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sábado, 7 de julho de 2018

PALESTRA NA AEAPR DE CURITIBA - SOBRE OS AGROTÓXICOS E O RECEITUÁRIO AGRONÔMICO - 28-06-2018

RESENHA DA PALESTRA NA AEAPR SOBRE AGROTÓXICOS
Data: 28-06-2018 – local:  Associação dos Engenheiros Agrônomos de Curitiba – PR.   
         Palestrante:  Engenheiro Agrônomo Luiz Fernando Gastaldo – Conselheiro Titular do CREA PR
         Resenha feita pelo Eng.Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida
         Havia ao redor de 40 colegas presentes e o tema teve como foco o Receituário Agronômico, os agrotóxicos e as discussões que incluem a pressão do Ministério Público sobre os colegas, ao CREA PR e à ADAPAR que é o agente fiscalizador do Receituário Agronômico pelo Paraná.
         Dentre os presentes, estavam o conselheiro do CREA Professor Eng. Agrônomo Hugo Vidal e o Deputado Estadual (PV) Engenheiro Agrônomo Rasca Rodrigues.
         Já no início da fala do Gastaldo, ele deixou claro que não é o dono da verdade e que aqui estamos para assumir algumas mudanças, trocar experiências.     No título da sua explanação se lê:  Receitas Agronômicas e o Ministério Público.    O Gastaldi é da equipe da ANDAV que congrega a indústria dos agrotóxicos no Paraná.    Disse que já levou essa discussão para cinco regiões do estado.    Que haverá mais reuniões envolvendo órgãos como a ADAPAR, Ocepar, CREA PR e Ministério Público.
         Em breve haverá uma reunião em Maringá nesse tema.   Destacou para os colegas da categoria a importância do profissional da Engenharia Agronômica estar integrado a uma associação de classe e de forma conjunta fica mais produtiva a relação com a comunidade e suas instituições.     Assim agindo, haverá valorização profissional.   Destacou o papel da AEAPR, do CREA PR e a Mútua e das entidades de classe regionais.
         Dias 19 e 20-06-2018 houve reuniões com o Ministério Público  (MP) lá em Marechal Cândido Rondon.    O palestrante mostrou aos presentes uma cópia do documento do MP  discutido na ocasião, contendo 12  perguntas aos Engenheiros Agrônomos.   Sempre na linha de buscar saber se o Receituário Agronômico vem sendo acompanhado do Diagnóstico respectivo.
         O MP criou há tempos a chamada Rede Ambiental e os Promotores tem interagido para uma ação coordenada na questão dos Agrotóxicos.   
         O MP já vem notificando e promovendo oitivas nas diversas regiões, tanto envolvendo empresas do ramo como profissionais que emitem RA Receita Agronômica.   Destaque deles em casos que são vistos por eles como acima da média por profissional.     Consta que Bancos que atuam no Crédito Rural também estão no rol dos notificados ou notificáveis.
         Nas 12 perguntas do MP às empresas que revendem agrotóxicos, há pergunta como:   A empresa presta assistência técnica aos seus clientes?
         O palestrante perguntou aos presentes se estes conhecem o Manual de Orientação sobre o Receituário Agronômico editado pelo CREA PR que tem versão impressa circulando e versão em PDF no site do CREA PR.  Pede a todos que tenham e sigam o Manual.
         O SIAGRO – sistema informatizado na web administrado pela ADAPAR que é a Agência fiscalizadora dos agrotóxicos.    Neste há inclusive o meio de emissão da Receita Agronômica e o banco de dados sobre quem emite, quanto emite, a quem emite, o que prescreve, etc.
         Nos casos de eventuais distorções, estas aparecem via Siagro e o MP tem acesso aos dados, como também o CREA PR tem (inclusive com nome, título profissional, número de registro profissional e CPF de cada um).        Pelo SIAGRO o estado tem indiretamente como obter indício de uso de produto clandestino em caso que um produtor rural que tem um perfil de consumo de agrotóxicos, muda drasticamente a demanda. 
         Pela ordem decrescente no PR, as atividades agropecuárias que mais demandam agrotóxicos:  soja, milho, trigo, feijão, pastagem...
         Quadro estatístico no Paraná.     Número de colegas de nível médio e superior  (Técnicos e Engenheiros Agrônomos) ativos no PR:  14.528 Engenheiros Agrônomos e ao redor de 5.000 Técnicos Agrícolas.    Destes dois grupos, só 2.071 emitem RA (Receituário Agronômico).    Dos 2.071, 1512 são Eng. Agrônomos e 559 são TA.
         No SIAGRO  há ao redor de 350.000 usuários de agrotóxicos cadastrados no PR.    Emissão anual ao redor de 3.500.000 RA por ano.     (continua....   teclar no local indicado abaixo)

