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quinta-feira, 26 de setembro de 2019

RESENHA DO LIVRO – O PRESIDENTE CAVALCANTI E A REVOLTA DO CONTESTADO (parte 1/3)




         Autor: Fredericindo Marés de Souza – Editora Lítero Técnica – 1ª edição – Curitiba – PR. – 1987 – 265 páginas
         Fichamento de leitura por :  Eng.Agr. Orlando Lisboa de Almeida
         (leitura em outubro de 2013 – publicação no blog em setembro/19)
         Na orelha da capa do livro há citação de várias obras editadas pelo Estante Paranista com abordagens de aspectos da história do Paraná.
         5º livro citado – “Recordações de um Cosmógrafo de Cabeza de Vaca “ – Luiz Carlos Pereira Tourinho
         O Marés, autor do livro citado na epígrafe,publicou também o livro sobre o Contestado chamado Eles não Acreditavam na Morte.
         Outros livros da Estante Paranista citados:    “O tempo do meu pai” do autor Tulio Vargas
         “Relatos de um Pioneiro da Imigração Alemã” – Gustav Hermann Strobel.
         Curitiba era antes de 1853 chamada de Quinta Comarca de São Paulo, até por pertencer àquele estado.
         Página 17 – O Paraná se emancipou de SP em 19-12-1853 e nesse tempo já existia o problema de limite com o estado de SC.
         17 – Fala da busca ao “gado de vento”, ou seja, bovinos criados soltos, sem dono, resultante de rebanhos dos antigos jesuítas (até 1712) que estiveram nos chamados Campos Gerais do sul.
         17 – Em 1720 – descoberta dos Campos de Palmas e Lages e a aptidão  (pasto nativo) para criação de gado.
         20 - ...”abastecer de sal as fazendas” da região de Palmas PR por via fluvial.
         21 – Já se fala em contrabandos... desvio de rotas das tropas para não passar pelos locais de cobrança de impostos.  
         23 – Vila do Desterro foi o primeiro nome da atual Florianópolis.
         24 – Durou quase um século a turra entre PR e SC pela divisa e assim a região ficou sem lei e sem jeito para se cobrar impostos.
         30 – Para passar pelo posto de fiscalização uma tropa de 550 bestas, se cobrou na barreira 2.969 contos de reis, equivalente a aproximadamente 5% do valor da tropa.
         30 – Durante a Guerra do Paraguai – parte da principal riqueza do Paraná que era a erva mate estava saindo em ramas, por carroça pela Estrada Dona Francisca até os moinhos de Joinvile.   De lá a erva era embarcada no Porto de São Francisco do Sul rumo ao Mar Del Plata.   Lá no exterior agregavam valor à erva mate que saia em ramas do Paraná.
         32 – Paraná e Argentina em litígio sobre a região das “Missiones”.  No fim foi decidido na sentença arbitral de Cleveland em 1895.
         37 – Povoamentos incipientes de Rio Negro e Palmas.  Depois (1900) o foco da povoação era em União da Vitória por causa da ferrovia chegando e a valorização das terras.
         38 – Gente com armas (bandos) descidos do Rio Paciência e do Timbó...     Cometiam tropelias.
         38 – Invade terras de gente de Tatui-SP na região.   (o de Tatui:   José Bueno de Camargo)
         40 – Atuação do Conselheiro Manoel da Silva Mafra, este de SC.
         40 – O PR contrata o Sr. Barradas para defender a questão de divisa com SC na justiça federal e este usa dados históricos fornecidos por Romário Martins.
         41 – Tempo de Anita Garibaldi.   Apoiava os de SC.
         42 – usa o termo chiru.  (ouço pelos gaúchos o termo mas não sei o sentido)
         43 – Demétrio, gaúcho que lutou no Cerco da Lapa junto aos federalistas.   Depois este ficou na região e era devoto do Monge curandeiro João Maria de Jesus.
         44 – Cita viagem a “vapor” (barco a vapor) pelo Rio Iguaçu em 1906.
         45 – Faz referência ao Coronel Amazonas Marcondes.
         45 – Fala que o “bandido” Demétrio Ramos era Coronel e ativista por SC.     Não fica claro isso na obra.
         46 – Voluntários de “pau e corda” (na marra) – sertanejos para ajudar os de SC.
         49 – Morre Vicente Machado (1907)  e assume como Governador o Vice João Cândido Ferreira, médico,  um dos heróis da Lapa no cerco

