Total de visualizações de página

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

RESENHA DO LIVRO – A ARTE DE ESCREVER – PARTE FINAL


Autor do livro – Schopenhauer

Resenha por :   Eng. Agr. Orlando Lisboa de Almeida  (resenha simples, não acadêmica)

     Página 71 -   “Normalmente as resenhas são feitas no interesse dos editores e não no interesse do público.”
     77 – Sobre o crítico literário anônimo ou que usa pseudônimo.    A eles... “deveriam ser empregados epítetos como: O canalha covarde anônimo diz”...
     82 – Sobre os hegelianos... “Ou então eles tem em vista um modo de escrever espirituoso, com o qual parecem querer ficar loucos”.
     84 -  (ao escrever)  “... a simplicidade sempre foi a marca não só da verdade, mas também do gênio”.
     84 – A primeira regra para bem escrever... “... é que se tenha algo da dizer.”
     90 -  “... embora de fato se deva pensar como um grande espírito, sempre que possível, deve-se falar a mesma linguagem das outras pessoas.  Palavras ordinárias são usadas para dizer coisas extraordinárias.”
     106 – “Pois a língua alemã é a única em que se pode escrever quase tão bem quanto em grego e latim, característica que seria ridículo querer atribuir às outras principais línguas européias, que não passam de dialetos.   Comparado a elas, o alemão tem algo de extraordinariamente nobre e sublime.”
     110 – Criticando um tipo de escritor:   “... basta ao escritor saber o que ele quer e pretende dizer; o leitor que se arranje para acompanhá-lo”.
     112 – “Dizem que Platão redigiu a introdução de sua República sete vezes, com diversas modificações.”
     112 – (base 1850) -  “Até aproximadamente cem anos atrás, sobretudo na Alemanha, os eruditos escreviam em latim.”
     Sobre a Leitura e os Livros
     127 -  ...”os ricos que são ignorantes vivem apenas em função dos seus prazeres e se assemelham ao gado, como se pode verificar diariamente.  Além disso ainda devem ser repreendidos por não usarem sua riqueza e ócio para aquilo que lhes conferiria o maior valor.”
     127 – Parece paradoxal ele não ser contra a leitura, muito pelo contrário, mas num certo contexto coloca a frase para se pensar:     “Quando lemos, somos dispensados em grande parte do trabalho de pensar.  É por isso que sentimos um alívio ao passarmos da ocupação com nossos próprios pensamentos para a leitura.  No entanto, a nossa cabeça é, durante a leitura, apenas uma arena de pensamentos alheios. Quando eles se retiram, o que resta?”.
     129 – “Além de tudo, os pensamentos postos no papel não passam, em geral, de um vestígio deixado na areia por um passante: vê-se bem o caminho que ele tomou, mas para saber o que ele viu durante o caminho é preciso usar os próprios olhos.”
     133 – Cita o epigrama de A.W.Schlegel:   “Leiam com afinco os antigos, os  verdadeiros e autênticos antigos: o que os modernos dizem sobre eles não significa muito.”
     137 – “Há duas histórias: a política e a da literatura e da arte.  A primeira é a história da vontade, a segunda, a do intelecto.   É por isso que a primeira geralmente é angustiante, mesmo terrível: medo, necessidade, engano e assassinatos horríveis, em massa.  A outra, em contrapartida, é agradável e jovial, assim como o intelecto isolado, mesmo quando descreve erros e descaminhos.”
     138 -   Epiciclos.   “Esse epiciclo partia da linha circular levada adiante por Kant até o ponto em que, posteriormente, eu a retomei para fazê-la avançar...”
     143 -   “Gostaria que alguém tentasse escrever um dia uma história trágica da literatura, na qual expusesse como as diferentes nações, cada uma das quais deposita seu maior orgulho nos grandes escritores e artistas que tem a exibir, trataram esses homens durante suas vidas.”    (negrito do resenhista aqui)
     Sobre a Linguagem e as Palavras
     145 – “Sabemos que, do ponto de vista gramatical, quanto mais antigas as línguas, mais perfeitas elas são, e pouco a pouco ocorre uma piora – partindo da elevação do Sânscrito até a baixeza do jargão do inglês, esse traje malremendado de pensamento, feito com retalhos de tecidos heterogêneos.”
     165 – Curiosidade.....   “... uma vez que o colibri só habita o continente americano.”
     166 – O alemão – vários ramos da língua – ramo gótico (um deles).      “O gótico,  proveniente do sânscrito, dividiu-se em três dialetos: sueco, dinamarquês e alemão.”
     166 -  Escavações...  “... em comparação com os achados alemães, que a cultura era muito mais elevada na Escandinávia, em todos os tempos.”          Fim.


