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domingo, 21 de junho de 2020

RESUMO - LIVRO - O PODER AMERICANO E OS NOVOS MANDARINS - NOAM CHOMSKY - CAP. 1/13 - JUNHO-2020


FICHAMENTO DO LIVRO O PODER AMERICANO E OS NOVOS MANDARINS
AUTOR:  NOAM CHOMSKY -    (cidadão americano)
 Editora Record – Rio de Janeiro – 2006  -  460 páginas
 Fichamento pelo leitor Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida  -  maio de 2020  (época da pandemia do covid 19)
 Sou um leitor assíduo e assino jornal na busca de tentar clarear um pouco o que ocorre no mundo atual.   Elaborar dados e formular e reformular conceitos pessoais com algum fundamento.   Tenho acompanhado artigos e entrevistas do autor Chomsky que é um Filólogo mas além de outras habilidades acadêmicas ele é respeitado mundialmente pelas suas idéias e conceitos na área da Ciência Política.
 O livro em pauta, comprado em sebo, escolhido a dedo, aborda em linhas gerais décadas de estudos e documentos de umas quatro décadas da política americana, sempre com base em dados comprováveis e literaturas citadas.   Nada de eu acho.
 Ele esteve bem recentemente no Brasil e está com idade acima dos 90 e lucidez dos 30.   Mais de 70 obras publicadas.   Décadas de atuação como professor no renomado MIT  Massachusetts Institute of Technology.
 Os Novos Mandarins que fazem parte do título da obra são os intelectuais influentes na política americana, inclusive de defesa e guerra.
 Na apresentação do prefácio desta obra consta que em 2002 ele foi chamado como testemunha num processo na Turquia contra o editor dele pelo posicionamento do autor.    Chegando lá, foi dispensado pela justiça porque os holofotes da imprensa internacional, pela visibilidade que ele tem, estavam todos lá sobre o caso.   Avaliaram que era melhor não ouvi-lo para não dar vez e voz num momento tão concorrido.
 Nesse caso da Turquia, a treta surgiu por ele denunciar a forma com que o país andava tratando os curdos, povos que compõem a maior nação sem pátria do mundo, com aproximadamente 36 milhões de pessoas, espalhados principalmente por uns três países da região, incluindo a Turquia.
 O livro em pauta foi escrito originalmente em 1969 durante a Guerra do Vietnã e o autor é um severo crítico da guerra em si e da ação americana naquela guerra.
 Ele é um humanista e defende de forma intransigente as pautas igualitárias.    Tem empenho em dissecar a crueldade imperial americana.  No contexto, ele critica os que ele chama de Novos Mandarins Americanos, os intelectuais americanos  que por ação ou omissão apoiam a crueldade imperial.
 Consta no editorial em na década de 60 o autor já era considerado um “Einstein” da linguística  (Filólogo) e se ficasse nesse foco já seria brilhante.   Mas ele foi mais longe.
 Com a palavra o autor do prefácio – Howard Zinn, acadêmico e amigo de Chomsky.
 Página 11 – Em um ensaio escreveu sobre a Guerra do Vietnã (em plena guerra)   “Os intelectuais tem a responsabilidade de dizer a verdade e denunciar mentiras”.      ... com o objetivo de criar um mundo melhor.
 Em 1966, 200 mil militares americanos estavam a caminho do Vietnã.    ... arsenal de bombas que destruíam aldeias e arrasaram a terra.  Inclusive bombas de fragmentação, lançadas por aviões.
 12 – Charles Mohr escreveu no jornal NY Times.   “poucos americanos tem noção do que o país está fazendo com seu poderio aéreo no Vietnã do Sul.    (parte aliada aos USA).
 O povo americano nessa época do artigo já estava dividido sobre a guerra e os intelectuais também.   
 O ensaio de Chomsky mexeu com o povo americano, inclusive com os intelectuais que estavam calados. 
 Circulavam fotos de crianças correndo pela rua desesperadas, com o corpo incendiado por bombas de napalm lançadas pelas aeronaves americanas.    (uma mistura de combustível com óleo de uma palmeira da região que torna a chama muito mais aderente e danosa).
 Recrutas americanos jovens iam para lá matar ou morrer sem entender a razão.
 O autor, ainda na Europa no passado, aos 13 anos viu repressão a greves em fábrica de tecidos com uso de violência.  Depois viu a Guerra na Espanha com foco em Barcelona.   Despertou interesse quando estava na faculdade, por estudo do Anarquismo.   Ele estudou inclusive em Harvard. (1957).       ... convicção política e crença...     “natureza humana fundamental baseada no instinto de liberdade”.
 13 – Move a luta dele pela Paz e Justiça Social.
 Em 1964 ele, nascido em 1928, já protestava nos USA contra a guerra no Vietnã, período em que a guerra se acirrou.    Nos USA houve muitas manifestações populares contra a Guerra.   Ele participava.   Houve inclusive atos de desobediência civil dos manifestantes pela causa da paz.  Ele participou e chegou ser preso.
 No final de abril de 1975 os USA retiraram as tropas do Vietnã mas a guerra civil lá continuou e a América continuava mandando armas para a guerra.
 Cita também posteriormente, Ronald Reagan, presidente dos USA, determinando ações militares contra os revolucionários de esquerda Sandinista na Nicarágua.     Novos protestos nos USA e o autor sempre participando e foi novamente detido.
 Protestou contra o envio de armas pelos USA à Indonésia que fazia guerra ao Timor Leste.   Nesta guerra, depois de mais de 200 mil mortos, por pressão popular nos USA inclusive, os americanos deixaram de enviar armas e houve o fim do conflito e isto culminou com a Independência do Timor Leste.
 17 -  Fala do Autor – Introdução
 Governo liberal dos USA que entrou na guerra do Vietnã.   Entrou com apoio de políticos, muitos intelectuais e acadêmicos.    (juridicamente o Vietnã não chegou a separar o Norte do Sul)    A guerra civil tinha no norte os comunistas e tinham apoio da URSS e o Sul tinha apoio dos americanos.
 “O rumo da história pode ser determinado em grau muito significativo por aquilo que o povo dos USA tiver aprendido dessa catástrofe que ele ajudou fortemente a acontecer”.   (a ação deste na Guerra do Vietnã onde saiu derrotado).
 “Três vezes na mesma geração os USA com sua tecnologia arrasa um indefeso país asiático – Japão, Coréia e Vietnã”
 19 -
.................. continua nas postagens seguintes  (boa leitura)

