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sábado, 11 de outubro de 2025

Cap. 7/10 - fichamento do livro VIAGEM ÀS NASCENTES DO RIO SÃO FRANCISCO - autor Botânico francês SAINT-HILAIRE (1819)

          Capítulo XI – Vista de Olhos Geral sobre a Comarca de Paracatu MG

         Cita um chapadão, alto e plano, de uns 30 x 36 quilômetros na região.

         A comarca de Paracatu MG faz divisa com a Província de Goiás.

         Desemboque, nome de um povoado regional em 1816 contava “com cerca de sessenta casas”.   Araxá tinha 75 casas, Patrocínio, apenas 40 casas.  Era portanto uma região pouco habitada na época.    “A comarca de Paracatu não passa, pois, de um imenso deserto”.

         Quando a lei e o fisco chegaram à região de Patrocínio, os funcionários notavam que eram evitados nas ruas.    Os moradores eram gente fugida da lei e do fisco que viviam nesta região.

         ...”o calor do clima convida à ociosidade”.    Há a sede do bispado de Mariana MG, mas não atende esta região, que está ligada a um bispado do distante Pernambuco.   Em torno de 3.000 km de distância.

         “Na própria Paracatu são exploradas algumas lavras de ouro”.   Região de solo fértil, tendo agricultura e pecuária.  Lá na época o milho produzia até 200 por 1.

... “poderia (a região) alimentar uma grande população e quão favorecida ela é pela Natureza”.    (sempre o autor escreve Natureza com inicial maiúscula)

         Uso sucessivo da terra começa a causar a infestação de gramíneas como o capim gordura e outros.    O capim gordura é uma gramínea de origem africana.

         Naqueles lugares ermos, difícil e caro o sal para os bovinos.   Por outro lado, na região de Paracatu tem lugares de água mineral cujos sais são atrativos inclusive para nutrição dos bovinos.   Terras salitrosas, estas que na região também podem ser encontradas em Araxá e Patrocínio MG.

         Antes da vinda de Dom João VI, o povo do Brasil não se interessava em criar ovelhas.   Com a vinda do Imperador Dom João VI e muitos outros europeus, aumentou a procura pela carne de ovelhas e estas ficaram valorizadas e os criadores começaram a expandir o rebanho destas para fins comerciais.

         Cita ter passado pela Serra do Salitre.    Já em Goiás, as regiões percorridas eram mais planas.   À medida que a terra toma um vermelho mais escuro, mais as árvores são presentes e de maior porte.

         Ainda em Paracatu, lugar alto, menos calor por conta da altitude e assim é menos seca que seu entorno.

         Cita na região a planta chamada de quina-do-campo   ..”e que tem na casca as mesmas propriedades que a quina do Peru.    (a cloroquina tem em sua composição a quina).    A quina é muito usada na atualidade inclusive para pessoas afetadas pela malária etc.

         A região estava num ano de seca severa e pouco se pode coletar de plantas para a coleção do pesquisador.   Faltou até oferta do básico na alimentação do povo local como arroz, feijão e farinha de mandioca.

         Região com potencial de riqueza como ouro e diamantes, como também de ferro e estanho.   Fora a exploração agropecuária que também já é uma realidade local.

         As fontes de águas minerais da região têm também ótimo potencial de exploração.

         No passado os escravos fugidos de MG se esconderam na região de Araxá que era uma região desconhecida e quase desabitada.

         Por conta da distância, de Araxá não dá para transportar porcos até o RJ (ao redor de 1.000 km).   Criam gado para vender inclusive no RJ e plantam alguns tipos de lavouras.

         Fazendas de gado sem cercas pelo alto custo de materiais e mão de obra.   O gado em busca de água rica em sais minerais, se mistura com gado de outras propriedades.   Mesmo tendo a marca do dono, depois que se misturam, ficam com o dono do pasto onde estão e não são devolvidas.

         As fontes de águas sulfurosas de Araxá contém águas de cor avermelhada e amargas.   O enxofre presente na água dá um cheiro de ovo estragado.    Banhos nessa água medicinal eram recomendados para as pessoas principalmente com doenças de pele.

