Evento
– 75 SOEA Semana Oficial da Engenharia e Agronomia
Local e data :
Maceió – AL 23-08-2018
Palestrante: Contra Almirante Humberto
Moraes Ruivo
Este Projeto do submarino nuclear está de acordo com a
Constituição Federal de 1988 e as leis específicas, garantindo que o projeto
nuclear brasileiro é para fins pacíficos.
(Artigo 21 da CF 1988). Também
segue acordos internacionais sobre o tema.
Visão geral do Brasil em termos de segurança. O BR é o sexto país entre os de maior área
territorial do mundo.
O BR tem 23.000 km de fronteira entre terra e mar. (1/3 mar)
Nosso povo é de muitas origens étnicas e a quinta em
quantidade de pessoas do mundo. ¼ da
nossa população está na faixa litorânea.
Requer detalhes na segurança do povo.
Outra grande parcela da nossa população está numa faixa próxima ao
litoral.
Economia - uma grande
fatia das nossas exportações e importações vem pela costa atlântica e temos
nessa costa ao redor de 200 portos.
Requerem inclusive segurança.
A descoberta do petróleo do Pré Sal pelo BR fez crescer
nossa preocupação com a segurança da nossa costa marítima.
Energia – Nossa matriz energética tem a sua maior parte de
fonte limpa, de hidrelétricas. Estas
tem potencial de atender ao redor de 75% das necessidades do BR, por outro
lado, por deficiência hídrica em muitos reservatórios, estamos operando abaixo
dessa capacidade. Reforço tem vindo do
petróleo (termoelétricas), etanol, energias alternativas como eólica,
fotovoltaica, etc.
O BR tem a sexta maior reserva de urânio do mundo. Das nossas jazidas conhecidas (falta muito a
ser explorado ainda) há urânio para nosso consumo estimado em cem anos.
O Programa Nuclear da Marinha Brasileira traz inovação
tecnológica, alta tecnologia, etc. 900
empresas privadas nacionais estão integradas ao programa. 23 universidades nacionais e institutos de
pesquisa também integrados. São ao redor
de 8.000 empregos.
Estratégia de defesa – elaborado pela Marinha: Amazônia Azul. Área de mar no entorno da nossa
Amazônia. São em média 200 milhas mar
adentro e numa extensão longa, o que em área perfaz 4,5 milhões de km2, ou
seja, mais da metade do território brasileiro.
Uma tarefa grande para a defesa.
Uma das funções da Marinha é a busca e salvamento. Ajudaram inclusive no caso do jato europeu
que caiu no Atlântico na rota entre o BR e a Europa não há muito tempo.
Além das demandas atuais à Marinha, há estudo da OCDE que
mostra tendência de grande incremento de trocas comerciais em comércio exterior
no médio e longo prazo. Maior
importância de vigiar as fronteiras.
Boa parte das trocas comerciais com a Ásia.
Que Marinha nós temos? (clicar no local indicado para continuar...)
100 navios de modalidades diversas no âmbito da Marinha,
operando no mar e em águas territoriais.
85.0000 pessoas entre militares e civis, dentre estes,
20.000 fuzileiros navais. Nossa
Marinha tem tradição de cooperação em causas internacionais. Presença desta por 13 anos no Haiti e 6
anos no Líbano, sendo a única força naval indicada pela ONU neste caso e que
opera inclusive na atualidade.
Submarinos – Os primeiros no BR vieram da Italia e eram da
classe Foca (pelo que entendi).
Atualmente são submarinos franceses da série Scortene. Os submarinos começaram a operar no mundo
pouco antes da Primeira Guerra Mundial.
Em geral a missão dos mesmos é
“cercar” (cortar a rota) de navios de ataque.
Os submarinos com propulsão não
nuclear precisam de renovação de ar mais frequente e ao emergir ficam à mercê
dos radares inimigos. É a razão
básica para serem desenvolvidos submarinos com propulsão nuclear que tem
autonomia muito maior submersa em operação.
Podem ficar submersos por 3 a 4 meses seguidos.
Não confundir submarino com propulsão nuclear, com navio de
propulsão e portador de armas nucleares.
Os que o BR está a caminho de produzir são apenas de propulsão nuclear.
No conflito das Malvinas entre a Argentina e a Inglaterra,
um submarino nuclear inglês afundou (pôs à pique) o navio General Belgrano dos
argentinos, deixando este país com suas ações desarticuladas no mar e isto foi
parte da derrocada dos argentinos na guerra citada. Ação de um submarino fez a diferença.
Nosso Programa Nuclear – Origem
Logo após a Segunda Guerra Mundial o General brasileiro
Alvaro Alberto trabalhou com afinco para que o Brasil criasse o seu programa
nuclear para defesa. Ele chegou a atuar
pelo Brasil na ONU. Ele criou o CNPQ e o IPEN
Instituto de Pesquisa em Energia Nuclear, este no campus da USP SP.
Em 1988 o BR inaugura um reator nuclear para fins de
pesquisa desenvolvido aqui no país.
Antes disso tínhamos já alguns reatores nucleares feitos em países como
a Alemanha, etc.
Foi nessa época (1988) que o BR partiu para o enriquecimento
de urânio para reator nuclear.
