Uma farmácia que pertence a um padre. Ele preparava os remédios e vendia. “Não deixava de dizer a missa um único dia”.
Na região há fazendeiros ricos que inclusive fazem comércio
com artigos que trazem do RJ e na região trocam esses artigos por couros, pele
de veado, algodão e gado que são de produção local. Sistema de escambo.
O porco é a maior riqueza da região. O povoado de Formiga fica na rota
obrigatória de quem vem de Goiás rumo ao Rio de Janeiro.
O autor cita os “trabalhadores livres”, também chamados de
camaradas.
Principal profissão: ferreiro. Fazer e aplicar a ferradura nos animais de
serviço.
O autor reclama que as pessoas da região não são muito dadas
ao trabalho. Disse que foi o lugar onde
mais havia prostitutas.
Cita na região a presença do pássaro tangará que por lá
chamam de cardeal.
Diz que por falta de médicos no interior, o povo usa muito
as ervas medicinais. O autor sendo
Botânico, catalogou e publicou em livro as ervas mais usadas e as
finalidades. Livro: Plantes Usuelles des Brésiliens.
Em Ponte Alta a erva mais afamada é por eles chamada de
calunga que usam para febre, má digestão, cólica etc. O nome científico da calunga é Simaba ferrugínea.
Domingo de Ramos e o autor encontrou pela estrada muita
gente com ramo de palmas para benzer.
Na região de Pium-i encontraram pessoas que sabiam extrair o
corante azul tipo índigo de uma planta silvestre, uma solanácea – Solana indigofera.
Disse que a planta ocorre em muitas regiões e as pessoas não
dominam o uso dela para tingir roupas.
Que se dominassem, poderiam explorar muito isso comercialmente.
Por perto da Serra do Pium-i se avista a Serra da Canastra. O nome Pium vem de um pequeno mosquito que
por lá ocorre e pica as pessoas, incomodando muito.
O autor precisando de empregado. Raro conseguir. “Os fazendeiros que possuem grandes extensões
de terra dão permissão aos pobres para cultivarem o que quisessem e estes sabem
que com pouco trabalho conseguem o bastante para viverem o ano inteiro”.
Capítulo IX – A Serra da Canastra e a Cascata Denominada Casca-Danta,
Nascente do Rio São Francisco
Na Serra da Canastra há um divisor de águas. De um lado rios que formam o São Francisco
que corre rumo norte do Brasil e do outro lado, os afluentes do Rio Grande que
corre rumo ao sul do Brasil, seguindo para o Mar Del Plata.
O autor chegou orientado por um guia local à cachoeira onde
nasce o Rio São Francisco. Por perto tem um povoado chamado Desemboque (seria a
terra natal do ator Lima Duarte). Local
de terras férteis já afamadas na época dos pioneiros locais.
Perto da nascente do Rio São Francisco há a cachoeira Casca-Danta
que tem uma queda aproximada de 200 metros.
Os habitantes da região tinham pouca oportunidade de
assistir missas que eram pouco frequentes e muito distantes. O povo da região tinha o costume de
enterrar seus mortos ao lado das capelas.
Nesta fase da viagem o autor está no rumo de Araxá MG. Pelo caminho, vários carros de bois transportando
cargas de toucinho de porco. Cada carro
de boi, puxado por três ou quatro juntas (cada junta tem dois bois lado a
lado).
No chapadão plano na parte de cima da Serra da Canastra se
avista longe. Nesse chapadão, devido à
altitude, costuma cair geada no inverno.
Muitas pessoas da região caçam para vender o couro dos
animais silvestres e para isso tem muitos cães de caça.
O autor cita que na região foi muito atacado pela mosca
conhecida por borrachudo que é sugadora de sangue.
Nesta fase o autor está na rota de Paracatu MG.
Continua no capítulo 7/10
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