RESUMO - LIVRO - O PODER AMERICANO E OS NOVOS MANDARINS - NOAM CHOMSKY - PARTE 2/13 - JUNHO 2020



RESUMO – LIVRO – O PODER AMERICANO E OS NOVOS MANDARINS -   AUTOR:  NOAM CHOMSKY
         Parte 2/13     -      junho – 2020
         Autor do fichamento – leitor Orlando Lisboa de Almeida
         Página 19 -  Governo americano liberal impondo ao mundo... a “justiça e humanidade” e o povo americano “com a mente e a consciência embotadas por um excesso de bens... “
         Jovens estudantes se organizando e protestando contra a Guerra do Vietnã em curso.   “Uma coisa é certa:  não devemos nunca nos esquecer esses crimes”.     Nos USA os jovens com o poder de decidir sobre a guerra apoiada pelos liberais do poder.     ...”resultado de mudanças nas faculdades, de uma formação que dava ênfase aos estudos clássicos para outra que privilegia os valores políticos e econômicos”.
         Neste trecho a seguir o autor se refere ao trabalho científico de meio século atrás, anos 1920 aproximadamente, obra de Randolph Bourne que atribui aos  intelectuais liberais radicais de 1917... a falta de sensibilidade para com as vitimas das guerras.     E já nessa época Bourne já captava entre a juventude americana setores que ficavam inconformadas com a guerra e isto veio se tornar mais forte na década de 60 quando os jovens com força tomaram as ruas para protestar, desta vez contra a Guerra do Vietnã pela forte presença americana na mesma.    O pesquisador lá nos anos 20 já destacava:   “A insatisfação (dos jovens) pode ser o início de uma promessa”.
         Chomsky diz:  “Devemos aprender...   evitar a arrogância e a divisão que tem constituído a maldição da esquerda e nos unirmos para resistir a essa repressão...”    (aos atos contra a Guerra).
         24 – Fotos de agência de notícias sobre o Vietnã.  Crianças de aldeia sem teto por causa da guerra.
         25 – “Creio ser esta a primeira vez na história que um país exibe tão aberta e publicamente seus próprios crimes de guerra”.    “Ou será que mostra apenas que nos tornamos imunes ao sofrimento”.
         “A política americana é uma política de acomodação que consegue descartar quaisquer considerações de ordem moral.”
         25 – Quando Martin Luther King foi assassinado, Kenneth Clark declarou que “temos que chorar por este País”.
         27 – Narra a carta de uma americana do SIV no Vietnã.  SIV Serviço Internacional de Voluntariado.  Ela narra o que vê.    “Estão os americanos arrebanhando o povo em ilhas de proteção e varrendo o resto do mapa para não sobrar nem povo nem coisas”.  Depois, reconstruir...
         Essa carta foi publicada no Boston Globe de maio de 1968.
         “Os americanos amontoaram os aldeões (mulheres e crianças) em acampamentos de refugiados para deixar o país como zona livre para bombardeios e vem sociólogos de Harvard falar em conferência que aquilo era “reurbanização”.      O americano dirigente da SIV ficou tão indignado com as atrocidades que presenciou no Vietnã que, após nove anos no cargo, pediu demissão.
         30 – Rio Vermelho no Vietnã tem grandes várzeas com diques para controle da água e irrigação de arroz.   No Norte do Vietnã em conflito, 17 milhões de vietnamitas.     Os USA com aviões bombardeava os diques para acabar com as lavouras e assim também inundava as aldeias, matava pessoas e destruia colheitas.
         O autor destaca que...   “cabe lembrar que o Alto Comissário alemão Seyss-Inquart foi condenado à morte pelo Tribunal de Nuremberg por ter aberto diques na Holanda no momento da invasão aliada.   (quando o adversário já estava batido).
         No caso dos americanos, nada de punição por crime de guerra...
         31 – Museu de Ciência e Indústria de Chicago em tempo de guerra do Vietnã.   Fazia um simulado onde crianças visitantes, num helicóptero de guerra sobrevoavam o Vietnã e explodiam cabanas, pontes, depósitos de munições, diques.    Ao explodir cabanas (teoricamente matando gente dentro), acendia uma luzinha.  As crianças se divertiam junto com seus pais...       Os pacifistas protestaram forte na exposição.
         O autor pergunta:   O que pensar de um país deste?
         Ele diz que os USA precisam de uma desnazificação.  Lamenta que países de fora não tem força para cobrar dos USA outro tipo de postura e que as ações contra isso tenham que ficar no âmbito interno.
         Diz que a maioria dos americanos que são contra a guerra do Vietnã não foi por piedade ou escrúpulo.  Foi primeiro, por pagar um elevado custo da guerra; segundo, porque viram que a resistência do Vietcong (os do Vietnã do Norte) era maior e que não se vislumbrava uma vitória dos USA no caso (como de fato, os USA perderam aquela guerra).
         O autor cita trecho da manifestação de Einstein pela paz e depois a celebre frase atribuída a ele quando perguntado como seria a terceira guerra mundial.   O cientista teria respondido que sobre a terceira, não sabia, mas a 4ª seria a pedradas e cacetadas.  
         41 – Objetividade e Pensamento Liberal  - capitulo
         42 – O poder da indústria militar é tanto que nem o Meio Acadêmico consegue colocar freio.   Pelo contrário, até a Academia ajuda nisso.  Fica difícil a situação da Ciência Social.   Cientistas Sociais  “que deveriam atuar como críticos responsáveis e independentes pelas políticas governamentais, ao contrário, estão aderindo ao militarismo”.
         ...” a universidade deixa de assumir suas responsabilidades para com seus alunos, como trai a confiança pública nela depositada.”

continua na postagem seguinte.....


