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segunda-feira, 8 de julho de 2019

RESENHA DA AULA SOBRE A HISTÓRIA DO URBANISMO DE CURITIBA PR



Professor: Arquiteto Urbanista Juliano Geraldi (Professor da PUC PR)
Local: Solar do Rosário – Centro Histórico – Curitiba – PR
Data: 04-07-2019 – parte da manhã.
Resenha feita pelo Eng.Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida, aluno do curso de duração de um mês (julho-2019).
Neste curso de cinco aulas, teremos três teóricas e duas em campo, visitando locais de interesse do curso.
Neste curso além de alguns que já vem seguindo conosco no Patrimônio Histórico, há novos alunos, sendo um advogado, uma guia de turismo, duas professoras, uma urbanista.
À aula em si. Cidade e pessoas. Processos e obras. Meio ambiente. Começaremos a abordagem de Curitiba pelo começo do século XIX, quando a urbanização se acelerou. Lembrou que nos tempos remotos os índios Tupis Guaranis que viajam muito tinham passagem por estas terras que era numa das rotas dos indígenas.
Em 1654 nasce o povoado de Nossa Senhora da Luz e Bom Jesus dos Pinhais.
Mostrou um mapa do tropeirismo com alguns ramais. Foco na ligação RS com Sorocaba-SP que era um importante entreposto comercial do tropeirismo. Sorocaba/Itararé/Castro/Ponta Grossa/Palmeira. Bifurca ramal Guarapuava. Outro ramal – Palma PR/Xanxerê-SC/Chapecó/Palmeira das Missões – RS/Santo Angelo.
Outro ramal de Ponta Grossa/Lapa/Rio Negro/Mafra/Lages/Vacaria/Porto Alegre.
Início da urbanização de Curitiba - A Casa Romário Martins, com eira e beira no estilo português está em pé no Largo da Ordem no Centro Histórico de Curitiba. Uma das edificações mais antigas da cidade. Abriga um centro de cultura com exposições temporárias.
Em frente à Casa Romário Martins tem um bebedouro para cavalos preservado.
O cientista Saint Hillarie passou por Curitiba em 1820. Fez um interessante perfil do povo que aqui habitava na ocasião. Destaca a cor branca das pessoas... as mulheres com traços mais delicados... falam com desenvoltura.
Sobre Curitiba há uma tela pintada por Debret datada de 1827 que é um importante “retrato” da incipiente cidade.
Curitiba em sua zona urbana em 1857 tinha 34 quarteirões apenas. Por perto, o Rio Belém e o Rio Ivo (que descia do Batel). Num morro (Alto São Francisco) um cemitério e em outro morro (então fora do povoado) no Alto da Glória, o cemitério dos alemães. A região aqui tem problema de drenagem e os cemitérios nos morros são inclusive para evitar lugar encharcado.
1857 – Curityba. Aproximadamente 12.000 habitantes.
Região da cidade com poucos declives, tem no Rio Iguaçu um declive ao redor de 1% o que faz o rio correr com lentidão e no caso de estar poluido, demora bem mais para diluir os poluentes em seu curso.
1853 - Ano de Emancipação do PR da Provincia de São Paulo, da qual até então era a chamada Quinta Comarca. Nessa época a cidade portuária Paranaguá teria ao redor de três vezes mais população que a pequena Curitiba.
1857 – o Engenheiro francês Pierre Taulois recomendou que Curitiba passasse a adotar o alinhamento das ruas, o que foi uma ação de planejamento urbanístico para a época.
FERROVIA PARANAGUÁ – CURITIBA (partiu a obra do litoral para cá). A obra desafiadora cortando a Serra do Mar foi executada em cinco anos, entre 1880 e 1885.
A estação ferroviária de Curitiba ficou meio de lado da cidade e coube ao Engenheiro Ernesto Guaita a incumbência de projetar ruas e infraestrutura da estação e acessso à mesma.
Muitos hoteis e casas comerciais passaram a surgir próximos à estação ferroviária.
O proletariado começou a residir próximo à estação por conta do trabalho e também pela região onde hoje fica o Batel, Água Verde.
Fizeram a Santa Casa então meio fora da região residencial, onde hoje fica a Praça Rui Barbosa.
Curitiba praticamente dobra sua população urbana em poucos anos com a chegada da ferrovia.
A cidade passa a contar com seu código de postura, lei municipal que ditava regras para convivência na zona urbana. O maior problema ambiental de então, fim do século XIX era o pessoal que lavava seus cavalos nos rios que passam na zona urbana, aumentando a poluição das águas. Ao ponto de haver proibição legal e fiscais que ficavam em botes subindo e descendo o rio fiscalizando e multando os infratores.
