Total de visualizações de página

Mostrando postagens com marcador #Botânico; #Saint Hilaire; # França; #Século XVIII; 1822. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador #Botânico; #Saint Hilaire; # França; #Século XVIII; 1822. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Cap. 9/10 - fichamento do livro VIAGEM ÀS NASCENTES DO RIO SÃO FRANCISCO - autor Botânico francês - SAINT-HILAIRE (1819)

             Goiás recebia sal da região de Pilão Arcado no Pernambuco.   O povo de lá trazia o sal para Paracatu e trocava por produtos locais como milho, feijão, açúcar, aguardente e outros.   O caminho era a navegação pelo Rio São Francisco e seus afluentes.

         Capítulo XV   Viagem de Paracatu à fronteira de Goiás

         Passando por Sobradinho, Rio dos Arrependidos, na divisa (na época) entre MG e GO.   Depois houve mudanças de divisas entre MG e GO.

         Capítulo XVI -  Quadro Geral da Província de GO

         “Os antigos paulistas se embrenharam no interior do Brasil à caça de índios, os quais, reduzidos à escravidão, iam aumentar o patrimônio dos ricos habitantes de São Paulo”.

         Um paulista que fez expedição com seu grupo por Goiás, arrebanhou (por volta do ano 1680), retornou para sua terra com ouro e muitos índios que seguiram acorrentados.

         Havia entre outras tribos, no passado, índios da nação Goiás.

         Ano de 1680, pelos relatos, o paulista Bartolomeu Bueno da Silva se embrenhou por Goiás em busca de ouro e índios para vender como escravos.

  Teria colocado fogo na aguardente para fingir algo sobrenatural e intimidar os índios, dizendo que se não lhe entregassem o ouro e não fossem cativos, ele colocaria fogo nos rios e matas onde os índios viviam.   Assim teria conseguido seu intento.  Arrebanhou muitos cativos.

         Era para os índios o Anhanguera, o Diabo Velho.

         Muitos paulistas andaram em missão de procurar ouro no interior de Goiás e encontraram.   Havia na região índios.  Estes foram expulsos da região ou escravizados.  Muito ouro foi extraído de rios e córregos de Goiás e para isso muitos aventureiros foram para lá.

         No meio dos aventureiros em busca do ouro, vieram também criminosos fugindo a justiça.

         Todos os homens dessa fase andavam armados.  Só deixavam a arma para entrar em igrejas.

         “Goiás fazia parte da Província de São Paulo nessa época... (antes de 1749).”   Em 1749 GO se tornou Capitania de Goiás.

         Em 1819 quando o autor passou por GO, o ciclo do ouro praticamente já tinha acabado.    Pouca gente restava na região.

         Em GO, entre tantos rios, dois relevantes correm para o Norte, sendo o Tocantins e o Araguaia e para o sul corre o Paranaiba.

         Vegetação da região. 

         Entre outras espécies, a palmeira buriti, muito comum na região.

         Clima   - A região tem a estação das águas de setembro a abril e a da seca de maio a agosto.

         População – Em 1819 a população de GO era estimada em 80.000 habitantes.

         Em 1819 GO era um dos estados que mais havia índios.  Havia decreto que definia que eles eram homens livres.    Por outro lado, o Conde de Linhares criou norma para Go na qual índio que fosse pego “armado” poderia ser preso.    O posso estendeu por conta própria o alcance da norma absurda e passou a escravizar os índios.   Escravizar e vende-los como escravos.

         Teria havido muita venda de índios de GO para o estado do Pará.

         Administração Geral de GO  -   Até 1809 GO só tinha uma comarca.   Era uma província quase sem lei.   Em 1809 passou a ter duas comarcas.  Vila Boa era a capital da província.   “Uma das maiores infelicidades que tiveram os brasileiros após a vinda do rei, consistiu em que passaram a ser governados por homens que desconheciam totalmente a América...”

         Finanças.    Entre os impostos em 1819    ...”dízimos dos produtos do solo, os quais, conforme acordo feito outrora entre o clero e o governo, tinham passado às mãos deste último”.        ...”era o quinto (20%) sobre o ouro”.    (daí que surgiu a expressão de mandar pros quintos dos infernos)

         Em relação a mercadorias quase não dava para sonegar porque contrabando em lombo de burro era caro demais.    Exceto o ouro, que em pequena quantidade agregava elevado valor e era contrabandeado largamente.

         Em 1750 se criaram duas fundições de ouro estatais em GO.   Ao sul deste, em Vila Boa e ao Norte em São Felix.

         Dízimos -   O dízimo era cobrado em dinheiro sobre os produtos da terra.   Só que não havia quase nada de comércio de produtos agrícolas e pecuários na região.   O pessoal criava e plantava mais para o consumo próprio.    O dízimo dos produtores rurais era cobrado de três em três anos e um agente vinha, fazia a estimativa do que foi plantado no período e colhido e cobrava dez por cento.

