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quinta-feira, 17 de março de 2022

CAP. 03/06 - fichamento - livro - A INVENÇÃO DE UMA BELA VELHICE - Autora - Antropóloga e pesquisadora - MIRIAN GOLDENBERG - 2021

 capítulo 03/06

         Para Simone Beauvoir -   “Os trabalhadores intelectuais seriam menos afetados do que os outros pelo declínio fisiológico.   Os criadores teriam, em sua relação com a sociedade, uma singular autonomia”.

         Página 60 – Conquistar a Liberdade

         A autora fala do que seria até um paradoxo das pessoas de certa idade.  Conquistam um poder objetivo (sucesso, dinheiro, prestígio, boa forma física) e de outro lado a “miséria subjetiva” que aparece nos seus discursos – decadência do corpo, gordura, flacidez, medo, solidão...

         A pesquisadora nota nas entrevistadas o medo do envelhecimento do corpo dentro daquele olhar “subjetivo” citado acima.    Elas cobrando a si próprias.

         “As mulheres constroem os seus discursos  matizando as faltas que sentem e não as suas conquistas”.

         Há um abismo entre o lado poderosas e o lado insegurança.

         Entre as entrevistadas já mais velhas, a pesquisadora já nota maior equilíbrio entre o lado poderosa e menos inseguranças.   Elas já se sentem melhores com a condição atual delas.

         “As mulheres mais velhas, em sua maioria, afirmaram que deixaram se de preocupar com a opinião dos outros e passaram a priorizar os seus próprios desejos”.

         Frases recorrentes das mais idosas.    “Hoje eu sou mais livre”.   “Hoje eu posso ser eu mesma pela primeira vez na minha vida”.   “É o melhor momento na minha vida”.

         Fala da autora:      “... a felicidade pode estar nas coisas simples como dar risadas com as amigas, brincar com os netos, caminhar na praia, ler um bom livro, ir ao cinema ou teatro”.

         Elas, nesta fase de mais liberdade, já criados os filhos.    “... não se sacrificam tanto para provar o próprio valor.   Elas estão mais comprometidas com a própria felicidade e menos preocupadas em atender as expectativas e às demandas dos outros”.

         A autora diz:   “É uma verdadeira libertação”.

         Página 69 – O envelhecimento comumente torna elas invisíveis.

         “Ao se tornarem invisíveis para o homem, não precisariam investir tanto na aparência, na sexualidade, na sedução.   Já que não estão mais competindo por homens no mercado, poderiam se concentrar em outros investimentos e cuidados.    “Ser elas mesmas”.

         Almejar a Felicidade

         Ela cita o renomado Sociólogo Zygmunt Bauman (li dele Modernidade Líquida).  Ele destaca para o universo dos idosos dois fatores muito relevantes: segurança e liberdade.   Indispensáveis para uma vida feliz.

         Depoimento de uma professora de 75 anos, aposentada.  Foco na saúde.    “Com saúde, um pouco de dinheiro e bons amigos dá para viver muito bem nas diferentes fases da vida”.

         Já no depoimento de uma arquiteta que vive solteira.  (o lado segurança)

         “Percebi que tudo na vida é frágil demais.  Cansei de tomar sozinha todas as decisões e não ter alguém que me proteja.   Tudo que rejeitei durante toda a minha vida passou a ser o meu maior desejo:   um casamento sólido, seguro, um marido que cuide de mim, filhos que me amem.  Só que agora é tarde demais”.

         Zygmunt Bauman lembra que é muito difícil equilibrar segurança e liberdade.   Ele inclusive cita o filósofo Sócrates.   “Ele não acreditava em uma maneira única de ser feliz”.    Assim sendo, também não há um modelo de Bela Velhice.

         A autora:  “Muitos gostam e querem continuar fazendo coisas que sempre fizeram”.  (e se assim são felizes, tudo bem)

 

 

         Continua no capítulo 04/06

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