capítulo 03/12
Iñe-e se torna presa do desconhecido. Agora ela sentia que se extraviara e não
tinha como na vez que se perdeu na mata, uma onça para protege-la.
Pensa a menina. “Como
pode ser bom alguém que compra outras pessoas?” “Que as leva para longe dos seus parentes?”.
A menina até então, não achava tão descabido ver as tribos
venderem seus inimigos capturados nas guerras.
Agora ela vê que tudo isso é um absurdo. Foi vendida juntamente com outras crianças,
estas que foram capturadas pela tribo.
Antes ela via a venda dos inimigos como... “Era a natureza da guerra”.
As crianças sendo transportadas pelo europeu não conseguiam
falar com eles pois falavam só a língua do povo delas e nem o português
conheciam.
“Iñe-e e um menino do povo Juri não tinham com quem conversar
e mesmo entre si não conseguiam porque suas tribos tinham línguas diferentes”.
No Rio Negro, se encontraram com o chefe do cientista
Martius. Os cientistas alemães Martius e
Spix. “Ambos cientistas eram homens considerados
muito sábios pelo povo dela”... No
mundo dela, só pessoas bem mais idosas eram consideradas sábias sobre as coisas
materiais e espirituais.
Ela via os cientistas como não sábios, mas menos brutos que
outros brancos com quem tinham contato.
...”modos suaves”... mas para
Iñe-e ...”tinha em mente que não
passavam mesmo de inimigos impuros”.
Capítulo VII – página 30
O pai de Martius era na Europa um farmacêutico e
professor. Um antepassado de Martius
era do tempo da Renascença, o italiano Galeotto Martio. Este era uma pessoa de ideias que em
resumo... “a ignorância é o pecado
máximo”. (um homem da ciência do seu
tempo)
Galeotto e suas ideias geraram tretas com a igreja e ele
foge para a Hungria. Lá, outras tretas,
foge para a Alemanha... “que é esta
terra aqui...”
Carl Martius, alemão, fez medicina, o que agradou o
pai. Logo se apaixonou pela
botânica. “...deseja reconhecimento...” É ambicioso.
Parte a serviço do rei da sua terra para conhecer a flora
brasileira com seu também jovem colega pesquisador Johann Spix.
Capítulo VIII Martius
e a importância de anotar.
...”se confirma como superior à voz, que se dissipa, que se
perde tão logo é proferida...” “Então Martius escreve primeiro para
suplantar a limitação da memória, a evaporação da voz...” ...”pela obrigação com o rei e
principalmente para se convencer e convencer aos outros”.
Martius negociou escravos em desacordo com Spix. Martius “justifica” a compra (troca por
equipamentos) dos meninos escravizados.
Usa como argumento que eles estavam todos doentes, com pouco
tempo de vida e já eram escravizados pelos nativos e morreriam logo de toda
forma.
“Martius rasura.
Omite o destino do menino.
Precisa apagar rastros...
Município de Manacapuru, de onde levam o garoto Juri, da
família Coma-Tapüjaa. Juri, Iñae-e e
outras crianças foram levadas para a Munique - Alemanha.
Continua no capítulo 04/12