         No caso dos produtores rurais de MG onde o comércio era mais desenvolvido, muitas vezes abandonavam as terras quando eram cobrados e iam mais adiante abrir novas terras.    Pela falta de estradas e comércio no interior de GO, esse não era uma opção para fugir do fisco.

 

         Continua no capítulo      10/10 

sábado, 25 de outubro de 2025

Cap. 8/10 - fichamento do livro - VIAGEM ÀS NASCENTES DO RIO SÃO FRANCISCO - autor Botânico francês - SAINT-HILAIRE (1819)

         Em Araxá-MG    “O barreiro é de propriedade pública.   Num raio de 60 km, todos os fazendeiros levam até ali o seu gado uma vez por mês, e cada um tem o seu dia certo, marcado pelo Juiz”.

         ...”jamais vi um número tão grande de pássaros como havia no Barreiro em Araxá-MG”.

         Antigamente animais silvestres também vinham direto beber água com sais minerais mas a caça foi tão implacável que estes deixaram de ir para lá.

         Capítulo XIII -  Viagem de Araxá a Paracatu-MG.  Rio Quebra Anzol.

         Na caminhada em setembro de 1817, temporada normal de seca na região, pouco se via de verde nas matas e nos pastos.

         Região com campos geralmente cobertos de gramíneas e alguns trechos com árvores mirradas, casca grossa, típicas do cerrado.

         No trecho, a Serra do Salitre e outras serras.   Apesar da Serra ter o nome do mineral salitre, não garante que o solo local seja salitroso *.

  *(que contêm inclusive Nitrogênio, importante para vegetais e animais)

         Em Paracatu MG, solo fértil, plantio de algodão, além da criação de bovinos e carneiros.     O algodão em caroço é levado em carros de boi por cerca de 240 km até Barbacena MG.  A partir de Barbacena, o produto é levado em lombo de burros até o RJ, distância aproximada de 1.200 km

         Fazenda Damaso na Serra do Salitre.    “Entre Damaso e Patrocínio, encontrei-me com numerosa tropa de burros que voltava de GO para o RJ.  Pertencia a um homem que fazia uma viagem por ano transportando mercadorias.   Demorava em média cinco meses para a ida e cinco meses para a volta.    Trazia do RJ mercadorias para os comerciantes de GO.  

         Patrocínio era conhecido também por Salitre, local também de água mineral.

         Em 1819 Patrocínio tinha cerca de quarenta casas.   No lugarejo de Campo Alegre, o povo para e fica espiando a equipe do botânico trabalhando.

     “Ninguém trabalhava e a conversa daquela gente oferecia tão pouco interesse que melhor seria que ficassem calados”.

         Cita a palmeira buriti (Mauritia vinífera) muito comum na região.

         Agora na margem esquerda do Rio Paranaiba.  Rio com abundância de peixes.   Dourados, piranhas, curimatãs, pacu, piracanjuba, surubim, jau, piapara, piau, mandi, traíra e outros.   (eu, leitor, conheço todos citados)

         O chapadão que o autor está explorando é plano e de vegetação baixa, sendo mais comum as gramíneas.   Plano e contém pouca água.

         Poucas fazendas nesse chapadão.   O sal chegaria muito caro lá.   O pessoal está iniciando o plantio de mandioca por lá.   O milho lá produz bem menos que em Araxá.  Nesta, o milho produz 200:1 e no Chapadão, 130:1.

         Na região, uma terceira concentração de águas minerais e assim a possibilidade de ter criação de gado sem precisar fornecer o caro sal que vem de longe.   (no caso, do Pernambuco)

         Pyra-catu  (bom de peixe).   Peixe saboroso na linguagem indígena.

         Um paulista se embrenhou na região em busca de ouro e em Paracatu, no Córrego Rico, encontrou ouro.   Fez riqueza e muita gente foi parar na região em busca do ouro.

         Quando Paracatu ainda produzia ouro, dependia de Sabará para a fundição do metal.   Em 1819 eram 3.000 habitantes em Paracatu, somando urbano e rural.

         Na época não existia o cargo de prefeito.  Havia a Câmara de Vereadores.   “A casa da Câmara é um sobrado quadrangular, cujo andar térreo serve de prisão, segundo o costume na província”.

         Ele fala do desmatamento em Paracatu e as consequências na redução das águas.     “Quando os primeiros mineradores vieram estabelecer-se na região todos os riachos eram rodeados de matas.   Elas foram derrubadas e a água se tornou menos abundante.   É esse o resultado dos desmatamentos tanto na América como na Europa”.

         Explorar o ouro.   O povo local era pobre e não tinha capital para explorar o ouro de forma mais adequada.  Não tinha confiança nos outros para se associarem no ramo.    “Por outro lado, seria talvez desastroso para o país se firmas estrangeiras ali se estabelecessem, pois não deixariam de carrear para sua pátria o fruto de seus trabalhos”.   (página 151)

         ...”as terras que cercam Paracatu são apropriadas a todo tipo de cultivo”.  (são solos férteis).