        

         Continua no capítulo 8/10       

sábado, 4 de outubro de 2025

Cap. 5/10 - fichamento do livro VIAGEM ÀS NASCENTES DO RIO SÃO FRANCISCO - autor Botânico francês SAINT-HILAIRE (1819)

          O autor fala de reputação...   “O escravo não tem mais reputação do que um boi ou um cavalo e, como eles, está à margem da sociedade humana”.

         O escravo é punido até por pequenos deslizes.      “Culpemos o escravo sem dúvida, mas não deixemos de culpar também o seu senhor”.

         Os escravos no Brasil são tratados com diferenças.  Em MG e RJ não são tão maltratados como no sul do Brasil.

         O autor diz que relatos de outros viajantes atestam que no Brasil se dava tratamento ao escravo menos cruel do que em certos países, como a Inglaterra, que era mais cruel que o Brasil nesse quesito.

         Um integrante da equipe do pesquisador ficou muito doente e mesmo com os cuidados, acabou falecendo em São João Del Rei. Era o francês Yves Prégent.

         Capítulo VII -  Quadro geral da região montanhosa entre São João Del Rei e a Serra da Canastra.    Da canastra devido à forma com as laterais escarpadas como uma caixa e em cima uma superfície plana.

         Passa por Paracatu MG rumo a Goiás.   Segue adiante para conhecer a nascente do Rio São Francisco.    As serras locais formam divisores de águas de forma que o Rio São Francisco que nasce na região segue o rumo norte, nordeste.    Já na mesma região, o rio Paranaiba nasce e desce rumo ao Rio Grande, Rio Paraná e bacia do Mar Del Plata.

         Cita a cidade de Oliveira, que fica em altitude em torno de 1.000 m acima do nível do mar.    O autor tinha equipamentos para várias medições.

         Nos arredores de Formiga MG, fazendas de criação de porcos.  Porcos pretos da “raça canastra”.     Os porcos gordos pesam em média 6 arrobas (90 kg).    Na fase pronta para abate, são conduzidos por terra, caminhando com os tocadores que vão com compridas varas dando rumo à caminhada.   Andam em média 3 léguas (18 km) por dia.   O RJ (cidade) fica distante 80 léguas (480 km) de Formiga MG.

         Os fazendeiros de MG andam mais eretos que os lavradores do interior da França.   Isto porque os da França lavram e cuidam da terra se curvando nas tarefas.     Já os de MG tinham escravos para as tarefas nas lavouras.

         O autor diz que viu pela região de São João Del Rei, onde havia ainda bastante garimpos, muitos padres que viravam fazendeiros e continuavam conciliando essa lida com a de padre.

         Terras ricas em minério de ferro.  Havia alguns fazendeiros que faziam de forma artesanal, o aço para uso local.  Buscavam mais a liga do ferro mas resultava em aço que  seria menos maleável.

         O autor disse que o governo poderia enviar alguns jovens para a França a fim de aprenderem a metalurgia, mas o que se fez foi mandar uns jovens para Paris para aprenderem Agrimensura.   Era prioridade delimitar as propriedades (medidas)  e garantir a posse.

         Passando pelo povoado de Oliveira.     Camponeses da região    “conforme o costume dos mineiros, usavam no pescoço um rosário que servia apenas de enfeite”.

         Tamanduá.   Nesse povoado já houve exploração de ouro mas durou pouco.   Na época da passagem do pesquisador a região plantava fumo como lavoura principal.   Exportavam parte da produção.    Tamanduá tinha três igrejas.

         Doenças comuns na região eram hidropisia e lepra.

         Capítulo IX – Continuação da viagem de S. João Del Rei às nascentes do Rio São Francisco

         Os povoados de Formiga e Pium-i.   Em Formiga o pesquisador conseguiu hospedagem numa casa do comandante do arraial.   Na casa dele, se reuniu o pessoal mais gabaritado da localidade.   Tinham ouvido de outros viajantes franceses que na França  “as mulheres eram mais livres.”   O pesquisador confirmou isso.  Era verdade.    ...”as informações que dei pareceram de tal forma estranhas a eles que um dos presentes exclamou com as mãos na cabeça: “Deus nos livre de tamanha desgraça!”.   (página 90)

         No povoado de Formiga MG, lugar pobre, o autor encontrou uma loja que anunciava numa placa,    ...”encimada pelas armas de Portugal, indicava a casa onde se vendiam indulgências da Santa Cruzada”.

 

                   Continua no capítulo             6/10