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segunda-feira, 27 de abril de 2020

RESUMO - LIVRO - A ELITE DO ATRASO - AUTOR: PROF. DR JESSÉ SOUZA - 6/8


RESUMO DO LIVRO - A ELITE DO ATRASO - PARTE 6/7
Autor: Professor Dr Jessé Souza - da UFF Universidade Federal Fluminense - Estudou no BR, Alemanha e USA. Mais de 20 livros publicados
Página 161 – Na Europa a escravidão ficou num passado remoto, superado. O povo da Europa já há tempos desenvolveu a sensibilidade em relação ao sofrimento alheio. (torna incompatível com aceitar escravizar)
Sensibilidade que desencadeia culpa e remorso. Já aqui no Brasil “esquecemos” a escravidão e não desenvolvemos essa sensibilidade, gerando ódio aos mais frágeis e atribuindo a eles, culpa pela condição deles.
162 – Na Europa temos o mundo capitalista e as classes sociais. O que lá não temos é a divisão entre “gente” e “não gente”.
162 – Aqui quando chacinam um da ralé o povo não se comove. “ao contrário, celebra-se ocorrido como higiene da sociedade”.
163 – O Golpe de 2016 e reprisando o quadro de classes.
A elite do dinheiro. A classe média e suas frações.
Classe trabalhadora precária e por último os excluídos da ralé de novos escravos.
164 – Golpe de 2016 gestado pela elite do dinheiro e seus “partido político”, a Grande Imprensa. (vulgo PIG – Partido da Imprensa Golpista)– em nota do leitor). A Grande Imprensa é que tem o poder de convencimento. A elite “formulou”, a mídia convenceu e os partidos só sacramentaram.
Capítulo – A elite do dinheiro e seus motivos
166 – Pos Guerra 1945 – 1975. Pacto do mundo para reconstrução e foi tempo de progresso e prestígio aos trabalhadores. O Brasil só não desfrutou mais por causa do Golpe Militar de 1964.
O autor era bolsista na Alemanha pela década de 80 e vivia lá com os recursos da bolsa. E lá podia consultar qualquer médico, mesmo o que atendia o Presidente da empresa Mercedes, por exemplo. É um orgulho alemão ter um sistema de saúde dessa qualidade e de acesso democrático.
167 – A Alemanha tem em vários setores estratégicos indústria de ponta com capital privado em parceria com capital do Estado.
168 – Mundo – ataque aos sindicatos e os trabalhadores perdendo salários. Na atualidade o salário voltou ao nível de 1975 nos USA. E a produtividade do trabalho dobrou no mesmo período. (1975-2018). Pós guerra e a maior entrada da mulher no mundo do trabalho fez agravar a queda salarial.
170 – Toyotismo - O sistema japonês usou o patriotismo de fábrica. Tirou as hierarquias e só ficou o operacional. Todo funcionário buscando o maior lucro possível para a empresa.
172 – Havia um pacto do capital, quem ganhasse mais pagaria mais impostos num sistema distributivista.
Sobe a força do capitalismo financeiro e ela quebra isso porque o sistema está “no ar”, digamos, assim. Um fundo de investimento pode movimentar bilhões e levar tudo isso de cá pra lá numa clicada, de uma hora para outra, de uma parte do mundo para outro e isso dificulta tributar e praticar o distributivismo.
Mais cruel. Além do Estado não conseguir tributar o financeiro, ainda sendo devedor, fica de joelho a esse capitalista.
173 – Estima-se que no BR a evasão fiscal anual é de 520 bilhões de dólares. Isto envolve o mundo privado. E a mídia não abre o bico.
174 – O Pato da FIESP Federação das Indústrias de SP é um escárnio inclusive pelo fato de que os grandes praticamente não pagam impostos. E vem dizer que não querem pagar o pato que nunca pagaram.
PEC 55 em vigor congela o Orçamento da União por vinte anos para garantir o pagamento de juros da dívida pública (ao capital financeiro).
Capítulo – Classe média e suas frações
176 – A classe média tem que se justificar para cima e para baixo. Para cima em relação à elite, pelo moralismo e para baixo, pelo populismo.
178 – A classe média tem uma certeza que nem a elite tem.
“A certeza da sua perfeição moral”
Perfeição moral que explora a empregada doméstica, que despreza o pobre, que aplaude a polícia nas chacinas...
179 – Moral Seletiva. Não vê os erros nos partidos demais, mas estrila para punir eventuais erros dos partidos com base popular.