         Em Paracatu o pecuarista é obrigado a dar sal para o gado como forma de mantê-lo em boas condições.    Goiás tem terras férteis mas não tem como escoar a produção.   

         Continua no capítulo    9/10 

sábado, 11 de outubro de 2025

Cap. 7/10 - fichamento do livro VIAGEM ÀS NASCENTES DO RIO SÃO FRANCISCO - autor Botânico francês SAINT-HILAIRE (1819)

          Capítulo XI – Vista de Olhos Geral sobre a Comarca de Paracatu MG

         Cita um chapadão, alto e plano, de uns 30 x 36 quilômetros na região.

         A comarca de Paracatu MG faz divisa com a Província de Goiás.

         Desemboque, nome de um povoado regional em 1816 contava “com cerca de sessenta casas”.   Araxá tinha 75 casas, Patrocínio, apenas 40 casas.  Era portanto uma região pouco habitada na época.    “A comarca de Paracatu não passa, pois, de um imenso deserto”.

         Quando a lei e o fisco chegaram à região de Patrocínio, os funcionários notavam que eram evitados nas ruas.    Os moradores eram gente fugida da lei e do fisco que viviam nesta região.

         ...”o calor do clima convida à ociosidade”.    Há a sede do bispado de Mariana MG, mas não atende esta região, que está ligada a um bispado do distante Pernambuco.   Em torno de 3.000 km de distância.

         “Na própria Paracatu são exploradas algumas lavras de ouro”.   Região de solo fértil, tendo agricultura e pecuária.  Lá na época o milho produzia até 200 por 1.

... “poderia (a região) alimentar uma grande população e quão favorecida ela é pela Natureza”.    (sempre o autor escreve Natureza com inicial maiúscula)

         Uso sucessivo da terra começa a causar a infestação de gramíneas como o capim gordura e outros.    O capim gordura é uma gramínea de origem africana.

         Naqueles lugares ermos, difícil e caro o sal para os bovinos.   Por outro lado, na região de Paracatu tem lugares de água mineral cujos sais são atrativos inclusive para nutrição dos bovinos.   Terras salitrosas, estas que na região também podem ser encontradas em Araxá e Patrocínio MG.

         Antes da vinda de Dom João VI, o povo do Brasil não se interessava em criar ovelhas.   Com a vinda do Imperador Dom João VI e muitos outros europeus, aumentou a procura pela carne de ovelhas e estas ficaram valorizadas e os criadores começaram a expandir o rebanho destas para fins comerciais.

         Cita ter passado pela Serra do Salitre.    Já em Goiás, as regiões percorridas eram mais planas.   À medida que a terra toma um vermelho mais escuro, mais as árvores são presentes e de maior porte.

         Ainda em Paracatu, lugar alto, menos calor por conta da altitude e assim é menos seca que seu entorno.

         Cita na região a planta chamada de quina-do-campo   ..”e que tem na casca as mesmas propriedades que a quina do Peru.    (a cloroquina tem em sua composição a quina).    A quina é muito usada na atualidade inclusive para pessoas afetadas pela malária etc.

         A região estava num ano de seca severa e pouco se pode coletar de plantas para a coleção do pesquisador.   Faltou até oferta do básico na alimentação do povo local como arroz, feijão e farinha de mandioca.

         Região com potencial de riqueza como ouro e diamantes, como também de ferro e estanho.   Fora a exploração agropecuária que também já é uma realidade local.

         As fontes de águas minerais da região têm também ótimo potencial de exploração.

         No passado os escravos fugidos de MG se esconderam na região de Araxá que era uma região desconhecida e quase desabitada.

         Por conta da distância, de Araxá não dá para transportar porcos até o RJ (ao redor de 1.000 km).   Criam gado para vender inclusive no RJ e plantam alguns tipos de lavouras.

         Fazendas de gado sem cercas pelo alto custo de materiais e mão de obra.   O gado em busca de água rica em sais minerais, se mistura com gado de outras propriedades.   Mesmo tendo a marca do dono, depois que se misturam, ficam com o dono do pasto onde estão e não são devolvidas.

         As fontes de águas sulfurosas de Araxá contém águas de cor avermelhada e amargas.   O enxofre presente na água dá um cheiro de ovo estragado.    Banhos nessa água medicinal eram recomendados para as pessoas principalmente com doenças de pele.

        

         Continua no capítulo 8/10       

terça-feira, 7 de outubro de 2025

Cap. 6/10 - fichamento do livro VIAGEM ÀS NASCENTES DO RIO SÃO FRANCISCO - autor Botânico francês SAINT-HILAIRE (1819)

          Uma farmácia que pertence a um padre.   Ele preparava os remédios e vendia.    “Não deixava de dizer a missa um único dia”.

         Na região há fazendeiros ricos que inclusive fazem comércio com artigos que trazem do RJ e na região trocam esses artigos por couros, pele de veado, algodão e gado que são de produção local.  Sistema de escambo.

