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quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

RESENHA DE VISITA TÉCNICA À ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO DA SANEPAR EM CURITIBA – PR (COM USINA DE BIOGÁS EM CONSTRUÇÃO) – ETE BELÉM


     Anotações feitas pelo Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida. 
     Promotor da visita:   IEP Instituto de Engenharia do Paraná -    Data:   09-12-15

     Fiz parte da visita técnica como Engenheiro e cidadão e deixo claro que a minha formação não é do ramo sanitário, mas como cidadão fiz a visita e relato aquilo de interessante consegui captar no local.   O intuito de colocar no Word é divulgar no blog para quem se interessa pelos temas Saneamento e Meio Ambiente.
     Curitiba possui cinco ETE Estações de Tratamento de Esgotos que atendem ao redor de 2,5 milhões de pessoas da cidade e da região metropolitana.    Visitamos a ETE Belém, que fica próxima à Foz do Rio Belém que é afluente do Iguaçu e no rumo de São José dos Pinhais-PR.
     Ao contrário da maioria das ETEs do estado, esta usa o sistema Aeróbico para o processo biológico de tratamento do esgoto.    Implantado nos anos 80 com uma tecnologia holandesa, requer grandes aeradores movidos a eletricidade para potencializar a ação dos microrganismos aeróbicos.    Alto gasto de energia elétrica.   A ETE local demanda  transformador de 1.500 KVA de energia elétrica.
     Curitiba é relativamente plana e em chuvas abundantes, boa parte da água pluvial acaba indo parar na ETE e causa algum transtorno no tratamento de esgoto, inclusive levando areia, garrafas pet, etc.
     Na ocasião foi dito que o governo do Paraná elaborou um projeto para sanear o Rio Iguaçu e estaria buscando captar 800 milhões de reais para isto junto à Coréia do Sul, país que saneou um dos seus rios que passa pela zona urbana naquele país.
     Citado pela equipe de Engenharia da Sanepar, que o custo atual de tratamento de esgoto local fica na base de R$.0,42 por m3 (mil litros).     No processo, gera por dia 110 toneladas de lodo.    Este contém metais pesados, microrganismos patogênicos, hormônios, fármacos, etc.      Dar a destinação correta a esse lodo custaria ao redor de 35% das despesas da ETE.
     Consta que o esgoto chega com DBO Demanda Biológica de Oxigênio na faixa de 250 e após tratado, sai com 12.    Após tratado, o esgoto retorna ao Rio Belém e estaria com condições, em termos de DBO, melhores que a água do rio que é bem poluída.
     A novidade no local é a Usina de Biogás que está em fase final de construção pela CS Cattalini Bioenergia (tem site na internet com detalhes), uma parceria entre a empresa Catalini (65%) e Sanepar (35%).  A usina usará o lodo de esgoto como matéria prima para geração de biogás que será convertido em energia elétrica a ser consumida pela ETE local.    Consta que a Usina está prevista para gerar 1,8 MW de energia.
     A usina local seria uma obra de em torno de 75 milhões de reais e será parceira permanente (vendendo energia) da Sanepar – ETE Belém.    Obra prevista para ficar pronta no primeiro semestre de 2016 e dá para ser vista à direita da pista que liga Curitiba a S.José dos Pinhais, apesar de ficar afastada uns 2 km da rodovia em si.
     A ETE Belém também está em obras de expansão para aumentar sua capacidade de tratamento de esgoto.
     O que em princípio já dá para considerar de positivo na produção de biogás é que do ponto de vista ambiental, queimar o metano que é 21 vezes mais danoso como gás do efeito estufa que o dióxido de carbono, traria um ganho ambiental nesse quesito.
     Os rios de Curitiba convergem para o rumo de Araucária-PR e nessa região se concentra a poluição causada pela região metropolitana.       Consta que a Sanepar usa como ponto de coleta de água dos rios ao lado de uma ponte que liga Curitiba a Araucária e nesse ponto é comum a DBO da água estar em torno de 38.     A Sanepar diz que ela “contribui” com 5 pontos dos 38 e o restante (a maioria) viria de águas pluviais, indústrias, esgotos clandestinos, etc.
     Isto foi o que consegui destacar e anotar da visita e o intuito é repassar as informações como contribuição à cidadania.                orlando_lisboa@terra.com.br
                   (41)  9917.2552              Sócio do IEP


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