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quinta-feira, 31 de março de 2022

CAP. 03/3 - fichamento do livro - A MESA VOADORA - Crônicas de viagem, restaurantes e humor - Autor: LUIS FERNANDO VERÍSSIMO

capítulo final 3/3

 

         Chineses – tempos do presidente Chu Em-lai.  Não sabe se ele era um bom garfo, aliás, lá eles usam comer com pauzinhos no lugar do garfo.   E parece estranho dizer se ele seria ou não um “bom palito”.

         Comilança entre italianos.   “A cozinha italiana é um pretexto para reunir a família e falar com a boca cheia”.

         Em Paris – num restaurante, pediu ostras.    O garçon ficou bravo com a falta de detalhes no pedido.  Havia no cardápio descritos dezessete tipos de ostras...  diferentes tamanhos, origens e seguia uma lista.

         Já em Buenos Aires – A cerveja mais popular é a Quilmes Imperial.

         No Rio de Janeiro, diz que os melhores restaurantes (e não tão caros) estão no centro e não na badalada zona sul.   Destacou a bacalhoada do Restaurante Tupan   (anos 80...).   Bacalhau na brasa ao alho e óleo.

         Elogio à paella feita por Dona Maria, a cozinheira da família dele.   Prato feito para a família e convidados.   Ela fez no rumo que achou melhor e ficou excelente.   Era a primeira paella que ela fazia.

         “Fez tudo de ouvido e acertou em cheio – um feito mais ou menos equivalente a você e eu aterrissarmos um Boeing 727 com perfeição seguindo instruções da torre”.

         Na virada do milênio e o autor viajando de trem pelos subúrbios de NY.  Trens velhos e falhas até no ar condicionado.  Eventuais atrasos.

         No leste, região de NY, escassez de água.   Autoridades prevendo que vai piorar e sugerem às indústrias locais que mudem para outras regiões com mais água.    Apesar de tudo, NY lotada.  Não sendo a capital do país, é a capital da moda, das comunicações e das finanças dos USA.

         Para incrementar o turismo, há tempos, lançaram a campanha com a frase:  I love NY.    O autor disse que a frase vale mais para os turistas que visitam a cidade que tem virtudes e problemas.   Que o povo residente em NY poderia dizer:  “Eu amo NY – apesar de tudo”.

         O autor e a cozinha.   “A única parte  de qualquer receita de comida que me interessa é a última, aquela que  acompanha depois do “leve à mesa”.   Eu só entro na cozinha para abrir a geladeira.

                   Fim da leitura dia 28-03-2022 

quarta-feira, 30 de março de 2022

cap. 02/03 - fichamento do livro - A MESA VOADORA - Autor: LUIS FERNANDO VERÍSSIMO (Crônicas de Viagens, Restaurantes e algo mais)

  capítulo 2/3

         

 

         O autor faz um paralelo com o ditador num país africano,  Idi Amin.  O ditador fez pilhagem da nação e provocou genocídio.   Isto causou indignação no mundo.  Ironicamente, a coroa britânica e outros impérios fizeram o mesmo com os africanos e poucos ficaram indignados.   No livro, resumiu na frase:

         “Lamentável não é o Idi Amin e os seus desmandos, lamentável é o imperialismo”.

         Olhos da cara, os preços nos restaurantes de Nova Iorque.

          “Come-se bem em NY.  Num daqueles restaurantes com nome francês ali nas ruas 55 ou 56, você põe os dois olhos no pires e o maitre ainda fica esperando você botar uma orelha de gorjeta”.

         Falou com elogio aos breakfast dos americanos.    Aquele desjejum matinal com bacon, panquecas e muito mais.    Se tomado lá pelas dez da manhã, dá para tocar o dia todo sem mais reforço, ficando alimentado pelo dia todo.

         Cidade do México (fica em altitude de 2.200 m acima do nível do mar).     Ele destaca o lado positivo do povo mexicano que conseguiu sobreviver com seus povos originários à colonização e concilia a cidadania inclusiva, abrangendo os povos originários como cidadãos.

         O autor diz que os séculos de colonização fizeram que os que mandam nos países das Américas são descendentes dos colonizadores com exceção do México.  E destaca a diferença: 

         “A diferença é que no México, eles mandam em tudo, menos na memória e na imaginação do país.   Estas são dominadas pelo índio”.

         Sobre o grande Museu Antropológico da Cidade do México.

         “Ele recupera a grandeza das civilizações interrompidas pela pilhagem europeia e devolve ao índio mexicano, se não sua terra e suas riquezas, pelo menos um pouco do seu orgulho”.

         Se referindo à Disneylandia.   “Finalmente, uma confissão.   Fomos, sim, à Disney.  Pior.  Gostamos da Disney.  Para quem, como você e eu, nasceu e cresceu na Era Americana, visitar a Disney é como tocar a pedra da cidade sagrada de Meca”.