sábado, 6 de dezembro de 2014

RESENHA DO LIVRO - A ARTE DE ESCREVER - SCHOPENHAUER

                 (Segunda, de três etapas)   
  37 -  Ele defendia que os alunos dos cursos superiores para juristas, teólogos e medicina, deveriam ter no primeiro ano, curso de Filosofia.  A partir do segundo ano, ter contato com as matérias específicas dos seus cursos, sendo então para os teólogos, mais dois anos, para os juristas mais três e para a medicina, mais quatro anos de estudos.
                 Pensar por Si Mesmo  - capítulo
     39 – “A mais rica biblioteca, quando desorganizada,  não é tão proveitosa quanto uma bastante modesta, mas bem ordenada.”
     ... “por meio da comparação de cada verdade com todas as outras, que uma pessoa se apropria do seu próprio saber e o domina.  Só é possível pensar com profundidade sobre o que se sabe, por isso se deve aprender algo; mas também só se sabe aquilo sobre o que se pensou com profundidade”.
     39 -  “...podemos nos dedicar de modo arbitrário à leitura e ao aprendizado; ao pensamento, por outro lado, não é possível se dedicar arbitrariamente”.
     41 -  ...” o excesso  de leitura tira do espírito toda a elasticidade, da mesma maneira que uma pressão contínua tira a elasticidade de uma mola.”   (ler e matutar)
     41- sobre ler sem matutar...  “...pobres de espírito... privando também seus escritos de todo e qualquer êxito.  Como disse Pope:  ‘Sempre lendo para nunca serem lidos’ “.
     42 - ...”que pensa por vontade própria, de modo autêntico, possui bússola para encontrar o caminho certo.”
    42 – compara ler, como conhecer um jardim via gravura, diferente de visitar o jardim ao vivo e a cores.
     43 – Há o pensador que cria e o erudito que “repete”, replica o conhecimento.
     44 – “Ler significa pensar com uma cabeça alheia em vez de pensar com a própria.”
     45 – Pesquisador científico.  “Só que ele precisa de muitos conhecimentos e, por isso, de muita leitura.”    (além da experiência de campo)
     56 – Um provérbio espanhol:   Honra e proveito não cabem no mesmo saco.
    
     Capítulo – Sobre a Escrita e o Estilo

      57 – Elenca três tipos de escritores.   Primeiro, os que escrevem sem pensar.  Segundo, os que pensam enquanto escrevem e terceiro, há os que pensaram antes de se pôr a escrever.   Escrevem apenas porque pensaram.  São raros.
     62 – “Encontro passagens de meus escritos geralmente citadas de modo falso, e apenas meus discípulos declarados constituem uma exceção.”

              Continuará no módulo 3, módulo final, em breve.     06-12-14



     

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

RESENHA DO LIVRO – A ARTE DE ESCREVER

RESENHA DO LIVRO – A ARTE DE ESCREVER                   (Primeira Parte)     01-12-2014
Autor:  Schopenhauer    (Arthur Schopenhauer – 1788 – 1860)

Resenha feita pelo Eng. Agr. Orlando Lisboa de Almeida
(critério pessoal, sem metodologia acadêmica)

