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sábado, 16 de fevereiro de 2019

RESENHA DO EVENTO - AGROTÓXICO MATA - NO MPT MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO - CURITIBA PR - FEVEREIRO 2019




Anotações pelo Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida – filiado ao Senge
Sindicato dos Engenheiros no Paraná
Data: 12-02-2019 – local – Antifeatro do MPT no centro de Curitiba

O evento ocorreu no espaço do grupo que se reune há anos sob o nome de Forum Lixo & Cidadania e que debate a situação dos catadores de recicláveis e a busca de inclusão social dos mesmos integrando os elos para troca de experiências e conquista de melhorias para o setor. Tenho participado há anos do Forum desde Maringá e depois aqui em Curitiba.
Os catadores de recicláveis já tem uma boa caminhada de associativismo e ainda há muitos desafios a vencer e o apoio da sociedade é muito importante inclusive pelo serviço deles que tem um viés ecológico importante na medida que o que se recicla reduz a quantidade de lixo descartado e há menor pressão sobre novas matérias-primas. Outro fator é que lixo pelas ruas aumenta o risco da dengue e outras doenças semelhantes causadas por água empoçada.
Nas reuniões do Forum – sempre abertas à comunidade – vem pessoas do interior inclusive para trazer resultados de ações realizadas, assim como buscar outras experiências exitosas para levar para sua base. Um intercâmbio entre catadores, autoridades públicas, pessoas de ongs e demais cidadãos que ajudam como voluntários na busca do bem comum.
Vamos ao que estava hoje na pauta - EVENTO – AGROTÓXICO MATA
Na mesa de condução dos trabalhos, o Dr Sinclair – Promotor de Justiça ligado à questão de meio ambiente em âmbito estadual há decadas.
Dra. Rosana – Promotora Pública da Comarca de Campo Mourão – PR.
Um pouco da fala da Dra. Rosana. Ela tem na jurisdição 36 municípios abrangidos pelas ações contra os excessos no uso de agrotóxicos, inclusive nas chamadas áreas periurbanas, afetando a vida das pessoas que moram na cidade. Os produtores aplicam venenos e o vento produz a chamada deriva, que é o arraste de resíduos de veneno para fora das lavouras, podendo atingir a cidade, os córregos, mananciais de abastecimento, etc.
Há tempos ela como Promotora de Justiça recebeu um abaixo assinado com mais de 150 assinaturas de pessoas da cidade de Luziana-PR que pertence à comarca de Campo Mourão. A partir daí ela vem num embate de mais de cinco anos junto com a comunidade dialongando com os proturores e buscando forma de resolver os problemas sem inviabilizar as atividades dos produtores rurais.
No contexto, tem sido criadas as chamadas Cortinas Verdes buscando proteger a zona urbana, inclusive com respaldo de leis municipais criadas para esse fim. Uma das alternativas é deixar de aplicar venenos (agrotóxicos) numa distância definida da zona urbana. Outra é fazer agricultura orgânica (sem uso de venenos) nessa faixa periférica à cidade e outra é plantar fileiras de determinadas árvores para evitar que o veneno trazido pelo vento chegue à cidade.
Já são 14 municípios daquela região de C.Mourão que adotaram a lei municipal da Proteção Verde ou Cortina Verde. Buscam em conjunto comunidade e autoridades, soluções para trazer alternativas aos agricultures para que estes tenham opção viável de continuar tendo renda para continuar na agropecuária.
Havia caso em Campo Mourão onde o Hospital Regional era confrontante em divisa com lavouras que recebiam carga de venenos periódicos. Hospital com setores de Maternidade, Oncologia e outros. A promotoria vem agindo com rigor para evitar que situações desse tipo volte a ocorrer.