RESUMO - LIVRO - O PODER AMERICANO E OS NOVOS MANDARINS - NOAM CHOMSKY - PARTE 3/13 - JUNHO 2020

RESUMO – LIVRO – O PODER AMERICANO E OS NOVOS MANDARINS -   AUTOR:  NOAM CHOMSKY
         Parte 3/13     -      junho – 2020
         Autor do fichamento – leitor Orlando Lisboa de Almeida

          Página 43 – Ao abordar tecnologia as universidades estão falando “naturalmente” da indústria bélica.  Impressionante.  E isso é recorrente entre vários autores.   (constatação deste leitor)
         44 – Para frear um pouco essa belicosidade...  “a psicologia, a sociologia, a análise de sistemas e as ciências políticas que proporcionam o conhecimento através do qual os defensores do poder são humanizados e civilizados”
         47 – Cita Gunnar Myrdal   “a ideia generalizada é que a América é um país imensamente rico e afluente...   a afluência americana é pesadamente hipotecada.   A América carrega o peso de uma tremenda dívida para com seus pobres”
         50 – O autor, confrontando com as ideias de Brzezinski (Zbigniew Kazimierz Brzezinski foi um cientista político, geopolítico e estadista americano, de origem polonesa. Brzezinski serviu como Conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos durante a presidência de Jimmy Carter, entre 1977 e 1981), faz ressalvas ao poder “de tomada de decisões por indivíduos com capacitações científicas e intelectuais específicas”.  (faltando respaldo de conhecimento de ciências humanas).
         50 – 50 – cita episódios de países interferindo em conflitos dos outros países.  Apoio russo a guerrilhas da FAN na Grécia; Inglaterra interferindo no Irã.      O autor disse que nesse episódio do Irã (rico em petróleo), de um lado tinha interesse dos russos comunistas e de outro lado os ingleses e americanos capitalistas no conflito.       O autor coloca esse caso como o marco de início da Guerra Fria.    Em 1948 a URSS invade a Tchecoslovaquia.
         O autor discorda de Bell que acha que todo problema vem dos comunistas.  Chama Bell de otimista.    Diz que Bell acha que a participação americana na guerra é reativa “e que uma vez controlada a beligerância comunista, a nova intelligentsia técnica poderá voltar a sua atuação para a construção de uma sociedade mais digna”.     (fala dos anos 60 e sabemos que nos anos 80 foi extinto o regime comunista  na URSS e assim ficou mais forte a hegemonia americana no mundo e o que se nota é que por ações e omissões dos USA, o mundo não ficou nada mais digno).
         51 – Cita o intelectual Adam Ulam que defende dentro da ideologia liberal...    “a firme crença na generosidade fundamental da política ocidental em relação ao Terceiro Mundo”.
         51 – Cita Hans Mortenthau que vê generosidade dos USA em gastar 100 bilhões de dólares (ano 1967) e ainda a Guerra do Vietnã não tinha acabado.      “estamos atualmente envolvidos numa onerosa e arriscada guerra para a construção de uma nação no Vietnã do Sul.   Somente os inimigos dos USA questionarão a generosidade de tais esforços...”   Chomsky no caso é curto e grosso:    “potências inclinadas a estender sua hegemonia”.    (nada de generosidade)
         52 – Um grupo de cientistas “moderados” dizem que está acertada a política dos USA para a Ásia e que a ala que critica isso está errada.
         52 – O autor diz que observa que a China, depois de intervir na guerra das Coréias, tem concentrado seus esforços em seus assuntos internos.
         53 – O grupo dos moderados da Academia considera muito preocupante na China o que chamam de “fanatismo isolacionista” e que isto seria grave ameaça à paz.     (curiosamente quem tem feito guerras tem sido os americanos).    O grupo moderado apoiava a Guerra do Vietnã mesmo sabendo da crueldade que os americanos aplicavam na referida guerra.     “Além disso, os intelectuais moderados anunciam o seu apoio à nossa ´posição básica´ no Vietnã”.
         54 – Moderados falam em triunfo dos USA nos massacres havidos na Indonésia.  Centenas de milhares de vidas perdidas. 
           “... o extermínio de vietnamitas por nós promovido...”
         “A mudança social que se desvia do rumo por nos maquinado não será tolerada”
         55 – Ver o que preconiza Ithiel Pool para países como Congo, Vietnã e República Dominicana.    ...”soerguidos pelo processo de modernização.  Pelo menos temporariamente, a manutenção da ordem exige o rebaixamento das aspirações e níveis de atividade política récem-conquistados”.     (interferir e manter o povo sob controle...)
         Os exemplos todos visam mostrar que os intelectuais americanos sempre conseguem ter um discurso que referenda ações de força em países soberanos de forma ilegal e contra os acordos internacionais.
         56 – Por três décadas os moderados da academia apoiam...    “a transcendental importância da ordem e da não violência...   ouvindo, por outro lado o oprimido.....   generalizada e implacável exploração das massas”.
         “A intelectualidade americana moderada não parece capaz de entender verdades simples como estas”.
         57 – Forçam a barra em tudo para afastar o comunismo.   
         Cita uma monografia sobre a Guerra do Vietnã, de autoria de William Nighswonger. 
         “Existe o constante pressuposto de que a insurgência deve ser derrotada – em nome dos direitos humanos”.
         “Não obstante as notáveis conquistas em matéria de desenvolvimento econômico e social na Russia e na China (comunistas), o camponês sul-vietnamita merece coisa melhor, e é o que cabe a nós proporcionar-lhe – como temos feito na América Latina e nas Filipinas – ainda que para isso seja necessário abandonar legalismos fáceis do passado e intervir com força militar”.       
         “Uma importante dificuldade por nós enfrentada são os resultados sociais e econômicos progressistas alcançados pelos esforços dos Vietcong  (comunistas)”.      (diz isso da guerra).
         59 – Era recorrente o povo do sul (apoiado pelos americanos) aderir aos vietcong nos campos e nas cidades.
         61 – Pessoal do front diz da dificuldade de convencer o povo lá da zona de guerra que a “verdadeira” revolução é aquela apoiada pelos USA.  O povo, mesmo no Vietnã do Sul não assimila isso.
         Os americanos da guerra e da Academia chamavam as ações americanas  na guerra como “causa humanitária”. 
............................... segue  na próxima postagem...

