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domingo, 10 de janeiro de 2021

CAP. 03/24 - fichamento - livro - A MORTE DA VERDADE - Autora : Jornalista americana - MICHIKO KAKUTANI - Edição 2018

 CAP. 03/24            leitura em janeiro de 2021

         Capítulo 1 do livro – O Declínio e a Queda da Razão

         Cita uma frase de Abraham Lincoln em 1838.    Em seguida a autora acrescenta:  “Como Lincoln sabia, os fundadores dos USA haviam baseado sua jovem república nos princípios da razão e da liberdade, do progresso e da tolerância religiosa”.

         Estado com separação de poderes.   Caso algum de “temperamento insolente” chegasse à presidência, os outros poderes ajudariam a preservar o estado.    Havia toda uma expectativa ao longo da história americana otimista... Mas o vento vira.

         Vira... “a tal ponto que a razão não apenas está sendo minada, mas ao que parece foi simplesmente defenestrada junto com os fatos, com o debate bem informado e com a criação de políticas deliberativas”.

         Página 25 – “A Ciência está sendo atacada, bem como a autoridade de especialistas de todos os campos – seja em política internacional, segurança nacional, economia ou educação”.

         Um estudioso deu o nome “selvageria nativa americana”.  Outro denominou: estilo paranoide.   Uma visão alimentada por “fervorosos exageros, desconfiança e fantasia conspiratória”

         A autora fala dos jovens americanos nascidos próximo ao ano 2000 (os millenials)   ... ressentimentos...   alguns membros da classe operária branca...   se sentirem cada vez mais marginalizados; por conta do crescimento da desigualdade de renda acelerada pela crise financeira de 2008; a globalização e a tecnologia que estão acabando com os trabalhos de manufatura e injetando uma nova dose de incerteza e angústia na vida cotidiana.

         Trump e outros líderes de direita como Le Pen na França, Geert na Holanda e Matteo Salvini na Itália insuflam esses sentimentos de medo... oferecendo bodes expiatórios ao invés de soluções...

         28 – “O ataque à razão e à verdade atingiu seu ápice nos USA durante o primeiro ano do mandado do presidente Trump, mas vinha sendo incubado havia anos pela extrema direita.

         Durante a campanha de 2016... as acusações delirantes... membros paranoicos do Tea Party, que afirmavam que os ambientalistas queriam controlar a temperatura das casas e as cores dos carros.

         “A eles se juntaram os blogueiros do Breitbart e trolls  (com pseudônimos na internet, que espalham “informações” falsas) da direita alternativa”.

         29 – Levantamento feito pelo Jornal The Washington Post constatou que 68% dos eleitores republicanos acreditam que milhões de imigrantes ilegais votaram em 2016 nos USA...  (creem em mentiras veiculadas nas redes sociais)

         29 – Estudo de cientistas políticos da Universidade de Chicago constatou que 25% dos americanos acreditam que a quebra da bolsa em 2008 foi secretamente orquestrada por um pequeno número de banqueiros;

         “Trump não fez nenhum esforço para acabar com sua ignorância a respeito das políticas interna e externa quando se mudou para a Casa Branca”.

         Seu ex-estrategista chefe, Stephen Bannon disse que o presidente só “lê o que reafirma suas crenças”.

         ... relatórios diários da inteligência.   Trump não queria nem ouvir falar na interferência russa na eleição dele.   O pessoal da inteligência só constava eventualmente algo sobre o tema nos relatórios diários ao presidente porque sabia que raramente ele lia tais relatórios.

         Ao invés disso o presidente optava por obter “informações” na TV Fox News, programas de TV de bajuladores, Beitbart News e o National Enquirer.   “Consta que ele chega a passar até 8 horas por dia vendo TV.

         A fonte Vice News disse que ele recebe duas vezes por dia pasta com resumos de depoimentos de elogios, bajuladores etc.    Esse comportamento absurdo, além de não ser combatido no centro do poder, acabou contaminando quem gravita no poder ao lado de Trump.

         32 – Muitos elegeram Trump em 2016 porque não acreditavam no Executivo da Casa Branca e achavam que com ele tudo mudaria para melhor.   Agora se nota que ele governa à revelia inclusive das assessorias e desanima seus eleitores.     ...”produz mais cinismo e uma relutância em participar do processo político”.

