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sexta-feira, 19 de outubro de 2018

SOBRE A SITUAÇÃO DA CASSI – PLANO DE SAÚDE DOS FUNCIONÁRIOS DO BANCO DO BRASIL (outubro de 2018) - OPINIÃO

SOBRE A SITUAÇÃO DA CASSI – PLANO DE SAÚDE DOS FUNCIONÁRIOS DO BANCO DO BRASIL

Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida – func.aposentado do BB    (1981 a 2012 no BB)   (Umuarama, Apucarana, Santo Antonio da Platina e Maringá)
         Atualmente resido em Curitiba-Pr desde que fiquei avô, buscando estar mais perto de filhos e netos, o que é tudo de bom.   E ter um aeroporto por perto ajuda um bocado também.     De bem com a vida.
         Tenho acompanhado de perto, dentro do possível, as questões relativas à nossa CASSI e os embates que aparecem nas redes sociais.  Digo com firmeza e humildade, que ao meu ver é comum o debate se contagiar de rixa política e conter mais achismos que dados, o que produz mais calor do que luz.    Fica naquela de soma zero.
         Dos quase seis anos que estou em Curitiba já fui numas três ou quatro reuniões com o pessoal da Cassi para debater problemas e costumo fazer uma resenha e colocar no blog  www.resenhaorlando.blogspot.com.br como uma forma de socializar as informações obtidas.    Tenho feito o mesmo com as idas às prestações de conta da nossa Previ.
         Vamos aos fatos ou uma versão que está longe de me colocar como dono da verdade.  
         Lendo sempre, matutando sempre, quando se tratava da Cassi, eu tinha a hipótese que boa parte dos problemas estruturais da mesma vem de longa data e eu faço aqui em seguida ponderações com números, inclusive.  Eu colocaria a problemática em três Eixos.
  Eixo Defasagem Salarial;
Eixo Inflação do Setor Saúde;
e Eixo Gestão da Cassi.   
         Nessa linha, fui buscar no Santo Google alguns dados confiáveis e acabei achando  na web uma edição da Tribuna Bancária (CE), edição 1356 de 20 a 25-10-2014.     Há lá uma análise aprofundada da questão salarial dos funcionários do BB e CEF, cujos dados cito aqui com elaborações que fiz.  Alerto que a coisa parece antiga, mas é nessa época que apareceu o “caroço” que agora vem aflorar nas contas da Cassi numa erosão financeira de longo prazo.   E que afeta como achatamento salarial mesmo os funcionários mais novos porque se anteriormente a eles não houvesse a brutal defasagem dos anos 90, eles ganhariam também, grosso modo o dobroVejamos.
Ano
INPC IBGE
REAJUSTE BB



1996
14,28%
0
1997
4,30
0
1998
3,59
0
1999
5,25
0
2000
6,96
1,70%
2001
7,31
2,0
2002
9,16
5,00
2003
17,52
12,60
2004
6,64
8,50
2005
5,01
6,00
2006
2,85
3,50
2007
4,82
6,00
2008
7,15
10,00
2009
4,44
6,00
2010
4,29
7,50
2011
7,39
9,00
2012
5,39
7,50
2013
6,07
8,00
2014
6,35
8,50



Fonte:   Tribuna Bancária do Sindicato dos Bancários do CE.

FASE DA DEFASAGEM SALARIAL DOS FUNCIS DO BB (1993 A 2002):   (partindo do Índice 100 e projetando os percentuais acima)
ANO
Índice  com reajuste
Índice com Inflação
1996
100
114,28
1997
100
119,19
1998
100
123,47
1999
100
129,95
2000
101,70
138,99
2001
103,73
149,15
2002
108,92
162,82
Na equação.            108,92             -   100
                               162,82                 X          x=    49,48%  DE PERDA
Perda salarial dos colegas do BB nesses 7 anos.   Arredondando, perdemos a metade do salário nessa época.   Veremos a seguir os números a partir de 2003 quando houve nova forma de tratar da questão salarial no BB.
   Usando o Índice 100 como base e aplicando percentuais de inflação e reajuste salarial.
Ano
Índice com inflação
Índice com reajuste BB
2003
117,52
112,60
2004
125,32
122,17
2005
131,60
129,50
2006
135,35
134,03
2007
141,87
142,07
2008
152,02
156,28
2009
158,77
165,66
2010
165,58
178,08
2011
177,82
194,11
2012
187,40
208,67
2013
198,78
225,64
2014
211,40
244,20
Fonte:  Tribuna Bancária do Sindicato dos Bancários do CE.
     Cálculo.   211,40        -   100%
                    244,20             X         X=    15,51%  GANHO SALÁRIO  

