SOBRE A SITUAÇÃO DA CASSI – PLANO DE SAÚDE DOS
FUNCIONÁRIOS DO BANCO DO BRASIL
Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida – func.aposentado
do BB (1981 a 2012 no BB) (Umuarama, Apucarana, Santo Antonio da
Platina e Maringá)
Atualmente
resido em Curitiba-Pr desde que fiquei avô, buscando estar mais perto de filhos
e netos, o que é tudo de bom. E ter um
aeroporto por perto ajuda um bocado também.
De bem com a vida.
Tenho
acompanhado de perto, dentro do possível, as questões relativas à nossa CASSI e
os embates que aparecem nas redes sociais.
Digo com firmeza e humildade, que ao meu ver é comum o debate se contagiar
de rixa política e conter mais achismos que dados, o que produz mais calor do
que luz. Fica naquela de soma zero.
Dos
quase seis anos que estou em Curitiba já fui numas três ou quatro reuniões com
o pessoal da Cassi para debater problemas e costumo fazer uma resenha e colocar
no blog www.resenhaorlando.blogspot.com.br
como uma forma de socializar as informações obtidas. Tenho feito o mesmo com as idas às
prestações de conta da nossa Previ.
Vamos
aos fatos ou uma versão que está longe de me colocar como dono da verdade.
Lendo
sempre, matutando sempre, quando se tratava da Cassi, eu tinha a hipótese que
boa parte dos problemas estruturais da mesma vem de longa data e eu faço aqui
em seguida ponderações com números, inclusive.
Eu colocaria a problemática em três Eixos.
Eixo Defasagem Salarial;
Eixo
Inflação do Setor Saúde;
e
Eixo Gestão da Cassi.
Nessa
linha, fui buscar no Santo Google alguns dados confiáveis e acabei achando na web uma edição da Tribuna Bancária (CE),
edição 1356 de 20 a 25-10-2014. Há lá
uma análise aprofundada da questão salarial dos funcionários do BB e CEF, cujos
dados cito aqui com elaborações que fiz.
Alerto que a coisa parece antiga, mas é nessa época que apareceu o “caroço”
que agora vem aflorar nas contas da Cassi numa erosão financeira de longo prazo. E que afeta como achatamento salarial mesmo
os funcionários mais novos porque se anteriormente a eles não houvesse a
brutal defasagem dos anos 90, eles ganhariam também, grosso modo o dobro.
Vejamos.
Ano
|
INPC IBGE
|
REAJUSTE BB
|
|
|
|
1996
|
14,28%
|
0
|
1997
|
4,30
|
0
|
1998
|
3,59
|
0
|
1999
|
5,25
|
0
|
2000
|
6,96
|
1,70%
|
2001
|
7,31
|
2,0
|
2002
|
9,16
|
5,00
|
2003
|
17,52
|
12,60
|
2004
|
6,64
|
8,50
|
2005
|
5,01
|
6,00
|
2006
|
2,85
|
3,50
|
2007
|
4,82
|
6,00
|
2008
|
7,15
|
10,00
|
2009
|
4,44
|
6,00
|
2010
|
4,29
|
7,50
|
2011
|
7,39
|
9,00
|
2012
|
5,39
|
7,50
|
2013
|
6,07
|
8,00
|
2014
|
6,35
|
8,50
|
|
|
|
Fonte: Tribuna
Bancária do Sindicato dos Bancários do CE.
FASE DA DEFASAGEM SALARIAL DOS FUNCIS DO BB (1993 A
2002): (partindo do Índice 100 e
projetando os percentuais acima)
ANO
|
Índice com reajuste
|
Índice com Inflação
|
1996
|
100
|
114,28
|
1997
|
100
|
119,19
|
1998
|
100
|
123,47
|
1999
|
100
|
129,95
|
2000
|
101,70
|
138,99
|
2001
|
103,73
|
149,15
|
2002
|
108,92
|
162,82
|
Na equação.
108,92 - 100
162,82 X x=
49,48% DE PERDA
Perda salarial dos colegas do BB nesses 7 anos. Arredondando, perdemos a metade do salário
nessa época. Veremos a seguir os números
a partir de 2003 quando houve nova forma de tratar da questão salarial no BB.
Usando o
Índice 100 como base e aplicando percentuais de inflação e reajuste salarial.