Numa rápida fala, a Vereadora de Curitiba, Dra Maria Letícia Fagundes que é médica, destacou que pode haver correlação entre o excesso de agrotóxicos e o aumento de certos tipos de doenças, dentre as quais a intolerância a certos alimentos e mesmo alergias diversas. Disse que como vereadora nota que ao município não há muito espaço legal para legislar sobre o tema, mas busca dentro do possível encontrar alternativas que ajudem a proteger a sociedade.
Ela disse que no Plano Diretor de Curitiba há algumas normas sobre produção, transporte, armazenamento e uso de agrotóxicos. Aqui foi criada lei municipal para dar amparo à agricultura urbana que vem se expandindo de forma alentadora.
Lei de 1989 proibe que no espaço público da cidade se use herbicidas para controle de ervas daninhas.
Ela falou inclusive da preocupação com cemitérios, onde tem que haver critérios para evitar que infiltre água contaminada pelos túmulos e afete o lençol freático da cidade.
Doutora Rosana, usando a palavra, destacou que há um dilema. Produtores rurais não estocam sempre os agrotóxicos na zona rural pelo risco de roubos frequentes. Acabam estocando no quintal de casa na zona urbana, colocando em risco a família e vizinhos. Ela tem cobrado de forma rigorosa ações da ADAPAR e do IAP que são órgãos públicos estaduais que tem obrigações nessa área e o dever de fiscalização.
Disse que espera que nos Planos Diretores das cidades sejam sempre contempladas diretrizes sobre o tema dos agrotóxicos.        ( continua......)
            
  (para continuar lendo, clique no local indicado logo abaixo e o texto continua.....)

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

FOTOS DA VIAGEM DE TREM PELA SERRA DO MAR - CURITIBA A MORRETES (PR)

Fotos tiradas com câmera Canon Rebel 75.    Bem amador - Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida - janeiro/19

OBS - na matéria seguinte, há o texto descritivo da viagem em si com dicas sobre o passeio de trem.   Fiz esse passeio duas vezes.
Recomendo.

  Acima, passando pelo município de Pinhais-PR vizinho de Curitiba


  Até aqui, ainda antes de descer a Serra.  Estamos na região que está em altitude de uns 940 m acima do nível do mar.   
Curiosidade:   No alto, antes da serra em si, há araucárias como a vista acima.   Logo em seguida na Serra do Mar já não há araucárias pela mudança do ambiente em si.

 A Mata Atlântica é bem úmida e por isso muito favorável à presença de bromélias que são parentes do abacaxi e muitas vivem sobre a copa das árvores.   Isto é ajudado por haver umidade no ambiente.
 Já na descida da Serra do Mar.   Construções antigas que ainda estão em poder da União estão abandonadas.   A União não cuida e a concessionária Rumo, ex ALL não cuida por não fazer parte da concessão.   Uma pena.

 A guia disse que esta casa acima já foi o que havia de mais moderno em sua época em toda a região.  Com roda de água, gerador de eletricidade, piscina, prédio em três andares e luxo europeu.


 Em destaque as flores do manacá da serra.   Planta que pode ter diferentes nomes conforme a região.  Uns chamam a planta de quaresmeira.



 Essa cachoeira está a uns 400 m da linha do trem.  Usei o zoon máximo da câmera e saiu o que foi possível.

 Aqui o altar da santa do Cadeado.    Passa tão de supetão que quando fui clicar, quase já era.   Ficou um fiapo do altar à esquerda da foto.

 Esta é a ponte metálica sobre o Rio São João, onde o trem passa.   Foto com zoom máximo também.   Consta que esta ponte de mais de 130 anos foi projetada aqui, feita na Belgica e montada aqui.  Vão de quase 100 m e altura na casa dos 70 m. 
 Pico Marumbi em sua beleza.
 Outra vista do famoso pico Marumbi que não é o ponto mais alto do Paraná. 

PASSEIO TURÍSTICO DE TREM PELA SERRA DO MAR - TRECHO CURITIBA A MORRETES (PR)

