PALESTRA
- MINERAÇÃO E MEIO AMBIENTE (VALE DO RIO
DOCE)
Local – Belém do Pará – na 74ª SOEA Semana
Oficial da Engenharia e da Agronomia – dia 08-08-2017
Palestrante – Lucio F.Gallon Cavalli –
Executivo da Cia. Vale do R. Doce
Anotações feitas pelo Engenheiro Agrônomo
Orlando Lisboa de Almeida
(uma resenha tem sempre suas limitações de
entendimento e interpretação)
O subtítulo da palestra é Mineração e Meio
Ambiente – Tecnologia e a Vale no Mundo.
Sede no Rio de Janeiro. Presente em 26 países em cinco
continentes. Maior exportadora do
Brasil. Exportou 26 bilhões de reais em
minério no ano de 2016.
No ano de 2016 o Brasil teria exportado 12
bilhões de dólares em minério de ferro (1º lugar na nossa exportação) e 9
bilhões de dólares em petróleo (segundo lugar).
Minério de ferro – foco em MG e em Carajás no Pará. Produzem 64% do minério de ferro em MG e 36%
no Pará na atualidade.
A Vale produz minério de ferro, carvão,
cobre, manganês, fertilizantes, etc.
Mineração demanda grande quantidade de insumos e ajuda a girar a
economia regional. No Pará, em um ano,
recolheu a taxa de mineração no montante de 416 milhões de reais. Emprega no Pará 21.000 pessoas com a folha de
salários anual de 700 milhões de reais .
Desafios da mineração – Licenciamento Ambiental.
Falou do Projeto deles denominado S11D Eliezer Batista em Canaã do Pará
relativo a minério de ferro. (mostrou o vídeo
do projeto que está no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=LRiwTSbePRg
) Investimento de 14 bilhões de
reais. Sistema moderno de extração a
seco. Dispensa lagoas de resíduos. Transporte na mina por esteiras e não por
aqueles caminhões enormes. Esteira,
trem, porto.
Esse projeto já vem sendo implementado há anos (2009) e vai elevar a produção anual de minério de
ferro no Pará de 150 milhões de toneladas para 230 milhões. Começou a operar em 2017. Mostrou um vídeo do projeto.
Eles possuem o direito de exploração em
áreas de florestas e nas áreas delimitadas, colocam vigilantes para garantir a
proteção ambiental e evitar ocupações irregulares.
Na floresta amazônica da região do Pará,
de uma área de 79.000 ha sob domínio da
empresa, usam em geral ao redor de 3% para a lavra e o entorno é
preservado. Nessa área citada
detectaram ao redor de 300 cavernas.
Eles contam com uma equipe de 25 espelhólogos (estudiosos de cavernas)
que fazem o levantamento das cavernas, inclusive em termos de fauna presente.
A área citada fica perto do município de
Parauapebas-PA.
O BR era o maior exportador do minério de
ferro e perdeu essa liderança para a Austrália que também produz muito minério
e fica bem mais perto da China que é o maior comprador e no caso o frete é mais
barato. O Brasil está há 45 dias de
navio até a China e a Austrália, há 15 dias.
A taxa cobrada da mineração atualmente
gira entre 2 e 4% do valor do minério e depende da cotação do mesmo.
Custo do minério deles (da Vale). No Pará eles tem um custo médio de 10
dolares por tonelada de minério de ferro e em MG, ao redor de 20 dolares. Disse que o minério do Pará ajuda a
viabilizar a exploração e exportação de minério deles.
Ele disse que é possível conciliar a
exploração de minério com a preservação ambiental. Na soma das áreas nas quais exploram
minério estão catalogadas ao redor de 4.000 cavernas. Usam inclusive um pequeno robô especial
para entrar nas cavernas para estudo e mapeamento de cada uma.
Citou inclusive algo curioso. Há ainda na lei um dispositivo segundo o
qual a floresta tem que estar preservada num raio de 250 m ou mais de cada
caverna e esse número nada tem de ciência.
Consta que um empreendedor no passado foi comprar uma área com caverna
no estado de SP para desenvolver o turismo no local e ele se comprometeu a
preservar ao menos 250 m de mata em torno dela. Esse caso pontual virou parâmetro
legal.
Um engenheiro da plateia do evento
destacou que o setor de mineração, após o evento trágico do rompimento da
Barragem de Fundão, está muito mal visto pela sociedade.
O palestrante disse que realmente foi algo
bastante negativo e a empresa reconhece os danos (e perdas de vidas humanas) e
destacou que logo em seguida os empregados da Vale em MG tinham até que evitar
sair com roupa que os identificavam com a empresa, pois eram hostilizados no
trânsito, nas ruas. A empresa
resolveu encarar com humildade o problema e buscar soluções e maior aproximação
e esclarecimento sobre as atividades para a sociedade. (Esta palestra de certa forma se insere
nesse esforço, digo eu)
Ele inclusive relembrou que o setor da
Agropecuária vem fazendo uma interessante campanha publicitária – o Agro é
Pop. Disse que o setor de mineração
tem que também buscar a melhoria da sua imagem na comunidade.
Sobre tecnologia, destacou itens
como: eles mantém um Instituto de
Tecnologia Aplicada ao setor para formar mão de obra e desenvolver tecnologias
inovadoras; já possuem alguns caminhões de grande porte que operam sem motorista
dentro de algumas minas.
Sobre responsabilidade social, destacou
que mesmo sendo deficitário, transportam passageiros em suas linhas de trem de
transporte de minério. Citou o caso da
linha no Pará até o Porto de São Luis no Maranhão e o caso da linha que liga
Belo Horizonte ao Porto de Vitória-ES.
Atualmente eles estão com mina inclusive
em São Gonçalo do Rio Abaixo-MG, um pequeno município e tem feito um trabalho
marcante de apoio à infraestrutura da cidade.
Sobre o item uso da água e a consequente
barragem de rejeitos, eles vem buscando aumentar a produção a seco. Em MG estão atualmente com 60% de processo
a seco e 40% com uso de água, cujo rejeito após o uso fica em barragem. Já no Pará, a produção a seco é em
proporção mais elevada.
Há sistema intermediário, onde se usa um
tanto de água, depois drena-se a água e se empilha o rejeito o que reduz muito
o uso de barragem e oferece menor risco ambiental.
Buscam a meta de ficar com apenas 20% da
exploração de minério de ferro com uso de água e a consequente lagoa de
rejeitos. Atualmente eles contam ao todo com 144 barragens de rejeitos.
Exploram também o minério manganês. Quanto aos fertilizantes, estão em vias de
repassar a terceiros o setor que não é muito o foco da Vale.
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