         São ao redor de 10 milhões de há no PR com uso de agrotóxicos.
         Um ponto fora da curva que acabou colocando lenha na fogueira da discussão com o MP:   (com dados da ADAPAR colocados numa audiência pública recente na ALEP Assembléia Legislativa do PR):  Em dois dias, um único profissional emitiu 892 RA.   É caso isolado mas é fato.    Todos temos ciência que antes de prescrever uma RA há que se ter feito o diagnóstico.
         O custo da assistência técnica para propriedades pequenas é relativamente elevado e por isso está na lei do PR que esse perfil de produtor tem que ser atendido de forma gratuita pelo estado, no caso, pela Emater.
         Citou dados obtidos no SIAGRO:            Pontos fora da curva – os dez profissionais que mais emitiram RA num ano:   7 são Técnicos Agrícolas (TA)  e 3 são Engenheiros Agrônomos.    Os 7 TA citados tem até dois anos de registro no CREA PR.    Mesmo sendo casos pontuais, mostram que há desvios graves e que temos que repensar tudo isso e adotarmos uma postura mais adequada.
         Citou os eventos na campanha O Agrotóxico Mata, na qual houve eventos regionais e usaram inclusive uma série de outdoor de divulgação com certa repercussão na mídia paranaense.    
         Destacou que o Brasil como um todo tem 850 milhões de ha de território.   Usa 7% disso para agricultura; 23% como pastagem, 4% como áreas urbanizadas e 65% com vegetação natural.     Raros países do mundo tem uma reserva natural na proporção da nossa.
 Alertou que na opinião dele na internet há campanhas contra os agrotóxicos que usam dados não confiáveis e que induzem as pessoas a ficarem alarmadas.
         Mostrou foto de um agricultor aplicando agrotóxico com pulverizador costal numa pequena horta comercial de bermuda e chinelo, exposto ao produto, sem orientação nem cuidados com a saúde e o meio ambiente.     Mostra que há problemas e que somos parte da solução.
         Lembrou que recentemente o BR passou os USA em produção de soja.  BR produz 117 milhões de toneladas e os USA, 116,5 milhões.   Supõe-se que até esse fator acaba gerando animosidades por aqui numa atitude concorrencial.
         Em 2016 começou uma ação do MP no PR, mais precisamente na Bacia do Rio Ivai na região de Campo Mourão-PR.    Há atualmente 39 procedimentos administrativos em aberto pelo MP no PR cobrando ações visando o uso racional dos agrotóxicos.  As oitivas (questionamento do Promotor direto ao cidadão) tem sido gravadas.   Pode o produtor chamado a ser ouvido pelo Promotor, levar um advogado.
         Destacou as ações e metas do PARA Programa de Análise de Resíduos em Agrotóxicos.    Programa implementado pela SESA Secretaria da Saúde do Paraná.
         O palestrante disse que em eventual caso de algum comerciante do setor estar pressionando o profissional a emitir o RA sem o devido diagnóstico, este pode pedir o apoio do palestrante, que o mesmo tem meios de dialogar para buscar uma atitude saneadora.      Fez constar que tem 25 anos de profissão e tem orgulho da profissão e espera que todos os colegas tenham motivo para também para se orgulhar da profissão.
         No caso de Maringá, o promotor é o Dr Fábio Alcure que vem articulando o grupo visando ações conjuntas para melhoria do setor na busca do uso racional dos agrotóxicos.
         O RA Receituário Agronômico tem que ser esclarecedor ao usuário.
         Há vários tipos de responsabilidade na atuação do profissional:   Administrativa, Civil, Criminal, Ética, Trabalhista.    Pode haver caso de punição inclusive com multa ou prisão.
         Há a necessidade de alinhamento de todos em busca de soluções.  Ele trabalha na ANDAV que conta com 63 empresas filiadas e que atuam na comercialização de agrotóxicos às revendas.    Elas todas estão preocupadas e querem que tudo isso funcione melhor, com mais segurança.      É uma cobrança da sociedade e um dever de todos.
         O MP perguntou formalmente à ADAPAR e ao CREA (que fiscalizam o setor) sobre o Receituário Agronômico.    A resposta da ADAPAR não teve acolhida favorável do MP que cobrou providências.
         O Gastaldi diz que se aprende pelo amor ou pela dor.   Disse que no caso o ajuste é doloroso, mas tem que haver.
         Citou o caso das Zonas de Proteção Verde  no entorno das cidades para intenção de evitar a deriva de agrotóxicos nas aplicações nas lavouras próximas.    Fileiras de árvores ou arbustos para tentar a proteção.  Há seis municípios que já criaram lei municipal sobre isso.   Outros estão a caminho.      Muitos inserem a exigência no Plano Diretor.
         Diante da questão dos agrotóxicos, o que se está fazendo?    Reunindo entidades para uma ação articulada na busca de solução.     Em Londrina fizeram uma reunião com os colegas profissionais e compareceram 212 pessoas.   A mobilização é grande.    Há que se ter postura de compromisso, de participação.    
         Na reflexão e busca de mobilização ele lança umas perguntas:   Quem defende os interesses da Engenharia Agronômica?  Tarefa fácil?  Quem está lutando por vocês?   O caminho é a coesão nas entidades de classe.    Fez constar que só pode usar o título profissional aquele que está devidamente registrado no seu Conselho de Classe e em dia com o mesmo.
         Reforçou:   “Mais uma vez peço para o pessoal apoiar sua associação e que todos se preocupem com o bem comum”.
         Engenheiro Agrônomo Gastaldi:   (43) 9.99293330  
                  gastaldi@andav.com.br       (ele tem a base em Londrina mas sua atuação abrange o estado todo e havendo demanda, se coloca à disposição)  
   Anotação de: orlando_lisboa@terra.com.br    (Conselheiro do CREA PR)








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