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segunda-feira, 27 de abril de 2020

RESUMO - LIVRO - A ELITE DO ATRASO - AUTOR: PROFESSOR DR JESSÉ SOUZA - CONTINUAÇÃO. ABRIL 2020



Autor: Professor Dr Jessé Souza (da UFF Universidade Federal Fluminense). Estudos no BR, Alemanha e USA   - 
CONTINUAÇÃO...
Volta às três perguntas que tenta definir:
Ø De onde viemos?
Ø Quem somos?
Ø Para onde vamos?
A narrativa bem sucedida responde certo ou de forma torta essas “verdades”. As principais religiões também se estabelecem respondendo o lado espiritual dessas perguntas. Nossa Esquerda no Brasil não tem essas respostas.
39 – Celso Furtado “arranha” as teorias conservadoras com sua teoria das trocas desiguais entre países industrializados e exportadores de matéria prima. Florestan Fernandes também explica parte mas não abrange o todo.
40 – O autor aqui pretende dotar a Esquerda de uma ferramenta para se livrar da amarra conservadora.
“Interesses que tenham a ver com a crítica da desigualdade e da injustiça social, e não com a sua reprodução”.
41 – A agressividade de... deve ser reprimida e controlada para que a criança possa ter sucesso na sua socialização (não morder o coleguinha, etc)
42 – Os teóricos do Brasil nos interpretam como continuidade do modo português. Ele discorda inclusive pelo fato de lá em Portugal não terem usado a escravidão. E o autor argumenta que é muito forte a herança da escravidão na nossa cultura e relações. Os teóricos até citam a escravidão mas não colocam um nexo com o comportamento do brasileiro em si.
42 – “A diferença entre nome e conceito é o que separa o senso comum e a ciência”. O autor realça o detalhamento de Freyre sobre o tempo dos escravos e da própria obra dele dá para fazer outra leitura crítica chegando a outras conclusões segundo o autor deste livro.
Capítulo - Freyre contra ele mesmo
43 – O autor, na década de 90 estudou 15 anos os grandes da Sociologia mundial. Ao se debruçar sobre a obra de Gilberto Freyre, notou muitas falhas conceituais. Argumentos sem respaldo científico.
Alerta o autor que o mais fiel ao Método Científico é o Florestan Fernandes.
44 – O livro mais importante do Brasil do século XX é Casa Grande e Senzala de Gilberto Freyre.
44 – Senhor de escravos aqui. Senhor da família, dos escravos, altar em casa e exército próprio em suas posses. O padre leigo era parte do combo do senhor das terras e dos escravos. O padre tinha dependência econômica e política do senhor das terras.
45 – Escravidão sexual no norte da África dos séculos VII a XIX. Escravisou-se nessa fase ao redor de 7.500.000 mulheres. Além da agregação de aproximadamente 1 milhão de eunucos para cuidar dos harens. No Brasil há reflexo disso no tempo da escravidão por práticas semelhantes.
Nas Américas se usou ao redor de 10 milhões de escravizados africanos. No Brasil a escravidão durou aproximadamente três séculos.
46 – Portugal cristão lutou contra os mouros e o Islã, mas a carga de séculos dos mouros dominando Portugal.... os senhores de escravo do Brasil replicaram aqui essa herança dos muçulmanos de escravidão sexual.
47 – Aqui se praticava a poligamia entre os senhores de escravos e era legal, amparados por lei, para colocar em testamento os direitos inclusive destes filhos “adotivos” de mães negras ou índias.
47 – “Os filhos nessa condição eram europeizados no caso de aceitação da fé, dos ritos e dos costumes do pai”.
50 - ...” caráter autárquico do domínio senhorial condicionado pela ausência de instituições acima do senhor territorial imediato”. Aqui e na Europa do passado, o senhor tudo podia sobre os fracos, desde o trabalho desmedido, o castigo, o sexo, etc.
53 – O pequeno Portugal... “solucionar o problema de como colonizar terras gigantescas: pela delegação de tarefas a particulares, antes estimulando do que coibindo o privatismo, o mandonismo e a ânsia de posse”.
54 – No tempo antigo na Europa, mais precisamente em Portugal era a Igreja que julgava as pessoas nos delitos. Aqui no Brasil, no tempo dos escravos, a capela era extensão da posse do dono das terras e dos escravos.
O senhor daqui era sádico com as negras e índias; era sádico com a femea branca dele e era sádico e judiava inclusive dos próprios filhos.
56 – Os patriarcas acabam até extrapolando ao espaço público seu poder privado. Contradiz o conceito de patrimonialismo aqui no Brasil.
No patrimonialismo de Sergio Buarque e Raymundo Faoro, é o Estado que é o vilão, deixando escondido o poder da elite do dinheiro.
