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quinta-feira, 7 de março de 2019

RESENHA DO LIVRO – O QUE VEM AO CASO – AUTORA: INEZ CABRAL (março/2019)



    (    filha de João Cabral de Melo Neto – mas tem luz própria)

         Resenha (fichamento) pelo Eng.Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida

         Editora Alfaguara – RJ, ano 2018 – 165 páginas

         Carpina – cidade pernambucana onde o avô tem um sítio.   Mestre Carpina é personagem do poema Morte e Vida Severina  - de João Cabral de Melo Neto
         página 10 – A menina (auto biografia) quer ser fazendeira. O pai pergunta por quê?
                   Pra andar a cavalo, tocar berrante e juntar gado.
         11 – ela dividindo as balas trazidas pelo pai com os irmãos e primos.  Uma para cada e o restante pra ela.    (na minha infância ocorria algo bem assim)
         18 – Em Sevilha (onde o pai serviu como Diplomata).   Os pais colocam ela numa escola pública (religiosa) para imersão na cultura local.   Aulas das 7 as 19 h
         20 – Entre Málaga e Cadiz, região de clima deserto.  O costume da siesta após o almoço.
         51 – O pai é ateu ou agnóstico.   Mãe e irmãos ir à missa nos domingos.  Em certo tempo ela, adolescente sai dizendo que vai à missa mas não vai.   Quando vai, o faz durante a semana.
         53 – Primeira sessão matinê no cinema.   Meias que apertam as pernas grossas, diferentes do padrão das espanholas.   Se lembra de um chavão:   “mulher pra estar bonita tem que sofrer”.
         54 – A mãe dela é assim:  ou pensa como eu ou está errada”
         54 – Enrosco na matéria Geografia.  A mãe envia ela a um povoadinho basco onde vivem menos de 500 habitantes.   Lá tem um mosteiro das freiras ursulinas.  O local se chama Lecumberri.
         55 – Longe da mãe, a principal das vantagens.
         56 – Paqueras aos jovens seminaristas.   “tem coisa melhor na vida do que desencaminhar um seminarista?”
         57 – Em Sevilha, os pais viajavam e os filhos ficavam com a Adela.   Filhos fazem uma festa para celebrar a liberdade, só que os pais chegaram um dia antes, em plena festa... sobrou alguma bronca para Adela mas os pais deixaram a festa continuar.
         Mudam para Genebra na Suiça.
         61 – Na Suíça, dependências da ONU e muitos diplomatas atuantes.   Na escola, discriminação de filhos de diplomatas de outros países.    Certo dia, na frente da comunidade escolar, a mãe de um aluno pergunta à brasileira se é muito difícil subir em árvores.    A menina, de bate pronto, responde:  - Claro que não!  E no meu país há elevadores bem mais modernos do que os seus por aqui.   Risada geral.
         Depois dessa, mãe e filho tomaram chá de sumisso.
         Boletim escolar.  Primeiro a mãe vê e dá a bronca e depois o pai assina.
         63 -  As aulas de francês.  Muitos poemas, inclusive de Victor Hugo.
         74 – termo curioso e popular.   Ela tem um amigo da pá virada.
         77 – Fazer colinha pra prova de química “em letra de formiga”
         85 – Ela tentando arte na escola e a professora não aprova nada.  Conselho do pai poeta:  Não siga o caminho mais fácil.  Arte é suor”.
         87 – Pais conversando sobre ela e ela escutando escondida.   A mãe acha que tudo é fígado, matéria.   Ele pensa em psiquiatra.    (anos 60)   Aqui na Espanha, psicanálise é proibida, dizem que é coisa de falta de fé.   Ela fica muito revoltada com os pais.   Achava que eles poderiam conversar mais com ela e não quererem enquadrá-la.
         O pai sempre compreende e sugere que ela comece a escrever.  Assim não terá professores para podá-la na arte.
         88 – Ela pelos cinquenta consegue conversar mais com o pai.  Logo ele morre e cai a ficha:  deveria ouvi-lo mais nas dicas para a vida e a arte.
         90 – Sair, na juventude, e ter que voltar antes das três da madrugada.  Pais colocam o despertador para três da matina e ela tem que chegar, entrar no quarto deles e desligar antes de soar o alarme.
         94 - … aceita seu destino: ser brasileira e morar no Brasil.
         95 – Anos 60/70.   Mulher no Brasil era pra casar, ser fiel, do lar e o homem pode pular cerca, etc.   Na Europa já havia mudado um tanto essa mentalidade.
         Anos dourados (anos 60) tempos de agito da juventude.  Peças  Hair e Oh Calcuttá!
         101 – Frase sobre o namorado que atua em cinema  (ele uns 16 anos mais velho que ela, desquitado): “Ao cabo de um mês, mudou-se para a casa dele de onde só saiu oito anos e dois filhos depois”.