RESUMO - LIVRO - O PODER AMERICANO E OS NOVOS MANDARINS - NOAM CHOMSKY - PARTE 4/13 - JUNHO/2020


RESUMO – LIVRO – O PODER AMERICANO E OS NOVOS MANDARINS -   AUTOR:  NOAM CHOMSKY
         Parte 4/13     -      junho – 2020
         Autor do fichamento – leitor Orlando Lisboa de Almeida
         Página 63 – Na guerra, os americanos retiraram os camponeses da zona rural e alojaram eles na periferia de Saigon, em guetos.   Mais de 2 milhões de vietnamitas ficaram nesse tipo de alojamento.
         64 – “A função do repórter é descrever o que tem diante dos seus olhos”.
         64 – O papel do administrador colonial  .... “montar uma cobertura ideológica adequada para mostrar que somos (os USA) justos e corretos no que fazemos, tratando de descartar as dúvidas incômodas.   Colocar cientistas políticos e assemelhados para enfiar coisas na cabeça do povo local...”
         “Para esse objetivo intelectual, não está em questão nosso direito de transferir inovações e instituições para os vietnamitas, se necessário pela força...”
         Fala de Kenneth Young, president da Asian Survey
         65 – Já no trabalho acadêmico de Milton Sacks : … “os nacionalistas (do Vietnã do Sul) tem alguns problemas, por exemplo, foram manipulados pelos franceses, pelos japoneses, pelos comunistas e mais recentemente pelos Americanos”.
         70 – Cita o cientista Ithiel Pool  -   “Existe naturalmente uma certa dificuldade:   “o vietcong (comunista) é por demais forte para ser simplesmente derrotado ou eliminado”.
...     “O problema é ideológico.   Devemos provocar uma mudança na imagem da realidade dos quadros do Vietcong”.
         72 – Cita um estudioso em artigo para o jornal NY Times de 1967 (em pleno tempo da guerra).   O articulista enaltece o sucesso da reforma agrária em Formosa sob intervencionismo dos USA...     Em Formosa, expropriaram fábricas do Japão e com o dinheiro, pagavam indenizações das terras.   30% do valor das terras era pago em dinheiro e o restante em títulos públicos de longo prazo.   
         72 – O comunismo vietnamita será não afim ao comunismo da China porque esta já foi hostil ao Vietnã.
         77 – Todo discurso não é em relação aos comunistas neste trecho, mas como “controlar” os vietnamitas que se rebelam e são considerados insurgentes.     (os que estão teoricamente “ao lado” dos americanos na guerra).
         79 – Em 1967 -  Política externa americana e o repúdio do controle comunista no Terceiro Mundo.  (todo esforço deles gira em torno de evitar ou combater o comunismo e implantar regime favorável aos americanos)
         Eles tem foco inclusive na América Latina.   Nesse contexto, buscam a promoção do crescimento econômico e modernização...   “associados ao uso responsável da força” .         Nas palavras do economista sênior da empresa Rand que tem inserção no setor.   Charles Wolf.      “Isso em caso de insurgência”.     ... “perda de independência frequentemente é sinônimo de comunismo e o comunismo é implicitamente irreversível”.
         80 – Ele discorre sobre a ética científica mas mostra que ela é impositiva, subjugando a liberdade do povo.     ...”devemos nos preocupar em manipular o comportamento numa direção desejada, não nos deixando iludir por ideias místicas de liberdade, necessidades individuais ou vontade popular.”    
         Chomsky ao criticar essa linha de raciocínio, fala até da hipótese de uma nova Ideologia Coercitiva.  
         80 – Em 1840 o império britânico já elogiava o “pressuposto de que a potência colonizadora é benevolente  e se empenha pelos interesses dos nativos...   (colonizados).     O autor cita da época (1840) o liberal Herman Merivale, em conferência em Oxford elogiando a política britânica de esclarecimento colonial.   ...”para que possamos ter o prazer de governa-las”.
         81 – Em 1898 o americano John Hay concebia  “uma parceria beneficente” que proporcionaria liberdade e  civilização a Cuba, Havai e às Filipinas.      A Inglaterra, à Índia, África do Sul e Egito.
         81 – O autor discute os pressupostos e conceitos que os imperialistas usam para interferir em outros países    (ferindo acordos internacionais)
         - Seus métodos “presumem que efetivamente temos o direito de escolher o método a usar.    Se o da conquista de corações e mentes ou o da modelagem do comportamento”.
         Chomsky diz:   Nós arrogamos esses “direitos” para nós americanos e não daríamos esses direitos a outros países...     Destaca que a maioria dos acadêmicos americanos aceita essa lógica cruel.
         81 -  Cita William Henderson, ex diretor executivo e especialista em Oriente no Conselho de Relações Exteriores dos USA.    “Considera que devemos  promover uma diplomacia construtiva e manipulativa para enfrentar a subversão interna”...     ... busca dos   “interesses de longo prazo dos USA.      “Existem todavia dois obstáculos concretos no caminho da necessária diplomacia manipulativa.   O primeiro é uma grande barreira psicológica.   Precisamos aprender a renunciar ao velho dogma para promover uma nova diplomacia que seja francamente intervencionista, reconhecendo que vá contra todas as convenções tradicionais do comportamento diplomático”.
         Ao ser questionado sobre esse posicionamento, Henderson fala que para combater o comunismo vale tudo  (não na forma literal aqui resumida)
         83 –Hilsman cita Allen Dulles, Chefe da Inteligência do Departamento de Estado dos USA.   Sobre os USA se meterem no governo eleito do Irã porque este teria uma tendência comunista.   Os USA também se intrometeram no governo de Arbenz na Guatemala.    “... embora não houvesse qualquer convite nesse sentido por parte do governo no poder”.
         85 – USA apoia até ditadura na Tailandia nos anos 50 para evitar o assédio comunista.   Compra 90% da borracha lá produzida e carrega sem passar pela China.   Daí que o ditador local da Tailândia fica empoderado e qualquer ameaça de oposição ao mesmo era taxada como comunista e esmagada.
         87 – USA equipou e treinou militares no poder na Tailandia nos anos 50 e os chefes de polícia local tinham vistas grossas dos apoiadores para explorar comércio de ópio e outros, do milionário jogo de azar.  Tudo contra o comunismo e pelos interesses dos USA na Ásia.
         Nesse período (anos 50) os USA mantinham 40.000 soldados permanentes na Tailândia para manter o regime ditatorial, mas pró americano.
         90 -  “Para o liberal pragmático é evidente que a confiança em nosso compromisso com ditaduras militares como a da Tailandia precisa ser preservada”...
         92 – Proposta do acadêmico Thomas R.Adam da Universidade de NY.   Ter base militar na Ásia e de lá reger órgão regional sob “nossa autoridade” para influir na Coréia, Vietnã, Laos e Cambodja.
         93 – De forma não literal, cito...     O mesmo acadêmico defende o mando dos USA sobre setores da Ásia até para evitar a tendência desta intervir “em nossas questões” na região.     “Se não formos capazes pelos empreendimentos, que seja pelas forças militares”.

continua na próxima matéria.......

