando que as coisas andariam meio pela mão invisível segundo sua ideologia. Deu no que deu e ele era a pessoa que cuidava do furacão se disse perplexo por ter sido pego de calça curta.  Imagina o resto do mundo.
Alan Greenspan disse:   “Passei quarenta anos ou mais vendo indícios bastante claros de que ela (a ideologia) funcionava excepcionalmente bem”.    Até que deu no que deu em 2008.
16 -  Por que a China com o povo ganhando média de 7 dolares por dia coloca os USA numa situação de dever quase 2 trilhões de dólares a ela em apenas uma década?
17 – Pergunta:   Por que os USA sabem dos problemas do aquecimento global e da disseminação de armas nucleares e nada faz?
O autor esteve com o chinês que em 2007 fechou seu banco prevendo o que ocorreria em 2008 e os americanos não perceberam nada.
Nessa época do crash o autor estava em Beirute no Líbano.
Fez um paralelo com o tsunami em que foi comprovado que os animais perceberam com tempo e fugiram para lugares mais altos.  Isto em 2004.  O instinto funcionou.   Ele disse que o ser humano vem perdendo essa percepção natural que é uma perda importante e negativa.    No caso morreram na região ao redor de 250.000 pessoas.
No Líbano, o autor passou uns tempos pesquisando e fez contatos com pessoas do grupo Hizbollah.   Cita que conversou por vezes com Fuad que era do grupo.    Na ocasião o líder era Hassan Nasrallah.      O governo americano pediu aos seus estudiosos para estudarem o Hizbollah para se enfrentar na Georgia.
O crash da bolsa de 2008 mostrou aos americanos que o inconcebível havia se tornado inevitável.
18 – Estamos entrando numa era revolucionária no mundo.  Sem precedentes.      ... cria uma nova ordem global.
19 – tenta dar dicas para nos salvarmos...   O mundo até então era mais previsível.  Não é mais.
O capitalismo não resolve os problemas.  É uma idéia das elites e das instituições internacionais.   “Essas idéias são reprovadas em ambos os testes da boa Ciência:  nem preveem nem explicam o nosso mundo.
20 – Deixamos nosso futuro nas mãos de líderes cuja principal característica é estarem desnorteadas diante do presente.  Exemplo:   Guerra contra o terrorismo criou mais terrorismo.
Trata-se de uma nova forma de pensar. É uma forma de pensar que parte da complexidade e da imprevisibilidade.    Estamos numa era revolucionaria.    As pessoas tem que pensar e agir como um revolucionário.    Os grandes estrategistas em setores os mais diversos que estão tendo sucesso tem em comum o hábito de fugir de modelos do passado, ou melhor, de modelos com a linguagem do passado.
27 -  De 1900 pra cá, as economias duplicam a cada 35 anos.  Isto é uma velocidade quatro vezes maior do que no século anterior a 1900.
33 -  Cita o filósofo chinês Mêncio.
33 – Dean Bast, estatístico de 43 anos de idade e A Idéia.
34 – Nikita Krushchev (foi presidente da URSS) fez profecia entre capitalismo e comunismo.   “Nós vamos entrerrar vocês”.
34 – II Guerra Mundial.  56 milhões de mortos.
34 – Estatística.   Entre 1789 e 1941não houve guerra entre dois governos eleitos democraticamente.    A Idéia do estatístico:  Democracia equivale a paz.  (com base em dados do passado)
36 – A Idéia virou Teoria da Paz Democrática
37 – George Bush (então presidente dos USA) e a turma da Teoria da Paz Democrática.  Ele comprou a idéia e entendia que os USA teriam segurança se o resto do mundo fosse democrático por iniciativa própria ou “obrigado” a isso.  (forçado pelos USA).   Tempos das relações exteriores dos USA nas mãos da Condoleezza Rice.  (me lembro dela).    Ela buscava essa prática para mudar o mundo.
38 – Falha da Teoria da Paz Democrática.  Em 1999 o governo eleito democraticamente na Servia e a Guerra.   Incluiu bombardeios americanos nessa guerra.
39 – As democracias são extremamente caóticas e bagunçadas na visão do autor.
39 – Cita os USA interferindo em democracias no Irã, Guatemala, Indonésia, Guiana e Brasil (duas vezes aqui).  Também no Chile e na Nicarágua em quarenta anos.
40 – Finel e Lord apontaram que apesar de características positivas das democracias, alguns fatores poderiam ser complicadores.    Exemplo de complicadores:  imprensa livre; transparência que dificultaria negociações secretas para contornar conflitos. 
40 – Ele ressalta a influência das idéias do alemão Morgenthau, professor nos USA sobre o tema da paz e não paz.   “o poder absoluto era a solução para qualquer problema”.    (ele viveu a Alemanha nazista na infância e viveu uma Guerra Mundial)    Ele criou um tratado, por assim dizer, chamado A Política entre as Nações:  A luta pelo poder e a paz”.  Esse balizador dele foi aplicado às relações internacional por aproximadamente 50 anos.    Propõe ser prático e não dar corda aos sonhos.  Seria contra ideologias como nazismo e comunismo  (e não desaprova o capitalismo).   Diz que os sonhos teriam levado a Hitler  e a Lenin.
43 – Cita uma negociação do Imperador Napoleão com um chefe de estado de um país inimigo.  Napoleão já fraco como potencia militar.  Napoleão joga o chapéu no chão esperando que o chefe anfitrião abaixasse para pegar e o outro ignorou.  Mostrou que Napoleão blefava e não tinha mais esse poder que ele tentava passar.    
44 – Morguenthau tinha claro... tanto no caso dos homens quanto das nações só um instinto importava: o impulso de dominar os outros.
O autor diz que mesmo ultrapassados conceitos de Morguenthau, há uma riqueza de conteúdo que o equipara a Maquiavel e em termos de estudo, não há como ignorar suas teorias.
46 – As forças que fazem a história:
Luta de classes
Revoluções
Violência urbana
Guerra civil
47 – Cita o Premier Chines Zhou En Lai.   Cita também o professor de Harvard Henry Kissinger.
48 – A Ciência levantou dados:  90% das ONGS no mundo foram criadas na década 2000 a 2010.  (prova a mudança brutal do mundo atual)
50 – “Quem crê na inevitabilidade do triunfo do capitalismo e da democracia deve ser desqualificado imediatamente para uma função de comando na política externa”.
51 – “Não é fácil aceitar que o mundo esteja sendo moldado por forças que não se compreendem e com as quais não se concorda”.
53 – Os modelos do tudo sob controle e tudo certinho não dá mais conta de suportar a extravagância.
53 – Haynek, que recebeu o Premio Nobel de Economia em 1974 no discurso chegou a pedir desculpa.  Na prática o máximo da economia não dava conta da dinâmica da economia e da sociedade.  Diz que a coisa é dinâmica como um jardim que precisamos sempre fazer ajustes e tudo o mais.   “Viver e pensar como jardineiros”.   Mudança sempre.
55 – Após o atentado do Onze de Setembro (2001) uma comissão de cientistas foi convocada para informar os riscos do terror.  Parecia um fla x flu da Ciência contra o fundamentalismo.   Parte das discussões tinha hora que parecia a jogar para o fundamentalismo  (mundo árabe)...  armas químicas e biológicas.
55 – Em 2006 era possível baixar na internet a receita completa da varíola.  Doença extremamente contagiosa.
57 – (Escrito em 2010).  Suposição de que em ataque, se soltasse um agente que causasse doença em massa e que abarrotasse hospitais e assim depois soltava algo mais complicado que fazia o sistema de proteção entrar em colapso.’