         O porco é a maior riqueza da região.   O povoado de Formiga fica na rota obrigatória de quem vem de Goiás rumo ao Rio de Janeiro.   

         O autor cita os “trabalhadores livres”, também chamados de camaradas.

         Principal profissão: ferreiro.  Fazer e aplicar a ferradura nos animais de serviço.

         O autor reclama que as pessoas da região não são muito dadas ao trabalho.   Disse que foi o lugar onde mais havia prostitutas.

         Cita na região a presença do pássaro tangará que por lá chamam de cardeal.   

         Diz que por falta de médicos no interior, o povo usa muito as ervas medicinais.   O autor sendo Botânico, catalogou e publicou em livro as ervas mais usadas e as finalidades.   Livro:  Plantes Usuelles des Brésiliens.

         Em Ponte Alta a erva mais afamada é por eles chamada de calunga que usam para febre, má digestão, cólica etc.    O nome científico da calunga é Simaba ferrugínea.

         Domingo de Ramos e o autor encontrou pela estrada muita gente com ramo de palmas para benzer.

         Na região de Pium-i encontraram pessoas que sabiam extrair o corante azul tipo índigo de uma planta silvestre, uma solanácea – Solana indigofera.

         Disse que a planta ocorre em muitas regiões e as pessoas não dominam o uso dela para tingir roupas.  Que se dominassem, poderiam explorar muito isso comercialmente.

         Por perto da Serra do Pium-i se avista a Serra da Canastra.   O nome Pium vem de um pequeno mosquito que por lá ocorre e pica as pessoas, incomodando muito.

         O autor precisando de empregado.   Raro conseguir.   “Os fazendeiros que possuem grandes extensões de terra dão permissão aos pobres para cultivarem o que quisessem e estes sabem que com pouco trabalho conseguem o bastante para viverem o ano inteiro”.

         Capítulo IX – A Serra da Canastra e a Cascata Denominada Casca-Danta, Nascente do Rio São Francisco

         Na Serra da Canastra há um divisor de águas.   De um lado rios que formam o São Francisco que corre rumo norte do Brasil e do outro lado, os afluentes do Rio Grande que corre rumo ao sul do Brasil, seguindo para o Mar Del Plata.

         O autor chegou orientado por um guia local à cachoeira onde nasce o Rio São Francisco. Por perto tem um povoado chamado Desemboque (seria a terra natal do ator Lima Duarte).   Local de terras férteis já afamadas na época dos pioneiros locais.

         Perto da nascente do Rio São Francisco há a cachoeira Casca-Danta que tem uma queda aproximada de 200 metros.

         Os habitantes da região tinham pouca oportunidade de assistir missas que eram pouco frequentes e muito distantes.     O povo da região tinha o costume de enterrar seus mortos ao lado das capelas.

         Nesta fase da viagem o autor está no rumo de Araxá MG.   Pelo caminho, vários carros de bois transportando cargas de toucinho de porco.   Cada carro de boi, puxado por três ou quatro juntas (cada junta tem dois bois lado a lado).

         No chapadão plano na parte de cima da Serra da Canastra se avista longe.    Nesse chapadão, devido à altitude, costuma cair geada no inverno.

         Muitas pessoas da região caçam para vender o couro dos animais silvestres e para isso tem muitos cães de caça.

         O autor cita que na região foi muito atacado pela mosca conhecida por borrachudo que é sugadora de sangue.

         Nesta fase o autor está na rota de Paracatu MG.

 

         Continua no capítulo 7/10

sábado, 4 de outubro de 2025

Cap. 5/10 - fichamento do livro VIAGEM ÀS NASCENTES DO RIO SÃO FRANCISCO - autor Botânico francês SAINT-HILAIRE (1819)

          O autor fala de reputação...   “O escravo não tem mais reputação do que um boi ou um cavalo e, como eles, está à margem da sociedade humana”.

         O escravo é punido até por pequenos deslizes.      “Culpemos o escravo sem dúvida, mas não deixemos de culpar também o seu senhor”.

         Os escravos no Brasil são tratados com diferenças.  Em MG e RJ não são tão maltratados como no sul do Brasil.

         O autor diz que relatos de outros viajantes atestam que no Brasil se dava tratamento ao escravo menos cruel do que em certos países, como a Inglaterra, que era mais cruel que o Brasil nesse quesito.

         Um integrante da equipe do pesquisador ficou muito doente e mesmo com os cuidados, acabou falecendo em São João Del Rei. Era o francês Yves Prégent.

         Capítulo VII -  Quadro geral da região montanhosa entre São João Del Rei e a Serra da Canastra.    Da canastra devido à forma com as laterais escarpadas como uma caixa e em cima uma superfície plana.

         Passa por Paracatu MG rumo a Goiás.   Segue adiante para conhecer a nascente do Rio São Francisco.    As serras locais formam divisores de águas de forma que o Rio São Francisco que nasce na região segue o rumo norte, nordeste.    Já na mesma região, o rio Paranaiba nasce e desce rumo ao Rio Grande, Rio Paraná e bacia do Mar Del Plata.

