Capítulo XI – Vista de Olhos Geral sobre a Comarca de Paracatu MG
Cita um chapadão, alto e plano, de uns 30 x 36 quilômetros
na região.
A comarca de Paracatu MG faz divisa com a Província de Goiás.
Desemboque, nome de um povoado regional em 1816 contava “com
cerca de sessenta casas”. Araxá tinha
75 casas, Patrocínio, apenas 40 casas.
Era portanto uma região pouco habitada na época. “A comarca de Paracatu não passa, pois, de
um imenso deserto”.
Quando a lei e o fisco chegaram à região de Patrocínio, os
funcionários notavam que eram evitados nas ruas. Os moradores eram gente fugida da lei e do
fisco que viviam nesta região.
...”o calor do clima convida à ociosidade”. Há a sede do bispado de Mariana MG, mas não
atende esta região, que está ligada a um bispado do distante Pernambuco. Em torno de 3.000 km de distância.
“Na própria Paracatu são exploradas algumas lavras de ouro”. Região de solo fértil, tendo agricultura e
pecuária. Lá na época o milho produzia
até 200 por 1.
... “poderia (a região)
alimentar uma grande população e quão favorecida ela é pela Natureza”. (sempre o autor escreve Natureza com inicial
maiúscula)
Uso sucessivo da terra começa a causar a infestação de
gramíneas como o capim gordura e outros.
O capim gordura é uma gramínea de origem africana.
Naqueles lugares ermos, difícil e caro o sal para os
bovinos. Por outro lado, na região de
Paracatu tem lugares de água mineral cujos sais são atrativos inclusive para
nutrição dos bovinos. Terras salitrosas,
estas que na região também podem ser encontradas em Araxá e Patrocínio MG.
Antes da vinda de Dom João VI, o povo do Brasil não se
interessava em criar ovelhas. Com a
vinda do Imperador Dom João VI e muitos outros europeus, aumentou a procura
pela carne de ovelhas e estas ficaram valorizadas e os criadores começaram a
expandir o rebanho destas para fins comerciais.
Cita ter passado pela Serra do Salitre. Já em Goiás, as regiões percorridas eram
mais planas. À medida que a terra toma
um vermelho mais escuro, mais as árvores são presentes e de maior porte.
Ainda em Paracatu, lugar alto, menos calor por conta da
altitude e assim é menos seca que seu entorno.
Cita na região a planta chamada de quina-do-campo ..”e que tem na casca as mesmas propriedades
que a quina do Peru. (a cloroquina tem
em sua composição a quina). A quina é
muito usada na atualidade inclusive para pessoas afetadas pela malária etc.
A região estava num ano de seca severa e pouco se pode
coletar de plantas para a coleção do pesquisador. Faltou até oferta do básico na alimentação
do povo local como arroz, feijão e farinha de mandioca.
Região com potencial de riqueza como ouro e diamantes, como
também de ferro e estanho. Fora a
exploração agropecuária que também já é uma realidade local.
As fontes de águas minerais da região têm também ótimo
potencial de exploração.
No passado os escravos fugidos de MG se esconderam na região
de Araxá que era uma região desconhecida e quase desabitada.
Por conta da distância, de Araxá não dá para transportar
porcos até o RJ (ao redor de 1.000 km).
Criam gado para vender inclusive no RJ e plantam alguns tipos de
lavouras.
Fazendas de gado sem cercas pelo alto custo de materiais e
mão de obra. O gado em busca de água
rica em sais minerais, se mistura com gado de outras propriedades. Mesmo tendo a marca do dono, depois que se
misturam, ficam com o dono do pasto onde estão e não são devolvidas.
As fontes de águas sulfurosas de Araxá contém águas de cor
avermelhada e amargas. O enxofre
presente na água dá um cheiro de ovo estragado. Banhos nessa água medicinal eram
recomendados para as pessoas principalmente com doenças de pele.
Continua no capítulo 8/10