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sábado, 25 de maio de 2019

Fichamento do livro - O Filho Eterno - autor do livro: Cristovão Tezza


FICHAMENTO DO LIVRO - O FILHO ETERNO
            Autor: Cristovão Tezza - Editora Record -  Rio de Janeiro - 14ª  edição ano 2012 - 222 páginas

O nascimento do filho dia 03-11-1980
            Página 23 - O protagonista gostava de engenhocas - relojoeiro.  (mexendo na cama do hospital  maternidade com as alavancas)
            23 - Embaraço no primeiro contato com a esposa após o parto.   "Ele prefere a suavidade do humor ao ridículo do amor, mas disso não sabe ainda..."
            24 - Alice ou Felipe, as opções de nomes.
            25 - Ao telefonar para as famílias, lá fora... e tentar organizar o dia, o mês, o ano e a vida..."
            25 - O protagonista usou psicotrópico e largou aos 15 anos por medo.
            27 - Ele, pai do bebê, está desempregado quando o filho nasceu.
            31 - A morte tem sete dias de luto e a vida continua.  Mas no caso do filho que nasceu com Down não...
            32 - Passa pelo pensamento... não preciso desse filho; não preciso dessa mulher...
            34 - Como são os pequenos mongoloides... (explica)
            36 - Eles, os mongoloides, só surgiram no século XX?
            37 - Penso que sou um escritor, mas até agora não escrevi nada...
            93 - Neste mundo...   você está aqui por uma soma errática de acasos e de escolhas.
            97 - Esteve em Frankfurt. Leu autores - Goethe, Thomas Mann, Günter Grass.
            98 - O protagonista é escritor.      ... o eterno observador de si mesmo e dos outros.   Alguém que vê, não alguém que vive.
            98 - Já fazendo frases de uma canção para o filho.
            105 - Nos intervalos dos exercícios (fisioterapia) para o filho, o ler, escrever e fumar como fuga e prazer.
            105 - Na Alemanha, trabalhando na limpeza do hospital e o colega brazuca que embolsa uma calculadora  e o protagonista o faz devolver a mesma.   "A denúncia é o último grau da indignidade"
            121 - O filho aos dois anos e dois meses dando os primeiros passos.         
            131 - De relojoeiro aos 23 anos em Antonina.         
            133 - Pai pensativo.   Dois livros por ele escritos na gaveta e dois filhos no mundo real.
            138 - O filho especial buzinando o carro com insistência... 
140 – Manual de guerrilha urbana do Maringhella que depois vira manual do crime organizado.
            141 – Em Coimbra com dinheiro desviado do MR 8 pelo integrante, o primo dentista de Medianeira-PR.
            Fica irritado com os chavões da esquerda, com os chavões da direita...
            142 – No Brasil, assume aos 34 de idade como professor concursado e se entrega ao “sistema”.
            144 – Ler e escrever como uma fuga também.
            148 – A explosão com o velho que buzinou do carro de trás dele.
            157 – Aos seis de idade do filho, a ruptura de ter que ir para outro território.  Mudar de escola...   para uma especial.
            159 – A sensação de que na primeira infância, inseguro e dividido com a literatura, não tivesse feito o suficiente pelo seu filho que requeria cuidados específicos...
            161 – O desespero de pai na primeira vez que o filho desapareceu...
            163 – Procurando o filho na rua.   ...” a simples vergonha masculina de perguntar...”
            165 – No desespero na rua procurando o filho.   E se ele entra em alguma casa, ele não sabe dizer quem é e nem o pai sabe quem é ele próprio.
            165 – A primeira coisa que o filho leu:     coca cola.
            167 – Um especial numa escola para aluno especial, argumenta-se aqui – a criança é sobrecarregada de não, bem acima do que ocorreria em escolas para os filhos “normais”.
            167 - ...acessos de teimosia inexpugnável ou de total alheamento...
            176 – Quando jovem, ele na delegacia com sua turma de teatro.  Ele branco, segundo grau, leu filosofia – do andar de cima em termos sociais.
            211 – O filho eterno – a eterna criança.
            212- A não preocupação do filho com a autoria nos seus quadros pintados.
            212 – Ser artista é um ato de rebeldia (ele diz com outras palavras).
            Algo como forçar a porta com cotovelos e joelhos...
            213 – O pai escritor – o protagonista.   “escreve umas coisinhas...”.  “o álibi de quem quer entrar no salão mas não recebeu convite”.      Uma década e meia com um “buraco” para se dizer escritor sem ter apresentado nada em termos editoriais.
            Seu sucesso foi o gesto de resistir bravamente convencido de que é escritor.
            214 – Professor – esta atividade, sim, defensável perante os outros...   ele enfim era alguém e alguém de uma certa importância.
            214 – Jovem, ele não acreditava em Deus.
          Fichamento pelo leitor Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida – Curitiba PR.        (41)  99917.2552
             e mail    orlando_lisboa@terra.com.br       maio de 2019