         Num restaurante badalado na Cidade do México.   Salta do taxi e vai entrar em paletó.   É barrado pelo maitre que pergunta:   -  No tiene um saco?  (paletó).   Não, não tinha.   Ia dando meia volta pra retomar o taxi e o maitre o deteve.   Temos aqui um armário de sacos para os clientes.    Resolvida a questão.

         Num restaurante badalado em Acapulco, cidade praiana mexicana.  Foi por indicação de um amigo.

         “A carne vem para sua mesa em pratos de madeira, acompanhada de saladas do tamanho de certas ilhas do Pacífico.   Você só para de rir na hora de ver a conta”.

         Continua no capítulo final 3/3

terça-feira, 29 de março de 2022

CAP. 01/03 - fichamento do livro - A MESA VOADORA - Autor: Luis Fernando Veríssimo - viagens, gastronomia e cenas de humor. Ano 1982

 FICHAMENTO LIVRO – A  MESA VOADORA – L.F.VERÍSSIMO

         29-03-2022  - capítulo 1 de 3   

 

         Ver que se trata de um livro publicado em 1982 no RJ.   Portanto, estamos há quatro décadas daqueles acontecimentos.     O livro trata de viagens e foco em restaurantes e alguns detalhes mais do perfil dos povos sempre com o humor característico do Luis Fernando Veríssimo.

         Leitura feita em março de 2022, livro de 140 páginas.

         Frase:   “Para todas as metrópoles da história, a conquista e o ocaso dos seus impérios resultou numa crise de autoconhecimento.  Menos na Inglaterra. A Inglaterra simplesmente voltou pra casa, sem aprender nada.”           “Os ingleses inventaram o futebol mas só foram campeões do mundo, uma vez, há quem diga que na marra”.

         O autor fala dos extremos da elite inglesa e também da ralé.   E entre esses extremos, reconhece algo a destacar:    “Pode-se argumentar que entre os dois extremos está a verdadeira sociedade inglesa, uma das mais civilizadas do mundo em termos de assistência social e simples convívio humano, apesar da arcaica estrutura de classes”.

         “Os ingleses exportaram Keynes, o teórico do capitalismo responsável e importaram Milton Friedman, apóstolo do capitalismo selvagem”.

         No centro histórico de Roma.    “Você não vira uma esquina sem dar de cara com uma igreja antiga, uma pracinha cheia de crianças, uma ruela florida, um resto de monumento ou um Fiat tentando te atropelar”.

         “Piazza Navonna, certamente a mais bonita de Roma, logo, do mundo”.

         Na Europa, destaca os museus da Itália e fora dela, o do Prado em Madrid.

         Imigrantes das antigas colônias.   “Os frutos indesejados da aventura imperial fazem o trabalho sujo nas antigas metrópoles.   Os que sobem na vida chegam a gigolôs ou magnatas do cuscuz.   Vivem em  cidades à parte, odiados e odiando de volta”.

         “Uma ameaça para o emprego do trabalhador branco e um estorvo, uma mancha na paisagem, para a classe média”.

         Continua no capítulo 2/3

sábado, 19 de março de 2022

CAP. 06/06 - fichamento - livro - A INVENÇÃO DE UMA BELA VELHICE - Autora - Antropóloga MIRIAN GOLDENBERG - ANO 2021

capítulo final 06/06                      março de 2022

 

         Quando a pesquisadora pede às mulheres que deem um exemplo de uma mulher que envelheceu bem, “a atriz Fernanda Montenegro foi a pessoa mais citada”.

         Quando perguntado para citarem as mulheres que envelheceram mal, as respostas vieram com fatores que as entrevistadas acharam como causas para as que envelheceram mal.  Em resumo:   “Elas não aceitam a idade que tem.   Citaram três exemplos:  Suzana Vieira, Elza Soares e Vera Fischer.

         Das mulheres a sociedade cobra  “que sejam femininas, isto é, sorridentes, simpáticas, discretas, contidas, apagadas”.

         Para a velha se cobra ser discreta e elegante.

         “Homens e mulheres afirmaram que para envelhecer bem é necessário olhar a vida com bom humor e aprender a transformar tragédias em comédias.”    

         Disseram que é fundamental aprender a rir de si mesmos.

         Dar Risadas

         Nas entrevistas com idosos, ela captou que os homens idosos “enfatizam mais a importância do humor para o bom envelhecimento”.

         Elas tocam mais na importância dos cuidados com a aparência e a saúde.

         Pesquisa dela com 500 idosos sobre rir.    – Você ri muito ou pouco?

         84% dos homens disseram rir muito.   68% das mulheres disseram rir muito.   “Além disso, mais de metade das mulheres (60%) confessou que gostaria de rir mais, enquanto 60% dos homens disseram que estão satisfeitos com suas risadas”.

