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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

FICHAMENTO - PARTE FINAL - LIVRO LAMPIÃO E MARIA BONITA - ESCRITO POR JORNALISTA MEDIANTE PESQUISA

PARTE FINAL - FICHAMENTO DO LIVRO LAMPIÃO & MARIA BONITA
51 – A família de Lampião foram 400 km de ida e volta a Juazeiro do Padre Cícero. Ao voltar, sentiram falta de algumas cabras marcadas. Acharam o couro delas enterrados no quintal da fazenda dos vizinhos, até então, amigos.
Naquele tempo não havia cercas por lá nas divisas das fazendas. Era a marca dos animais que indicava o dono. E os chocalhos (sinos no pescoço) dos animais. Era comum, se os animais invadiam a propriedade dos outros, o atingido cortava o rabo das cabras e amassava os chocalhos.
51 – Acusação do vizinho de que Virgulino havia roubado um chocalho deu treta. Tempos depois, em outra ocasião, Antonio que era o irmão mais velho de Virgulino falou que iria levar um cavalo para cobrir a mãe e a sogra do vizinho. Ofensa da maior. “No sertão, quem não se vinga está moralmente morto”.
Na primeira refrega a tiros com os vizinhos, Virgulino tinha 18 anos.
61 – Humilhante. Tomar surra com cipó de boi (feito com o pênis de boi)
63 – A mãe de Virgulino morre aos 47 anos por mal do coração. O pai dele foi assassinado numa vingança. Os irmãos, três deles, agora sem nada, resolvem vingar, matar até serem mortos.
63 –Saturnino, o primeiro inimigo (vizinho) morreu por morte natural aos 87 anos em 1981.
64 – O Lucena, da volante (policial), acusado de matar o pai de Virgulino foi perseguido por tempos, mas teve oportunidade de estar entre os que mataram Lampião. Subiu na carreira militar e depois na política. Foi prefeito de Maceió e deputado estadual. Morreu em 1955.
No sertão era mistura de índios com branco e não dava mulato. Já no litoral era branco com preto e havia os bem escurinhos. Daí surgiu entre os cangaceiros de chamarem os das volantes (policiais) de macacos.
Lampião era racista mas em muitas ocasiões teve negros entre os do bando.
73 – O apelido de Lampião teria vindo pela luz do disparo de arma de fogo continuamente em conflitos.
No auge do bando dele era o auge do cangaço como um todo. Na caatinga entre 1919 e 1927, havia mais de cinquenta bandos de cangaceiros em ação.
73 – Voz espaçada e calma. Gostava mais de ouvir do que falar. Mas sempre a decisão final era dele.
A baronesa idosa, mãe de políticos influentes e o casarão em Água Branca. Para descontar as afrontas da família dele nessa cidade e para levantar dinheiro para o bando, Lampião invadiu o casarão e saqueou joias, etc.
76 – Algumas táticas para não serem perseguidos. Varredores com galhos apagando rastros. Andar sobre pedras e andar com as sandálias (alpercatas) com a sola invertida. (tipo curupira).
77 – Dançar era só entre os marmanjos, fazendo de par na dança, a própria espingarda. E daí surge o xaxado, pelo barulho das sandálias no chão.
Quelé, que foi do bando de Lampião foi desligado do grupo e com o tempo passou a ferrenho ativista da volante à caça dos cangaceiros. Participou de 21 refregas contra o bando de Lampião.
81 – Lampião levou tiro no calcanhar, o que fez um bom estrago. Quase foi pego.
82 – Ele foi seleiro, que trabalha com couro, fazendo arreios, etc.
Nessa profissão, Lampião lançou o hábito de colocar enfeites e detalhes em couro na roupa e chapéu dos cangaceiros. Enfeites e moedas aplicados na roupa e chapéu.
85 – Cego de um olho e o acidente que causou isso. No tiroteio com a volante, um tiro acertou num cacto perto de lampião e um espinho voou e furou o olho dele. Apesar do autor deste livro dizer que há controvérsia sobre esse olho defeituoso. Consta que ele há tinha problema nesse olho desde pequeno.