quinta-feira, 16 de maio de 2019

RESUMO DE PALESTRA SOBRE MEIO AMBIENTE (RIO BELEM) NA SANEPAR


Anotações pelo Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida
Data: 15-05-2019 – durante a Semana Nacional dos Museus
Local: No Museu do Saneamento da Sanepar no bairro Tarumã em Curitiba

Palestrante: Dudas que é Coordenador de Resíduos Sólidos da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Sustentável e Turismo. (cujo Secretário é o Sr. Marcio Nunes)

Tema: História do Rio Belém que percorre a zona urbana de Curitiba e as degradações ao longo do tempo pela ação humana que usava e usa o rio como depósito de rejeitos

No preâmbulo da fala do Dudas que é um excelente comunicador, ele fez uma abordagem de vida que inclui percalço grave, superação, preparo para “voltar ao jogo” e conquistas na carreira. Entendo que vale registrar aqui de forma sintética. Ele está pelos 50 de idade e em fevereiro de 2015 sofreu um grave AVC no qual perdeu a função de metade do cerebelo, ficou cego temporariamente de um olho (que depois se restabeleceu a visão), perfuração no coração com mistura do sangue arterial e venoso que o deixou azul por tempos, perda de equilíbrio. Seis meses de UTI fora o tempo de readaptação geral. (brinca: Dudas Sauro – O Retorno)
Passado tudo isso, foi se reinventando com foco nos estudos e muitas leituras. E valorizando cada pequena conquista do dia a dia com justa razão depois de tudo o que passou.
Estando como funcionário da área de saneamento, focou o estudo no tema dos resíduos sólidos urbanos e fez pesquisas na literatura envolvendo inclusive a história da região em foco. O recorte da abordagem de hoje foi o Rio Belém que nasce em Curitiba, corta o centro da cidade e em parte foi “sepultado” (coberto por concreto) e por cima dele passa parte da Avenida Cândido de Abreu, o Passeio Público e segue pela Avenida Mariano Torres rumo à Rodoferroviária, nas imediações desta, volta a ser a céu aberto.
Cumprimentou e apresentou a equipe que lida no ramo de resíduos sólidos, dentre estes, o Eng.Agrônomo Rui Muller que acompanha a questão de resíduos de agrotóxicos.
Mostrou um desenho de uma estrutura que tem na base a EDUCAÇÃO, logo acima, o COMPROMETIMENTO e nos patamares acima em sequência: GERAÇÃO DE EMPREGO E RENDA (com resíduos sólidos), MÍDIA E MARKETING, OPORTUNIDADE DE NEGÓCIOS (no topo). Ou seja, os resíduos sólidos são graves como problema ambiental mas podem ser processados adequadamente e gerarem produtos e renda. Passa de limão para limonada.
Falando um pouco do comportamento do “humanoide terráqueo...” - o pior bicho do planeta. Nada agrada o tal. Suja as praias, depreda a Natureza.
O cara vai pra praia, leva o isopor cheio de latinhas de cerveja, passa lá um tempão e não vai ao WC mesmo tomando todas... Onde faz o xixi? Isso mesmo: na água. E depois reclama que a praia está muito poluida...
Lâmpadas usadas. A lei em vigor diz que devem ser recolhidas e os fabricantes ou importadores tem que dar a destinação correta às mesmas. As prefeituras do PR recolheram uma enormidade de lâmpadas e não conseguem dar destinação. Tem custo. E elas ficam proibidas de colocar dinheiro público para uma solução que por lei cabe à iniciativa privada. A Abilume que é a entidade que congrega os fabricantes e importadores de lâmpadas não tem feito a parte deles.
Para ilustrar que todos nós somos produtores de resíduos, mostrou inclusive uma divisão celular no início da vida humana. Disse que o primeiro órgão que surge é o ânus, ou seja, o orifício de saida de resíduos. Depois é que vem a boca e demais órgãos. Todos somos parte do problema dos resíduos e teremos que nos sentir parte da solução.
Em campanha sobre conscientização para a destinação correta de resíduos sólidos, a Sanepar fez convênio inclusive com a Yotuber Iara Capraro (de Morretes-PR) que tem uma legião de seguidores. Ela é uma formadora de opinião e ajuda na campanha pela destinação correta de resíduos sólidos.