Ano
|
Índice com inflação
|
Índice com reajuste BB
|
2003
|
117,52
|
112,60
|
2004
|
125,32
|
122,17
|
2005
|
131,60
|
129,50
|
2006
|
135,35
|
134,03
|
2007
|
141,87
|
142,07
|
2008
|
152,02
|
156,28
|
2009
|
158,77
|
165,66
|
2010
|
165,58
|
178,08
|
2011
|
177,82
|
194,11
|
2012
|
187,40
|
208,67
|
2013
|
198,78
|
225,64
|
2014
|
211,40
|
244,20
|
Fonte: Tribuna
Bancária do Sindicato dos Bancários do CE.
Cálculo. 211,40 -
100%
244,20
X X=
15,51% GANHO SALÁRIO
(clicar no local indicado para continuar...........................................)
INFLAÇÃO
OFICIAL E INFLAÇÃO DO SETOR SAÚDE
Eu acabei usando dados da FIPE Fundação
Instituto de Pesquisa – USP.
Usando
base índice 100, vou resumir os números aqui.
A Inflação oficial do Brasil medida
pelo IBGE pelo INPC no período de 2010 a 2017 saiu de 100 (índice) para 162,93.
Já no
mesmo período (2010-2017) a Inflação da Saúde medida pela FIPE saiu de índice
100 para 167,09.
Ao meu
ver, a inflação da saúde com os parâmetros da FIPE deu números abaixo do que eu
esperava pois há muita evolução na tecnologia da medicina e causa reflexo no
custo da medicina aos usuários direta ou indiretamente. Mas nossa longevidade aumentando é um
fator a mais para encarecer nossos custos para a Cassi.
RESUMO
DOS DADOS
Houve um
congelamento salarial para os funcionários do BB nos anos 90 conforme citado
acima, de quase 50% e isto afetou de forma marcante a entrada de receitas para
a Cassi. Notar que de 2003 em diante,
voltou a ter reajuste salarial próximo à inflação corrente, mas não houve meio
de conquistarmos as defasagens anteriores que ficaram permanentes e repercutem
nos salários de quem está na ativa (mesmo os mais novos) e também dos
aposentados. Perenizou-se as perdas salariais
e de aportes à Cassi. Grosso modo ela
recebe hoje a metade em valores reais do que recebia no início dos anos
90. Daí, haja gestão para cobrir a
conta.
Houve
reposições salariais modestas, mas positivas no período de 2003 a 2014 (quando
foi o ponto de corte dos dados que são de 2014), mas estas fizeram estancar as
perdas, mas não foram capazes de repor problemas do passado nos nossos salários
e aportes à Cassi.
CONCLUSÃO
Anos 90, década de grandes perdas
salariais aos funcionários afetando gravemente aos contas da Cassi com reflexos
negativos desde então causando desequilíbrio estrutural nesta.
Anos
2003 em diante, estancamento das perdas via reposições (com pequeno ganho (15,51%)
real até 2014 (período do recorte dos dados).
Houve
alguma inflação do setor saúde acima da inflação oficial que também contribuiu
um pouco para agravar a finança da nossa Cassi. Por último, claro que a gestão sempre tem o
que melhorar inclusive em Controles e Transparência, afinal pelos dados da
Cassi, hoje ela protege ao redor de 230.000 vidas dos funcionários da ativa e
dependentes, além dos dois outros planos, Cassi Família e Cassi Colaboradores
que no conjunto supera 1.000.000 de vidas.
Diante
do que se viu, me permito fazer algumas sugestões para sanearmos a Cassi.
1 - Aportamos recursos em caráter emergencial para
reequilibrar a finança da Cassi no curto prazo condicionado a...
2 - Criarmos um Forum de discussões com as partes
e seus representantes para estudarmos soluções de médio e longo prazo que ao
meu ver contemplarão alguma elevação de contribuições inclusive dos associados.
3 - Cobrarmos uma gestão moderna, eficiente e
Transparente da nossa Cassi para perenizá-la, já que ela tem uma missão nobre
para todos nós.
Eng.Agr. Orlando Lisboa de Almeida
- matrícula 7.8l9.800-3
(dos tempos de BB)
Este
conteúdo estará no blog www.resenhaorlando.blogspot.com.br
Orlando_lisboa@terra.com.br celular/zap (41)
9.9917.2552
Parabéns Orlando! Estudo perfeito. Certamente aí está a raiz do problema!
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