(clicar no local indicado para continuar...........................................)

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

RESENHA DE PALESTRA SOBRE AGROTÓXICOS NA ALEP ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO PARANÁ – 17-10-2018 (Eng.Agr. Leonardo Melgarejo)



         Forum sobre a Redução e Uso Racional de Agrotóxicos
         Palestrante  Engenheiro Agrônomo Leonardo Melgarejo   (dados curriculares retirados do site do Deputado Estadual Rasca Rodrigues:  Um dos principais especialistas no tema, engenheiro agrônomo e coordenador do grupo de trabalho sobre agrotóxicos e transgênicos da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), Leonardo Melgarejo, apresentou os riscos à saúde dos trabalhadores do campo e da população em geral, que terá alimentos ainda mais contaminados, caso o “Pacote do Veneno” seja aprovado.)     http://www.rasca.com.br/noticia/especialistas-propoem-a-criacao-de-um-plano-de-reducao-do-uso-de-agrotoxicos-no-parana-C181259.html?fbclid=IwAR2fTaEqSJ1vHt7nTnbbGXl1dLX79_5Br49h2469XpP-28FA9NPh8bD3lGE
         Anotações pelo Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida
         Mostrou uma lista de princípios ativos de agrotóxicos registrados por cultura e por estado.   Há um mesmo princípio ativo que está presente em vários produtos comerciais.    PA princípio ativo.    Há mais de 180 para soja e mais de 400 produtos comerciais para a cultura registrados no Brasil.
         O palestrante é pesquisador e foi da Extensão Rural da Emater do RS.
         PL (projeto de lei) em tramitação no Congresso Nacional que vem sendo bastante combatida pela sociedade civil porque traz retrocessos e mais insegurança à saúde pública na visão de muitos estudiosos.   PL 6299/2002.
         Atualmente pela lei brasileira, somente 27 princípios ativos são monitorados na água potável para consumo humano.   E foi visto acima que só para soja há mais de 180 princípios ativos registrados.     E tem as misturas que podem reagir quimicamente e aumentar a gama de contaminantes.
         Citou a publicação “Mapa de Intoxicações por Agrotóxicos no Paraná”.    Destacou que geralmente se registram casos de intoxicação na modalidade aguda, aquela na qual a pessoa entra em contato com o produto e sente reações como dor de cabeça, de estômago, calafrios, etc.   Estima-se que cada 50 intoxicações desse tipo, apenas 1 é registrada pela saúde pública.  Em muitos casos, ocorre o problema e é contornado sem que se faça a ficha médica protocolar.  
         A média de intoxicações agudas no Brasil, por ano, notificadas, tem ficado entre 12.000 e 14.000.     E  foi visto que há sub notificação.
         Por outro lado, o que preocupa bastante são as intoxicações crônicas.   Aquelas que vão ocorrendo passo a passo e a pessoa não sente e quando apresenta sintomas, o mal já pode estar grave e irreversível.   Estas não tem sido notificadas no Paraná.    Consta que a Sesa Secretaria da Saúde do Paraná está em vias de começar a atuar nessa área também, ou seja, das intoxicações crônicas.
         Falou da atrazina,  componente de um herbicida para a lavoura de milho.   Tem relatos comprovados de ações indesejáveis em saúde humana.  Em estudos com sapos em regiões contaminadas, tem havido reversão de sexto em até 10% da população do animal.     O BR por ano usa mais de 15.000 toneladas de atrazina.
         Glifosato – herbicida – também tem trazido riscos à saúde e ao meio ambiente.     Uso de 200.000 toneladas de glifosato no BR por ano.   Ênfase em soja e milho.
         O palestrante mostrou os índices tolerados no Brasil para resíduos de agrotóxicos em alimentos.   Há casos em que a tolerância aqui é dezenas de vezes maiores que em países como os da Europa.   O risco à saúde humana acaba sendo bem maior.       E foi visto que temos uma gama enorme de produtos em uso por aqui e no caso da água potável, a lei só exige que se monitore a dose de 27 resíduos de agrotóxicos.  
         Disse que no Brasil o câncer deixou de ser uma doença da velhice.   Tem cada vez afetado gente de idades menores.    Suspeita-se de que os agrotóxicos são parte do problema.     Tem havido caso de meninas de até oito anos tendo a primeira menstruação, o que seria mais um indício em investigação.
         Destacou que a maioria dos agrotóxicos contém moléculas que não existiam na natureza e foram sintetizados para fins comerciais.    Os seres vivos podem ter reações de vários tipos a esses produtos e seus resíduos.
         Pela lei atual no BR não se pode registrar produto que possa causar câncer nas pessoas.   Isto dentro do princípio da precaução.     Com o PL em tramitação, se está substituindo (proposto) esse princípio por outro que pressupõe risco baixo, de baixa ocorrência.   O que piora a lei.
         Pela lei atual, há três ministérios envolvidos no registro de agrotóxicos no BR, sendo o M. da Agricultura, o da Saúde e o do Meio Ambiente.   Pelo PL 6299 (Pacote do Veneno – apelidado) o carro chefe das decisões passaria ao Ministério da Agricultura, ficando apenas com papel coadjuvante os outros ministérios:  Saúde e Meio Ambiente.      Se hoje está ruim, então tudo fica mais perigoso.   (clicar no local indicado para continuar)