RESUMO - LIVRO - O PODER AMERICANO E OS NOVOS MANDARINS - NOAM CHOMSKY - PARTE 5/13 - JUN/2020


RESUMO – LIVRO – O PODER AMERICANO E OS NOVOS MANDARINS -   AUTOR:  NOAM CHOMSKY (cidadão americano)
         Parte 5/13      -      junho – 2020
         Autor do fichamento – leitor Orlando Lisboa de Almeida

         93 – A populosa Índia sob o domínio da Inglaterra teria dois sentidos.   O Império britânico desfrutar suas riquezas e evitar o avanço do comunismo nela e na região.
         95 -     (Parte II do livro)   - ...”a ideologia possa servir de maneira geral como máscara dos próprios interesses”...    intelectuais ao interpretar... ou formular políticas a serem adotadas, tenderão  a adotar uma posição elitista, condenando os movimentos populares e a participação das massas nas decisões...
         96 -  Cita Bakunin e a crítica anarquista ao marxismo.    O Marx propõe fortalecer o Estado para adotar outras práticas propostas...
         Rosa de Luxemburgo em 1918 fez umas análises sobre o poder.   “Uma autêntica revolução social requer uma transformação espiritual das massas de domínio de classe da burguesia”.     Rosa já em 1904 prevê o que Lenin faria ao concentrar poder nas mãos de burocratas, os tecnocratas com alguma similaridade com o que os liberais americanos fazem.     Cúpula de cientistas elitistas mandando no povo.
         98 – Um trabalho de análise liberal de 1930 – Guerra Civil Espanhola – insurreição comandada por Franco em 1936.   Havia na insurreição forças anarquistas, socialistas, comunistas.    Em Barcelona se coletivizou grande parte da indústria e comercio e atividades rurais.    A parte comunista com alguma ajuda dos russos.
         106 – Rudolf Rocker -  Critica a tal ditadura do proletariado onde tende a ocorrer as decisões centralizadas nas mãos de um grupo respaldado por tecnocratas e que não são na essência tão diferentes do governo liberal dos USA onde se governa com aparato político/tecnocrático e o povo não é muito levado em conta.
         107 – Relato de Jackson -  vide livro.
         108 – Cita um trecho de Brenan que sustenta que os russos comunistas centralizam o poder e os espanhóis tem outro perfil.    Fala do comunismo e o pensamento único e obediência a um chefe.  Esquece que os comunistas tem o poder descentralizado e tem parlamento.
         110 – Em 1921 ocorreu o III Congresso Internacional Comunista.
         111 – “Em Barcelona...   conquistas revolucionárias... sentimento de ressentimento e de que de alguma maneira haviam sido trapaceados”.  Subiu o custo de vida, houve escassez, etc.    Havia inclusive incompetência dos anarquistas nesse problema.
         153 -  Sobre os USA   “Uma coisa é clara: existem tendências perigosas na intelligentsia do Estado de bem estar social que alega dispor da técnica e do entendimento necessários para gerir nossa sociedade pós industrial e organizar uma sociedade internacional dominada pela superpotência americana”.   (1967)
         “No caso de falharem, as técnicas serão supridas por todos os métodos proporcionados pela moderna tecnologia para preservar a ordem e a estabilidade.
         154 – Cita Mc Namara e seus seis anos no comando da Chancelaria americana.   Diz que se cometeu muitos erros no período.     “Conseguiu executar com a mais extrema eficiência aquilo exatamente que de todo não deveria ter feito”.
         “A eficiência do Pentágono (sede da Diplomacia) não é menos impressionante que seus tombos”.
         Da pagina 155 a 189 são notas citando e comentando trabalhos acadêmicos que tem a ver com a discussão nesta obra.
         191 – O Pacifismo Revolucionário de A.J. Muste.   Sobre o contexto da guerra do Pacífico.     “Em um mundo construído sobre a violência, é preciso ser revolucionário para ser pacifista”.    Nos rebelamos pouco mesmo na presença do mal.    “nada existe de nobre na aceitação da vida acanhada ou na pura e simples submissão a uma força superior”.
         193 – Muste, como Gandhi, acreditava que as leis e as práticas injustas persistem porque os homens obedecem e se amoldam a elas.  E o fazem por medo.   Existem coisas que essas pessoas temem mais do que a continuação do mal.
         195 -   ...”a brutal vítima de uma vida inteira de doutrinação anticomunista”.      “A sociedade americana chegou ao estágio de uma quase total imersão na ideologia anticomunista”.
         USA reflete no Jornal NY Times as condições impostas para investimentos na Índia:   “Mudança do socialismo para o pragmatismo...
... nossa benevolente manipulação de suas vidas, a impossibilidade de reagir em termos humanos à miséria que impomos” 
         196 – Os USA – a grande potência mundial...  A mais agressiva do mundo”.  ... com sua máquina mortífera para impor o seu conceito de ordem mundial.
         196 – Sobre a Segunda Guerra Mundial.   Dois grupos de impérios em disputa.   De um lado, USA, Inglaterra e França, estes com influência numa área de 80 milhões de km2.  
         De outro lado, Alemanha, Japão, Itália e Hungria com 2 milhões de km2 de influência.
         198 -  Ironicamente na Segunda Guerra mundial quem buscava dominar o mundo era Hitler e acabou que perderam a guerra e os USA acabaram ficando na posição de liderança.    Chegou a essa posição pela força.
         200 – Houve no Japão o lançamento das duas bombas atômicas e logo em seguida este se rendeu.   Após o anúncio, os USA ainda soltaram 1.000 aviões lançando bombas sobre o Japão já tendo assumido a derrota.
         Em 1967, duas décadas depois da Segunda Guerra mundial o povo americano ainda não consegue enfrentar a questão da culpa na guerra.
         201 – Fala de intelectuais americanos que visitaram em 1967 a Alemanha e ficaram indignados com o fato histórico do nazismo e dos campos de concentração e extermínio.   Mas esses mesmos intelectuais fazem, como quase todos os americanos, cara de paisagem para as bombas atômicas após o Japão ter se rendido e também para o genocídio que estão praticando no Vietnã. 