         Elas responderam que não riem muito porque  ..  “rir demais pode ser mal visto pela sociedade”.   “No entanto muitas invejam a liberdade que os homens tem de brincar sem se preocupar com a opinião alheia.”

         A risada parece ser um privilégio masculino e um desejo feminino.

         A pesquisa revelou:    As mulheres mais idosas riem mais que as mais novas.   Entre as dicas delas:   “fugir de pessoas pesadas”.

         “As mulheres falaram de risada como um importante elemento para uma vida mais livre, feliz e prazerosa.”

         Dicas deles para rir:  Beber e ter amigos.

         Uma professora universitária:   “O mundo acadêmico é um mundo de gente que não sabe rir”.

         Uma médica -  “rir é saudável.  Fica menos doente.   “Pessoas sorridentes estão sempre cercadas de amigos”.

         A médica completou:  “Rir é a melhor prevenção contra a depressão e as doenças da velhice”.

         “Sabe de uma coisa que eu descobri tarde demais?   A gente passa a vida inteira tentando agradar o outro:  os filhos, o marido, os amigos”.

         Uma comissária de bordo de 50 anos:   “botox não deixa rir.  É uma estupidez”.

         A autora:   quando passou a rir mais:   “Minha vida como um todo ficou mais gostosa”.    “Aprendi a dizer não e a valorizar a saúde e a amizade”.

         Depoimento das mais velhas:    “A própria risada é libertadora”.

         Construir a (própria) “bela velhice”.

         A autora diz que ela parece extrovertida, mas é tímida.    “Desde criança, escrever é meu projeto de vida.   Acredito que escrever é a melhor rima para sobreviver”.

         “Eu não conseguiria viver sem escrever.    ....   É o que dá significado à minha vida.

         A autora acrescenta.   “Não tive mais crises em função da idade e espero nunca mais ter.   Não fiz plástica, aplicação de botox, não uso maquiagem, não busco parecer mais jovem do que sou”.

 

         Fim.      14-03-2022 

CAP. 05/06 - fichamento - livro - A INVENÇÃO DE UMA BELA VELHICE - Autora - Antropóloga MIRIAN GOLDENBERG - (sub título - Projetos de Vida e a Busca da Felicidade)

 capítulo 05/06

 

         Página 101 -   Dizer Não

         Entre as observações das mulheres em pesquisa -  “Não conviver com pessoas negativas, agressivas e invejosas”.

         “Não pedir nada para quem vai viajar”.   “Não ter medo de dizer não”.

         A autora diz:    “O não é a palavra que representa a recusa em assumir os papéis impostos pela sociedade”.

         Um resumo da autora:   “o discurso dos homens é pautado pela busca do significado com uma atividade que lhes dê tesão”.

         “O discurso das mulheres é focado na liberdade de ´ser eu mesma`”.

         Respeitar a vontade.

         Respostas dos homens aos artigos dela em jornal.   “Eles se arrependeram de não terem dedicado mais tempo à família quando mais jovens”.

         “Elas se arrependem de não terem dedicado mais tempo para si quando mais jovens”.

         “No discurso deles, a ideia de reciprocidade está associada à família...   “já no discurso delas, a ideia de reciprocidade está muito mais presente nas relações de amizade do que de parentesco”.

         A autora constatou:   “Elas disseram invejar, acima de tudo, a liberdade masculina”.

         Ao perguntar a eles, o que invejavam nas mulheres, quase toda resposta era “nada”.

         Daí a autora conclui o raciocínio -  “O que quero destacar é que a questão da libertação na velhice é exclusivamente feminina”.

         Página 113 -    Ela pesquisando quem envelhece melhor.   “em todas as faixas etárias, ambos os sexos concordaram que os homens envelhecem melhor do que as mulheres.  Disseram que os homens ficam interessantes quando mais velhos, que os cabelos brancos tornam os homens ainda mais charmosos, que os homens maduros são atraentes”.

         Página 117 – Vencer o medo.   Pesquisa.    Elas tem mais medo de envelhecer.   Os e as até 59 anos de idade tem medo de envelhecer.   Elas em 38% das pesquisadas.   Eles, em 25%.   Quando a idade é acima de 60 anos, quanto ao medo de envelhecer, elas são 19% que tem medo e eles são 10%.

         Os medos das mulheres e dos homens são os mesmos:  doenças, limitações físicas, dependência, dar trabalho aos outros, perder a memória, solidão, abandono, desrespeito, falta de dinheiro e morte.

         Num dos grupos pesquisados deu um resultado desfavorável aos homens.    Deu que eles:

         Ficam mais dependentes de outras pessoas na velhice; tem mais problemas de saúde; morrem mais cedo; bebem mais; comem mal; são sedentários; tem menos amigos; ficam deprimidos após a aposentadoria; não sabem aproveitar o tempo livre; não gostam de sair, viajar, dançar.