O olho bom dele era o esquerdo e ele era canhoteiro. Dizia que com um olho só era até mais fácil fazer mira.
86 – Teve óculos com lentes presenteadas pela fabricante alemã Zeiss. (até pelo prestígio que ele tinha numa grande região).     Outro detalhe interessante.   Ele era tão famoso na região que chegou a fazer comerciais de Cafeaspirina para a alemã Bayer.
87 – No estado do CE ele andou por uns tempos mas até por respeitar o Padre Cícero, não fazia confrontos naquele estado.
92 – Várias vezes noticiaram a morte de Lampião. Já havia fake News naquela época.
A Coluna Prestes com 2.000 homens com treinamento militar andou pela região na época de Lampião.
95 – Padre Cícero já aos 82 anos, ainda super influente. Decidiu dar patente de Capitão do Exército ao Lampião para este ajudar a combater a Coluna Prestes se fosse o caso. O padre, para não aparecer numa aliança do bandido com o exército, procurou alguém do Poder Público federal para dar a patente a Lampião. O mais graduado funcionário público federal local era o Engenheiro Agrônomo Pedro Albuquerque Uchoa, do Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio. E assim fez.
Numa reunião o agrônomo foi requisitado pelo padre que ditou os termos e o funcionário público ia redigindo. Ao final o padre determinou ao funcionário: Assine! Não houve como escapar, tal era a autoridade de fato do padre Cícero. Com o documento assinado, Lampião passa a assinar Capitão. E recebe fardamento e armas modernas (fuzil mauser alemão) para si e seus jagunços. Tudo isso em Juazeiro do Norte CE, terra do padre Cícero.
98 – O médico do Crato CE, Dr Octacilio Macedo, o entrevistou. Capitão Virgulino então com anéis de brilhantes e pedrarias. Seis anéis. Na entrevista citou que matou três oficiais e mais de duzentos combatentes.
99 – Disse que respeita as famílias e quando descobre que um do bando não respeita, ele castiga. Pagava espiões inclusive. Declarou que seu bando variava de 15 a 50 homens.
101 – O padre Cícero foi candidato a deputado federal.
102 – Fase mais violenta de Lampião e ele e o bando usavam medalhas com a imagem do Padre Cícero, a única pessoa a quem ele respeitava.
104- O grande plano feito detalhado de enfrentar e derrotar todas as volantes numa batalha só, feito por Virgulino.
Chegou a sequestrar um representante da Standard Oil e outro da Souza Cruz e pediu um resgate em valor que dava para passar um ano na Europa. 20 contos de reis.
107 – A batalha envolveu 297 militares contra 72 cangaceiros.
108 – Lampião liberou o refém e fez carta ao Governador do PE a ser entregue pelo refém. Que o governo reconhecesse a autoridade de Lampião como governador do interior e o governador do Estado ficaria com parte mais para os lados do litoral. E assim haveria paz.
111 – Depois da morte do irmão Antonio pelo disparo acidental da arma de um conhecido, Lampião passou a deixar o cabelo e unhas compridas. Muitos do bando seguiram isso. Ao atacarem, o aspecto dos cangaceiros era mais assombroso.
112 – O plano de atacar Mossoró-RN. Ouvia dizer que no Banco do Brasil local haveria 900 contos de reis. Mossoró, cidade rica pelo algodão e pelas salinas. Distante 280 km de Natal com ligação por estrada de ferro. Tinha a cidade então 20.000 habitantes. Cidade com teatros, roupas vindas da Europa, mais de cem residências com piano. Houve a tentativa mas a reação foi muito forte e o bando debandou.
Na narrativa do livro fica um pouco fora da ordem cronológica a sequência de fatos e o autor coloca a morte de Lampião numa fase intermediária da obra. Destaco que no final do livro há uma extensa bibliografia citada pelo autor. Publicado no Face aos 14-02-20

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