...............continua nas próximas postagens até 13

RESUMO - LIVRO - O PODER AMERICANO E OS NOVOS MANDARINS - NOAM CHOMSKY - JUN/2020

RESUMO – LIVRO – O PODER AMERICANO E OS NOVOS MANDARINS -   AUTOR:  NOAM CHOMSKY (cidadão americano)
         Parte 6/13     -      junho – 2020
         Autor do fichamento – leitor Orlando Lisboa de Almeida
...  Página 203 – O autor falando do povo americano.   “Conseguimos cultivar uma certa calma, enquanto continuamos, ainda hoje, a escrever novos capítulos da história com sangue de inocentes indefesos”   (isto em 1967 em plena guerra do Vietnã)
         203 – O Japão atacou base naval americana no contexto:  O Japão vinha crescendo e os USA e outros do Ocidente controlavam de forma desigual o abastecimento de matérias primas ao Japão.  Nisso ele, Alemanha e Itália reativamente, lançam o Pacto Tripartite.  Em princípio, se o Ocidente tivesse deixado o comércio fluir democraticamente, poderia não haver a Segunda Guerra Mundial.
         204 – Por volta de 1900 o Japão, que era muito isolado foi pressionado pelo mundo ocidental e mudou a forma de governo e se modernizou.  Por volta de 1920, em sintonia com as potências do Ocidente, já era  uma potência asiática.   Tomou Formosa, a Coréia e a parte sul da Manchuria.
         211 -  Nos anos 30 (1930) havia a Liga das Nações, precursora da ONU.   No conflito do Japão com a China pela Manchuria, o Japão saiu da Liga das Nações.  Nesse tempo o Japão tinha ferrovia na Manchuria e assentamentos rurais, inclusive de coreanos.
         No interior da China, o Japão buscou fazer da Manchuria um país separado e dócil ao Japão.
         216 – Por volta de 1925 a Manchuria tinha mais ou menos 30 milhões de habitantes;  seis etnias mais destacadas, sendo japoneses, chineses, russos, mongois, coreanos e mandchus.
         217 – O Ocidente presumia que a China ficaria sob influência e orientação ocidentais; ao confirmar a máxima extensão territorial da China ampliou a esfera de futuros investimentos e exploração ocidentais (o que confere uma certa ironia às atuais queixas ocidentais contra o “expansionismo chinês”.).
         218 – Na década de 30 já o mundo ocidental se preocupava com a potencial expansão comunista na Manchuria.
         222 – Em 1927 a China, através de Chiang, faz um massacre de comunistas.   Em 1930 os USA tinham Ministro de Estado para assuntos da China.    Em 1928 os USA mantinham 5.200 fuzileiros navais na China para proteger seus interesses.
         226 – O Ocidente já vinha sufocando o Japão e em muitos países sob controle das potências ocidentais cidadãos japoneses foram barrados até de por os pés nesses países.
         O Japão comprava inclusive algodão e agregava valor, fabricando tecidos.   Em 1932 o Japão passou a Inglaterra em exportação de tecidos.  A Inglaterra eleva as tarifas para o tecido do Japão, inclusive na Índia, que está sob domínio britânico.  
         USA e Inglaterra sufocaram o Japão o quanto puderam, tanto em abastecimento de matérias primas, quando a acesso a mercados.   O Japão demandava insumos como algodão, petróleo, estanho, outros minerais, etc.
         Conferência de Otawa, 1932.      Em 1932 os USA estavam tentando se recuperar da Crise de 1929 (quebra da bolsa e recessão forte).   Se fechou para importação pela via de elevação de tarifas.
         227 – Em 1936 as tarifas americanas sobre muitos produtos japoneses passavam de 100%.
         “A indústria têxtil, a mais seriamente atingida pelas políticas discriminatórias das grandes potências imperialistas (USA e Grã Bretanha), foi responsável por quase a metade dos bens manufaturados e cerca de 2/3 do valor das exportações japonesas, empregando quase a metade de todos os operários industriais do Japão”.    As potências fecharam quase as portas ao Japão, inclusive nos mercados de suas colônias como Índia, Malásia, Indochina e Filipinas.
         O autor destaca que logo os países capitalistas e liberais fizeram isso com o Japão, bloqueando mercado ao mesmo e impedindo a livre competição de forma desleal.
         230 – Em 1937 houve um pacto cino-soviético, a Frente Unida.
         231 – O Japão tentou na China já de namoro com os comunistas, uma guerra ou política de “golpe esmagador seguido de paz generosa”.  Não deu certo.   A Russia estava por trás ajudando a China.
         O autor critica os intelectuais americanos que vem com discursos de generosidade, etc., principalmente no Dia da Pátria.   Cita a fala de Willard Thorp, que se pronuncia sobre a política americana.    “Não acreditamos na exploração, na pirataria, no imperialismo ou na belicosidade”.     ....”na realidade, temos usado nossa riqueza para ajudar outros países e nosso poderio militar para defender a independência dos países pequenos”...
         241 – Em 1940 os USA impuseram ao Japão um embargo aos combustíveis para aviação, para os quais o Japão não dispunha de qualquer outro fornecedor.   Isto em julho de 1940.   Em setembro de 1940 os USA colocaram embargo total sobre o ferro velho, matéria prima importante então para a indústria do Japão.    E os USA aumentam a ajuda à China.
         Asfixiado comercialmente, em setembro de 1940 o Japão assina o Pacto Tripartite com a Alemanha e Itália.
         Por um dia de atraso, chegou tarde uma correspondência dos USA ao Japão e em 26-07-1941 o Japão anuncia plano de transportar tropas para o Sul da Indochina e o governo americano determinou que todos os bens japoneses nos USA fossem congelados.   Em primeiro de agosto de 1941 os USA decretam embargo total ao petróleo.    Estrangula os meios do Japão se virar.   O Japão sem alternativas, optou pela Guerra.  Sabia que não bateria os USA numa guerra, mas esperava que a Alemanha fosse vitoriosa na Europa e o Japão aliado à Alemanha, ficasse numa posição melhor.
         243 – Até então vigorava a chamada Doutrina Monroe de 1823 segundo a qual só se aceitaria revide a ataque de outro país.
.......................continua até capitulo 13 nas postagens seguintes 

