RESENHA – O SOM DO RUGIDO DA ONÇA 27-11-2022
Cap.01/12
Autora: Micheliny Verunschk - 1ª reimpressão – Cia das Letras
Ano 2021 – 160 páginas
A autora oferece sua obra “Para Theo, que nomeou esta
história e para Nina, que traz no rosto a nossa herança. Meus iauaretês”. “Para Raoni, a Onça”.
“Quando Niimúe criou o mundo, o fez a partir de seu próprio
corpo.”
... “Uma gigantesca jiboia circunda a cintura do mundo e se
fecha, engolindo a si própria”.
...”O sexo do mundo é instável, ora macho, ora fêmea, ora
macho e fêmea, ora algo que não podemos definir em palavras, esse meio
insustentável para a mensagem”.
“Niimúe ofereceu sua criação aos primeiros donos, os animais
primordiais. É com eles que as pessoas
precisam negociar para comer, para beber, para construir...”
Intoxicamos o planeta e temos que prestar contas. “É a eles que devemos prestar contas. E eles cobrarão”.
Capítulo 1 - “No
princípio eu era carne e estava na terra”.
Frase da escritora moçambicana Isabela
Figueiredo em seu livro – Caderno de Memórias Coloniais. (livro que li recentemente).
Sobre o mar: “Nenhum
deles nunca vira um rio que falasse tantas águas, rio sem margens”. ...”Nem o Paranáhuazú, a mãe de todos os
rios” (que chamamos de Amazonas na língua do colonizador).
“O navio, pois bem, grande canoa da morte”. Pessoas, plantas, bichos... e ainda os
Desencantados”.
O contato dos índios com os cientistas europeus.
...”os cientistas em seu trabalho de desencantamento”. Os cientistas matavam os animais para
estudo e depois os empalhava para ficarem mais ou menos na forma original”.
“Aos olhos de Iñe-e o desencantamento era uma coisa
verdadeiramente assombrosa.” (ver os
cientistas matarem os animais, disseca-los e depois empalha-los).
“Que vida deles, dos Desencantados”.
Depois fala dos dois meninos sendo levados pelos cientistas
para a Europa em 1817. (para Munique na
Alemanha).
“E essa longa viagem, em que me levam, é também de
desencantamento, de destripamento?”
A menina índia sendo retratada pelo pintor. “... seu captor se postara diante dela com
material de desenho e tintas, muito pronto para roubar sua alma e obrigando-a,
quando já não era mais natural, se despir”.
“Na tarde que vira uma grande onça destripada no terreiro, o
coração se tornara muito pequeno dentro do peito...” Naquele dia, entre raiva e dor, chora por
si mesma pela primeira vez.
“Esta é a história da morte de Iñe-e. E também a história de como ela perdeu seu
nome e a sua casa”.
...”De como foi levada mar afora para uma terra de inimigos”. A menina Iñe e é do povo Miranha. “Feito planta que rompe a dureza do tijolo,
suas raízes caminhando pelo escuro, a força de suas folhas impondo nova
paisagem, esta história procura o sol”.
Iñe e morreu aos doze anos de idade. Se alguém disser que essa história começou
com o cientista aqui chegando... “eu
desminto e digo que tudo começou mesmo com Iñe e.
Continua no capítulo 2/12
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