         Cita a cidade de Oliveira, que fica em altitude em torno de 1.000 m acima do nível do mar.    O autor tinha equipamentos para várias medições.

         Nos arredores de Formiga MG, fazendas de criação de porcos.  Porcos pretos da “raça canastra”.     Os porcos gordos pesam em média 6 arrobas (90 kg).    Na fase pronta para abate, são conduzidos por terra, caminhando com os tocadores que vão com compridas varas dando rumo à caminhada.   Andam em média 3 léguas (18 km) por dia.   O RJ (cidade) fica distante 80 léguas (480 km) de Formiga MG.

         Os fazendeiros de MG andam mais eretos que os lavradores do interior da França.   Isto porque os da França lavram e cuidam da terra se curvando nas tarefas.     Já os de MG tinham escravos para as tarefas nas lavouras.

         O autor diz que viu pela região de São João Del Rei, onde havia ainda bastante garimpos, muitos padres que viravam fazendeiros e continuavam conciliando essa lida com a de padre.

         Terras ricas em minério de ferro.  Havia alguns fazendeiros que faziam de forma artesanal, o aço para uso local.  Buscavam mais a liga do ferro mas resultava em aço que  seria menos maleável.

         O autor disse que o governo poderia enviar alguns jovens para a França a fim de aprenderem a metalurgia, mas o que se fez foi mandar uns jovens para Paris para aprenderem Agrimensura.   Era prioridade delimitar as propriedades (medidas)  e garantir a posse.

         Passando pelo povoado de Oliveira.     Camponeses da região    “conforme o costume dos mineiros, usavam no pescoço um rosário que servia apenas de enfeite”.

         Tamanduá.   Nesse povoado já houve exploração de ouro mas durou pouco.   Na época da passagem do pesquisador a região plantava fumo como lavoura principal.   Exportavam parte da produção.    Tamanduá tinha três igrejas.

         Doenças comuns na região eram hidropisia e lepra.

         Capítulo IX – Continuação da viagem de S. João Del Rei às nascentes do Rio São Francisco

         Os povoados de Formiga e Pium-i.   Em Formiga o pesquisador conseguiu hospedagem numa casa do comandante do arraial.   Na casa dele, se reuniu o pessoal mais gabaritado da localidade.   Tinham ouvido de outros viajantes franceses que na França  “as mulheres eram mais livres.”   O pesquisador confirmou isso.  Era verdade.    ...”as informações que dei pareceram de tal forma estranhas a eles que um dos presentes exclamou com as mãos na cabeça: “Deus nos livre de tamanha desgraça!”.   (página 90)

         No povoado de Formiga MG, lugar pobre, o autor encontrou uma loja que anunciava numa placa,    ...”encimada pelas armas de Portugal, indicava a casa onde se vendiam indulgências da Santa Cruzada”.

 

                   Continua no capítulo             6/10

terça-feira, 30 de setembro de 2025

Cap 04/10 - fichamento do livro VIAGEM ÀS NASCENTES DO RIO SÃO FRANCISCO - autor Botânico francês SAINT-HILAIRE (1819)

    

         Para transportar os queijos mineiros na época até o RJ em balaios (cestos) no lombo de burro, colocava-se um cesto de cada lado, sendo que transportavam em média 50 queijos por cesto.  Cem queijos por burro.

         Em MG criavam muito porcos para engorda.  O toucinho de porco era muito usado na época e muito deste exportado para o RJ.  Plantavam cará e inhame que são tubérculos e que usavam na alimentação dos porcos para engorda.

         O  cesto em lombo de burro levava 45 kg de toucinho e sendo dois cestos por burro, a carga era de 90 kg.   Os burros já mais treinados nesse serviço conseguiam transportar até 120 kg de toucinho cada viagem.

         Em MG criam carneiros e tosquiam duas vezes por ano.   Usam a lã para roupa rústica dos escravos e para grosso chapéu que protege os trabalhadores no sol forte.

         Os fazendeiros quase não tinham cuidado com os carneiros.  Muitos eram predados por cães e animais selvagens.

         Em MG, as fazendas de gado ocupam bem menos escravos em relação aos garimpos de ouro e a cultura da cana de açúcar.

         Ao contrário dos donos de garimpos, os fazendeiros de gado em geral trabalham junto com seus empregados na lida com o gado.   O mesmo acontece com os filhos dos fazendeiros.   Estes no geral não recebem atenção aos estudos. 

         O pesquisador não deixa de citar o costume que ainda se usa nos dias atuais pelo interior do Brasil na forma de colocar os moirões das porteiras das fazendas.   Uma pequena inclinação no moirão que segura a porteira, faz com que esta se abra com ajuda da pessoa e ao ser solta, esta se fecha por conta da pequena inclinação.    Página 58

         Capítulo V – Viagem pela região do Rio Grande   MG

         No alto da serra, por volta dos 1.100 metros acima do nível do mar, há bastante araucárias da espécie que tem como nome comum o Pinheiro do Paraná.

