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sábado, 25 de outubro de 2025

Cap. 8/10 - fichamento do livro - VIAGEM ÀS NASCENTES DO RIO SÃO FRANCISCO - autor Botânico francês - SAINT-HILAIRE (1819)

         Em Araxá-MG    “O barreiro é de propriedade pública.   Num raio de 60 km, todos os fazendeiros levam até ali o seu gado uma vez por mês, e cada um tem o seu dia certo, marcado pelo Juiz”.

         ...”jamais vi um número tão grande de pássaros como havia no Barreiro em Araxá-MG”.

         Antigamente animais silvestres também vinham direto beber água com sais minerais mas a caça foi tão implacável que estes deixaram de ir para lá.

         Capítulo XIII -  Viagem de Araxá a Paracatu-MG.  Rio Quebra Anzol.

         Na caminhada em setembro de 1817, temporada normal de seca na região, pouco se via de verde nas matas e nos pastos.

         Região com campos geralmente cobertos de gramíneas e alguns trechos com árvores mirradas, casca grossa, típicas do cerrado.

         No trecho, a Serra do Salitre e outras serras.   Apesar da Serra ter o nome do mineral salitre, não garante que o solo local seja salitroso *.

  *(que contêm inclusive Nitrogênio, importante para vegetais e animais)

         Em Paracatu MG, solo fértil, plantio de algodão, além da criação de bovinos e carneiros.     O algodão em caroço é levado em carros de boi por cerca de 240 km até Barbacena MG.  A partir de Barbacena, o produto é levado em lombo de burros até o RJ, distância aproximada de 1.200 km

         Fazenda Damaso na Serra do Salitre.    “Entre Damaso e Patrocínio, encontrei-me com numerosa tropa de burros que voltava de GO para o RJ.  Pertencia a um homem que fazia uma viagem por ano transportando mercadorias.   Demorava em média cinco meses para a ida e cinco meses para a volta.    Trazia do RJ mercadorias para os comerciantes de GO.  

         Patrocínio era conhecido também por Salitre, local também de água mineral.

         Em 1819 Patrocínio tinha cerca de quarenta casas.   No lugarejo de Campo Alegre, o povo para e fica espiando a equipe do botânico trabalhando.

     “Ninguém trabalhava e a conversa daquela gente oferecia tão pouco interesse que melhor seria que ficassem calados”.

         Cita a palmeira buriti (Mauritia vinífera) muito comum na região.

         Agora na margem esquerda do Rio Paranaiba.  Rio com abundância de peixes.   Dourados, piranhas, curimatãs, pacu, piracanjuba, surubim, jau, piapara, piau, mandi, traíra e outros.   (eu, leitor, conheço todos citados)

         O chapadão que o autor está explorando é plano e de vegetação baixa, sendo mais comum as gramíneas.   Plano e contém pouca água.

         Poucas fazendas nesse chapadão.   O sal chegaria muito caro lá.   O pessoal está iniciando o plantio de mandioca por lá.   O milho lá produz bem menos que em Araxá.  Nesta, o milho produz 200:1 e no Chapadão, 130:1.

         Na região, uma terceira concentração de águas minerais e assim a possibilidade de ter criação de gado sem precisar fornecer o caro sal que vem de longe.   (no caso, do Pernambuco)

         Pyra-catu  (bom de peixe).   Peixe saboroso na linguagem indígena.

         Um paulista se embrenhou na região em busca de ouro e em Paracatu, no Córrego Rico, encontrou ouro.   Fez riqueza e muita gente foi parar na região em busca do ouro.

         Quando Paracatu ainda produzia ouro, dependia de Sabará para a fundição do metal.   Em 1819 eram 3.000 habitantes em Paracatu, somando urbano e rural.

         Na época não existia o cargo de prefeito.  Havia a Câmara de Vereadores.   “A casa da Câmara é um sobrado quadrangular, cujo andar térreo serve de prisão, segundo o costume na província”.

         Ele fala do desmatamento em Paracatu e as consequências na redução das águas.     “Quando os primeiros mineradores vieram estabelecer-se na região todos os riachos eram rodeados de matas.   Elas foram derrubadas e a água se tornou menos abundante.   É esse o resultado dos desmatamentos tanto na América como na Europa”.

         Explorar o ouro.   O povo local era pobre e não tinha capital para explorar o ouro de forma mais adequada.  Não tinha confiança nos outros para se associarem no ramo.    “Por outro lado, seria talvez desastroso para o país se firmas estrangeiras ali se estabelecessem, pois não deixariam de carrear para sua pátria o fruto de seus trabalhos”.   (página 151)

         ...”as terras que cercam Paracatu são apropriadas a todo tipo de cultivo”.  (são solos férteis).

         Em Paracatu o pecuarista é obrigado a dar sal para o gado como forma de mantê-lo em boas condições.    Goiás tem terras férteis mas não tem como escoar a produção.   

         Continua no capítulo    9/10 

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