RESENHA DO LIVRO – ROTA 66 –
AUTOR: JORNALISTA CACO BARCELLOS
Ficha técnica: Editora Record, RJ, ano 2009 – 10ª Edição –
350 páginas
Resenha
(fichamento) elaborado pelo leitor: Eng.Agr.
Orlando Lisboa de Almeida
Esta
resenha se destina a servir de memória de leitura e é publicada num blog amador
que mantenho para estimular novos leitores e promover o pensamento crítico a
respeito do tema abordado. Sem fins
lucrativos.
A ficha técnica citada
serve para amarrar as citações a um número específico da página que pode ser
diferente conforme a editora e número de edição.
ROTA
– Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (São
Paulo – Capital) anos 70/80
Página
33 – a Rota foi criada para combater guerrilheiros. Tempo da Ditadura Militar.
34
– Exército – PM Polícia Militar (esta, estadual), orientada para a defesa da
propriedade dos ricos e combater o “marginal”.
A imprensa acompanha ela lógica também.
38
– Brigas, som alto, jovem erguer o fusca … gente da classe média e média alta
da capital.
41
– Clube Paulistano (em 1975) - comum o
grupo de amigos fumarem maconha.
44
– Os jovens personagens deste livro veem a polícia como sendo para combater os
pobres e ser contornada com grana quando o abordado é rico.
45
– Carro preparado para tirar racha com “estabilidade”.
45
– No rodapé da página, descrição da submetralhadora Beretta.
48
– Caco é ameaçado num velório de menino pobre morto pela polícia. Isto por ser da imprensa que nos casos que se
apresenta no lugar dos fatos, relata sempre a versão dos policiais.
Imprensa que faz as vítimas
virarem réus. Daí a família ser
hostil inclusive com o Caco.
49
– Reporter correto irrita os dois lados.
As vítimas e a polícia. A polícia
costuma só ter a versão dela e um reporter decente pode apresentar outra versão
para uma ocorrência.
Na
época, Caco trabalhava no jornal Folha da Manhã. (ele é gaucho)
51
– PM e Polícia Federal na época da ditadura aproveitavam para aumentar a
violência contra o crime dos pobres.
(preto/puta/pobres).
54
– Caco foi despedido do jornal por pressão dos policiais da repressão. A queixa dos policiais chegou até o
governo e deste partiu a pressão para o
jornal demiti-lo. O Caco fez bico
após demitido, como motorista de taxi.
58
– Perseguição aos jovens do fusca preparado para rachas (turminha com perfil
citado acima, classe média e média alta da capital, frequentadores do Clube
Paulistano). Perseguição após jovens
serem flagrados à noite roubando um toca fitas de outro carro. Perseguição com custo de 10.000 dolares
para tentar recuperar um toca fitas.
Lema
da Rota: A ROTA É RESERVADA AOS
HERÓIS
63/64
– Os jovens do fusca foram perseguidos, encurralados e (rendidos), metralhados
(executados).
75
– O comandante da Rota nessa operação tinha 21 anos de idade. Despreparo. (subiu por “sucesso” em ações contra
guerrilheiros).
78
– O Secretário da Segurança do estado de SP na ocasião era o Coronel Erasmo
Dias.
81
– Cada submetralhadora pesava 8 kg.
87
– A vizinha da casa em frente ao local da execução dos jovens do fusca viu a
cena toda, telefonou pra mãe de uns dos jovens executados em seguida ao
crime. Depois deu depoimento à polícia
e foi ameaçada de morte e teve que sumir para o exterior. (tudo isso o Caco levantou dados
documentais).
Esse
tipo de ação era rotina e “não dava nada” contra os policiais. O caso deu crepe porque os rapazes não eram
os pobres de sempre.
88
– Em 09-04-1970 houve a fusão da Polícia Civil de SP com a Força Pública. Disto surgiu a PM Polícia Militar. (época da ditadura militar)
89
– Cita uma porção de dados oficiais das décadas de 60 e 70 da repressão
policial aos que eram contra o regime.
89
– Exército junto com a polícia civil em casos de combate aos terroristas. No período todo foram executadas 269
pessoas como sendo terroristas.
Destas, 144 oficialmente mortas e 125 desaparecidas. Executaram, pelo suposto, e sumiram com o
corpo.
91
- Cita a OBAM Operação Bandeirantes
(caça aos terroristas).
92
– Guerrilheiros combatidos no Vale do Ribeira em SP. Houve cerco policial e os guerrilheiros
escaparam. Ação fracassada sob o
comando do Coronel Erasmo Dias.
96
- “o morto é sempre culpado pela morte
dele na versão oficial” Sempre o chavão
lavrado nos documentos da polícia de então é que houve reação à bala e a pessoa
foi morta.
…................. narra
uma série de violências – chacinas contra os pobres.
327
- Caco ficou 22 anos investigando
dados da PM de SP e os crimes dela e da
Polícia Civil. (sempre por levantamento
em documentos oficiais).
Conclusão: 65% das vítimas fatais dos policiais eram
inocentes.
Isto
após anos de pesquisa e milhares de dados levantados e tabulados.
331
– Maior parte dos estupradores eram brancos, mas a maior parte dos que foram
mortos pela polícia eram negros e pardos.
337
– Caco entrevista um assaltante procurado junto com o reporter Pena Branca em
1981. Cita uma síntese de que o Pena
Branca tem um verdadeiro “centro de inteligência” e rede de contatos inclusive
com a polícia para estar na frente dos fatos... (e suas medidas de segurança pessoal).
“Quem mata é o sistema da PM, do Comando à Justiça. O matador só aperta o gatilho”.
351 – O Caco Barcellos
terminou de escrever o livro em 1986.
(coincide mais ou menos com a época do fim da Ditadura Militar
(64-85). Final.
Isto
tem um viés de memória e história e deverá ser muito útil para reflexão das
pessoas da atualidade para que tenhamos o alerta e evitemos incorrer nos mesmos
erros do passado.
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