179 – No passado escravagista, classe média e principalmente a elite, dificultavam ao máximo a formação de famílias dos escravos. E hoje essas classes se escandalizam com as famílias desestruturadas na ralé, que elas mesmo plantaram.
180 – Assassinatos de pobres. O Brasil é o maior do mundo no quesito, com 70.000 assassinatos por ano. (números de guerra)
... ridicularizam o pobre, negro, banguela, inclusive nas redes sociais.
182 – A classe média em maioria é conservadora, mas ela tem também reduto crítico ao sistema.
O autor já foi presidente do IPEA Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas.
Ele constatou que na classe média há setor com vocação de moralidade e percepção em relação às outras classes.
184 – Ele coloca na classe média, frações:
Ø Protofascista 30%
Ø Liberal 35%
Ø Expressivista 20%
Ø Crítica 15%
185 – O capitalismo da elite capturou termos da contra cultura dos anos 60 e “moldou” para o lucro do capital. Neste contexto, criatividade passa a ser encontrar soluções ágeis para os dilemas corporativos. Sensibilidade passa a ser habilidade de gerir pessoas.
Expressionismo - por aqui foca em preservação de florestas, etc. Luta pelo direito das minorias e pela preservação da natureza.
Ele diz que os itens dessa luta são válidos, mas tirar a ralé da miséria é maior. Agir aqui no Brasil sem ver a miséria é mostrar que para essa classe a miséria e os miseráveis são invisíveis .
186 – Cita até a Marina Silva. Defende a Natureza ignorando a pobreza e consegue apoio até de banqueiros. Mas se ela focasse em questionar a miséria, opa! A banca cairia fora.
Globo, idem, apoiando a onda “emancipadora”, mas que mantenha invisível a miséria e suas causas.
O capitalismo usando a linguagem da emancipação para melhor oprimir e explorar.
186 – Fração crítica. 15% da classe média. O mundo social é percebido como algo construído, o que enseja também uma atitude ativa em relação a ele. Os outros nadam a favor da corrente. Tipo “é assim mesmo, é se adaptar e levar a vida”.
Já a fração crítica sabe que isso é coisa por nós criada (devastar a natureza, explorar a miséria) e que devemos mudar, o que nos indispõe com a elite. (e o sistema).
Sempre nadando contra a corrente dominante.
187 – Já quem aceita tudo e segue a onda se sente em casa. Em casa e tem companhia na caminhada.
189 – tem um retrato perfeito e detalhado do classe média protofascista.
192 – A corrupção real e a corrupção dos tolos: Uma reflexão sobre o patrimonialismo.
Ele diz que o público cativo da Rede Globo ao chamar o povo para as ruas entre 2013 e 2016 para o Golpe – fração classe protofascista da classe média. (estes foram o carro chefe). O evento foi marcado pela noção de patrimonialismo. Corrupção da política, sem ver a corrupção do mercado. A galera age seletivamente. Corrupção do PT e dos empresários que se aliaram a ele. A estes empresários não tem perdão.
194 – Deltan Dallagnol como expoente da fração protofascista da classe média.
O juiz Barroso do STF pela fração liberal/ centro. Haddad na fração crítica. O autor diz que os três, de um extremo a outro, tem em comum aceitar a noção de patrimonialismo. (ver a corrupção da política sem ver a de mercado).
195 – Coloca-se os camisetas amarelas nas ruas travestidos em princípios morais para dirigir seu ódio de classe a qualquer liderança popular.
196 – Lava Jato. Caçar petistas, garantir e assegurar a distância social em relação aos pobres e atingir seu líder maior, o Lula.
Tempos de Lula – Pobres nas universidades, reduto da classe média. Saltaram de 3.000.000 para 8.000.000 de estudantes nas universidades nos tempos Lula e Dilma.
Prova de perseguição seletiva. Por que os camisetas amarelas não saem mais às ruas quando há denúncias de crimes de outros partidos?
196 – “Deltan Dallagnol é sua mais perfeita expressão: líder tosco, primitivo, cheio de certezas e verdades seletivas”.
198 – Os classe média que não são da fração protofascista e que somou de 2013 a 2016 pelo golpe, ....”se transformar em um monstro completamente fora de controle” (ódio, etc.)
“O ódio encoberto aos pobres se torna maior que o amor superficial pela forma democrática.”
201 – No BR houve a vitória do liberalismo conservador. O pai desse pensamento. Sergio Buarque. Prescreve para explicar o Brasil moderno (a nossa sociedade): “A noção de homem cordial, inferior e desonesto, e a noção de patrimonialismo”.
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