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quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Cap. 03/12 - Fichamento - livro - O SOM DO RUGIDO DA ONÇA - Autora Micheliny Verunschk - Cia das Letras - 2021

 capítulo 03/12

 

 

         Iñe-e se torna presa do desconhecido.    Agora ela sentia que se extraviara e não tinha como na vez que se perdeu na mata, uma onça para protege-la.

         Pensa a menina.  “Como pode ser bom alguém que compra outras pessoas?”   “Que as leva para longe dos seus parentes?”.

         A menina até então, não achava tão descabido ver as tribos venderem seus inimigos capturados nas guerras.  Agora ela vê que tudo isso é um absurdo.   Foi vendida juntamente com outras crianças, estas que foram capturadas pela tribo.

         Antes ela via a venda dos inimigos como...  “Era a natureza da guerra”.

         As crianças sendo transportadas pelo europeu não conseguiam falar com eles pois falavam só a língua do povo delas e nem o português conheciam.

         “Iñe-e e um menino do povo Juri não tinham com quem conversar e mesmo entre si não conseguiam porque suas tribos tinham línguas diferentes”.

         No Rio Negro, se encontraram com o chefe do cientista Martius.  Os cientistas alemães Martius e Spix.   “Ambos cientistas eram homens considerados muito sábios pelo povo dela”...   No mundo dela, só pessoas bem mais idosas eram consideradas sábias sobre as coisas materiais e espirituais.

         Ela via os cientistas como não sábios, mas menos brutos que outros brancos com quem tinham contato.    ...”modos suaves”...   mas para Iñe-e  ...”tinha em mente que não passavam mesmo de inimigos impuros”.

         Capítulo VII – página 30

         O pai de Martius era na Europa um farmacêutico e professor.   Um antepassado de Martius era do tempo da Renascença, o italiano Galeotto Martio.  Este era uma pessoa de ideias que em resumo...  “a ignorância é o pecado máximo”.   (um homem da ciência do seu tempo)

         Galeotto e suas ideias geraram tretas com a igreja e ele foge para a Hungria.  Lá, outras tretas, foge para a Alemanha...   “que é esta terra aqui...”

         Carl Martius, alemão, fez medicina, o que agradou o pai.  Logo se apaixonou pela botânica.   “...deseja reconhecimento...”  É ambicioso. 

         Parte a serviço do rei da sua terra para conhecer a flora brasileira com seu também jovem colega pesquisador Johann Spix.

         Capítulo VIII    Martius e a importância de anotar.

         ...”se confirma como superior à voz, que se dissipa, que se perde tão logo é proferida...”      “Então Martius escreve primeiro para suplantar a limitação da memória, a evaporação da voz...”     ...”pela obrigação com o rei e principalmente para se convencer e convencer aos outros”.

         Martius negociou escravos em desacordo com Spix.   Martius “justifica” a compra (troca por equipamentos) dos meninos escravizados.

         Usa como argumento que eles estavam todos doentes, com pouco tempo de vida e já eram escravizados pelos nativos e morreriam logo de toda forma.

         “Martius rasura.   Omite o destino do menino.   Precisa apagar rastros...

         Município de Manacapuru, de onde levam o garoto Juri, da família Coma-Tapüjaa.  Juri, Iñae-e e outras crianças foram levadas para a Munique - Alemanha.

 

                   Continua no capítulo 04/12

domingo, 27 de novembro de 2022

Cap. 01/12 - Fichamento - livro - O SOM DO RUGIDO DA ONÇA - Autora Micheliny Verunschk - Cia das Letras - 2021



 RESENHA – O SOM DO RUGIDO DA ONÇA      27-11-2022

 

         Cap.01/12

         Autora: Micheliny Verunschk -   1ª reimpressão – Cia das Letras

         Ano 2021 – 160 páginas

         A autora oferece sua obra “Para Theo, que nomeou esta história e para Nina, que traz no rosto a nossa herança. Meus iauaretês”.   “Para Raoni, a Onça”.

         “Quando Niimúe criou o mundo, o fez a partir de seu próprio corpo.”

         ... “Uma gigantesca jiboia circunda a cintura do mundo e se fecha, engolindo a si própria”.

         ...”O sexo do mundo é instável, ora macho, ora fêmea, ora macho e fêmea, ora algo que não podemos definir em palavras, esse meio insustentável para a mensagem”.

         “Niimúe ofereceu sua criação aos primeiros donos, os animais primordiais.    É com eles que as pessoas precisam negociar para comer, para beber, para construir...”

         Intoxicamos o planeta e temos que prestar contas.   “É a eles que devemos prestar contas.  E eles cobrarão”.

         Capítulo 1 -   “No princípio eu era carne e estava na terra”.

                            Frase da escritora moçambicana Isabela Figueiredo em seu livro – Caderno de Memórias Coloniais.   (livro que li recentemente).

         Sobre o mar:  “Nenhum deles nunca vira um rio que falasse tantas águas, rio sem margens”.    ...”Nem o Paranáhuazú, a mãe de todos os rios” (que chamamos de Amazonas na língua do colonizador).

         “O navio, pois bem, grande canoa da morte”.  Pessoas, plantas, bichos... e ainda os Desencantados”.

         O contato dos índios com os cientistas europeus.

         ...”os cientistas em seu trabalho de desencantamento”.    Os cientistas matavam os animais para estudo e depois os empalhava para ficarem mais ou menos na forma original”.

         “Aos olhos de Iñe-e o desencantamento era uma coisa verdadeiramente assombrosa.”   (ver os cientistas matarem os animais, disseca-los e depois empalha-los).

         “Que vida deles, dos Desencantados”.

         Depois fala dos dois meninos sendo levados pelos cientistas para a Europa em 1817.   (para Munique na Alemanha).

         “E essa longa viagem, em que me levam, é também de desencantamento, de destripamento?”

         A menina índia sendo retratada pelo pintor.    “... seu captor se postara diante dela com material de desenho e tintas, muito pronto para roubar sua alma e obrigando-a, quando já não era mais natural, se despir”.

         “Na tarde que vira uma grande onça destripada no terreiro, o coração se tornara muito pequeno dentro do peito...”    Naquele dia, entre raiva e dor, chora por si mesma pela primeira vez.

         “Esta é a história da morte de Iñe-e.   E também a história de como ela perdeu seu nome e a sua casa”.

         ...”De como foi levada mar afora para uma terra de inimigos”.    A menina Iñe e é do povo Miranha.   “Feito planta que rompe a dureza do tijolo, suas raízes caminhando pelo escuro, a força de suas folhas impondo nova paisagem, esta história procura o sol”.

         Iñe e morreu aos doze anos de idade.    Se alguém disser que essa história começou com o cientista aqui chegando...    “eu desminto e digo que tudo começou mesmo com Iñe e.

 

         Continua no capítulo 2/12