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quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

MINI CURSO SOBRE O MUNDO DO TRABALHO E CENÁRIOS PARA O BRASIL ATUAL - DEZEMBRO/18 - Professor Dr. Helder Molina - UERJ (II)

 PARTE FINAL – MINI CURSO SOBRE O MUNDO DO TRABALHO
E CENÁRIO ATUAL (DEZEMBRO/2018)
         Palestrante – Professor Dr. Helder Molina, da UERJ
         Graduado em História, Mestre em História e Economia e Doutorado em Ciências Políticas.
         Anotações pelo Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida
         Dica de leitura do Professor:   “Mãe” – de Máximo Gorki
         Movimentos pré sindicais.  Três grandes movimentos.    O dos quebradores de máquinas – na Inglaterra do tempo da Revolução Industrial.  Eles não tinham uma pauta de lutas nem lideres definidos.  Algo como uma turba.    Um gesto coletivo.
         Cartistas -  Uma carta com as reivindicações.  Uma das primeiras pautas expressas:  Redução da excessiva carga horária de trabalho.
         No livro Germinal (de Emile Zola) consta que os operários saiam cedinho de casa e chegavam tarde da noite e não viam os filhos acordados.
         Os anarquistas  que articulavam os operários e tinham um projeto político.   Inspirados em teóricos como Proudon, Bakunin, Malaterra e outros.    Os anarquistas eram anti clericais porque na época a igreja apoiava os capitalistas que exploravam sem medida os operários.      No contexto está passagem do romance O Nome da Rosa, de Umberto Eco.
         Os anarquistas eram anti clericais, anti patronais e anti governamentais (contra o Estado).    Uma tese síntese:   Nada a perder, tudo a ganhar.
         Por quarenta dias os Anarquistas tomaram o poder em Paris na chamada Comuna de Paris.     Onde tem poder, tem conflito.   Há que ter alguma organização.   Os anarquistas negam a hierarquia.   Ao contrário, os comunistas primam por haver hierarquia.
         No Brasil
         Primeira fase -  Na fase da Revolução Industrial na Europa, o Brasil ainda estava na treva da escravidão.      Citando a escravidão nos USA, destacou o livro e o filme 12 Anos de Escravidão.  Recomendou.
No Brasil, pelo final dos anos 1800 começamos a receber imigrantes para substituir o trabalho escravo em certa medida.    Estes imigrantes trouxeram experiência dos ofícios e também da organização dos trabalhadores.    Com eles vieram as idéias do anarquismo, comunismo.   Em 1917 ocorre a Revolução Russa, que derruba o reinado dos Romanov.    Na época a Russia era um país pobre e operário.
Anarquistas se reciclam com os revolucionários comunistas e muitos assumiram o comunismo.
O PCB Partido Comunista Brasileiro, vem de 1922.   Os anarquistas no BR, de 1907 em diante.  Confederação Operária Brasileira – Anarquista.
No BR a luta operária desagua em Getúlio Vargas.    Este que é um homem do seu tempo histórico.      Na luta os trabalhadores conseguem arrancar do Estado as leis trabalhistas.   Nada caiu do céu.
1930 – rebelião da burguesia paulista (da riqueza cafeeira).   Partido Republicano Paulista. PRP.    Tentaram retornar à escravidão.
A república (1889) veio derrubando o Império porque este libertou os escravos, contrariando os poderosos de então, senhores de escravos.   A elite atrasada não é de hoje por aqui.
Na visão do Professor, a elite mais atrasada do BR é a elite paulista.
A CLT Consolidação das Leis do Trabalho, da era Vargas, era um pacto com setor da burguesia.   A que detinha o setor da indústria.   Tanto que o trabalhador rural ficou de fora da CLT.   O patronato rural, mais atrasado, não aceitou a CLT.   Só em 1988 a CLT passou a abranger o trabalhador rural.   (relativamente recente).
Vargas criou a CLT e nesta as normas sindicais e estas impediam que grupos políticos (anarquistas, comunistas) pudessem, mesmo sendo operários, ser da diretoria dos sindicatos.
Os anarquistas fundaram no Brasil os primeiros sindicatos locais.   Predominaram de 1922 a 1962.    A partir de 1962 ganha ênfase a ação dos comunistas no sindicalismo brasileiro.     
Nos anos 60 o presidente da URSS Nikita Krushev lança documento falando dos erros de Stalin e isto racha os comunistas do Brasil.   Uns continuam fieis aos conceitos de Stalin e outros não e há cisão, ficando então o PCB e o PCdoB.     Um de linha Stalinista e outro de linha Trotskista.