Destacado que em parceria com a Alemanha (no Governo Geisel, anos 70), o
Brasil já atuava na construção das Usinas Nucleares de Angra dos Reis. Por outro lado, para ter um submarino de
defesa, o BR tem que criar seu próprio caminho, gerando a tecnologia para
chegar ao produto final. Defesa
envolve sigilo.
No caso das usinas nucleares brasileiras, no contexto o
Brasil criou a Nuclebras, estatal para gerar equipamentos e tecnologia para as
usinas.
Concentrar mais o Urânio 235 e 238. Após uso do combustível nuclear (resíduo
radiativo) este é estocado em “repositórios” específicos.
O BR também busca com energia nuclear gerar reativos para
exames na área médica em doenças como câncer e algumas doenças
coronarianas. Atualmente todo reativo
é importado e ficamos na dependência de terceiros, numa conta anual na casa de
50 milhões de dólares.
No projeto na USP nessa área, são 1.200 funcionários, sendo
70% civis e a minoria, militar.
CTMSP Centro
Tecnológico da Marinha em SP. Fica em
Iperó, perto de Sorocaba. São 1.800
trabalhadores em vários laboratórios
O reator nuclear que a Marinha está desenvolvendo nesse
Centro é do tipo RMB Reator Multi Propósito Brasileiro. Os testes de operação estão previstos para o
ano de 2021. Primeiro montam quase tudo em terra. Testam bem o reator e depois colocam o mesmo
no submarino em si.
O conceito tecnológico do sistema de propulsão nuclear serve
para vários usos alternativos, pois o reator é um equipamento para gerar
energia que pode mover um submarino, abastecer um parque industrial, pois tem
versatilidade de uso potencial. No
reator: reação nuclear gera calor, aquece água, gera vapor, pressão que roda
turbinas que geram energia elétrica.
O Submarino -
Atualmente operamos submarino Tupi procedente da Alemanha. Feito nos anos 80/90 com tecnologia da
Alemanha – foi montado aqui no Brasil.
Depois começamos uma parceria com a França. A parceria é para a montagem da carcaça do
submarino, deixando à parte (para desenvolvimento nacional) da parte do reator
em si. O acordo com a França envolve a montagem aqui de dois
submarinos convencionais e 1 nuclear.
Neste ano de 2018 há duas carcaças de submarinos em
construção no BR. O primeiro é o
Riachuelo cujo lançamento ao mar está marcado para 08-12-2018 (dia de Iemanjá e Nossa Senhora da
Conceição). Na base de Itaguai-RJ.
Ao longo dos tempos, o BR tem gasto ao redor de 7,6 bilhões
de reais no projeto de navio nuclear envolvendo o estaleiro e a base naval da
marinha (em Itaguai-RJ). Empregados
mais 5,5 bilhões de reais em capacitação de mão de obra especializada.
Em Itaguai-RJ, são 1.140 empregados, sendo somente 6
franceses. 700 empresas mobilizadas no
projeto. 6 universidades engajadas no
projeto.
Há um acordo de uso de energia nuclear para fins pacíficos
assinados entre o Brasil e Argentina. O
ABAC que prevê inspeções conjuntas para garantir os fins pacíficos. Já foram mais de 300 inspeções à nossa
citada base naval da Marinha nesse acordo da ABAC.
Destacou que a Marinha, independente de governo de plantão,
tem projetos de longo prazo e que seguem em frente e envolvem geração de
tecnologia, formação de mão de obra, etc.
Segurança – Temos o CNSN
Comissão Nacional de Segurança Nuclear.
Também temos a partir de 02-05-2018 a AgNSNQ Agência Naval de Segurança
Nuclear e Qualidade.
Nossos submarinos em uso.
São 5 submarinos da classe Tupi com propulsão hidro elétrica
(convencional). A tripulação de cada um
fica ao redor de 37 pessoas. Em média
2.500 toneladas cada. A arma comum
nos submarinos convencionais é o torpedo.
Muitos países tem submarinos nucleares. 11 países fazem o enriquecimento de urânio. O nosso processo de enriquecimento de
urânio é bem moderno, por centrifugação.
A mina de urânio de Poços de Caldas-MG está desativada. Atualmente nosso urânio tem saído da mina de
Caeté-BA.
A Usina Nuclear de Angra dos Reis no RJ tem o nome do
General Alvaro Alberto.
A Marinha, para garantir a lisura do uso de recursos
financeiros, fez parceria e cedeu instalações permanentes em sua base de
Itaguai-RJ para o TCU Tribunal de Contas da União. Tudo é auditado pelo TCU e a FGV Fundação
Getúlio Vargas. Primeiro as contas e
obras são auditadas, depois a Marinha paga os fornecedores.
A estratégia de defesa é manter o mar “aberto” para os
brasileiros. Essencial no comércio
internacional. Para exemplificar,
destacou que quase toda a matéria prima dos nossos medicamentos vem de outros
países e não podemos ficar sem reposição.
Se bloquearem o mar, como seria?
Isto foi o que eu consegui anotar da forma que compreendi e
espero que seja útil às pessoas que se interessam pelo tema.
Anotações
pelo Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida – Curitiba – PR www.resenhaorlando.blogspot.com.br
Muito bom esse texto. Parabéns Orlando.
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