         O autor cita que mais que a altitude, a temperatura baixa era a que mais se adaptava aos pinheiros.

         O pinheiro adulto tem a forma de um candelabro.   Como leitor, morando em Curitiba, mesmo na cidade é raro não ter ao menos uma araucária por quarteirão.   Tem uma no quintal ao lado da minha casa.

         Nos campos, sol e vento e faziam mal para os europeus do grupo.   O pesquisador usava guarda sol para se proteger do sol forte.   O auxiliar dele não usava e sofria com o sol.

         Estão na região de Barbacena MG.

         “Os fazendeiros, embora habituados ao clima,  sempre usam um guarda-sol quando andam a cavalo”.

         Passou pelo lugarejo de Madre de Deus.  Quase desabitado.  Os moradores só aparecem quando o padre vem rezar missa no povoado.

         Cap. VI -  Visita a São João Del Rei

         E a equipe viu e matou uma cobra urutu, que é muito venenosa.

         Em São João Del Rei o autor assiste a uma Procissão das Cinzas feita sob a iniciativa da Confraria de São Francisco.    O padre não participava da procissão há mais de dez anos porque a confraria fazia tudo do modo dela e sempre fora da sintonia com o que determinava a igreja.     Ao ponto do padre reclamar para o Bispo e não havia resultado porque os da confraria tinham força política e mantinham as coisas do jeito deles e não da igreja.

         Poucas opções de estudos na região naquela época.   Havia em Mariana-MG um Seminário que propiciava estudo de qualidade.

         O autor diz que a escravatura no Brasil força várias pessoas a agir fora da lei até pela questão dos problemas sociais.    Delitos decorrentes da vida miserável de tantas pessoas.

         O autor fala de reputação...   “O escravo não tem mais reputação do que um boi ou um cavalo e, como eles, está à margem da sociedade humana”.

         O escravo é punido até por pequenos deslizes.

 

         Próximo capítulo                  5/10 

quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Cap. 2/10 - fichamento do livro - VIAGEM ÀS NASCENTES DO RIO SÃO FRANCISCO - Autor Botânico francês SAINT-HILAIRE (ano 1819)

 capítulo 2/10

 

Capítulo II -   O caminho de Rio Preto.  A cidade de Valença e os indígenas Coroados

         O trecho de Ubá, passando por São João Del Rei e seguindo para Goiás, se chamava Caminho do Rio Preto.

         Nos postos de registro na estrada, cobrança pela passagem.  Havia preço por boi, por burro, por pessoa.   Cada um com sua tarifa estabelecida.

         Página 32 - ...”No caminho do Rio Preto encontrei poucas tropas de burros, mas em compensação vi um grande número de porcos e de bois”.  Havia os “marchantes” que eram os compradores de animais para revenda principalmente no Rio de Janeiro, a capital.

         Os marchantes pagam capatazes que comandam os tropeiros na lida com o gado na estrada afora.   Cada peão conduz cerca de vinte bois na estrada.   Marcha média de 18 km por dia.   Parada para descanso dos animais só no final de cada marcha.

         Já os que conduzem porcos, andam à pé, a passos largos, com compridas varas nas mãos para orientar o rumo dos animais.

         Cita os muito demandados ferradores de animais.   Os que colocam ferraduras em cavalos e burros para longas caminhadas.   Na época na região eram apelidados de arapongas porque as batidas do ferro candente na bigorna para tomar a forma da ferradura (eu, leitor,  já vi o processo) lembra o canto estridente da ave araponga.

         Jornada em 1819 no caso essa do pesquisador rumo a Goiás.

         O trabalho duro de fazer o gado atravessas rios a nado.  Muita gritaria e o gado tentando voltar para a margem na qual entrou na água forçado.  Depois da primeira travessia, o gado vai aprendendo e dá menos trabalho.

         Alguns engenhos no trecho, a maioria para fabricação de cachaça porque esta dá menos trabalho no processo de fabricação em relação ao açúcar.

         Para o pesquisador botânico que prefere a época dos vegetais em flor que ajuda no processo de coleta e classificação, reclama que em fevereiro está tendo pouca coleta.    A partir de agosto passa a ter mais floradas que ajudam no trabalho de coleta.

         Há cinquenta anos que os indígenas Coroados da região perderam seus territórios para os colonizadores.

         Na época, o governo decidia transformar simples povoados à categoria de cidades e isto só transtorno e custo trazia aos moradores.   O poder público trazia o aparato de justiça e burocracia e o povo tinha que pagar por isso.

         “A paz do local logo é perturbada pela chegada de um batalhão de funcionários subalternos, que tem o dom inato de provocar querelas, sem as quais parece que não sabem viver...”

