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quarta-feira, 22 de maio de 2024

FICHAMENTO - capítulo 1 - LIVRO: QUARTO DE DESPEJO - Diário de Uma Favelada - CAROLINA MARIA DE JESUS

 

Capítulo 01                    maio de 2024

 

         Edição 2022 a que estou lendo.          Editora Ática – 260 páginas

         Na orelha do livro escrito na década de 50.    ... “Nós somos pobres, viemos para as margens dos rios.   As margens dos rios são os lugares do lixo e dos marginais”.

         Não mais se vê os corvos voando às margens do rio, perto do lixo.  Os homens desempregados substituíram os corvos”.

         Livro escrito em caderno, um tipo de diário, na Favela do Canindé na margem do Rio Tietê em São Paulo-SP.

         Carolina, catadora de recicláveis, mãe de três filhos, tirava o sustento do lixo coletado pelas ruas.

         Luta diária contra a fome, a doença e a violência.

         Publicado na década de 60, esgotou rápido e já foi traduzido para treze idiomas.  Foram mais de 1 milhão de exemplares ao todo.

         Na abertura, poema de Edmilson A. Pereira:

         “A mão de Carolina”  

         ... “espera-se dela, ontem e agora

Algo mais que receber prêmios

A mão Carolina

Escreve em acusação sem volta”.

         Apresentação do livro:    60 anos de um Clássico

         Texto de Cidinha da Silva, escritora negra, como ela mesmo destaca.

         ... jornalistas e até críticos literários trocavam o prenome de Carolina Maria, usando Maria Carolina...

         Página 12 -  Mais de 1 milhão de cópias do livro dela vendidos no mundo todo.

         “Não podemos nos esquecer, quando uma pessoa subalternizada vence a opressão, produz-se certo regozijo no coração da mídia dos opressores que gostam de se distinguir dos algozes mais terríveis”.

         ...”Por fim, compartilho com você, leitor, a ideia que venho amadurecendo e que tornei pública em outras ocasiões:  a de que autoras como Carolina Maria de Jesus só passarão a ser canônicas quando conseguirmos pluralizar o cânone, já que não nutro ilusões de derrubá-lo”.

         A escritora Cida propõe que todas as memórias...  “oriundas de periferias, possam também ocupar as instâncias definidoras do que pode ser considerado canônico”.

         Agora, vamos à Carolina e seu livro em pauta.

         Forma de diário, letra cursiva...   08-12-1958

         ... “o padre veio dizer a missa.    ... disse aos favelados que eles precisam ter filhos.  Penso:  porque há de ser o pobre quem há de ter filhos – se filhos de pobre tem que ser operário.

         Carolina reclamando da miséria junto com seus filhos a uma amiga:

         “Eu não paro um minuto.  Cato tudo (lixo reciclável) que se pode vender.   E a miséria continua firme ao meu lado”.

         ... doente...    melhorou  ... sentei na cama e comecei a catar as pulgas... Eu comecei fazer planos para o futuro.

         Livro dedicado a onze netos de Carolina.  Ela cita os nomes deles.

         Começa o livro em si com texto escrito em 14-07-1955.

         Ter que deixar as crianças em casa e sair para catar papel.  Preocupação diária.

         Ganhou alguns alimentos do carro do Centro Espírita da Rua Vergueiro, 103.   

         Uma da favela perguntou se Carolina está grávida.  Ela ficou brava.

         “Tenho pavor dessas mulheres da favela.  Tudo quer saber!   A língua delas é como pés de galinha.  Tudo espalha”.

         ...”Saí à noite e fui catar papel.   Quando passava pelo campo do São Paulo FC, várias pessoas saindo do campo.  Todas brancas, só um preto.”

        

Continua no capítulo 2

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