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sábado, 8 de agosto de 2015

RESENHA DAS PALESTRAS DE PROFESSORES DA UNICAMP



Anotações feitas pelo Eng.Agr. Orlando Lisboa de Almeida
             orlando_lisboa@terra.com.br
Data e local:   07-08-2015 no auditório do Senge Sindicato dos Eng. do PR
Promoção do IDP Instituto Democracia Popular de Curitiba (foco na luta pela regularização das ocupações urbanas)

Tema:    O mundo do trabalho na atualidade
Palestrantes – Professores da UNICAMP – Amilton Moretto e Eduardo Fanhani

Resumo das falas do professor Amilton
     As pessoas de melhor condição econômica no Brasil comumente acham que o miserável é assim porque não tem iniciativa, é vagabundo.
     Lembrou que muitos dos que recebem Bolsa Família tem emprego, mas ganham abaixo do necessário e a Bolsa Família acaba sendo importante no contexto.
     Citou a escala usual na condição -   Indigentes, pobres, vulneráveis, outros.   
     Nos dias atuais é comum o setor de RH Recursos Humanos das empresas ter como ponto de corte a exigência de segundo grau aos candidatos a emprego.   As pessoas das classes mais baixas da população, por falta de oportunidade, tem escolaridade abaixo do segundo grau e acabam ficando de fora na disputa pelas vagas.     Baseado nessa constatação, fica demonstrado que mesmo havendo aquecimento do mercado de trabalho, os menos favorecidos acabam ficando de fora dos empregos formais.    Pesquisas revelam isso.    
     Do ano 2000 para cá, tivemos uma melhoria significativa na distribuição da renda no Brasil.   Mas ainda a injustiça social é grande em nosso País.  Em 1970 os pobres no Brasil eram 60% da população total.   Citou bastante dados do PNAD Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar – IBGE.
     O crescimento da nossa economia de 2000 para cá ficou entre 3,5 e 4% ao ano com melhoria do emprego e renda.  Reduziu a pobreza no País.
     A política de reajustar o Salário Mínimo acima da inflação na década também ajudou a melhorar a distribuição de renda.
     Falou da moradia popular e lembrou que além de abrigar a família, muitas vezes é também um local onde o morador elabora produtos para obter renda quando não tem um emprego formal.
     Mostrou dados oficiais (IBGE) de 2010 sobre as residências de pessoas pobres que vivem com renda familiar de até R$.70,00 por mês.  Pelo Censo Demográfico de 2010, temos no Brasil:
     4.009.433 domicílios cujas famílias ganham até R$.70,00 por mês.
Destes domicílios:
     42,6% sem abastecimento de água potável
     32,1% sem banheiro
     44,4% sem coleta de lixo
     66,4% sem esgoto sanitário
      7,6%  sem energia elétrica domiciliar
     Ele citou uns dados que foram publicados na Folha de São Paulo em fev/13 com resultados da Auditoria Cidadã da Dívida pública brasileira.
     Percentual do Orçamento da União:
     0,04% aplicado em saneamento básico
     3% em educação
     44% em juro e parcelas pagas da dívida pública.
     Comumente quando há corte no Orçamento da União, os itens mais afetados são os que atendem as pessoas de baixa renda.
     O governo está elevando a taxa de juros buscando reduzir a inflação.  O pesquisador disse que há outros meios de combater a inflação sem elevar os juros que elevam nossas dívidas.
     Defende obviamente que se gaste com critério e se corte despesas desnecessárias, mas o caminho atual não tem sido a melhor forma.
     Lembrou que o desemprego em 2002 quando o Lula assumiu era de 12% e foi caindo para abaixo de 6%.   Agora com as condições desfavoráveis da economia, o desemprego está se elevando.
     Ele disse que foi constatado por estudos que um dos grandes problemas do nosso mercado de trabalho formal é a rotatividade da mão de obra.   Ao ponto de ocorrer o seguinte:   Nestes tempos em que houve aumento do emprego, por conta da rotatividade da mão de obra, também houve aumento do pagamento de seguro desemprego.      Defende que há de se atacar as causas da rotatividade da mão de obra.   Citou dados do FAT Fundo de Amparo ao Trabalhador – do Ministério do Trabalho.    De 2003 a 2013, um período de elevação do emprego, houve uma elevação de 70% no número de beneficiários do seguro desemprego por conta da rotatividade acima citada.

                  Estes foram os dados que consegui anotar da fala do professor, da forma que consegui entender e espero que seja útil às pessoas que buscam um entendimento maior sobre o tema. 
    
(a segunda palestra, do Professor Eduardo Fanhani eu publico logo que colocar a mesma no Word)




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