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

RESENHA DO LIVRO – ROTA 66 – AUTOR: JORNALISTA CACO BARCELLOS (truculência da Polícia narrada e documentada)

RESENHA DO LIVRO – ROTA 66 – AUTOR: JORNALISTA CACO BARCELLOS

Ficha técnica:  Editora Record, RJ, ano 2009 – 10ª Edição – 350 páginas
            Resenha (fichamento) elaborado pelo leitor:  Eng.Agr. Orlando Lisboa de Almeida
            Esta resenha se destina a servir de memória de leitura e é publicada num blog amador que mantenho para estimular novos leitores e promover o pensamento crítico a respeito do tema abordado.   Sem fins lucrativos. 
            A ficha técnica citada serve para amarrar as citações a um número específico da página que pode ser diferente conforme a editora e número de edição.  
            ROTA – Rondas Ostensivas Tobias Aguiar   (São Paulo – Capital)   anos 70/80
           
            Página 33 – a Rota foi criada para combater guerrilheiros.   Tempo da Ditadura Militar.
            34 – Exército – PM Polícia Militar (esta, estadual), orientada para a defesa da propriedade dos ricos e combater o “marginal”.   A imprensa acompanha ela lógica também.
            38 – Brigas, som alto, jovem erguer o fusca … gente da classe média e média alta da capital.
            41 – Clube Paulistano (em 1975)  - comum o grupo de amigos fumarem maconha.
            44 – Os jovens personagens deste livro veem a polícia como sendo para combater os pobres e ser contornada com grana quando o abordado é rico. 
            45 – Carro preparado para tirar racha com “estabilidade”.
            45 – No rodapé da página, descrição da submetralhadora Beretta.
            48 – Caco é ameaçado num velório de menino pobre morto pela polícia.  Isto por ser da imprensa que nos casos que se apresenta no lugar dos fatos, relata sempre a versão dos policiais.
Imprensa que faz as vítimas virarem réus.  Daí a família ser hostil inclusive com o Caco.
            49 – Reporter correto irrita os dois lados.   As vítimas e a polícia.  A polícia costuma só ter a versão dela e um reporter decente pode apresentar outra versão para uma ocorrência.
            Na época, Caco trabalhava no jornal Folha da Manhã.  (ele é gaucho)
            51 – PM e Polícia Federal na época da ditadura aproveitavam para aumentar a violência contra o crime dos pobres.  (preto/puta/pobres).
            54 – Caco foi despedido do jornal por pressão dos policiais da repressão.  A queixa dos policiais chegou até o governo  e deste partiu a pressão para o jornal demiti-lo.     O Caco fez bico após demitido, como motorista de taxi.
            58 – Perseguição aos jovens do fusca preparado para rachas (turminha com perfil citado acima, classe média e média alta da capital, frequentadores do Clube Paulistano).    Perseguição após jovens serem flagrados à noite roubando um toca fitas de outro carro.     Perseguição com custo de 10.000 dolares para tentar recuperar um toca fitas.
            Lema da Rota:  A ROTA É RESERVADA AOS HERÓIS
            63/64 – Os jovens do fusca foram perseguidos, encurralados e (rendidos), metralhados (executados).
