Anotações feitas pelo Engenheiro Agrônomo
Orlando Lisboa de Almeida.
Promotor da visita: IEP
Instituto de Engenharia do Paraná - Data:
09-12-15
Fiz parte da visita técnica como
Engenheiro e cidadão e deixo claro que a minha formação não é do ramo
sanitário, mas como cidadão fiz a visita e relato aquilo de interessante
consegui captar no local. O intuito de
colocar no Word é divulgar no blog para quem se interessa pelos temas
Saneamento e Meio Ambiente.
Curitiba possui cinco ETE Estações de
Tratamento de Esgotos que atendem ao redor de 2,5 milhões de pessoas da cidade
e da região metropolitana. Visitamos a
ETE Belém, que fica próxima à Foz do Rio Belém que é afluente do Iguaçu e no
rumo de São José dos Pinhais-PR.
Ao contrário da maioria das ETEs do
estado, esta usa o sistema Aeróbico para o processo biológico de tratamento do
esgoto. Implantado nos anos 80 com uma
tecnologia holandesa, requer grandes aeradores movidos a eletricidade para
potencializar a ação dos microrganismos aeróbicos. Alto gasto de energia elétrica. A ETE local demanda transformador de 1.500 KVA de energia
elétrica.
Curitiba é relativamente plana e em chuvas
abundantes, boa parte da água pluvial acaba indo parar na ETE e causa algum
transtorno no tratamento de esgoto, inclusive levando areia, garrafas pet, etc.
Na ocasião foi dito que o governo do
Paraná elaborou um projeto para sanear o Rio Iguaçu e estaria buscando captar
800 milhões de reais para isto junto à Coréia do Sul, país que saneou um dos
seus rios que passa pela zona urbana naquele país.
Citado pela equipe de Engenharia da
Sanepar, que o custo atual de tratamento de esgoto local fica na base de
R$.0,42 por m3 (mil litros). No
processo, gera por dia 110 toneladas de lodo.
Este contém metais pesados, microrganismos patogênicos, hormônios,
fármacos, etc. Dar a destinação correta
a esse lodo custaria ao redor de 35% das despesas da ETE.
Consta que o esgoto chega com DBO Demanda
Biológica de Oxigênio na faixa de 250 e após tratado, sai com 12. Após tratado, o esgoto retorna ao Rio Belém
e estaria com condições, em termos de DBO, melhores que a água do rio que é bem
poluída.
A novidade no local é a Usina de Biogás
que está em fase final de construção pela CS
Cattalini Bioenergia (tem site na internet com detalhes), uma parceria
entre a empresa Catalini (65%) e Sanepar (35%).
A usina usará o lodo de esgoto como matéria prima para geração de biogás
que será convertido em energia elétrica a ser consumida pela ETE local. Consta que a Usina está prevista para gerar 1,8 MW de energia.
A usina local seria uma
obra de em torno de 75 milhões de reais e será parceira permanente (vendendo
energia) da Sanepar – ETE Belém. Obra
prevista para ficar pronta no primeiro semestre de 2016 e dá para ser vista à
direita da pista que liga Curitiba a S.José dos Pinhais, apesar de ficar
afastada uns 2 km
da rodovia em si.
A ETE Belém também está em obras de
expansão para aumentar sua capacidade de tratamento de esgoto.
O que em princípio já dá para considerar
de positivo na produção de biogás é que do ponto de vista ambiental, queimar o
metano que é 21 vezes mais danoso como gás do efeito estufa que o dióxido de
carbono, traria um ganho ambiental nesse quesito.
Os rios de Curitiba convergem para o rumo
de Araucária-PR e nessa região se concentra a poluição causada pela região
metropolitana. Consta que a Sanepar
usa como ponto de coleta de água dos rios ao lado de uma ponte que liga
Curitiba a Araucária e nesse ponto é comum a DBO da água estar em torno de
38. A Sanepar diz que ela “contribui”
com 5 pontos dos 38 e o restante (a maioria) viria de águas pluviais,
indústrias, esgotos clandestinos, etc.
Isto foi o que consegui destacar e anotar
da visita e o intuito é repassar as informações como contribuição à
cidadania. orlando_lisboa@terra.com.br
(41) 9917.2552 Sócio do IEP
Nenhum comentário:
Postar um comentário