Neste mês de janeiro de 2019 fizemos num grupo de amigos, um passeio turístico de trem da companhia Serra Verde que desce a Serra do Mar num percurso lindo, nas encostas das montanhas com muito verde e paisagens de tirar o fôlego.   Fui nesse passeio pela segunda vez e nesta fomos entre velhos amigos o que tornou a viagem ainda mais agradável.
     Um pouco do que é a viagem.    O percurso é de uns 80 km e há dois tipos de trens.  Um em estilo mais convencional com vários tipos de serviços em diferentes vagões.    Outro tipo é a chamada Litorina que é como um vagão com maquinário de locomoção preparado para viagem mais exclusiva no ambiente, no serviço e nas paradas no trecho.   O preço também é diferenciado.
     Fomos no trem que tem ao redor de três categorias entre mais simples, mediana e de mais luxo.   Na mais simples, bancos revestidos de forma parecida com os de ônibus urbano e servem uma água, sendo que as demais bebidas são pagas à parte.  
     Na categoria intermediária, na qual fomos, há no combo uma água ou refrigerante e um lanchinho e uma guia que vai explicando sempre em português, os detalhes e particularidades do passeio.   As falas da guia são fundamentais porque as pessoas recebem informações da mata atlântica, um pouco da história da região e da própria ferrovia que é de 1885 e tudo o mais.    Destaco que é a mesma ferrovia que leva mercadorias ao Porto de Paranaguá e vice versa.
     A ferrovia foi feita em apenas cinco anos o que era e ainda seria uma proeza da engenharia, por cortar uma Serra tão íngreme coberta de mata, penhascos e tudo o mais.
     Voltando ao serviço de bordo.    A guia alerta um pouco antes de cada detalhe que merece uma olhada mais apurada de uma ponte, um rio, uma montanha (como o Pico Marumbi), uma casa histórica.    Sem esse alerta que às vezes é visto por frações de segundos, o turista passaria batido, não conseguiria fotografar, nem entender a importância da vista.
     Quanto ao trem no ou nos vagões de mais luxo e também na Liturina, consta que há guias bilingues, o que é fundamental para o tanto de turistas internacionais que descem a Serra do Mar.     Destaque-se que nesta região temos a maior faixa (uns 80 km) de Mata Atlântica preservada, o que é raro no Brasil.
     O passeio de descida da Serra do Mar de Curitiba a Morretes dura entre 3 e meia hora e quatro horas inclusive porque o trem faz paradas técnicas no percurso porque há no trecho os trens de carga compartilhando o trecho e todos são lentos.
     Além da Mata e das montanhas, se vê obras da engenharia como casas, pontes, túneis cavados na pedra há mais de 130 anos (parece haver treze) por onde o trem passa, além de marcos como a cruz do local onde assassinaram o Barão do Cerro Azul e também o Monumento do Cadeado (curva na forma de elo de cadeado) com um pedestal e uma santa.    No terço final da descida, de longe já se enxerga o litoral com parte do oceano e da cidade de Morretes.     As árvores de manacá da serra estão floridas nesta época em suas flores típicas de cor rosada com tons próximos do pink, passando por rosa mais suave e a cor branca.       Há também a subida da serra de trem, porém não recomendo pela demora.      Geralmente quem desce de trem retorna em Vans com ar condicionado que fazem o percurso por preço módico por estrada boa e demoram ao redor de uma hora e meia (pela BR 277 pista dupla) para retornar de Morretes a Curitiba.    Alerto que é uma alternativa interessante já contratar a Van para a volta (paga ao embarcar) ainda em Curitiba onde os agentes contratam "de boca" e entregam um boton para a pessoa usar na lapela e com esse boton o motorista da Van (lá em Morretes) já vai recebendo os visitantes e levando da estação ferroviária para o centro de Morretes.    Em seguida, combinam a hora da saida de volta e pronto.
     Há também ônibus regular que faz o percurso.     É ver os horários e não deixar para a última hora para garantir a passagem para um momento adequado.
     Um dos atrativos de Morretes que tem séculos de história e casario antigo é o prato típico chamado barreado.   Diz a guia que o prato original é feito em panela de barro onde se cozinha carne bovina em fogo brando (panela fechada com massa própria sem saida para vapor) por 12 horas seguidas.   Dizem que os antigos deixavam a carne ao molho cozinhando por 24 h.     É um ensopado de carne que é servido junto com arroz e farinha de mandioca crua e banana da terra.    O prato é saboroso e vale a pena provar.   Cachaça de banana, bala de banana e outras iguarias são destaque da culinária local.
     Caso a pessoa goste do lado histórico, há a opção de visitar também a vizinha Antonina (30 km) que igualmente tem muita história (tem porto local) e um belo casario e bons restaurantes .    A própria igreja matriz de Antonina há anos fez 300 anos de existência e é ampla e imponente.   Visitamos e gostamos.
     Em um dia daria para visitar Morretes e Antonina, mas se a pessoa for ligada em história como eu, pode ser que interesse pousar uma noite em uma das duas cidades.
     Sem dúvida, podendo voltar de carro ou Van pela famosa Estrada da Graciosa, o percurso é um passeio memorável também.    Ela é pavimentada, centenária e vai fazendo as curvas da serra, o que encanta os turistas.   Devido ao traçado da estrada, é de tráfego lento o que também é compatível com quem está passeando e contemplando as paisagens.     Muitos ciclistas sobem ou descem a serra cotidianamente e há pontos de parada para olhar dos mirantes a paisagem da Serra.
  Boa viagem!!!!     orlando_lisboa@terra.com.br      (Uso o Face também)