            75 – O comandante da Rota nessa operação tinha 21 anos de idade.   Despreparo.    (subiu por “sucesso” em ações contra guerrilheiros).
            78 – O Secretário da Segurança do estado de SP na ocasião era o Coronel Erasmo Dias.
            81 – Cada submetralhadora pesava 8 kg.
            87 – A vizinha da casa em frente ao local da execução dos jovens do fusca viu a cena toda, telefonou pra mãe de uns dos jovens executados em seguida ao crime.   Depois deu depoimento à polícia e foi ameaçada de morte e teve que sumir para o exterior.   (tudo isso o Caco levantou dados documentais).
            Esse tipo de ação era rotina e “não dava nada” contra os policiais.  O caso deu crepe porque os rapazes não eram os pobres de sempre.
            88 – Em 09-04-1970 houve a fusão da Polícia Civil de SP com a Força Pública.   Disto surgiu a PM Polícia Militar.    (época da ditadura militar)
            89 – Cita uma porção de dados oficiais das décadas de 60 e 70 da repressão policial aos que eram contra o regime.
            89 – Exército junto com a polícia civil em casos de combate aos terroristas.   No período todo foram executadas 269 pessoas como sendo terroristas.   Destas, 144 oficialmente mortas e 125 desaparecidas.    Executaram, pelo suposto, e sumiram com o corpo.
            91 -  Cita a OBAM Operação Bandeirantes (caça aos terroristas).    
            92 – Guerrilheiros combatidos no Vale do Ribeira em SP.   Houve cerco policial e os guerrilheiros escaparam.   Ação fracassada sob o comando do Coronel Erasmo Dias.
            96 -  “o morto é sempre culpado pela morte dele na versão oficial”   Sempre o chavão lavrado nos documentos da polícia de então é que houve reação à bala e a pessoa foi morta.
            ….................     narra uma série de violências – chacinas contra os pobres.
            327 -  Caco ficou 22 anos investigando dados  da PM de SP e os crimes dela e da Polícia Civil.  (sempre por levantamento em documentos oficiais).  
            Conclusão:    65% das vítimas fatais dos policiais eram inocentes.
            Isto após anos de pesquisa e milhares de dados levantados e tabulados.
            331 – Maior parte dos estupradores eram brancos, mas a maior parte dos que foram mortos pela polícia eram negros e pardos. 
            337 – Caco entrevista um assaltante procurado junto com o reporter Pena Branca em 1981.  Cita uma síntese de que o Pena Branca tem um verdadeiro “centro de inteligência” e rede de contatos inclusive com a polícia para estar na frente dos fatos...   (e suas medidas de segurança pessoal).
            “Quem mata é o sistema da PM, do Comando à Justiça.   O matador só aperta o gatilho”.
            351 – O Caco Barcellos terminou de escrever o livro em 1986.    (coincide mais ou menos com a época do fim da Ditadura Militar (64-85).       Final.
            Isto tem um viés de memória e história e deverá ser muito útil para reflexão das pessoas da atualidade para que tenhamos o alerta e evitemos incorrer nos mesmos erros do passado. 
                                    Blog      www.resenhaorlando.blogspot.com.br