         50 – Tendo morrido o advogado defensor do litígio de fronteira pelo PR, assume a causa o lapeano Ubaldino do Amaral Fontoura.
         51 – Timbó-SC era front de confronto entre o PR x SC
         54 – Em 1910 já havia decisões do STF e os tais embargos e também os infringentes do julgado.
         54 -  No contexto da disputa de limites, se tentou crirar o Estado Federado das Missões na região.   
         64 - “As maiores sumidades : Barradas, Mafra, Ubaldino, Carlos de Carvalho, Inglês de Sousa, Sadro Pimentel (ou Sancho), Epitácio Pessoa e Rui Barbosa.
         65 – Morre Rio Branco que o Paraná, perdida a causa no tribunal, sugere como mediador e é aceito por SC.
         66 – O PR teve crise na produção de alimentos na década de 1910.    Os empregos ficaram focados na construção de ferrovia, nas serrarias e nas lavouras de café e descuidou-se da produção de alimentos básicos como arroz, milho, feijão.     Importava-se então feijão e milho do RS, arroz de SP, açúcar do PE, manteiga de MG, carne do MT e trigo da Argentina.
         Em 1914 a Primeira Guerra Mundial para complicar ainda mais as coisas.
         72 – A fugura do “Monge” que declara proceder de Tatui-SP.   O monge se instala no interior da Lapa, na gruta do Monge.
         72 – O povoado era Vila do Príncipe e depois ganhou o nome de Lapa-PR
         72 – O monge (leigo) pregava na Matriz da Lapa a convite do padre local.   Isto por causa do prestígio que o monge tinha com o povo.
         72 – Tornou-se famoso com o nome de João Maria de Agostini ou João Maria.
         72 – O livro cita que a gruta do Monge foi visitada em 18-02-1886 pelo Visconde de Taunay.
         73 – Coronel Telêmaco Borba..... 1852....
         75 – Novo beato vindo do sul para a região.   Também o povo o chamava de João Maria.  Diferente do anterior que só ficava no campo religioso, este tinha também paixões políticas além de religiosas.
         83 – Curas memoráveis...
         83 – Romarias até o novo João Maria.   Mesmo ricos fazendeiros precisando de curas, iam até o beato.     O beato gostava de mascar fumo.   (não era algo tão raro isso nesse tempo)
         86 -  Convidado pelo padre, não aceitou ir à missa, nem fazer confissão.
         88 – O autor explica a figura do “Coronel de Fazenda” e o Comissário de Polícia.   Grandes poderes a eles.
         89 – Açoite como punição em 1912 inclusive nos quarteis.
         95 – Na cantoria, o viva à monarquia e a Dom Pedro II.  A coisa se espalhou e o boato logo foi parar na capital federal (RJ) na Câmara e no Senado.     E os adversários pediam providências dos órgãos federais.   O beato e seus liderados ficaram como sendo contra a República recente e a favor da Monarquia, o que não era o caso.
         96 – O termo Monarca, no interior gaucho, é que “reina” com os animais.   Os da lida com gado na vida campeira.
         97 – Até tropas federais foram enviadas para “cortar o passo do bando em armas”.
         98 – Oficiais, metralhadoras e 160 “praças” (soldados do exército).
         104 – Coronel João Gualberto...  impulsivo....
         105 – João Gualberto parte de trem com 265 praças armados para a região do conflito.
         106 -  Fala das coxilhas palmenses.  (rever o termo que é gaucho) – tem a ver com o terreno e vegetação.
         107 - “Não se conhecia nenhum ato de violência dos supostos insurretos”.
         107 – O monge manda emissários encontrarem a tropa para dialogar com o comando (João Gualberto).    Os adeptos do Monge tinham 40 pessoas armadas de winchester e a “proteção” de mulheres e crianças dos fanáticos isolando-os para caso de ataque.
         116 – Um dos soldados na tocaia acende vela, a mula da guarnição se espanta (dá uma passarinhada) e lá se vai metralhadora e pentes de bala pra dentro da lama e água.
         117 -  Na hora dos tiros a metralhadora falhou.    Após os tiros dos soldados, surgem da mata entre 250 e 300 da defesa/ataque do monge.   Facões na mão.