O código de postura daquela época só foi substituido completamente pelo novo de 2001.
Crescimento da população de Curitiba. Entre 1890 e 1920, período de grande crescimento, passou para ao redor de 75.000 pessoas. E nos cem anos entre 1890 e 1990, chegou ao final do período com mais de 1.000.000 de habitantes. Grandes desafios de saneamento, etc.
Em 1904 Curitiba tinha seus poços completamente poluidos e a água não era mais potável. A prefeitura contratou uma empresa privada de São Paulo que tinha grande experiência em saneamento. Era a Companhia de Melhoramentos de São Paulo. Vieram atuar por essa Cia em Curitiba dois engenheiros: Otaviano do Amaral e Alvaro de Menezes.
Antes das obras de saneamento, onde hoje temos a Praça Zacarias, havia uma bica onde muitas pessoas coletavam água para consumo.
Os engenheiros da Cia projetaram e foi construido no pé da Serra o Reservatório São Francisco que ainda está em função como um dos meios de abastecimento de Curitiba. A canalização segue mais ou menos reta da região central da cidade para o rumo de Pinhais e de lá para o pé da serra. Boa parte da obra do reservatório é em alvenaria e subterrâneo. Foi esgotado no fim dos anos 90 para manutenção. Já cogitaram de esvaziar o local, fazer ajustes e usar como um espaço cultural.
O reservatório atualmente abastece 16 bairros de Curitiba.
1900 - Nesse ano fizeram uma hierarquização das vias em Curitiba, definindo avenidas de acesso mais rápido, ruas secundárias, etc. Foi mais uma obra de planejamento urbanístico.
1903 – foi feito um grande colégio público, o Colégio Xavier da Silva. Curiosamente na época prevaleciam os colégios religiosos e o ensino era mais elitizado e buscava-se também manter o foco na fé cristã. E nesse início de século XX já a administração pública tentava mudar o foco para escolas públicas com formação laica e cidadã dentro do conceito de então. (era uma forma de disputa ideológica no caso). Nesse contexto o Colégio Sagrado foi feito num local proletário.
1910 - Pavimentação das ruas do centro da cidade e implantação dos bondes.
1916 - Ano em que foi edificado o Belvedere. Aquele prédio em frente ao Museu Paranaense, no Alto São Francisco, Centro Histórico de Curitiba.
1917 – Affonso Camargo assume o contrato e indeniza os sócios da Companhia de Melhoramentos de São Paulo, passando então esta a uma empresa pública. Havia muita reclamação do povo com a companhia até então. Nesse tempo todos os poços de Curitiba estavam contaminados.
1918-1919 - Curitiba enfrenta a febre tifóide que causou muitas mortes na cidade. E na época o saneamento básico da cidade era bem precário. Foi um inferno astral ao povo e ao governante.
1919 – Assume o governo o Médico Caetano Munhoz da Rocha (pai do Bento que depois de décadas foi governador do PR).
1920 – 1921 – Plano Saturnino de saneamento e urbanismo para tentar melhorar as condições de vida na cidade.
1930 – O mundo teve a quebra da bolsa de NY, recessão e esta afetou nosso País e nossa região. Considera-se que com isso vem ao fim a chamada Primeira República e vem o Estado Novo com Vargas.
Engenheiro Saturnino de Brito – o do Plano de saneamento de 1920-1921. Ele tinha na bagagem a experiência de projetar obras do gênero em Santos e Recife. Canais de drenagem para escoamento de água. No caso de Curitiba um dos exemplos é o canal da rua dos Chorões perto do SESC da Esquina.
Familias tradicionais governam o Paraná desde longa data. Um dos casos é o do governador Bento Munhoz da Rocha Neto que era filho do Médico Caetano Munhoz. Bento foi governador na época do Primeiro Centenário da emancipação do estado do PR, comemorado em 1953. (Primeiro Centenário – 19-12-1953).

Na aula seguinte haverá a abordagem do urbanismo de Curitiba na sequência do que foi visto acima.


                               Zap (41) 99917.2552 Eng.Agr. Orlando – Curitiba PR. Julho - 2019

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