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quinta-feira, 4 de outubro de 2018

RESENHA DO LIVRO – ROTA 66 – AUTOR: JORNALISTA CACO BARCELLOS (truculência da Polícia narrada e documentada)

RESENHA DO LIVRO – ROTA 66 – AUTOR: JORNALISTA CACO BARCELLOS

Ficha técnica:  Editora Record, RJ, ano 2009 – 10ª Edição – 350 páginas
            Resenha (fichamento) elaborado pelo leitor:  Eng.Agr. Orlando Lisboa de Almeida
            Esta resenha se destina a servir de memória de leitura e é publicada num blog amador que mantenho para estimular novos leitores e promover o pensamento crítico a respeito do tema abordado.   Sem fins lucrativos. 
            A ficha técnica citada serve para amarrar as citações a um número específico da página que pode ser diferente conforme a editora e número de edição.  
            ROTA – Rondas Ostensivas Tobias Aguiar   (São Paulo – Capital)   anos 70/80
           
            Página 33 – a Rota foi criada para combater guerrilheiros.   Tempo da Ditadura Militar.
            34 – Exército – PM Polícia Militar (esta, estadual), orientada para a defesa da propriedade dos ricos e combater o “marginal”.   A imprensa acompanha ela lógica também.
            38 – Brigas, som alto, jovem erguer o fusca … gente da classe média e média alta da capital.
            41 – Clube Paulistano (em 1975)  - comum o grupo de amigos fumarem maconha.
            44 – Os jovens personagens deste livro veem a polícia como sendo para combater os pobres e ser contornada com grana quando o abordado é rico. 
            45 – Carro preparado para tirar racha com “estabilidade”.
            45 – No rodapé da página, descrição da submetralhadora Beretta.
            48 – Caco é ameaçado num velório de menino pobre morto pela polícia.  Isto por ser da imprensa que nos casos que se apresenta no lugar dos fatos, relata sempre a versão dos policiais.
Imprensa que faz as vítimas virarem réus.  Daí a família ser hostil inclusive com o Caco.
            49 – Reporter correto irrita os dois lados.   As vítimas e a polícia.  A polícia costuma só ter a versão dela e um reporter decente pode apresentar outra versão para uma ocorrência.
            Na época, Caco trabalhava no jornal Folha da Manhã.  (ele é gaucho)
            51 – PM e Polícia Federal na época da ditadura aproveitavam para aumentar a violência contra o crime dos pobres.  (preto/puta/pobres).
            54 – Caco foi despedido do jornal por pressão dos policiais da repressão.  A queixa dos policiais chegou até o governo  e deste partiu a pressão para o jornal demiti-lo.     O Caco fez bico após demitido, como motorista de taxi.
            58 – Perseguição aos jovens do fusca preparado para rachas (turminha com perfil citado acima, classe média e média alta da capital, frequentadores do Clube Paulistano).    Perseguição após jovens serem flagrados à noite roubando um toca fitas de outro carro.     Perseguição com custo de 10.000 dolares para tentar recuperar um toca fitas.
            Lema da Rota:  A ROTA É RESERVADA AOS HERÓIS
            63/64 – Os jovens do fusca foram perseguidos, encurralados e (rendidos), metralhados (executados).
            75 – O comandante da Rota nessa operação tinha 21 anos de idade.   Despreparo.    (subiu por “sucesso” em ações contra guerrilheiros).
            78 – O Secretário da Segurança do estado de SP na ocasião era o Coronel Erasmo Dias.
            81 – Cada submetralhadora pesava 8 kg.
            87 – A vizinha da casa em frente ao local da execução dos jovens do fusca viu a cena toda, telefonou pra mãe de uns dos jovens executados em seguida ao crime.   Depois deu depoimento à polícia e foi ameaçada de morte e teve que sumir para o exterior.   (tudo isso o Caco levantou dados documentais).
            Esse tipo de ação era rotina e “não dava nada” contra os policiais.  O caso deu crepe porque os rapazes não eram os pobres de sempre.
            88 – Em 09-04-1970 houve a fusão da Polícia Civil de SP com a Força Pública.   Disto surgiu a PM Polícia Militar.    (época da ditadura militar)
            89 – Cita uma porção de dados oficiais das décadas de 60 e 70 da repressão policial aos que eram contra o regime.
            89 – Exército junto com a polícia civil em casos de combate aos terroristas.   No período todo foram executadas 269 pessoas como sendo terroristas.   Destas, 144 oficialmente mortas e 125 desaparecidas.    Executaram, pelo suposto, e sumiram com o corpo.
            91 -  Cita a OBAM Operação Bandeirantes (caça aos terroristas).    
            92 – Guerrilheiros combatidos no Vale do Ribeira em SP.   Houve cerco policial e os guerrilheiros escaparam.   Ação fracassada sob o comando do Coronel Erasmo Dias.
            96 -  “o morto é sempre culpado pela morte dele na versão oficial”   Sempre o chavão lavrado nos documentos da polícia de então é que houve reação à bala e a pessoa foi morta.
            ….................     narra uma série de violências – chacinas contra os pobres.
            327 -  Caco ficou 22 anos investigando dados  da PM de SP e os crimes dela e da Polícia Civil.  (sempre por levantamento em documentos oficiais).  
            Conclusão:    65% das vítimas fatais dos policiais eram inocentes.
            Isto após anos de pesquisa e milhares de dados levantados e tabulados.
            331 – Maior parte dos estupradores eram brancos, mas a maior parte dos que foram mortos pela polícia eram negros e pardos. 
            337 – Caco entrevista um assaltante procurado junto com o reporter Pena Branca em 1981.  Cita uma síntese de que o Pena Branca tem um verdadeiro “centro de inteligência” e rede de contatos inclusive com a polícia para estar na frente dos fatos...   (e suas medidas de segurança pessoal).
            “Quem mata é o sistema da PM, do Comando à Justiça.   O matador só aperta o gatilho”.
            351 – O Caco Barcellos terminou de escrever o livro em 1986.    (coincide mais ou menos com a época do fim da Ditadura Militar (64-85).       Final.
            Isto tem um viés de memória e história e deverá ser muito útil para reflexão das pessoas da atualidade para que tenhamos o alerta e evitemos incorrer nos mesmos erros do passado. 
                                    Blog      www.resenhaorlando.blogspot.com.br 
   
           



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