Diferentemente, o senhor leva seu poder por si ou por agentes seus ao mando no Estado fazendo Mandonismo e Autoritarismo colocando de outro lado as massas no Abandono e Desprezo. (nada de pobre em aeroporto!...)
57 – Nos USA as tarefas de controle e guarda era executado por brancos e aqui no Brasil ocorreu o predomínio dos mestiços. Ascensão social dos mestiços aqui em troca de identificação com os valores e interesses do opressor.
Na modernização do Brasil ainda se nota a figura do Capataz da Elite. (fazem o jogo da elite até como joguete...)
Capítulo – Sobrados & Mucambos ou O Campo na Cidade
Ano 1808 duas grandes mudanças no Brasil. A chegada ao Brasil do Poder Centralizado e o mundo capitalista ou mercado capitalista.
61 – Passamos do patriarcalismo rural para o patriarcalismo urbano.
62 – 1808 com a família real e seu staff para cá veio 1/3 do Erário português.
63 – O velho patrimonialismo agora não pode tanto sobre todos. Antes a Casa Grande e Senzala era o senhorio absoluto no espaço rural. Já os Sobrados e Mucambos (inclusive nome de obra de Gilberto Freyre) é urbano o espaço do senhor e ele já tem menos poder, após a chegada da Corte.
64 – Há piora da condição de vida dos escravos. Os sobrados eram antihigiênicos, com negros e mestiços pobres perambulando nas ruas. Os sobrados viraram com o tempo algo como prisões defensivas do perigo das ruas. O rico dentro e a pobreza extrema nas ruas vagando.
65 – Os filhos dos poderosos iam estudar na Europa e depois eram atraídos para cargos públicos importantes como juízes, promotores, etc. e nestes postos, em termos, viravam adversários dos seus pais nos interesses do Estado.
65 – Dom Pedro II, imperador jovem se cercou de assessores também jovens. Joaquim Nabuco chamava isso de Neocracia.
65 - A importância do médico da família para a mulher do senhor dos escravos. Ele substituía a função do confessor. Tira um pouco da força do patriarca.
66 – Influência da terra natal do individualismo protestante, a Inglaterra. Aqui no Brasil, tentar ser chique, usando tecido grosso como na Inglaterra onde o clima é frio e beber cerveja e comer pão. Imitando os ingleses, os de alguma posse.
67 – A valorização do talento individual, introdução da máquina, esta substituindo força e desvaloriza a mão de obra escrava. Enfraquece também os senhores de escravos. Mais um golpe no patriarcado daqui.
Se a máquina enfraquece as duas pontas, o senhor e o escravo, abre possibilidade para o médio, o mestiço, ter seu ofício na cidade. Nasce a burguesia.
68 – Cria-se um corredor para a mobilidade social que antes não tinha no Brasil. Em seguida, a imigração europeia, principalmente italiana. Povo branco, católico, mais chance de adaptação. Essa gente cresce economicamente e ganha poder. Portugueses como comerciantes e caixeiros viajantes. Enriquecimento. Também os mestiços que são os bacharéis com cultura e que sobem na vida.
Formam a classe média os bacharéis e os artesãos/artífices.
70 – A proletarização e os parias. O autor deu o nome provocativo de “ralé brasileira” mais para chamar atenção para esse povo desprezado.
Sobre a ralé. “composta por negros e mestiços de todas as cores”. Antes era raça condenada, agora é “classe condenada”. (independente da cor da pele).
70 – Ter ralé para “provocar o prazer da superioridade e do mando”.
Ralé no sentido de criar uma classe sem futuro que pode, portanto, ser explorada a preço vil.
70 – Ano de 2013. A classe média sempre soube da corrupção na política e nunca se indignou. Saiu às ruas porque... “Foi o ódio devotado ao único partido que diminuiu as distâncias sociais entre as classes no Brasil moderno”.
O discurso da corrupção é só fachada. “O covarde ódio de classe que é o verdadeiro DNA da sociedade brasileira”. Nada de sociedade inclusiva nestes 150 anos de Brasil.
73 - Gilberto Freyre vê a cordialidade e o sorriso fácil no mulato, mestiço, que tem habilidades e sucesso, inclusive podendo servir ao Estado e nas lides competindo com os brancos, se mostra cordial e sorriso fácil para se equilibrar no meio.
73 – No século XIX a proporção de mulatos subiu de 10% para 41% da população total no Brasil. Houve uma freada na miscigenação com o ingresso de imigrantes europeus a partir do fim do século XIX. Aí começa o esforço de embranquecer o povo até porque o branco era mais útil ao sistema moderno.
75 – A ânsia de modernização até na bandeira: ordem e progresso.
.................... continua .........

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