         34 – Al Gore e seu livro O Ataque à Razão.    “Chama a atenção para a situação moribunda dos USA como democracia participativa – baixa participação eleitoral e eleitorado mal informado”.

 

         Continua no capítulo 04/23 

sábado, 9 de janeiro de 2021

CAP. 02/23 - fichamento - livro - A MORTE DA VERDADE - (THE DEATH OF TRUTH) - Autora: Jornalista americana - MICHIKO KAKUTANI - Ed. 2018

 CAP. 02/24     - lido em janeiro de 2021

         Página 13 – O que aconteceu?   Quais são as raízes da falsidade na era Trump?  .... “esse é o tema deste livro”.

         14 – Alguns fatores que teriam levado Trump ao poder:

- eleitores frustrados com as finanças após a crise de 2008 (criada lá).

- interferência dos russos com fake News a favor do Trump...

- a oponente da elite, polarizada...

- publicidade espontânea de 5 bilhões de dólares graças à cobertura dos veículos de comunicação obcecados com as visualizações e os cliques na internet gerados pelo ex astro de reality show

         Se um escritor fosse criar um vilão como Trump... megalomaníaco e extravagante, narcisista, ignorante, demagogo com impulsos tirânicos.

         Trump é alguém que consome até uma dúzia de Coca-Cola diet por dia.

         15 - .... possua traços cômicos, não devemos nos cegar diante das consequências tremendamente sérias de seus ataques à verdade e ao Estado de direito...     “Um candidato tão exposto durante a campanha por seu histórico de mentiras e práticas comerciais enganosas...   se setores do público não tivessem adotado uma postura um tanto quanto blasé em relação à verdade”.

         ... como passaram a pensar de forma cada vez mais polarizada.”

         “Com Trump... uma série de atitudes mais amplas e interligadas que corroem lentamente a verdade nos dias de hoje...”    

         ... política norte-americana, passando pelo crescente desprezo populista em relação ao conhecimento especializado”.    Veritas, a Deusa da Verdade  ... inclusive retratada pelo pintor Goya em sua tela chamada Murió la Verdad...   a verdade poderia adoecer e cair morta.

         16 – “Já faz décadas que a objetividade – ou mesmo a ideia de que as pessoas desejam conhecer a melhor verdade disponível – está fora de moda”.

         “A famosa frase do senador Daniel Patrick Moynihan – “Todo mundo tem o direito de ter suas próprias opiniões, mas não seus próprios fatos”.  

         A polarização é tanta que em vários estados eleitores americanos, republicanos e democratas...  “estão tendo dificuldades para entrar em consenso sobre os mesmos fatos”.    “Isto vem acontecendo desde que um verdadeiro sistema solar de sites de notícias de direita passou a orbitar a TV Fox News e o Breitbart News e consolidou sua força gravitacional sobre a base republicana”. 

         “E esse cenário vem sendo exponencialmente acelerado pelas redes sociais, que conectam usuários que pensam da mesma forma e se abastecem com notícias personalizadas que reforçam suas ideias de preconceitos, permitindo que eles vivam em bolhas, ambientes cada vez mais fechados e sem comunicação com o mundo exterior”.

         17 - ... o relativismo...   está em ascensão desde o início das guerras culturais, na década de 60.  Nos anos 60 a Nova Esquerda teria usado um certo relativismo para questionar certas verdades, expor os preconceitos do pensamento ocidental, burguês...

         Desde então o discurso relativista foi usurpado pela direita populista, incluindo os criacionistas e os negacionistas climáticos, que insistem que suas teorias sejam ensinadas junto com as teorias baseadas na Ciência.

         Cita a Década do Eu, do escritor Tom Wolfe... até a autoestima na era dos selfies.

         ... efeito Rashomon – o ponto de vista de que tudo depende do seu ponto de vista – venha permeando nossa cultura...”

         A autora, jornalista, vem abordando estes tipos de temas há quatro décadas.   Conhece a fundo. 

          “A verdade é um dos pilares da democracia.

         Cita frase da procuradora interina Sally Yates sobre a verdade:  “Nós podemos – e devemos – debater políticas e questões, mas esses debates devem se basear em fatos em comum, e não em apelações baratas à emoção e ao medo na forma de mentiras e de uma retórica polarizante”.

