capítulo 2/10
Capítulo II - O caminho de Rio Preto. A cidade de Valença e os indígenas Coroados
O trecho de Ubá, passando por São João Del Rei e seguindo
para Goiás, se chamava Caminho do Rio Preto.
Nos postos de registro na estrada, cobrança pela
passagem. Havia preço por boi, por
burro, por pessoa. Cada um com sua
tarifa estabelecida.
Página 32 - ...”No caminho do Rio Preto encontrei poucas
tropas de burros, mas em compensação vi um grande número de porcos e de bois”. Havia os “marchantes” que eram os compradores
de animais para revenda principalmente no Rio de Janeiro, a capital.
Os marchantes pagam capatazes que comandam os tropeiros na
lida com o gado na estrada afora. Cada peão
conduz cerca de vinte bois na estrada.
Marcha média de 18 km por dia.
Parada para descanso dos animais só no final de cada marcha.
Já os que conduzem porcos, andam à pé, a passos largos, com
compridas varas nas mãos para orientar o rumo dos animais.
Cita os muito demandados ferradores de animais. Os que colocam ferraduras em cavalos e
burros para longas caminhadas. Na época
na região eram apelidados de arapongas porque as batidas do ferro candente na
bigorna para tomar a forma da ferradura (eu, leitor, já vi o processo) lembra o canto estridente da
ave araponga.
Jornada em 1819 no caso essa do pesquisador rumo a Goiás.
O trabalho duro de fazer o gado atravessas rios a nado. Muita gritaria e o gado tentando voltar para
a margem na qual entrou na água forçado.
Depois da primeira travessia, o gado vai aprendendo e dá menos trabalho.
Alguns engenhos no trecho, a maioria para fabricação de
cachaça porque esta dá menos trabalho no processo de fabricação em relação ao açúcar.
Para o pesquisador botânico que prefere a época dos vegetais
em flor que ajuda no processo de coleta e classificação, reclama que em
fevereiro está tendo pouca coleta. A
partir de agosto passa a ter mais floradas que ajudam no trabalho de coleta.
Há cinquenta anos que os indígenas Coroados da região
perderam seus territórios para os colonizadores.
Na época, o governo decidia transformar simples povoados à
categoria de cidades e isto só transtorno e custo trazia aos moradores. O poder público trazia o aparato de justiça
e burocracia e o povo tinha que pagar por isso.
“A paz do local logo é perturbada pela chegada de um
batalhão de funcionários subalternos, que tem o dom inato de provocar querelas,
sem as quais parece que não sabem viver...”
O autor cita que conheceu um velho de oitenta anos que
relatou que cada vez que colocavam o aparato de justiça num povoado onde ele
morava, ele se mudava para outro sem o aparato, não porque devia algo, mas de
medo da justiça que sempre era contra os mais fracos.
Página 38 - Por outro
lado ele, o pesquisador, defende a ideia de que se anda para a frente e que a
justiça é necessária. ...”e que
permitir o retorno da selvageria seria ainda pior...”.
O “estridular” do canto das cigarras e o coaxar dos sapos.
Passou no RJ antes por Valência e depois chegou à estrada do
arraial de Rio Preto, que fica na divisa entre o RJ e MG. Divisa no alto da Serra.
Capítulo III – Página 41
Entrada na Província de Minas Gerais entre o RJ e MG.
O Rio Preto é um dos afluentes do Rio Paraiba.
Na “hospitaleira Minas Gerais” ele sentiu emoção ao voltar
onde no passado já permaneceu quinze meses.
Posto fiscal cuida de cobrar os tributos e fiscalizar se há
contrabando de ouro e diamante. Também
examina as cargas para que os viajantes não carreguem correspondências que são
monopólio do Correio.
O pesquisador não teve a bagagem revistada porque trazia documentos
oficiais autorizando sua tarefa na região.
Tenda para abrigar viajantes em São Gabriel em MG. Tosca, coberta com estipes (troncos) de coqueiros
cortados ao meio na longitudinal, retirado o miolo e usados como telhas tipo
calhas, uma com a cavidade para cima e outra para baixo como se faz com telhas
de barro.
Continua no capítulo 3/10