capítulo 03/06
Para
Simone Beauvoir - “Os trabalhadores
intelectuais seriam menos afetados do que os outros pelo declínio
fisiológico. Os criadores teriam, em
sua relação com a sociedade, uma singular autonomia”.
Página
60 – Conquistar a Liberdade
A autora
fala do que seria até um paradoxo das pessoas de certa idade. Conquistam um poder objetivo (sucesso,
dinheiro, prestígio, boa forma física) e de outro lado a “miséria subjetiva”
que aparece nos seus discursos – decadência do corpo, gordura, flacidez, medo,
solidão...
A pesquisadora
nota nas entrevistadas o medo do envelhecimento do corpo dentro daquele olhar
“subjetivo” citado acima. Elas
cobrando a si próprias.
“As
mulheres constroem os seus discursos
matizando as faltas que sentem e não as suas conquistas”.
Há um
abismo entre o lado poderosas e o lado insegurança.
Entre as
entrevistadas já mais velhas, a pesquisadora já nota maior equilíbrio entre o
lado poderosa e menos inseguranças.
Elas já se sentem melhores com a condição atual delas.
“As
mulheres mais velhas, em sua maioria, afirmaram que deixaram se de preocupar
com a opinião dos outros e passaram a priorizar os seus próprios desejos”.
Frases
recorrentes das mais idosas. “Hoje eu
sou mais livre”. “Hoje eu posso ser eu
mesma pela primeira vez na minha vida”.
“É o melhor momento na minha vida”.
Fala da
autora: “... a felicidade pode estar
nas coisas simples como dar risadas com as amigas, brincar com os netos,
caminhar na praia, ler um bom livro, ir ao cinema ou teatro”.
Elas,
nesta fase de mais liberdade, já criados os filhos. “... não se sacrificam tanto para provar o
próprio valor. Elas estão mais
comprometidas com a própria felicidade e menos preocupadas em atender as
expectativas e às demandas dos outros”.
A autora
diz: “É uma verdadeira libertação”.
Página
69 – O envelhecimento comumente torna elas invisíveis.
“Ao se
tornarem invisíveis para o homem, não precisariam investir tanto na aparência,
na sexualidade, na sedução. Já que não
estão mais competindo por homens no mercado, poderiam se concentrar em outros
investimentos e cuidados. “Ser elas
mesmas”.
Almejar
a Felicidade
Ela cita
o renomado Sociólogo Zygmunt Bauman (li dele Modernidade Líquida). Ele destaca para o universo dos idosos dois
fatores muito relevantes: segurança e liberdade. Indispensáveis para uma vida feliz.
Depoimento
de uma professora de 75 anos, aposentada.
Foco na saúde. “Com saúde, um
pouco de dinheiro e bons amigos dá para viver muito bem nas diferentes fases da
vida”.
Já no
depoimento de uma arquiteta que vive solteira.
(o lado segurança)
“Percebi
que tudo na vida é frágil demais. Cansei
de tomar sozinha todas as decisões e não ter alguém que me proteja. Tudo que rejeitei durante toda a minha vida
passou a ser o meu maior desejo: um
casamento sólido, seguro, um marido que cuide de mim, filhos que me amem. Só que agora é tarde demais”.
Zygmunt
Bauman lembra que é muito difícil equilibrar segurança e liberdade. Ele inclusive cita o filósofo Sócrates. “Ele não acreditava em uma maneira única de
ser feliz”. Assim sendo, também não há
um modelo de Bela Velhice.
A
autora: “Muitos gostam e querem
continuar fazendo coisas que sempre fizeram”.
(e se assim são felizes, tudo bem)
Continua
no capítulo 04/06
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