         O autor cita que conheceu um velho de oitenta anos que relatou que cada vez que colocavam o aparato de justiça num povoado onde ele morava, ele se mudava para outro sem o aparato, não porque devia algo, mas de medo da justiça que sempre era contra os mais fracos.

         Página 38 -  Por outro lado ele, o pesquisador, defende a ideia de que se anda para a frente e que a justiça é necessária.     ...”e que permitir o retorno da selvageria seria ainda pior...”.

         O “estridular” do canto das cigarras e o coaxar dos sapos.

         Passou no RJ antes por Valência e depois chegou à estrada do arraial de Rio Preto, que fica na divisa entre o RJ e MG.  Divisa no alto da Serra.

         Capítulo III – Página 41

         Entrada na Província de Minas Gerais entre o RJ e MG.

         O Rio Preto é um dos afluentes do Rio Paraiba.

         Na “hospitaleira Minas Gerais” ele sentiu emoção ao voltar onde no passado já permaneceu quinze meses.

         Posto fiscal cuida de cobrar os tributos e fiscalizar se há contrabando de ouro e diamante.  Também examina as cargas para que os viajantes não carreguem correspondências que são monopólio do Correio. 

         O pesquisador não teve a bagagem revistada porque trazia documentos oficiais autorizando sua tarefa na região.

         Tenda para abrigar viajantes em São Gabriel em MG.    Tosca, coberta com estipes (troncos) de coqueiros cortados ao meio na longitudinal, retirado o miolo e usados como telhas tipo calhas, uma com a cavidade para cima e outra para baixo como se faz com telhas de barro.

 

         Continua no capítulo                   3/10

sábado, 13 de setembro de 2025

Cap. 11/12 - fichamento do livro VIAGEM A CURITIBA E PROVÍNCIA DE SANTA CATARINA - autor Botânico francês SAINT-HILAIRE (1816 - 1822)

Capítulo 11/12

 

         Entre outros fatores, os homens da ilha (atual Florianópolis) temiam o serviço militar forçado e se dedicavam à pesca e assim a ilha ficava com mais mulheres do que homens.   Nisso a prostituição era elevada e havia muitas crianças que eram abandonadas.

         Sobre terras exauridas em decorrência de sucessivos plantios.    ...”é preciso formar esterqueiras, bem como estudar uma forma de fazer rotação de culturas”.   (plantar culturas diferentes uma em sucessão às outras).  

         ... cita recorrentes casos de disenterias na população.    “Não seria totalmente impossível que as disenterias fossem causadas pelas laranjas, que existem em abundância e são comidas pelos moradores do lugar muito antes de estarem inteiramente maduras”.

         Capítulo XIV   Permanência do autor na Cidade de Desterro

         Como foi dito, era o nome da atual Florianópolis naquela ocasião.

         “Havia o projeto de se construir um hospital militar e de devolver aos pobres o estabelecimento que lhes pertencia.   O local onde ficaria o novo hospital já estava demarcado, mas a escolha não poderia ter sido pior:   ao lado do quartel e no sopé do morro, numa baixada onde o ar não circulava livremente”.

         Visitou fábricas de potes de barro na ilha do Desterro.

         Festividades por ocasião do nascimento de Dom João VI.   No Desterro teve parada militar e festividade que incluiu dança.

         No baile da elite, umas trinta mulheres.     ...”Eu já tinha tido oportunidade de admirar o talento das senhoras de SC para a dança; admirei-as mais ainda ao ficar sabendo que elas nunca tinham tido professor de dança e haviam aprendido a dançar exercitando-se umas com as outras”.

         Capítulo VI   Viagem de Desterro a Laguna

         Na época plantavam até um pouco de café na Ilha do Desterro.

...   “As mulheres que vi à minha chegada usavam geralmente um vestido de chita e um xale de seda”.

         Cita na região a fruta silvestre chamada camarinha e que dá cachos com frutos saborosos.   Frutos da cor negra.

         Cita a palmeira anã que recebe na região o nome popular de butiá e que dá cachos de frutos saborosos.

         (há no sul um ditado que se algo foi assustador, dizem que foi de cair os butiás dos bolsos).

         Jantar na fazenda de um militar local.   O autor cita que a mulher do fazendeiro também participou da mesa do jantar, o que não é costume no interior de MG e GO por exemplo.

         As pessoas que o abrigavam, arranjavam provisões e transporte para a próxima caminhada do autor e sempre cobravam por tudo isso.   Cobravam e indicavam (e recomendavam) a equipe dele para as paradas que ainda viriam pela frente.

         O autor disse que na região de Curitiba e desta para o litoral ao Sul, o gasto da equipe dele foi dez vezes maior que no interior de MG e SP.    E além do mais, não era tempo de florada dos vegetais e assim ele pouco conseguiu de material para sua coleção e pesquisa.    Era mês de maio.

         Cita o Rio Garupava, entre outros.

         No caminho rumo a Laguna viu grupo de pessoas que estavam voltando a cavalo de uma missa no povoado.    As mulheres usavam também chapéu, só que de modelos femininos.   Isto em contraste com as mulheres do interior de MG que montadas a cavalo usavam chapéus iguais aos dos homens.

