Autor:
Fredericindo Marés de Souza – Editora Lítero Técnica – 1ª edição – Curitiba –
PR. – 1987 – 265 páginas
Fichamento
de leitura por : Eng.Agr. Orlando Lisboa
de Almeida
(leitura
em outubro de 2013 – publicação no blog em setembro/19)
Na
orelha da capa do livro há citação de várias obras editadas pelo Estante
Paranista com abordagens de aspectos da história do Paraná.
5º livro
citado – “Recordações de um Cosmógrafo de Cabeza de Vaca “ – Luiz Carlos
Pereira Tourinho
O Marés,
autor do livro citado na epígrafe,publicou também o livro sobre o Contestado
chamado Eles não Acreditavam na Morte.
Outros
livros da Estante Paranista citados:
“O tempo do meu pai” do autor Tulio Vargas
“Relatos
de um Pioneiro da Imigração Alemã” – Gustav Hermann Strobel.
Curitiba
era antes de 1853 chamada de Quinta Comarca de São Paulo, até por pertencer
àquele estado.
Página
17 – O Paraná se emancipou de SP em 19-12-1853 e nesse tempo já existia o problema
de limite com o estado de SC.
17 –
Fala da busca ao “gado de vento”, ou seja, bovinos criados soltos, sem dono,
resultante de rebanhos dos antigos jesuítas (até 1712) que estiveram nos
chamados Campos Gerais do sul.
17 – Em
1720 – descoberta dos Campos de Palmas e Lages e a aptidão (pasto nativo) para criação de gado.
20 -
...”abastecer de sal as fazendas” da região de Palmas PR por via fluvial.
21 – Já
se fala em contrabandos... desvio de rotas das tropas para não passar pelos
locais de cobrança de impostos.
23 –
Vila do Desterro foi o primeiro nome da atual Florianópolis.
24 –
Durou quase um século a turra entre PR e SC pela divisa e assim a região ficou
sem lei e sem jeito para se cobrar impostos.
30 –
Para passar pelo posto de fiscalização uma tropa de 550 bestas, se cobrou na
barreira 2.969 contos de reis, equivalente a aproximadamente 5% do valor da
tropa.
30 –
Durante a Guerra do Paraguai – parte da principal riqueza do Paraná que era a
erva mate estava saindo em ramas, por carroça pela Estrada Dona Francisca
até os moinhos de Joinvile. De lá a
erva era embarcada no Porto de São Francisco do Sul rumo ao Mar Del Plata. Lá no exterior agregavam valor à erva mate
que saia em ramas do Paraná.
32 –
Paraná e Argentina em litígio sobre a região das “Missiones”. No fim foi decidido na sentença arbitral
de Cleveland em 1895.
37 –
Povoamentos incipientes de Rio Negro e Palmas.
Depois (1900) o foco da povoação era em União da Vitória por causa da
ferrovia chegando e a valorização das terras.
38 –
Gente com armas (bandos) descidos do Rio Paciência e do Timbó... Cometiam tropelias.
38 –
Invade terras de gente de Tatui-SP na região.
(o de Tatui: José Bueno de
Camargo)
40 –
Atuação do Conselheiro Manoel da Silva Mafra, este de SC.
40 – O
PR contrata o Sr. Barradas para defender a questão de divisa com SC na justiça
federal e este usa dados históricos fornecidos por Romário Martins.
41 –
Tempo de Anita Garibaldi. Apoiava os de
SC.
42 – usa
o termo chiru. (ouço pelos
gaúchos o termo mas não sei o sentido)
43 –
Demétrio, gaúcho que lutou no Cerco da Lapa junto aos federalistas. Depois este ficou na região e era devoto
do Monge curandeiro João Maria de Jesus.
44 –
Cita viagem a “vapor” (barco a vapor) pelo Rio Iguaçu em 1906.
45 – Faz
referência ao Coronel Amazonas Marcondes.
45 –
Fala que o “bandido” Demétrio Ramos era Coronel e ativista por SC. Não fica claro isso na obra.
46 –
Voluntários de “pau e corda” (na marra) – sertanejos para ajudar os de SC.