         Depoimento de uma esposa:   “Não é por sorte ou por acaso que vivemos muito mais do que os homens.   Eles só procuram os médicos quando estão doentes”.   

         Elas reclamam deles – bebem muito, comem mal e não se exercitam.

         Página 125 – Aceitar a Idade

         Para a atriz Jane Fonda, 75 anos, “a velhice deveria ser planejada com antecedência emocional, física e financeira”.   Ela declarou que fez duas plásticas na vida.   “Não quero ser hipócrita, já fiz plástica, não há nada de errado nisso.   O que é errado é fazer demais, tentar parecer ter trinta quando tem cinquenta anos, apagar as rugas.      Hoje sou bonita de outra maneira”.

         Já a atriz Liv Ullmann aos 73 anos.   “Eu estou nessa fase de quer que a pintura não é o rosto, é o interior.   Mas ainda me sinto mais bonita do que as mulheres de botox.”   Disse que as de botox nem conseguem rir.

          

 

 

 

capítulo final 06/06                      março de 2022

sexta-feira, 18 de março de 2022

CAP. 04/06 - fichamento - livro - A INVENÇÃO DE UMA BELA VELHICE - Envolve projeto de vida - Autora: Antropóloga Dra. MIRIAN GOLDENBERG - 2021

 capítulo 04/06

 

         Página 81 -  O empresário que ficou rico mas não estava feliz.   Resolveu partir para trabalho como voluntário e se sente feliz com esse projeto de vida que lhe agradou.

         Outra se sente feliz se integrando nos trabalhos, nas atividades da igreja da qual participa.

         “No Brasil, o ideal de família como fonte de segurança e de felicidade permanece forte”.

         Nossa sociedade cobra da mulher que opta por não ter filhos.   “Como vai enfrentar uma velhice solitária?   Por que não adota filhos?”

         Por outro lado, tem ocorrido muitos casos dos filhos não cuidarem dos seus pais na velhice.  Nem sempre eles são um “seguro” contra o desamparo dos velhos.

         Sobre as idosas ouvidas na pesquisa da autora:    “Elas disseram que se sentem cuidadas, apoiadas e amadas pelas amigas”.       ...”amigas são a verdadeira riqueza que acumularam durante toda a vida”.

         “São as amigas que estão presentes nas horas de tristeza e de alegria.”

         Médica de 66 anos que tem filhas mas já não há muita sintonia entre elas.   A empatia vem das amigas de longa data.    “Se não fosse por elas, eu estaria completamente só”.

         A autora diz:  “É obvio que algumas mulheres disseram ter o apoio dos filhos e dos maridos, mas as amigas aparecem muito mais em seus discursos, especialmente quando falaram de doenças e de outras dificuldades físicas ou emocionais”.

         A professora de setenta anos, solteira.   Parentes não se importavam com ela e só procuravam pra descolar grana.   Ela foi deletando todos e se vale das amizades.    “Graças a Deus, tenho amigas de verdade, que tem amor e interesse por mim”.

         As que conquistaram boas amizades inclusive em trabalhos voluntários.

         A autora destacou de uma música do Milton Nascimento.  “Amigo é coisa pra se guardar...”.   Bem isso.

         Página 93 – Viver o Presente

         Elas.   Antes era o tempo da obrigação.   Hoje, é o tempo da vontade.

         “Agora, estão mais interessadas em ser o que realmente são e tem certeza que é uma luta perdida tentar agradar a todo mundo”.    “Passaram a usar o tempo naquilo que lhes dá prazer, como as amizades.   Gostam de ficar com os netos, com os filhos e com o marido, mas por escolha, não por obrigação”.

....   “Só na maturidade descobriram a possibilidade de ´ser ela mesma`”

Nesse sentido, envelhecer tem um ganho muito expressivo.

         Já no caso dos homens idosos.   “Não há rupturas ou revoluções em suas vidas.   Eles não disseram que é o melhor momento da vida deles porque finalmente podem ser livres.   Eles sempre foram muito mais livres do que as mulheres”.

 

 

 

                   Continua no capítulo 05/06

quinta-feira, 17 de março de 2022

CAP. 03/06 - fichamento - livro - A INVENÇÃO DE UMA BELA VELHICE - Autora - Antropóloga e pesquisadora - MIRIAN GOLDENBERG - 2021

 capítulo 03/06

         Para Simone Beauvoir -   “Os trabalhadores intelectuais seriam menos afetados do que os outros pelo declínio fisiológico.   Os criadores teriam, em sua relação com a sociedade, uma singular autonomia”.

         Página 60 – Conquistar a Liberdade

         A autora fala do que seria até um paradoxo das pessoas de certa idade.  Conquistam um poder objetivo (sucesso, dinheiro, prestígio, boa forma física) e de outro lado a “miséria subjetiva” que aparece nos seus discursos – decadência do corpo, gordura, flacidez, medo, solidão...

