PARTE FINAL – MINI CURSO SOBRE O MUNDO DO
TRABALHO
E CENÁRIO ATUAL
(DEZEMBRO/2018)
Palestrante – Professor Dr. Helder Molina, da UERJ
Graduado em História, Mestre em História e Economia e Doutorado
em Ciências Políticas.
Anotações pelo Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida
Dica de leitura do Professor: “Mãe” – de Máximo Gorki
Movimentos pré sindicais.
Três grandes movimentos. O dos quebradores de máquinas – na Inglaterra
do tempo da Revolução Industrial. Eles
não tinham uma pauta de lutas nem lideres definidos. Algo como uma turba. Um gesto coletivo.
Cartistas - Uma carta com as reivindicações. Uma das primeiras pautas expressas: Redução da excessiva carga horária de
trabalho.
No livro Germinal (de Emile Zola) consta que os operários
saiam cedinho de casa e chegavam tarde da noite e não viam os filhos acordados.
Os anarquistas que articulavam os operários e tinham um
projeto político. Inspirados em
teóricos como Proudon, Bakunin, Malaterra e outros. Os anarquistas eram anti clericais porque
na época a igreja apoiava os capitalistas que exploravam sem medida os
operários. No contexto está passagem
do romance O Nome da Rosa, de Umberto Eco.
Os anarquistas eram anti clericais, anti patronais e anti
governamentais (contra o Estado). Uma
tese síntese: Nada a perder, tudo a ganhar.
Por quarenta dias os Anarquistas tomaram o poder em Paris na
chamada Comuna de Paris. Onde tem
poder, tem conflito. Há que ter alguma
organização. Os anarquistas negam a
hierarquia. Ao contrário, os comunistas
primam por haver hierarquia.
No Brasil
Primeira fase - Na
fase da Revolução Industrial na Europa, o Brasil ainda estava na treva da
escravidão. Citando a escravidão nos
USA, destacou o livro e o filme 12 Anos de Escravidão. Recomendou.
No
Brasil, pelo final dos anos 1800 começamos a receber imigrantes para substituir
o trabalho escravo em certa medida.
Estes imigrantes trouxeram experiência dos ofícios e também da
organização dos trabalhadores. Com
eles vieram as idéias do anarquismo, comunismo. Em 1917 ocorre a Revolução Russa, que
derruba o reinado dos Romanov. Na
época a Russia era um país pobre e operário.
Anarquistas
se reciclam com os revolucionários comunistas e muitos assumiram o comunismo.
O
PCB Partido Comunista Brasileiro, vem de 1922.
Os anarquistas no BR, de 1907 em diante.
Confederação Operária Brasileira – Anarquista.
No
BR a luta operária desagua em Getúlio Vargas.
Este que é um homem do seu tempo histórico. Na luta os trabalhadores conseguem
arrancar do Estado as leis trabalhistas.
Nada caiu do céu.
1930
– rebelião da burguesia paulista (da riqueza cafeeira). Partido Republicano Paulista. PRP. Tentaram retornar à escravidão.
A
república (1889) veio derrubando o Império porque este libertou os escravos,
contrariando os poderosos de então, senhores de escravos. A elite atrasada não é de hoje por aqui.
Na
visão do Professor, a elite mais atrasada do BR é a elite paulista.
A
CLT Consolidação das Leis do Trabalho, da era Vargas, era um pacto com setor da
burguesia. A que detinha o setor da
indústria. Tanto que o trabalhador
rural ficou de fora da CLT. O patronato
rural, mais atrasado, não aceitou a CLT.
Só em 1988 a CLT passou a abranger o trabalhador rural. (relativamente recente).
Vargas
criou a CLT e nesta as normas sindicais e estas impediam que grupos políticos
(anarquistas, comunistas) pudessem, mesmo sendo operários, ser da diretoria dos
sindicatos.
Os
anarquistas fundaram no Brasil os primeiros sindicatos locais. Predominaram de 1922 a 1962. A partir de 1962 ganha ênfase a ação dos
comunistas no sindicalismo brasileiro.
Nos
anos 60 o presidente da URSS Nikita Krushev lança documento falando dos erros
de Stalin e isto racha os comunistas do Brasil. Uns continuam fieis aos conceitos de Stalin
e outros não e há cisão, ficando então o PCB e o PCdoB. Um de linha Stalinista e outro de linha
Trotskista.