         105 – O poeta João Cabral (pai dela) e família eram amigos de Dom Helder Câmara (então bispo).
         114 – Filha dela nasceu e recebeu o nome de Dandara.  A avó paterna não se conforma com o nome e torce para que não seja menina para fugir do nome escolhido.    Dandara foi crescendo e se tornou mandona.
         120 – O filho recebeu o nome de Sereno.   Coisa de bichos grilos dos tempos de hippies.
         123 – Um truque de mãe que inventou na hora das crianças irem dormir ou que deveriam ir.   Só deixa chamá-la de mãe até a hora combinada para dormir.  Depois desse horário, tem que chamar pelo nome da mãe.    As crianças entraram na linha e às vezes até iam dormir mais tarde, mas não perturbavam a mãe.
         126 -  Desfaz o relacionamento e avisa por telegrama o pai.  Ele dá força total a ela.
         129 – Ela perticipa da montagem do filme “O Amuleto de Ogum”.
         130 – Resolve ficar com uma mulher.  Tentar outras possibilidades.
         132 – O pai das crianças é omisso total, até em afeto às crias.
         134 – Agora ela tem um “ficante” que trabalha com ela em montagens de filmes.
         137 – A professora idiota que fica na marcação da filha dela que já é alfabetizada e não presta atenção na aula.    A mãe, após reclamação, orienta a filha. A filha leva o ano na boa e no fim a psicologa veio perguntar como a mãe solucionou o problema.   A mãe não queria responder, mas acabou dizendo:   Eu falei pra filha que a professora era uma idiota (não ver que a menina já sabia ler) ...e que ela fizesse tudo direitinho sem incomodar a professora.
         140 – Ela é da geração “bicho grilo”, anos dourados.  (anos 60)
         Hippies, pílula, LSD, etc.
         142 – O problema de punir a criança sem explicar o por quê.
         146 – Um dia ela leva o filho de sete anos para visitar o avô dele.   Na casa do avô poeta, dois amigos estavam presentes.   Otto Lara Rezende e Rubem Braga.  O menino de sete anos tinha lido um conto de Rubem Braga  “A triste história do tuim”. O autor ficou lisongeado e o Otto Lara ficou com ciume.   Gostaria de escrever algo que fosse lido e compreendido inclusive pelas crianças.
         156 – O velório do pai na ABL Academia Brasileira de Letras no RJ.   Os figurões e os holofotes das Tvs.   E ela num canto só observando as falsidades e egos.
         Citou inclusive o episódio dos mortos da queda do avião com o time da Chapecoense.   Que o Temer foi a Chapecó e a turma da segurança convidou os parentes dos mortos para irem ao local onde estava o presidente para os cumprimentos.   Um dos pais disse que não ia porque o Temer era só o presidente e não tinha nada a ver com a família e o momento deles.   -  Eu não vou.  O velório é aqui. Se ele quiser, que venha nos cumprimentar no velório.
         159 – Como ela conseguiu enquadrar o filho de dezesseis anos que andava mal na escola, fumando maconha inclusive no momento de estudar pra prova do dia.  Ela deu a bronca e desafiou ele a sair de casa e se virar.   Ele disse que iria passar a pousar nas marquises, logo no RJ onde o perigo é vinte e quatro horas por dia.   Ela combinou diferente:   Você vai entar pela porta da cozinha, preparar sua comida, lavar suas roupas e dormir no seu quarto sem importunar ninguém.   E assim se fez.   Um dia após ele fazer um café veio perguntar pra mãe se ela aceitava um gole. 
         163 – Ela, cineasta, recebe uma encomenda da Pastoral da Criança, um filme curto e de muito baixo orçamento.   Ela topa a parada e mãos à obra.   Num dia das filmagens, conversa com uma mãe.    A mãe preocupada com o filho jovem e o risco dele querer um tenis de marca e cair na mão de traficantes.   Ela pergunta se essa mãe tem filha.  A mãe diz que tem, as que com elas não se preocupa.
                   Tenho sim, duas.  Mas com as meninas é mais fácil.
                   Mais fácil?
                   Claro.  Se uma menina quiser uma roupa cara, basta abrir as pernas. Depois, lavou, tá novo.

                                            Espero ter despertado a curiosidade dos leitores para lerem a íntegra do livro que é feito em mini contos de uma a duas páginas cada.   Todos ricos em conteúdo e bem objetivos na forma de expressão.   Recomendo muito.
                           www.resenhaorlando.blogspot.com.br         


        

        


Um comentário:

  1. Ok Orlando a leitura do resumo foi bastante atrativa. Muito interessante! Parabéns!

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