Na busca de revitalização do Rio Belém, uma das etapas foi buscar um tanto da história do referido rio. E o palestrante encarou a tarefa. Mostrou uma série de dados sobre o tal. Seguem alguns: em 1857 aparece um mapa de Curitiba detalhando a presença do Rio Belém em destaque. Mostrou outro mapa localizando onde ficaram as colônias dos europeus que migraram para Curitiba, como Alemães, Poloneses, Italianos e outros.
No século XIX a exploração da erva mate, que já vinha de mais tempo em toda a região, estava em grande atividade. Curitiba era uma das cidades onde havia empresas que processavam a erva mate para destinar em parte ao escoamento via Porto de Paranaguá. Em 1873 já estava aberta a Estrada da Graciosa e então era uma das rotas de comércio da erva mate.
1876 – Lamenha Lins era o Presidente da Província do Paraná. O Rio Ivo que cortava o bairro do Batel foi canalizado e então todo resíduo gerado nas imediações se concentraram no Rio Belém.
1880 a 1885 foi o período da construção da Estrada de Ferro Paranaguá a Curitiba, já que ela se iniciou no litoral e subiu rumo a Curitiba. Estrada pronta, estação perto do Rio Belém, nova pressão sobre o Rio com dejetos gerados nos vários hoteis e hospedarias que se formaram no entorno da Estação. E havia então as estrebarias para cavalos, já que o transporte até então eram predominantemente a cavalo ou carroças. Animais que também geravam resíduos e que iam parar no Rio Belém.
Estrada de Ferro – foi desafiadora e feita em tempo relativamente curto, subindo os mais de 900 m de altitude da Serra do Mar. Um enorme desafio da engenharia. Trilhos e pontes de ferro vieram da Bélgica e aqui foram montados. Boa parte da obra ficou a cargo dos Engenheiros Rebouças, irmãos negros formados na Europa, filhos de pai branco com mãe negra. O pai era um dos conselheiros do Rei.
1899 – Fizeram um matadouro de bovinos e suinos perto do Rio Belém e todo rejeito ia direto para o Rio.
1910 – Cândido de Abreu visita Paris e se encanta com um portal de lá e resolve fazer uma réplica do mesmo no nosso Passeio Público. O curioso é que o portal lá de Paris é de um cemitério de cães datado de 1899.
Para mostrar que não é de hoje que o povo é descuidado para o meio ambiente, ele citou que o uso de penicos teria vindo de uso de embalagem de manteiga. Os patrões consumiam a manteiga e a embalagem passou a ser usada pelos escravos como penico para uso doméstico. A prática acabou sendo adotada depois pelos patrões e pela população urbana em geral da época.
1975 - Assinado documento que tratava de obra de “sepultamento” de parte do Rio Belém, escondendo apenas os problemas do mesmo com a deposição de resíduos ao longo do tempo. A obra ficou pronta em 1977.
Uma agravante a mais: No passado foi liberada uma área e construido um cemitério no Bairro Cachoeira (Curitiba) justo acima da cabeceira da nascente do Rio Belém. Mais de 3.500 sepulturas há no local.
Ele ironizou: O humanóide destroi mas tem piedade da coisa. Ele escreveu um livro sobre o rio Belém e na hora do título colocou: Rio Belém
“O desgraçado”
Consta que muitos ficaram indignados com o título, mas ele no conteúdo explica a razão do nome da obra.
Na fase final da palestra destacou que foi num grande evento de designer em Miami e havia fila para ver a obra primeira colocada no certame. Uma instalação com uma pia de WC e algo como uma massa marron que entrava pela torneira da pia e saia pelo sifão e deste, entrava num vaso sanitário. O caminho do resíduo...
O mote é conhecer nosso meio ambiente, ver como nos relacionamos com o mesmo e os cuidados que devemos ter para que o mesmo seja preservado até para perenizar as condições de vida para todos os seres. Todos. drsparana@gmail.com (e maildo Dudas)