49 –
Morre Vicente Machado (1907) e
assume como Governador o Vice João Cândido Ferreira, médico, um dos heróis da Lapa no cerco
50 – Tendo morrido o advogado defensor
do litígio de fronteira pelo PR, assume a causa o lapeano Ubaldino do Amaral
Fontoura.
51 – Timbó-SC era front de confronto
entre o PR x SC
54 – Em 1910 já havia decisões do STF e
os tais embargos e também os infringentes do julgado.
54 -
No contexto da disputa de limites, se tentou crirar o Estado Federado
das Missões na região.
64 - “As maiores sumidades : Barradas,
Mafra, Ubaldino, Carlos de Carvalho, Inglês de Sousa, Sadro Pimentel (ou
Sancho), Epitácio Pessoa e Rui Barbosa.
65 – Morre Rio Branco que o Paraná,
perdida a causa no tribunal, sugere como mediador e é aceito por SC.
66 – O PR teve crise na produção de
alimentos na década de 1910. Os
empregos ficaram focados na construção de ferrovia, nas serrarias e nas
lavouras de café e descuidou-se da produção de alimentos básicos como arroz,
milho, feijão. Importava-se então
feijão e milho do RS, arroz de SP, açúcar do PE, manteiga de MG, carne do MT e
trigo da Argentina.
Em 1914 a Primeira Guerra Mundial para
complicar ainda mais as coisas.
72 – A fugura do “Monge” que
declara proceder de Tatui-SP. O
monge se instala no interior da Lapa, na gruta do Monge.
72 – O povoado era Vila do Príncipe e
depois ganhou o nome de Lapa-PR
72 – O monge (leigo) pregava na Matriz
da Lapa a convite do padre local. Isto
por causa do prestígio que o monge tinha com o povo.
72 – Tornou-se famoso com o nome de
João Maria de Agostini ou João Maria.
72 – O livro cita que a gruta do Monge
foi visitada em 18-02-1886 pelo Visconde de Taunay.
73 – Coronel Telêmaco Borba.....
1852....
75 – Novo beato vindo do sul
para a região. Também o povo o chamava
de João Maria. Diferente do anterior que
só ficava no campo religioso, este tinha também paixões políticas além de
religiosas.
83 – Curas memoráveis...
83 – Romarias até o novo João
Maria. Mesmo ricos fazendeiros
precisando de curas, iam até o beato.
O beato gostava de mascar fumo.
(não era algo tão raro isso nesse tempo)
86 -
Convidado pelo padre, não aceitou ir à missa, nem fazer confissão.
88 – O autor explica a figura do
“Coronel de Fazenda” e o Comissário de Polícia. Grandes poderes a eles.
89 – Açoite como punição em 1912
inclusive nos quarteis.
95 – Na cantoria, o viva à monarquia e
a Dom Pedro II. A coisa se espalhou e o
boato logo foi parar na capital federal (RJ) na Câmara e no Senado. E os adversários pediam providências dos
órgãos federais. O beato e seus
liderados ficaram como sendo contra a República recente e a favor da Monarquia,
o que não era o caso.
96 – O termo Monarca, no interior
gaucho, é que “reina” com os animais.
Os da lida com gado na vida campeira.
97 – Até tropas federais foram enviadas
para “cortar o passo do bando em armas”.
98 – Oficiais, metralhadoras e 160
“praças” (soldados do exército).
104 – Coronel João Gualberto... impulsivo....
105 – João Gualberto parte de trem com
265 praças armados para a região do conflito.
106 -
Fala das coxilhas palmenses.
(rever o termo que é gaucho) – tem a ver com o terreno e vegetação.
107 - “Não se conhecia nenhum ato
de violência dos supostos insurretos”.
107 – O monge manda emissários
encontrarem a tropa para dialogar com o comando (João Gualberto). Os adeptos do Monge tinham 40 pessoas
armadas de winchester e a “proteção” de mulheres e crianças dos fanáticos
isolando-os para caso de ataque.
116 – Um dos soldados na tocaia acende
vela, a mula da guarnição se espanta (dá uma passarinhada) e lá se vai
metralhadora e pentes de bala pra dentro da lama e água.
117 -
Na hora dos tiros a metralhadora falhou. Após os tiros dos soldados, surgem da mata
entre 250 e 300 da defesa/ataque do monge.