RESUMO - LIVRO - O PODER AMERICANO E OS NOVOS MANDARINS - NOAM CHOMSKY - JUN/2020

RESUMO – LIVRO – O PODER AMERICANO E OS NOVOS MANDARINS -   AUTOR:  NOAM CHOMSKY
         Parte 7/13      -      junho – 2020
         Autor do fichamento – leitor Orlando Lisboa de Almeida
         Página 244 – O autor fala do caso de Cuba.   Os USA recusam  a aceitação ao Presidente Grau e indiretamente provoca a deposição dele e assume Fulgêncio Batista, afinado com os americanos.
         Argumentos dos americanos.... “empenhamo-nos numa espécie de imperialismo do bem estar”...
         261 – Capítulo – A Lógica da Retirada
         264 – Os especialistas no tema tinham a olhos vistos que a guerra do Vietnã era um típico gesto imperialista dos USA e deixaram isso expresso em vários documentos aqui citados.
         217 – No Vietnã do Sul, 80% do campesinato (povo da atividade rural) era a favor dos Vietcong (comunistas) e na cidade de Saigon inclusive havia muita gente simpática aos Vietcong.
         Matéria do jornal NY Times sobre a falta de apoio do povo do sul vietnamita à luta contra os Vietcong.  “Se os sul vietnamitas (“aliados” aos americanos) não são capazes de encontrar apoio para o governo na própria população, é improvável que estrangeiros brancos possam fazê-lo por eles”.
         267 – Um dos principais generais do Vietnã do Sul fez um relato às autoridades americanas.  (citado na bibliografia do livro).  Diz que o confronto com os comunistas tem um lado militar e um político.  Ele tem certeza que no lado militar, os do sul, ajudados pelos USA são fortes, mas são fracos do lado político.   E sabe que o Vietcong é forte do lado político (tem apoio do povo).
         Assim ele via que mesmo que batessem militarmente o Vietcong, logo estes dominariam o Vietnã pelo lado político.   (mesmo assim esticaram a guerra por muito mais tempo).
         Sugere que se permitisse a militância política no Vietnã do Sul e se formasse um governo com apoio do povo e aí haveria meio de se chegar à paz.   Cita inclusive o monge budista Thich Nhat Hanh, autor do livro (que li) “Vietnã: Lótus num mar de Fogo”.     Fiz resumo deste livro e já publiquei no blog.    www.resenhaorlando.blogspot.com.br
         269 – Havia fartos estudos e relatos de que o único representante que se ligava ao povo do Vietnã do sul era a FNL Frente Nacional de Libertação, comunista.     Os americanos ignoraram isso e mantiveram a guerra.
         O autor cita o anti comunista Denis Warner que trabalhou na região do conflito, antes do mesmo ocorrer.    “Em centenas de aldeias do Sudeste Asiático, os únicos que trabalham junto à população para a melhoria de suas condições de vida são os comunistas”.    E que os ataques americanos empurraram mais o povo para adesão aos comunistas.   (o povo do Vietnã é em grande parte budista e até por crença, um povo da paz).
         270 – No primeiro ano de guerra, triplicaram as adesões ao exército dos comunistas no Vietnã.  Ao contrário, no sul os jovens faziam por escapar da convocação achando que a guerra era dos americanos e não deles.     No Sul, 2 milhões de refugiados pela Guerra.
         Como logo após os americanos, por via aérea liquidavam os soldados das áreas rurais, os vietnamitas comunistas retomavam as áreas e para evitar isso, os americanos adotavam então a técnica da terra arrasada, jogando bombas para tornar inviável agricultura, alimentos e moradia.  Varrer o povo do mapa.
         “... os americanos demoliram tudo.   Tudo que construímos desde 1954 está em ruinas:  hospitais, fábricas, residências...   nada mais temos a perder a não ser a independência e a liberdade”.
         Em 1968 foi lançado pelos americanos no Vietnã média de 200 kg de explosivos por habitante.   16 toneladas de explosivos por km2  tanto no Norte como no Sul.   Destruiam e queimavam casas dos agricultores, mas na propaganda diziam que só atingiam alvos militares.
         275 – Os vietnamitas viam os americanos imperialistas da mesma forma que sofreram com os franceses colonialistas.
         Pergunta de um parlamentar do Vietnã do Sul.    “Por que deveriam nossos jovens ser convocados para servir os interesses dos USA?”
         277 – Fala de um professor aposentado de Saigon, à direita do contexto da intelectualidade local.   “ O problema é que neste momento os únicos intelectuais de caráter que se comprometeram de alguma maneira estão do outro lado”.  (do lado dos comunistas).
         280 – As perspectivas são de agravamento da miséria e a devastação ainda maior, enquanto prosseguir a ocupação americana.
         280 – O General Gavin e o correspondente do Jornal Boston Globe ouviram no Vietnã do Sul.   Transcrito de forma livre aqui:   Vocês só vão vencer essa guerra se for por 30 anos, ou seja, aniquilando uma geração, assim como fizeram com os índios americanos.
         283 – O Comitê de advogados sobre a política americana.  “Se o direito internacional tivesse sido respeitado, tanto o Vietnã quanto o povo americano teriam sido poupados daquela que o secretário Geral U Thant se referiu como uma das mais bárbaras guerras da história”.
         284 – Cita Kenneth T. Young , responsável pelo Sudeste Asiático do Departamento de Estado dos USA de 1954 a 1958.   Ele escreve em 1954.   “Nosso objetivo era um Vietnã do Sul independente” (livre do comunismo).  O objetivo era violar o Tratado de Genebra que preconizava o Vietnã não dividido.    Tentaram dividir o sul para evitar que o comunismo tomasse o país todo.
         285 – Até 1960 os dois lados, Norte e Sul estavam separados de fato, apesar de constituírem juridicamente um só país.    Foi no começo da década de 60 que o Norte já comunista passa a realizar ações militares para expandir o regime comunista pra o restante do país.    E foi citado que no sul havia simpatizantes do comunismo mas que os aldeões queriam mais era a paz, inclusive por serem budistas, com aversão a conflito.
          Os USA assumem de forma plena o comando da guerra em 1965.
         286 – Um correspondente dos USA recomendando:   ... “os USA devem enviar ao Vietnã os melhores talentos de que dispõem nessa sensível questão de reorientação política”   (do pró comunismo para a linha dos USA).
         O povo americano entende como um direito isso de interferir num país e não só tentar fazer a cabeça do povo como fazer guerra.
..................continua n