A URSS foi um polo muito importante
de revolução de emancipação de países na América, África, etc.
Ele
diz que a elite brasileira não suporta a democracia. Ela gosta de regime fechado onde ela dita
as ordens. Na atualidade há forças de
direita tentando por todos os meios colocar no escanteio o PT e os partidos de
esquerda em geral.
O
Estado em geral tem entre seus papéis, o de mediar o conflito capital e
trabalho.
Resumindo
as três fases do sindicalismo no BR:
Primeira
fase – os anarquistas
Segunda
fase – os comunistas
Terceira
fase – trabalhista da era Vargas. (PTB)
Vargas
tenta certa dose de harmonia entre o capital e o trabalho. Ele coloca o sindicalista Lula nesse
contexto.
Vargas
estruturou o País para enfrentar o Imperialismo e criar uma Nação
Soberana. Criou a Petrobrás,
siderúrgicas (Volta Redonda, etc) e muita infraestrutura. O chamado período do Nacional
Desenvolvimentismo . (Da era
Vargas). Quer um projeto de Nação
contra o Imperialismo. (custou a vida dele...)
Na
Europa mesmo as elites concordam que os sindicatos são parceiros.
No
Brasil a elite é contra os sindicatos e busca abrir as portas para nosso País
voltar a ser colônia. (Neoliberalismo)
O
economista Paulo Guedes é da “Escola de Chicago”. Ultraliberal.
Mais radical do que o
Consenso de Whashington.
Nos anos 60, o então presidente João Goulart (Jango) estava
tentando implementar as suas Reformas de Base.
No contexto, mexeu com o sistema
de remessas de lucros das empresas estrangeiras e foi o estopim para o
Golpe Militar. Quem nada contra a
corrente dos interesses imperialistas dança. (Vargas, Jango, Lula, Dilma...) Mesmo o Collor com o discurso de que
nossos carros eram carroças e ensaiou uma abertura do mercado no setor e
puxaram o tapete dele.
Tempos da Ditadura Militar – (1964-1985) Abrimos o Brasil para o capital
estrangeiro. Nossa economia se
internacionaliza entre 1974 a 1976.
Expansão do capital e arrocho
salarial. Como uma das reações, o levante dos
empregados do ABC paulista (Santo
André, São Bernardo e São Caetano do Sul).
Os sindicalistas ajudaram a levantar o povo pelo fim da ditadura. Emerge no contexto o Novo Sindicalismo no
Brasil que floresce nas lutas do ABC.
(1979 a 1981). Em 1981 surge o
movimento pró CUT Central Única dos Trabalhadores. Em 1982
nasce o PT. Em 1983 é criada a CUT.
Em 1986, redemocratizado o Brasil (na base da mobilização
popular), voltam à legalidade o PCB e o PCdoB.
Em 1985 o movimento pelas Diretas Já. 1988 promulgada a nossa atual Constituição
Federal.
Em 1989 – Lula e Collor disputam eleição. Collor eleito.
Anos 1990 – Neoliberalismo com FHC no comando. Fernando Henrique Cardoso (PSDB)
Até o ano de 1988 funcionário público não podia ser
sindicato. Criavam associações de
defesa de classe. É o caso da APP
Associação do Professorado Paranaense.
Hoje APP Sindicato.
O Brasil para sair do mito tem que derrotar o mito.
Os países que historicamente se instalaram com partido único
não foram muito longe porque sempre há contradições e diferentes classes. E os consequentes conflitos.
Sugestão de filme:
Linha de Montagem.
Há também em pdf uma apostila do Mini Curso que pode estar
disponível na internet.
orlando_lisboa@terra.com.br (41)
999172552
Quem puder dar algum retorno sobre
o texto lido, sempre anima este anotador e “fazedor” de fichamentos. The End.
Olá Orlando Parabéns! Ficou muito bom! ... uma aula de história sobre política e trabalho, no Brasil. ... leitura obrigatória para os bolsominions. A elite paulistana é a mais mesquinha e orienta, a verdadeira 'Elite do Atraso' de Jessé de Souza.
ResponderExcluirodienta, digo
Excluir... Para os bolsominions, pra que eles venham a ter algum conhecimento sobre política e história do trabalhismo no Brasil e parem de vomitar abobrinhas.
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