         117 – Uma bala do exército acerta o monge, disparada pelo sargento Vergilio Rosa.
         118 – O comandante João Gualberto leva dois tiros no combate.
         118 – Os policiais batem em retirada deixando dez soldados mortos.
         119 – Do lado do monge, 13 mortos e 4 feridos.
         120 -  João Gualberto achou que ia enfrentar meia centena de homens mal armados e que ia vencê-los a toque de clarim.
         120 – Menos de uma hora de combate.   Morre João Gualberto nesse conflito e é enterrado em cemitério da região.
         121 – Dá a entender que oito dias após o enterro dele, tiraram seu corpo de lá e o levaram para a capital, Curitiba, para um sepultamento Apoteótico.
         125 – Tudo isso (a batalha) ocorreu no campo chamado Irani.
         127 -  O Paraná tem o chamado Palácio Rio Branco.  (seria a atual Câmara de Vereadores de Curitiba)
         127 -  Depois desse embate, o presidente do estado do PR pediu ajuda militar federal.
         128 – Federais destacados de Ponta Grossa.
         129 -  termo  (tapejara dos sertões sulinos...  ?)
         129 – O local para se preparar o combate era em Palmas-PR.
         130 – Armas que ficaram em poder dos inimigos... reforçavam o poder de fogo dos adeptos do monge.   Uncluindo a metralhadora e quatro pentes de 250 balas cada.
         130 – O local (povoado) de Irani, tirando o Faxinal dos Fabrícios, tinha 13 casas mais uma capela.
         131 – Os federais (tropas) mandaram emissários e estes constataram que os adversários se espalharam.   Rumo a SC – Campos Novos, Capinzal...
         131 -  Diz o autor que houve refrega e mortes dos dois lados e o saldo foi que a leva de federais fez o povo entrar no eixo e se conseguiu a paz.
         133 – Fizeram o julgamento dos “bandidos”  (simples posseiros na maioria)  e tudo ficou registrado no Cartório Comunal de Palmas.
         137 - “Eram intrusos e posseiros de terras devolutas à espera das medições oficiais, retardadas, ou que não vinham nunca.   Quando lá despontavam, vinham pejadas de enormes concessões aos privilegiados de ordem política, na maioria dos casos, estranhos à área e aos sacrifícios pela conquista do seu pedaço de chão”.   
         … estas glebas superpostas ao mundo dos posseiros e intrusos  (o estado distribuindo terras onde já havia os posseiros e intrusos) desmantelava aquele reino de lavouras, ervais, pinheiros de corte, especulações e esperanças que aí se instalara”.     Causou conflito e sangue.
         138 - … viviam à moda indígena... em distâncias impraticáveis, desconhecendo o serviço público, o medico e o sacerdote...
         138 -  Alguns posseiros já vinham despejados de posses anteriores...
         139 – Estudos, historiadores, etc.     “A brutal guerra seria, no fundo, uma revolta de camponeses espoliados”  .
         139 -  A União fez concessão para a ferrovia no apagar das luzes do Império dia 09-11-1889, só quatro dias antes da Proclamação da República.
         A concessão é feita ao Engenheiro João Teixera Soares no trecho a ser construida ferrovia de Itararé (SP) até o Rio Uruguai (RS).    Num tipo de parceria Público Privada, o particular construia a ferrovia e em troca recebeu uma enorme faixa de terra no entorno da ferrovia em faixa de 9 a 25 km de largura.    Áreas comumente já ocupadas por posseiros que tinham há tempos a terra como suas e ali viviam.
         Veja que o argumento de fanatismo, de serem contra a República, foi só artifício para atacar os posseiros que já viviam na região ao deus-dará, sem apoio do aparato do Estado.
         140 – O estado concede e a companhia ia expulsando (ou …) os posseiros e colocando fogo nos barracos dos mesmos.    Quando solicitado pela companhia, o Estado enviava as forças de segurança para ajudar a expulsar os posseiros.

        continua em mais duas postagens aqui no blog.   Partes 2/3 e 3/3

Um comentário:

  1. Nesta semana ainda eu publico a segunda parte que completa a resenha (fichamento) do livro completo.

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