RESUMO - LIVRO - O PODER AMERICANO E OS NOVOS MANDARINS - NOAM CHOMSKY - JUN/2020

RESUMO – LIVRO – O PODER AMERICANO E OS NOVOS MANDARINS -   AUTOR:  NOAM CHOMSKY (cidadão americano)
         Parte 8/13      -      junho – 2020
         Autor do fichamento – leitor Orlando Lisboa de Almeida
         Página 287 – Em 1967 (na guerra).   “O poder americano é tamanho que nenhuma força externa pode exigir que prestemos contas”.
         Neil Sheehan , após três anos como correspondente de guerra no Vietnã:   “em nome de seus objetivos estratégicos e políticos, os USA estão.. protegendo uma estrutura social vietnamita não comunista que não é capaz de se defender e que talvez não mereça ser defendida”.    “Idealismo e dedicação são quase sempre prerrogativa do inimigo”.
         “No Vietnã somente os comunistas representam a revolução e a mudança social e não obstante sua brutalidade e impostura, continuam sendo os únicos vietnamitas capazes de arregimentar milhões de seus compatriotas para o sacrifício e a provação em nome da Nação, e o único grupo que não depende das baionetas estrangeiras para sobreviver”
         290 – Secretário da Defesa dos USA Robert Mc Namara:  “Temos inclusive o direito de usar nosso poderio militar para promover mudança política e social”   (se referindo ao Vietnã)
         No Vietnã usam a força para obter a “reestruturação da sociedade vietnamita”  
         292 -  Os americanos usaram seus aviões, lançaram bombas de napalm que incendeia florestas para desalojar inimigos.  Usaram napalm na Guatemala e também no Vietnã.
         294 – Na Índia.   Ação imperialista da Inglaterra.  “Lorde Cornwallis, cujo ‘acordo permanente’ para a Índia em 1793 restaurou a sociedade nas aldeias criando uma aristocracia fundiária segundo o modelo britânico.”   Nessa forma, o rico proprietário passou a apoiar os ingleses e exercer o controle sobre os pobres.
         294 – O autor sobre os USA.  “O extraordinário é que ainda hoje sejamos capazes de agir com tão pouca consciência do que estamos fazendo, de assim nos enganar a nós mesmos, embora a não muitos outros, com a clássica retórica de um imperialismo há muito decaido”.
         296 -  Cita o famoso general Mc Arthur que já em 1900 cita a ação militar imperialista dos USA nas Filipinas. Em resumo ele diz que essa de tentar fazer a cabeça do povo não funciona bem pois basta uma pessoa espalhar ideias contra o sistema imposto e causa rebelião em seu meio.
         O autor citou isto para mostrar que a ação dos USA no Vietnã não é a primeira do tipo...  Há citação expressa da estratégia de longo prazo dos USA de domínio imperialista ao Sudeste Asiático.   As Filipinas e a luta pela independência eram um calo no sapato dos USA e por isso agiram com força e sem direito.   Mais de 100.000 filipinos morreram na luta pela independência.   
         As Filipinas estavam sob o jugo da Espanha, mas se falhasse a luta pela independência, também alemães e japoneses estariam de olho pela então colonia espanhola.
         299 – No decorrer da Guerra do Vietnã.  Estudo de Howard Zinn sobre a agonia do povo do Vietnã com o bombardeio americano.   “Ficamos ouvindo com a apatia de um povo que nunca foi bombardeado, que sempre foi aquele que bombardeava”.
         302 – Destaca alguns termos do modus operandi dos USA.    Política de repressão e “reestruturação” disfarçadas de anticomunismo e preservação da ordem. (na força).
         309 – Laos (país asiático).   Até 1959 ... os USA, violando o Tratado de Genebra, forneceu armas e treinamento militar ao povo do Laos.  Treinamento dentro do país.  Militares americanos à paisana para disfarçar.
         311 – A China e as ações para se organizar e equacionar o problema da fome após um século de degradação.  O autor cita relato de K.S.Karol e este diz que os americanos, os bem nutridos, espalharam propaganda nos países pró USA se regozijando da tal fome da China, inclusive fantasiando tudo.  O articulista diz que os USA, no seu discurso anticomunista e imperialista, pinta a China como ruim e faminta enquanto há, sim, fome em muitos países pró americanos.
         314 – “Alguns anos atrás o Primeiro Ministro do Ceilão comentava que ‘a melhor forma de ajuda que os USA podem conceder a países pequenos consiste em se abster de interferir em suas questões’ “.
         318 -  Já em Saigon (no Vietnã), perto da derrota americana.  Mais de 1.000 aviões americanos destruídos por foguetes de 122 mm
         320 – Os USA saíram perdedores, corridos, da Guerra do Vietnã e Lindon Johnson deu adeus à reeleição.    Estava tão impopular com os resultados da guerra que anunciou que nem concorreria ao segundo mandato.
         Frase que encerra este capítulo – página 321
         “... de que o poder, os recursos e as capacidades técnicas dos USA devem ser usados para construir, e não para reprimir ou ‘conter’ ou destruir”.
         335 – Resultado da pesquisa feita pelos USA pelo Instituto Gallup em 1967 sobre a Guerra do Vietnã.  Consultados em 11 países, inclusive o Brasil   (o maior da A.Latina).  
         Eram quatro alternativas:
         A – Os USA começarem a retirada militar do Vietnã -  
         B – manter o ritmo da guerra 
         C – intensificar os combates 
         D – Sem opinião................. –
         Quem destoou dos resultados foi os USA.   A 31%; B – 10%; C 53% e D 6%.
         Países ouvidos na pesquisa:  Finlândia, Suécia, Brasil, França, Índia, Alemanha Ocidental, Argentina, Inglaterra, Canadá, USA e Austrália.
         Constato que curiosamente o Brasil dos anos 60 acompanhou a média dos resultados de outros países nessa pesquisa, se colocando contra a guerra.  Há na tabela os resultados dos países e destaco de Brasil e França que foram próximos entre sí e dentro da linha geral dos demais, excluindo os USA.  Brasil // França  -   A – 76/72% - B – 5/8%; C 5/5% - D 14/15%

................. continua até parte 13.