         A pesquisadora nota nas entrevistadas o medo do envelhecimento do corpo dentro daquele olhar “subjetivo” citado acima.    Elas cobrando a si próprias.

         “As mulheres constroem os seus discursos  matizando as faltas que sentem e não as suas conquistas”.

         Há um abismo entre o lado poderosas e o lado insegurança.

         Entre as entrevistadas já mais velhas, a pesquisadora já nota maior equilíbrio entre o lado poderosa e menos inseguranças.   Elas já se sentem melhores com a condição atual delas.

         “As mulheres mais velhas, em sua maioria, afirmaram que deixaram se de preocupar com a opinião dos outros e passaram a priorizar os seus próprios desejos”.

         Frases recorrentes das mais idosas.    “Hoje eu sou mais livre”.   “Hoje eu posso ser eu mesma pela primeira vez na minha vida”.   “É o melhor momento na minha vida”.

         Fala da autora:      “... a felicidade pode estar nas coisas simples como dar risadas com as amigas, brincar com os netos, caminhar na praia, ler um bom livro, ir ao cinema ou teatro”.

         Elas, nesta fase de mais liberdade, já criados os filhos.    “... não se sacrificam tanto para provar o próprio valor.   Elas estão mais comprometidas com a própria felicidade e menos preocupadas em atender as expectativas e às demandas dos outros”.

         A autora diz:   “É uma verdadeira libertação”.

         Página 69 – O envelhecimento comumente torna elas invisíveis.

         “Ao se tornarem invisíveis para o homem, não precisariam investir tanto na aparência, na sexualidade, na sedução.   Já que não estão mais competindo por homens no mercado, poderiam se concentrar em outros investimentos e cuidados.    “Ser elas mesmas”.

         Almejar a Felicidade

         Ela cita o renomado Sociólogo Zygmunt Bauman (li dele Modernidade Líquida).  Ele destaca para o universo dos idosos dois fatores muito relevantes: segurança e liberdade.   Indispensáveis para uma vida feliz.

         Depoimento de uma professora de 75 anos, aposentada.  Foco na saúde.    “Com saúde, um pouco de dinheiro e bons amigos dá para viver muito bem nas diferentes fases da vida”.

         Já no depoimento de uma arquiteta que vive solteira.  (o lado segurança)

         “Percebi que tudo na vida é frágil demais.  Cansei de tomar sozinha todas as decisões e não ter alguém que me proteja.   Tudo que rejeitei durante toda a minha vida passou a ser o meu maior desejo:   um casamento sólido, seguro, um marido que cuide de mim, filhos que me amem.  Só que agora é tarde demais”.

         Zygmunt Bauman lembra que é muito difícil equilibrar segurança e liberdade.   Ele inclusive cita o filósofo Sócrates.   “Ele não acreditava em uma maneira única de ser feliz”.    Assim sendo, também não há um modelo de Bela Velhice.

         A autora:  “Muitos gostam e querem continuar fazendo coisas que sempre fizeram”.  (e se assim são felizes, tudo bem)

 

 

         Continua no capítulo 04/06

quarta-feira, 16 de março de 2022

CAP. 02/06 - livro - A INVENÇÃO DE UMA BELA VELHICE - Projetos de Vida e a Busca da Felicidade - Autora: Antropóloga - MIRIAN GOLDENBERG - 2021

capítulo 02/06

         E mail de uma jornalista.    “... ser tolerante, humildade, praticar exercícios... “

           Aqui a autora do livro – “Sobretudo ler, ler muito, mas preferencialmente algo que leve à reflexão e à mudança positiva do comportamento.   O mais fundamental – buscar um significado elevado para a vida.”

         Idosos pesquisados...   “Eles gostaram, particularmente, da ideia de ter um projeto de vida na velhice”.    “Querem envelhecer do jeito que escolheram livremente e não de acordo com as convenções sociais”.

         ...”fazer suas escolhas mais livremente e priorizar a própria vontade.”

         ...”escolhas livres, não mais imposições sociais ou familiares”.

         A autora: “Aprendi com eles (idosos) que a velhice é (ou pode ser) bela”.    “Não existe um modelo”.

         Pesquisa dela desde 2005 na UFRJ Universidade Federal do RJ. Nome da pesquisa:   Corpo, Envelhecimento e Felicidade.

         Pesquisa com idosos de ambos os sexos, contemplando 1.700  pessoas.   Cita a poderosa Leila Diniz.   Ela deu entrevista ao Jornal O Pasquim em 1969.   Morreu em acidente aéreo em 1972 aos 27 anos.

         A autora cita o Manifesto das Coroas Poderosas.      “...sem vergonha das imperfeições e sem procurar a aprovação dos outros”.   Frase que encerra o Manifesto:   “Fodam-se as rugas, as celulites e os quilos a mais”.