         Na caminhada para Laguna, passou pela enseada de Embituva.

         O autor cita que encontrou na região vários homens que combateram contra a França em território Francês.    Cita uma tal Vila Nova no trecho entre Desterro e Laguna.    Diz que Vila Nova fica distante 30 km de Laguna.

         Ele se refere sempre em léguas, equivalentes a 6 km cada.

         Na época as casas em Laguna eram bem próximas à igreja local.   As casas geralmente ficavam fechadas durante a semana e os donos iam cuidar das lavouras e criações na zona rural.   Vinham aos domingos para o povoado para a missa.

         (Meus avós que eram da região de Tatui-SP citavam o fato dos agricultores ter uma “casa de assistência” na cidade para virem nos fins de semana para a missa).    Isto nos anos 1910/1920 por aí.

                   Capítulo 12/12 a seguir... 

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

Cap. 10/12 - fichamento do livro VIAGEM A CURITIBA E PROVÍNCIA DE SANTA CATARINA - autor: Botânico francês SAINT-HILAIRE (1816-1822)

 Cap 10/12

 

Em torno de quarenta anos, armação que caçava até 500 baleias por temporada, foi caindo e chegava perto de 50 abates por ano.  

         “De cada baleia se retirava de 12 a 20 barris de óleo, sendo 15 em média.”  

         Barcos de caça à baleia eram de seis bancos para remadores.   Levavam arpões.    Ao saírem para pescar o capelão abençoava cada partida, inclusive porque a atividade era arriscada.

         Matavam as baleias, arrastavam elas até a armação, retiravam a gordura, ferviam para obter o óleo e o torresmo em geral ia para a queima na caldeira de derreter gordura.    O óleo produzido era colocado em barris e embarcados para venda no Rio de Janeiro. 

         A temporada da caça anual era curta, menos de dois meses.    Após retirar a gordura da baleia, largavam a carcaça apodrecendo junto à costa, deixando a região com muito mal cheiro.

         “As pessoas que se ocupavam da pesca eram lavradores muito pobres quase todos.   Ao invés, porém, de guardarem para o futuro um pouco do dinheiro ganho na curta temporada da caça e de cultivarem as suas terras nos dias de folga, eles ficavam à toa quando terminava a pesca e passavam a vida bebendo cachaça, cantando e tocando violão até que o dinheiro acabasse”.

         O autor passou de barco perto de dois fortes na Ilha que hoje é Florianópolis.  Forte da Ponta Grossa na Ilha e o de Santa Cruz no continente ao lado da ilha.

         Capítulo XIII

         A ilha de Santa Catarina – a cidade de Desterro

         Quando o pesquisador visitou a ilha ela tinha em 1820, 12.000 habitantes.

         Ressalva que o medo que as famílias tem do Estado requisitar seus filhos para o Exército, faz com que muitas famílias omitam dados para o governo.

         ...”pois num país onde é aceita a escravidão o número de escravos serve de base para medir a fortuna dos indivíduos livres”.

         O autor fez grande elogio à ilha onde hoje é Florianópolis pela beleza do lugar.   Na ilha, muitas casas de dois andares, bem construídas e vidraças nas janelas.

         Em 1820 os artigos de exportação pelo porto de Desterro eram principalmente farinha de mandioca, arroz, óleo de baleia, cal, feijão, milho, amendoim, madeira, couros, potes de barro, peixe salgado, tecidos de linho e tecidos feitos com uma mistura de cânhamo e algodão, além de melado de cana.

         O autor cita muitos sítios e chácaras perto da cidade, sempre com plantações.   Comumente a mandioca, laranja e outras culturas sem simetria, não alinhadas.

         Casas simples e bem cuidadas.  Pouca mobília.  Mesa e tamboretes para pessoa sentar.   No chão a esteira sobre a qual se faz os trabalhos domésticos de cócoras e são servidas as refeições também consumidas de cócoras.

         Todo sítio da região tem seu tear para confeccionar tecidos para uso doméstico principalmente.

         Pessoas de cabelos finos que demonstra pouca mistura com sangue indígena.

         “As mulheres mais ricas da cidade acompanham a moda do Rio de Janeiro e estas, por sua vez, acompanham a moda da França”.

         ...”Quem passa diante de suas casas ouve-as batendo o algodão; elas fiam e tecem mas de um modo geral empatam o que ganham unicamente para satisfazer o seu gosto pelas roupas bonitas”.

         Em Desterro (1820)...   “Os homens que pertencem à Guarda Nacional deixam crescer o bigode”.

         Em SC, poucos negros escravizados e os brancos fazem inclusive os trabalhos de cultivo da terra.   Diferente de MG onde a cor branca da pele dá uma certa nobreza às pessoas e estas deixam as tarefas mais duras como cuidar de lavouras aos negros escravizados.

                   Capítulo 11/12