Trata-se de uma edição de bolso da editora L&PM – Porto Alegre – RS – 2014

P.12 – O livro “O mundo como vontade e representação”.   “As principais referências do livro, que ele acabou de redigir em 1818, são Platão e Kant, mas seu pensamento é marcado também pelo estudo da tradição indiana e dos clássicos gregos e latinos”.   ...”foi praticamente ignorado na época...”
     12 -  Ministrou aulas (1820) na Universidade de Berlim e passou a dar aulas no mesmo departamento em que Hegel ocupava uma cátedra.  Hegel era da linha filosófica idealista, diferente da linha de Schopenhauer, que se viu quase sem alunos no final do ano letivo (terminou o turno com quatro alunos apenas).   Abandonou as aulas após esse revés.
     13 – Em 1851 lança o livro Parerga und Paralipomena  (Acessórios e Remanescentes) que lhe dá notoriedade.   Influencia artistas, escritores, filósofos das gerações seguintes como Nietzsche, Wagner, Horkheimer, Thomas Mann, Tolstoi e Sartre, entre outros.
     Sua influência foi marcante inclusive no desenvolvimento da  Psicologia.  Thomas Mann num ensaio sobre o filósofo chega a afirmar que “Schopenhauer, psicólogo da vontade, é o pai de toda a psicologia moderna; dele se vai, pelo radicalismo psicológico de Nietzsche, em linha reta até Freud”.
     14 – Este livro em pauta é parte do Parerga und Paralipomena.    “... diversos aspectos como a erudição, a escrita e o estilo, a leitura e os livros, a língua e as palavras, a filosofia livresca e o pensamento próprio.”
     19 – No capítulo Sobre a Erudição e os Eruditos: 
     “É com esse objetivo que tal geração freqüenta a universidade e se aferra aos livros, sempre aos mais recentes, os de sua época e próprios para sua idade.  Só o que é breve é novo!   Assim como é a nova geração, que logo passa a emitir seus juízos.”
     20 – A busca mais pela informação, não a instrução.    “Não ocorre a eles que a informação é um mero meio para a instrução...”
     “Ah, essa pessoa deve ter pensado muito pouco para poder ter lido tanto!”
     ...”sinto a necessidade de me perguntar se o homem tinha tanta falta de pensamentos próprios que era preciso um afluxo contínuo de pensamentos alheios.... (leitura).”
     21 - ...”da clareza e a profundidade do saber e da compreensão...”
     21 - ...”um bom escritor pode tornar interessante mesmo o assunto mais árido.”
     21 – “elaborar novas e grandes concepções fundamentais aquele que tenha suas próprias idéias como objetivo direto de seus estudos, sem se importar com as idéias dos outros.”
     22- “Não é possível alimentar os outros com restos não digeridos, mas só com o leite que se formou a partir do próprio sangue.”
     23 – A ocupação -   ...”se ocupe dele com amor...”
     24 - ...”a inépcia é um direito de todos. Em compensação, comentar a burrice e a maledicência é um crime...”
     24 – “O grande público culto busca viver bem e se distrair, por isso deixa de lado o que não é romance, comédia ou poesia”.   (isto dito em 1851).  
     25 – “A pessoa que ensina a ciência não e a mesma que entende dela e a realiza com seriedade, pois a esta não sobra tempo para ensinar.”
     25 -  (negrito meu)   “...é uma obrigação dos governos, que pagam as academias, encarregá-las de investigar o assunto por meio de uma comissão, como ocorre na França com casos de muito menor importância”.     “Senão, para que existem essas academias que se tornam tão amplas e abrigam tantos imbecis sempre a se vangloriar?”
     27 – “Em todo o caso, o erudito alemão também é pobre demais para ser honesto e honrado”.      ...”qualquer coisa é melhor do que dizer a verdade e contribuir para o trabalho dos outros – são esses o seu procedimento e o seu método”.
     ...”sem nenhuma consideração pelo bem comum...”
....”única coisa com que todos estão de acordo é não deixar que desponte uma cabeça realmente eminente quando ela tende a se destacar....   representaria um perigo para todos ao mesmo tempo”.
     29 -  “...eruditos independentes tem...  vantagens relativas ao reconhecimento por parte da posteridade...  exige certo ócio e uma certa independência”
     29 – Para os medíocres da academia.     “.. a forragem da cocheira dos professores é a mais apropriada para esses ruminantes.”
     29 – “ Cada geração que passa rapidamente alcança, de todo o saber humano, somente aquilo que ela precisa.  Em seguida desaparece.  A maioria dos eruditos é superficial.  Segue-se cheia de esperanças, uma nova geração que não sabe nada e tem de aprender tudo desde o início; de novo ela apanha aquilo que consegue ou aquilo de que pode precisar em sua curta viagem, depois desaparece igualmente.”
     30 – Empreendimento científico - ...”deve-se dedicar apenas a um campo específico, sem dar importância para todo o resto”.   (ele faz ressalvas a isso)    “Com isso veremos eruditos que, fora do seu campo específico, são verdadeiras bestas”.
     31 – “Em contrapartida, a verdadeira formação para a humanidade exige universalidade e uma visão geral...”
     33 – “Isso mostra que os críticos também são uns ignorantes, ou estão mancomunados com os responsáveis pela publicação, ou então com os editores.”
     35 – O autor defende o conhecimento do Latim, do grego, etc.
     “... Bacon de Veralam traduziu ele mesmo seus ensaios para o latim...”
     36 – Ele propõe que deveria estar em lei...
     “A melhora da qualidade dos estudantes... deveria ser determinada...
     Nenhum deles teria permissão para freqüentar a universidade antes de completar vinte anos, idade em que passaria por um examen rigososum nas duas línguas antigas (latim e grego) antes de fazer a matrícula.