         Página 40 – Negar a velhice não é o caminho para conviver com a velhice.

         Inventar a Bela Velhice.     A mãe da autora é polonesa e o pai, romeno.  Os pais dela criaram quatro filhos e a mãe dela só pode estudar até o ginásio.   Com esforço da mãe e do pai, ele conseguiu estudar Direito.

         A mãe dela tinha paixão pelo estudo e pelos livros.

         Nosso projeto de vida guarda alguma relação com nosso passado, nossa história de vida.

         “Só assumindo consciente e plenamente, em todas as fases da vida, que nós também somos ou seremos velhos, poderemos ajudar a derrubar os medos, os estereótipos e os preconceitos sobre a velhice”.

         Ela cita vários fundamentos defendidos por Simone de Beauvoir.

         Página 49 -   Encontrar o Projeto de Vida

         Cita Beauvoir e seu livro chamado O Segundo Sexo.   “com O Segundo Sexo aprendi a importância da luta pela liberdade e pela independência econômica feminina, valores que nortearam minha trajetória pessoal desde então.  (ela tinha menos de vinte anos de idade quando leu livro da Simone Beauvoir.

         Já o livro O Velhice, da Beauvoir é bem pessimista em relação aos idosos.   A autora francesa coloca a situação dos idosos, já no tempo dela, na situação de “ignorados, estigmatizados, abandonados”.

         A autora deste livro não ignora a problemática dos idosos no ambiente social, mas busca dar pistas para as pessoas contornarem os obstáculos e conseguirem envelhecer com Dignidade, Liberdade e Felicidade.

         Ela busca caminhos para o idoso conseguir chegar a essa fase de “maneira mais digna, mais plena e mais feliz”.

         O livro A Velhice, da Beauvoir tem 711 páginas.     Ela já sinalizava a importância de se ter um projeto de vida.

         Página 53 -  “Desde muito cedo, somos livres para escolher e construir nosso próprio projeto de vida”.

         Buscar o Significado.       “O significado da vida é único e próprio de cada indivíduo”.

         Ela cita o pesquisador e psiquiatra Viktor Frankl, austríaco que enfrentou campos de concentração na Europa dos anos 40.    “...alertava que a felicidade e  o sucesso só aconteceriam como efeitos colaterais (e naturais) de uma dedicação a uma causa maior do que o próprio indivíduo:  “Não procurem o sucesso.  Quanto mais o procurarem e o transformarem em alvo, mais vocês vão errar.   O sucesso vai persegui-los precisamente porque vocês se esqueceram de pensar nele”.

 

 

                   Continua no capítulo 03/06 

terça-feira, 15 de março de 2022

CAP.01/06 - fichamento - livro - A INVENÇÃO DE UMA BELA VELHICE - autora - Antropóloga MIRIAN GOLDENBERG - edição 2021

 No aniversário da minha esposa em setembro do ano de 2021, ela ganhou de uma das filhas este livro lançado no ano passado e devidamente autografado pela autora.

         O conteúdo me chamou a atenção e resolvi também ler e destaco que é rico em conteúdo num compacto volume de 156 páginas.

         Vamos ao fichamento              (março de 2022)

         A geração que passou a juventude nos anos 60/70 rompeu com uma série de preconceitos relacionados ao corpo, sexo, família, amor, trabalho etc.

         Agora na fase da velhice, está criando os “sem idade”, não se aposentou de si mesma.  Trabalha, canta, dança, viaja etc.

         Uma verdadeira revolução comportamental e simbólica.

         Desde março de 2015 a autora vem fazendo pesquisa só com pessoas nonagenárias.    “Com eles aprendi que a velhice é bela quando não tentamos congelar nossos corpos, comportamentos e ideias e quando aprendemos a saborear intensamente essa fase da vida, que pode ser o melhor momento de toda a nossa existência.”

         A importância de valorizar o tempo do idoso.   ...”priorizando o que é realmente importante e verdadeiro em suas vidas”.

         As mulheres sentem mais o pânico de envelhecer...

         Velhice – “É o momento em que muitas mulheres se sentem mais livres e felizes pois podem ser elas mesmas”.

         Os medos dos homens -   “... medo do momento da aposentadoria, da impotência e da dependência física”.

         Mais velhos, eles passaram a valorizar o mundo dos afetos:  a casa, a esposa, os filhos, os netos.

         Anseiam ter o cuidado, a compreensão e o carinho dos familiares.

         Além dos projetos que os façam se sentir mais úteis, ativos e produtivos.

         “A velhice tanto pode ser vista como uma fase de medos, perdas e doenças, quanto como um momento de beleza, liberdade e felicidade”.