Facões na mão.
117 – Uma bala do exército acerta o
monge, disparada pelo sargento Vergilio Rosa.
118 – O comandante João Gualberto leva
dois tiros no combate.
118 – Os policiais batem em retirada
deixando dez soldados mortos.
119 – Do lado do monge, 13 mortos e 4
feridos.
120 -
João Gualberto achou que ia enfrentar meia centena de homens mal
armados e que ia vencê-los a toque de clarim.
120 – Menos de uma hora de
combate. Morre João Gualberto nesse
conflito e é enterrado em cemitério da região.
121 – Dá a entender que oito dias após
o enterro dele, tiraram seu corpo de lá e o levaram para a capital, Curitiba,
para um sepultamento Apoteótico.
125 – Tudo isso (a batalha) ocorreu
no campo chamado Irani.
127 -
O Paraná tem o chamado Palácio Rio Branco. (seria a atual Câmara de Vereadores de
Curitiba)
127 -
Depois desse embate, o presidente do estado do PR pediu ajuda militar
federal.
128 – Federais destacados de Ponta
Grossa.
129 -
termo (tapejara dos sertões
sulinos... ?)
129 – O local para se preparar o combate
era em Palmas-PR.
130 – Armas que ficaram em poder dos
inimigos... reforçavam o poder de fogo dos adeptos do monge. Uncluindo a metralhadora e quatro pentes de
250 balas cada.
130 – O local (povoado) de Irani,
tirando o Faxinal dos Fabrícios, tinha 13 casas mais uma capela.
131 – Os federais (tropas) mandaram
emissários e estes constataram que os adversários se espalharam. Rumo a SC – Campos Novos, Capinzal...
131 -
Diz o autor que houve refrega e mortes dos dois lados e o saldo foi que
a leva de federais fez o povo entrar no eixo e se conseguiu a paz.
133 – Fizeram o julgamento dos
“bandidos” (simples posseiros na
maioria) e tudo ficou registrado no
Cartório Comunal de Palmas.
137 - “Eram intrusos e posseiros de
terras devolutas à espera das medições oficiais, retardadas, ou que não vinham
nunca. Quando lá despontavam, vinham
pejadas de enormes concessões aos privilegiados de ordem política, na maioria
dos casos, estranhos à área e aos sacrifícios pela conquista do seu pedaço de
chão”.
… estas glebas superpostas ao mundo dos
posseiros e intrusos (o estado
distribuindo terras onde já havia os posseiros e intrusos) desmantelava aquele
reino de lavouras, ervais, pinheiros de corte, especulações e esperanças que aí
se instalara”. Causou conflito e
sangue.
138 - … viviam à moda indígena... em
distâncias impraticáveis, desconhecendo o serviço público, o medico e o
sacerdote...
138 -
Alguns posseiros já vinham despejados de posses anteriores...
139 – Estudos, historiadores, etc. “A brutal guerra seria, no fundo,
uma revolta de camponeses espoliados” .
139
- A União fez concessão para a ferrovia
no apagar das luzes do Império dia 09-11-1889, só quatro dias antes da
Proclamação da República.
A concessão é feita ao Engenheiro
João Teixera Soares no trecho a ser construida ferrovia de Itararé (SP) até
o Rio Uruguai (RS). Num tipo de
parceria Público Privada, o particular construia a ferrovia e em troca recebeu
uma enorme faixa de terra no entorno da ferrovia em faixa de 9 a 25 km de
largura. Áreas comumente já ocupadas
por posseiros que tinham há tempos a terra como suas e ali viviam.
Veja que o argumento de fanatismo, de
serem contra a República, foi só artifício para atacar os posseiros que já
viviam na região ao deus-dará, sem apoio do aparato do Estado.
140 – O estado concede e a companhia ia
expulsando (ou …) os posseiros e colocando fogo nos barracos dos mesmos. Quando solicitado pela companhia, o Estado
enviava as forças de segurança para ajudar a expulsar os posseiros.
continua em mais duas postagens aqui no blog. Partes 2/3 e 3/3
Nesta semana ainda eu publico a segunda parte que completa a resenha (fichamento) do livro completo.
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