A URSS foi um polo muito importante de revolução de emancipação de países na América, África, etc.
Ele diz que a elite brasileira não suporta a democracia.    Ela gosta de regime fechado onde ela dita as ordens.    Na atualidade há forças de direita tentando por todos os meios colocar no escanteio o PT e os partidos de esquerda em geral.
O Estado em geral tem entre seus papéis, o de mediar o conflito capital e trabalho.
Resumindo as três fases do sindicalismo no BR:
Primeira fase – os anarquistas
Segunda fase – os comunistas
Terceira fase – trabalhista da era Vargas.  (PTB)
Vargas tenta certa dose de harmonia entre o capital e o trabalho.   Ele coloca o sindicalista Lula nesse contexto. 
Vargas estruturou o País para enfrentar o Imperialismo e criar uma Nação Soberana.   Criou a Petrobrás, siderúrgicas (Volta Redonda, etc) e muita infraestrutura.     O chamado período do Nacional Desenvolvimentismo .    (Da era Vargas).    Quer um projeto de Nação contra  o Imperialismo.   (custou a vida dele...)
Na Europa mesmo as elites concordam que os sindicatos são parceiros.
No Brasil a elite é contra os sindicatos e busca abrir as portas para nosso País voltar a ser colônia.   (Neoliberalismo)
O economista Paulo Guedes é da “Escola de Chicago”.   Ultraliberal.
Mais radical do que o Consenso de Whashington.
         Nos anos 60, o então presidente João Goulart (Jango) estava tentando implementar as suas Reformas de Base.   No contexto, mexeu com o sistema de remessas de lucros das empresas estrangeiras e foi o estopim para o Golpe Militar.       Quem nada contra a corrente dos interesses imperialistas dança.      (Vargas, Jango, Lula, Dilma...)     Mesmo o Collor com o discurso de que nossos carros eram carroças e ensaiou uma abertura do mercado no setor e puxaram o tapete dele.
         Tempos da Ditadura Militar – (1964-1985)    Abrimos o Brasil para o capital estrangeiro.   Nossa economia se internacionaliza entre 1974 a 1976.  Expansão do capital e arrocho salarial.       Como uma das reações, o levante dos empregados do ABC paulista   (Santo André, São Bernardo e São Caetano do Sul).     Os sindicalistas ajudaram a levantar o povo pelo fim da ditadura.     Emerge no contexto o Novo Sindicalismo no Brasil que floresce nas lutas do ABC.  (1979 a 1981).    Em 1981 surge o movimento pró CUT Central Única dos Trabalhadores.   Em 1982 nasce o PT.   Em 1983 é criada a CUT.
         Em 1986, redemocratizado o Brasil (na base da mobilização popular), voltam à legalidade o PCB e o PCdoB.
         Em 1985 o movimento pelas Diretas Já.    1988 promulgada a nossa atual Constituição Federal.
         Em 1989 – Lula e Collor disputam eleição.  Collor eleito.
         Anos 1990 – Neoliberalismo com FHC no comando.   Fernando Henrique Cardoso  (PSDB)
         Até o ano de 1988 funcionário público não podia ser sindicato.   Criavam associações de defesa de classe.   É o caso da APP Associação do Professorado Paranaense.   Hoje APP Sindicato.
         O Brasil para sair do mito tem que derrotar o mito.
         Os países que historicamente se instalaram com partido único não foram muito longe porque sempre há contradições e diferentes classes.  E os consequentes conflitos.

         Sugestão de filme:    Linha de Montagem.
         Há também em pdf uma apostila do Mini Curso que pode estar disponível na internet.

             orlando_lisboa@terra.com.br    (41)  999172552

             Quem puder dar algum retorno sobre o texto lido, sempre anima este anotador e “fazedor” de fichamentos.           The End.

        
        

3 comentários:

  1. Olá Orlando Parabéns! Ficou muito bom! ... uma aula de história sobre política e trabalho, no Brasil. ... leitura obrigatória para os bolsominions. A elite paulistana é a mais mesquinha e orienta, a verdadeira 'Elite do Atraso' de Jessé de Souza.

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  2. ... Para os bolsominions, pra que eles venham a ter algum conhecimento sobre política e história do trabalhismo no Brasil e parem de vomitar abobrinhas.

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