         Ela constatou três diferentes tipos ideais...    “Denominei os diferentes discursos sobre a velhice de – Velhofobia, Velhoeuforia e Velhoalforria.   (alforria é ganhar a liberdade, digamos)

         “... a bela velhice não é um caminho apenas para celebridades ricas e poderosas.”

         Cita que há casos de pessoas idosas...  “que perderam o medo de envelhecer após lerem o livro”.    A autora dá palestras e recebe elogios calorosos das leitoras dos seus artigos.

         Uma leitora diz:   “O seu livro mudou minha vida”.

         “Se cada um de nós começar, dentro de casa, a escutar com atenção as histórias de seus pais e avós, reconhecer a sua importância e valor, enxergar a beleza de todas as fases da vida, cuidar com carinho e demonstrar admiração e gratidão por tudo o que as pessoas de mais idade representam, não vou mais precisar falar e escrever tanto sobre velhice, não é verdade?”

         ...bela velhice.   “Encontrar  um projeto de vida”.  Buscar o significado da existência.   Conquistar a liberdade, almejar a felicidade, cultivar a amizade, viver intensamente o presente, aprender a dizer não, respeitar a própria vontade, vencer os medos, aceitar a idade e dar muitas risadas”.

         Simone de Beauvoir escreveu o livro A Velhice.   Ela no passado já apontava  algo de relevante para se ter uma boa velhice:   Ter um projeto de vida.   

         A autora do livro que estamos citando, destaca como exemplos de viver bem a velhice, pessoas como Gil, Caetano, Rita Lee e outros.

         Estes não aposentaram de si mesmos, recusando as regras que os obrigariam a se comportar como velhos.

 

 

                   Segue no capítulo 02/06

domingo, 13 de março de 2022

CAP. 09/09 - fichamento - livro - HISTÓRIA DA AMÉRICA LATINA - autor historiador francês PIERRE CHAUNU - edição 1971

capítulo final 9/9 

         A guerra foi consequência da expansão dos americanos para o Oeste avançando pelos territórios mexicanos.

         Após a Guerra da Secessão (1861-1865) nos USA já após conquistado o Oeste, há grande industrialização do país e este consegue excedentes de capital e precisa expandir mercados.   Disputa entre USA e Espanha por Cuba e explode em Havana um navio encouraçado dos USA e este declara guerra à Espanha.   Esta perde a guerra e com ela, pelo Tratado de Paris (1898), há a independência de Cuba e a Espanha tem que ceder Porto Rico e Filipinas aos USA.    (Filipinas, estratégica na Ásia e colônia da Espanha há mais de três séculos...)

         As modalidades de expansão ianque.

         Uma companhia francesa estava executando as obras de abertura à navegação do Canal do Panamá.   Era a empresa de Lesseps.    Em 1903 os USA compraram o direito de completar o canal e deter a posse do mesmo.  Virou uma rota importante de navegação entre o Atlântico e Pacífico na região.   O território onde se localiza o canal pertencia à Colômbia.  Esta teve que “ceder” uma faixa de 10 milhas de cada lado do canal aos americanos.

         As relações dos USA com os países latinos só foi mais cordial nos tempos de Franklin Delano Roosevelt (1933).   Já na eclosão da Primeira Guerra Mundial (1914), os USA sentiram a necessidade de “unir” em torno de si a América Latina como forma de defesa do seu próprio território.

         A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) fez a Inglaterra perder mercado na América Latina e os USA ganharam mercado nesta região.   Na Segunda Guerra Mundial (1939-1945) era tempo em que a Argentina usava muito carvão inglês.   Com o advento da guerra, ficou prejudicado esse fornecimento.   A Argentina passa a usar milho e trigo como fontes de combustível.     Nesse tempo da Segunda Guerra, a América Latina fica carente de fornecimento de produtos têxteis e maquinários.   Os USA passam a suprir esse mercado e mesmo após finda a guerra, se firmou como fornecedor forte para a A. Latina em detrimento da Europa.

         Durante as guerras o Brasil teve incentivo para expandir as seringueiras para produção de borracha inclusive para artefatos de guerra.

         Conclusão:     Apesar da América Latina apear do domínio europeu e ficar sob o domínio dos USA por assim dizer, na época das guerras, teve chance de iniciar um processo de industrialização, mesmo tendo que contar com apoio de algum capital dos USA.

         O autor destaca no Brasil a icônica Siderúrgica de Volta Redonda instalada no RJ (eixo Rio – SP) num entroncamento estratégico de ferrovias do RJ com MG que era e é fornecedora de minério de ferro em abundância.   Esta grande siderúrgica foi projetada por engenheiros da Mac Kee Corporation dos USA.

         Nos anos 1970 o autor diz que as reservas de minério de ferro de MG só perderiam para as reservas da Rússia e acrescentou que as de MG são de melhor qualidade.

         Destaca o lado da expansão demográfica na América Latina.

