Goiás recebia sal da região de Pilão Arcado no Pernambuco. O povo de lá trazia o sal para Paracatu e trocava por produtos locais como milho, feijão, açúcar, aguardente e outros. O caminho era a navegação pelo Rio São Francisco e seus afluentes.
Capítulo XV Viagem
de Paracatu à fronteira de Goiás
Passando por Sobradinho, Rio dos Arrependidos, na divisa (na
época) entre MG e GO. Depois houve mudanças
de divisas entre MG e GO.
Capítulo XVI - Quadro
Geral da Província de GO
“Os antigos paulistas se embrenharam no interior do Brasil à
caça de índios, os quais, reduzidos à escravidão, iam aumentar o patrimônio dos
ricos habitantes de São Paulo”.
Um paulista que fez expedição com seu grupo por Goiás,
arrebanhou (por volta do ano 1680), retornou para sua terra com ouro e muitos índios
que seguiram acorrentados.
Havia entre outras tribos, no passado, índios da nação
Goiás.
Ano de 1680, pelos relatos, o paulista Bartolomeu Bueno da
Silva se embrenhou por Goiás em busca de ouro e índios para vender como
escravos.
Teria colocado fogo na aguardente para fingir
algo sobrenatural e intimidar os índios, dizendo que se não lhe entregassem o
ouro e não fossem cativos, ele colocaria fogo nos rios e matas onde os índios
viviam. Assim teria conseguido seu
intento. Arrebanhou muitos cativos.
Era para os índios o Anhanguera, o Diabo Velho.
Muitos paulistas andaram em missão de procurar ouro no
interior de Goiás e encontraram. Havia
na região índios. Estes foram expulsos
da região ou escravizados. Muito ouro
foi extraído de rios e córregos de Goiás e para isso muitos aventureiros foram
para lá.
No meio dos aventureiros em busca do ouro, vieram também
criminosos fugindo a justiça.
Todos os homens dessa fase andavam armados. Só deixavam a arma para entrar em igrejas.
“Goiás fazia parte da Província de São Paulo nessa época...
(antes de 1749).” Em 1749 GO se tornou
Capitania de Goiás.
Em 1819 quando o autor passou por GO, o ciclo do ouro
praticamente já tinha acabado. Pouca
gente restava na região.
Em GO, entre tantos rios, dois relevantes correm para o
Norte, sendo o Tocantins e o Araguaia e para o sul corre o Paranaiba.
Vegetação da região.
Entre outras espécies, a palmeira buriti, muito comum na
região.
Clima - A região tem
a estação das águas de setembro a abril e a da seca de maio a agosto.
População – Em 1819 a população de GO era estimada em 80.000
habitantes.
Em 1819 GO era um dos estados que mais havia índios. Havia decreto que definia que eles eram homens
livres. Por outro lado, o Conde de
Linhares criou norma para Go na qual índio que fosse pego “armado” poderia ser
preso. O posso estendeu por conta
própria o alcance da norma absurda e passou a escravizar os índios. Escravizar e vende-los como escravos.
Teria havido muita venda de índios de GO para o estado do
Pará.
Administração Geral de GO
- Até 1809 GO só tinha uma
comarca. Era uma província quase sem
lei. Em 1809 passou a ter duas
comarcas. Vila Boa era a capital da
província. “Uma das maiores
infelicidades que tiveram os brasileiros após a vinda do rei, consistiu em que
passaram a ser governados por homens que desconheciam totalmente a América...”
Finanças. Entre os
impostos em 1819 ...”dízimos dos
produtos do solo, os quais, conforme acordo feito outrora entre o clero e o
governo, tinham passado às mãos deste último”. ...”era o quinto (20%) sobre o ouro”. (daí que surgiu a expressão de mandar pros
quintos dos infernos)
Em relação a mercadorias quase não dava para sonegar porque contrabando
em lombo de burro era caro demais.
Exceto o ouro, que em pequena quantidade agregava elevado valor e era
contrabandeado largamente.
Em 1750 se criaram duas fundições de ouro estatais em
GO. Ao sul deste, em Vila Boa e ao
Norte em São Felix.
Dízimos - O dízimo
era cobrado em dinheiro sobre os produtos da terra. Só que não havia quase nada de comércio de
produtos agrícolas e pecuários na região.
O pessoal criava e plantava mais para o consumo próprio. O dízimo dos produtores rurais era cobrado
de três em três anos e um agente vinha, fazia a estimativa do que foi plantado
no período e colhido e cobrava dez por cento.
No caso dos produtores rurais de MG onde o comércio era mais
desenvolvido, muitas vezes abandonavam as terras quando eram cobrados e iam
mais adiante abrir novas terras. Pela
falta de estradas e comércio no interior de GO, esse não era uma opção para
fugir do fisco.
Continua no capítulo 10/10