capítulo 02/15 leitura em outubro de 2023
O pai de Robert era Francisco Alvarenga Drummond e tinha o
apelido de Francis. Incorporou o
apelido de Francis no nome dos filhos.
No tempo de colégio, Roberto morou em BH perto da Biblioteca
Municipal e do célebre Grande Hotel.
Ia sempre à Biblioteca ler os autores nacionais. Leu entre outros, Jorge Amado e Graciliano
Ramos “e virei simpatizante comunista”.
Foi muito a passeatas pela nacionalização do petróleo
(campanha O Petróleo é Nosso) e nacionalização das multinacionais.
Não conseguiu nacionalizar nada e nacionalizou o próprio
nome de Robert Francis Drummond para Roberto.
Ficou Roberto Drummond.
Foi membro da UJC União da Juventude Comunista com
carteirinha e tudo. Portar a
carteirinha era um risco de ser preso pela polícia da repressão política.
4 – Comendo criancinha assada.
Os contra espalhavam o boato de que os comunistas comiam
criancinhas...
...”fumo um cigarro atrás do outro ... cigarro Continental.” Andando pelas ruas boêmias à caça de
mulheres.
Rua Mauá, um perigoso antro de mulheres e desfalques nos clientes.
Casa da luz vermelha da Rua Mauá na Zona Boêmia.
5 – Ganhando meu pão, aliás, meu cigarro...
Trabalhando na Folha de Minas, um jornal conservador. Antes de trabalhar no jornal, como
integrante do comando de greve dos estudantes, ele levava notícias direto à
redação do jornal. Mais adiante, passou
a trabalhar no jornal Folha de Minas. O
jornal estava quebrado, atrasava os salários e pertencia ao governo de MG.
Estudante, numa greve, foi à redação do jornal com colegas
do comando de greve e lá encontrou o repórter, também Drummond que descobriu
que ambos eram primos. Recebeu convite
do primo para trabalhar no jornal e aceitou.
6 – Um flash sobre o Santo
O amigo dele, candidato a Santo, no convento dos
Dominicanos, criou um coral: “Os Meninos
Cantores de Deus”. Buscava converter
pessoas através da música.
7 – A Cidade das Camélias
(das prostitutas).
O novo repórter no início da carreira saia à pé fazer
reportagens. Ia de calça social,
gravata e cabelo curto. Nesse tempo não
se exigia diploma na área de Comunicação para ser jornalista. Era aprender praticando.
Eu sonhava cobrir uma guerra ou guerrilha como fez meu ídolo
Ernest Hemingway.
A imprensa de BH (Belo Horizonte) se engajou na luta para
tirar a zona boêmia do centro da cidade.
A ideia era criar a “Cidade das Camélias” e transferir a prostituição
para lá numa periferia.
O primo Felipe Drummond, já veterano em reportagens, via
essa campanha com entusiasmo. Ambos os
primos eram parte da campanha.
Tinha pesquisa de opinião favorável à mudança da zona; tinha
maquete da Cidade das Camélias; tinha coleta de assinaturas pedindo para os
vereadores aprovarem lei nesse sentido.
Um dos vereadores, comunista, Orlando Bomfim Junior, desvendou
um dos segredos dessa mudança. Era
coisa da especulação imobiliária, onde poucos ganhariam muito com a mudança e
os simpatizantes da causa serviam de massa de manobra para os especuladores.
O autor do projeto de lei favorável a mudar a zona era um
padre e na tribuna ele atacou o vereador comunista: “Tirar a zona do centro da cidade é uma obra
de Deus e de Deus você não entende nada”.
Em ação a Liga de Defesa da Moral e dos Bons Costumes.
Todos opinavam.
“Todos, menos a parte mais interessada: as prostitutas”. E eram os tempos do esplendor da zona
boêmia da cidade de BH.
Casa de destaque era o Montanhês Dancing. “O folclore da zona boêmia corria por conta
de Maria Tomba Homem e do travesti Cintura Fina.
Som da música interpretada por Emilinha Borba e Luiz
Gonzaga: Paraíba masculina / mulher
macho, sim sinhô. Era um furor no
salão do Montanhês Dancing.
Perto do Montanhês, o Maravilhoso Hotel.
Cintura Fina era oriundo de Recife. Nesse tempo estava fazendo sucesso com Luiz
Gonzaga também a música que tem o refrão: Vem cá cintura fina / cintura de
pilão / vem cá minha menina / vem cá meu coração. A galera delirava no salão.
Passeatas de estudantes na Praça Sete em BH.
Continua no capítulo 03/15
(ou mais...)