         Em 145 anos, até 1960, a A. Latina saiu de 20 milhões de habitantes para 215 milhões.   É o dobro da taxa de crescimento da humanidade no mesmo período.   Ele alega que essa expansão tem ônus mas também traz oportunidades e que administrada com competência tem chance de ser favorável à América Latina.

                                               Fim.              Fevereiro de 2022. 

CAP. 08/09 - fichamento - livro - HISTÓRIA DA AMÉRICA LATINA - autor historiador francês - PIERRE CHAUNU - edição 1971

 capítulo 08/09

         Uma economia complementar da Europa

         Antes da ONU havia a Liga das Nações.   Dados desta:   No exercício fiscal 1929/1930 – exportação de produtos em bruto por:

         Bolívia -   98,8%

         Brasil -  98,0 %

         Argentina – 90%.

         América Latina – campo de exploração do capitalismo da Europa.

         Em 1913, em termos de toneladas de cargas de navios da América do Sul para a Europa e para os USA.

         Para a Europa – seguiam 22,5 milhões de toneladas por ano.

         Para os USA – 4,4 milhões de toneladas por ano.

         No advento da segunda guerra mundial esse perfil mudou.   A América do Sul passa a exportar mais para os USA e menos para a Europa desgastada pela guerra.    Aí é um ponto em que os USA crescem como potencia.

         “América Latina, campo de exploração do capitalismo da Europa”.   Nesta época, 1913, a Inglaterra era uma potência imperial e também uma potência financeira.  (com respaldo de uma forte frota naval)

         A Inglaterra investiu pelo mundo em infraestrutura como o caso de estradas de ferro para agilizar o escoamento de matérias primas e para ela distribuir produtos manufaturados com agregação de valor.    Nessa época (1913)  a Inglaterra tinha investido na Argentina em estrada de ferro e frigoríficos ao ponto do autor dizer que ela se tornou na prática “uma colônia financeira da Inglaterra”.

         “Entre 1907 e 1914, por ocasião da saída em massa do capital britânico para fora de suas fronteiras, quase 250 milhões de libras esterlinas foram para a Argentina e para o Brasil.   O acumulado de investimentos ingleses na Argentina até 1913 era de 320 milhões de libras esterlinas.   Montante aproximado ao aplicado nas colônias inglesas – Índia e Ceilão para a mesma época.   Nestas duas, no período os ingleses investiram 379 milhões de libras esterlinas.

         Na época a França tinha menos acúmulo de capital disponível e optava por aplica-los na Europa.

         “Com 30 bilhões de francos-ouro investidos, as grandes potências da Europa Ocidental tinham conseguido deitar a mão à economia do continente americano.    Estes investimentos não deixaram de fazer perigar a independência das jovens repúblicas das Américas.”

         Em 1862 Napoleão III tentou um plano de comandar o México para reduzir a ascensão americana no continente.   Foi rechaçado pelos mexicanos e pelos USA.

         Em 1902 a Alemanha, Inglaterra e Itália queriam, mediante um bloqueio combinado à Venezuela, impor suas reivindicações, motivadas pela má gestão financeira do governo venezuelano.     Foram dissuadidos pelos USA e seus interesses no caso.  

         Capítulo III  -   “O Terceiro Ladrão – o Tio Sam”.   (primeiro – Portugal/Espanha, segundo, Inglaterra e terceiro, USA)

         “As condições no ponto de partida”.

         USA de colonização inglesa e protestante, diferente da A. Latina de colonização espanhola e portuguesa, católicas.     Os USA por muito tempo ignoraram os latino-americanos.    “...existe todo um complexo de superioridade, ignorância e de desprezo” dos USA pelos latinos.

         Mais adiante o autor cita...    A chamada Doutrina Monroe, de 1823  “que afirmava em termos inequívocos a solidariedade interamericana”.

         Por volta do ano 1800 a frota de veleiros dos USA era a segunda maior do mundo.   Ajudou-os a tomar frente em reforçar as trocas comerciais com a A. Latina.

         A Inglaterra tinha capital para aplicar nos territórios dos seus parceiros e isso os USA não tinham porque os dispêndios foram grandes para eles estruturarem seu vasto território   (a marcha para o Oeste).

         A Inglaterra deu mais um salto com os barcos a vapor e casco metálico.   Maiores, mais seguros e mais rápidos.

         As intervenções Armadas

         Os USA compram a Loisiana de Napoleão I e depois a Flórida, da Espanha, tempo em que esta estava à beira da falência.

         Guerra USA x México.

         México perde a guerra e com isso perde a metade do seu território ficando com ao redor de 2 milhões de km2.  (1848).   Assinam o tratado de Guadalupe Hidalgo.    A guerra foi consequência da expansão dos americanos para o Oeste avançando pelos territórios mexicanos.

         Continua no capítulo final 9/9