                   Continua no capítulo 03/24 

sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

CAP. 01/24 - fichamento - livro - A MORTE DA VERDADE - NOTAS SOBRE A MENTIRA NA ERA TRUMP - autora: jornalista americana MICHIKO KAKUTANI

 CAP.01/24    -   leitura e fichamento em janeiro de 2021

         Livro – A MORTE DA VERDADE – Notas Sobre a Mentira na Era Trump.   Autora: Jornalista americana MICHIKO KAKUTANI

         Edição de 2018 – Editora Intrínseca – 270 páginas

         Dias atrás eu estava lendo a Folha de SP e saiu o comentário de um jornalista sobre este livro e me interessei e já de imediato comprei pela internet.   Em tempo de pandemia, nada de bater perna.

         A autora, quatro décadas de experiência no ramo do Jornalismo nos USA, oferece o livro – “Para os jornalistas em todo o mundo que trabalham para noticiar os fatos”.

         Página 9 – introdução – Cita o livro de Hannah Arendt, de 1951 – “As origens do Totalitarismo”.    Palavras de Arendt no livro – “O súdito ideal do governo totalitário...   mas aquele para quem já não existe a diferença entre o fato e a ficção... entre o verdadeiro e o falso”.

         Palavras escritas há quase 70 anos e tão atuais.    ... mentiras e fake News divulgadas em escala industrial...   fábricas de trolls.... lançadas num fluxo ininterrupto pela boca e pelo Twitter do presidente dos USA, e espalhadas pelo mundo pelas redes sociais...

         “O nacionalismo, o tribalismo, a sensação de estranhamento, o medo de mudanças sociais e o ódio aos estrangeiros estão novamente em ascensão à medida que as pessoas, trancadas nos seus grupos partidários e protegidas pelo filtro de suas bolhas, vêm perdendo a noção da realidade compartilhada de se comunicar com as diversas linhas sociais e sectárias”.

         ,,,” o descaso pelos fatos... a substituição da razão pela emoção, e a corrosão da linguagem estão diminuindo o valor da verdade, e o que isso significa para os USA e para o mundo”.

         “Fatos precisam de testemunhas para serem lembrados, e de testemunhas confiáveis para serem oficializados, de modo a encontrar um lugar seguro para habitar o domínio dos interesses humanos”.

         O termo declínio da verdade... Rand Corporation...   na vida pública americana.      ...era da pós verdade.  Não só notícias falsas.  Há também ciência falsa (produzida por negacionistas das mudanças climáticas e os ativistas do movimento antivacina).   Há também a História falsa – promovida por revisionistas do Holocausto e supremacistas brancos.

         Há perfis falsos no Facebook criados por trolls russos e seus seguidores e Likes (curtir etc) falsos feitos por bots (com uso de inteligência artificial).

         12 – “Trump, o 45º presidente americano mente de forma tão prolífica e com tamanha velocidade que o The Whashington Post calculou que ele fez 2.140 alegações falsas ou enganosas no seu primeiro ano de governo...”    Uma média de 5,9 por dia.     ...seus ataques às instituições democráticas e normas vigentes.

         12 – “Ele ataca rotineiramente a imprensa, o sistema de justiça, as agências de inteligência, o sistema eleitoral e os funcionários públicos responsáveis pelo bom funcionamento do governo norte americano”.

         “Entretanto, os ataques à verdade não estão limitados aos USA.   Pelo mundo todo, ondas de populismo estão fazendo com que as pessoas recorram mais ao medo e à raiva do que ao debate sensato, corroendo as instituições democráticas e trocando os especialistas pela sabedoria das multidões”.

         13 – Afetaram a votação do Brexit do Reino Unido, espalharam desinformação contaminando a eleição na França, na Alemanha, na Holanda...     ...em esforços para desacreditar e desestabilizar democracias.

         13 – “O Papa Francisco nos lembra: Não existe desinformação inofensiva; acreditar na falsidade pode ter consequências calamitosas”.

         Barack Obama comentou “um dos maiores desafios que temos em nossa democracia é o fato de que não compartilhamos a mesma base de fatos – atualmente as pessoas estão operando em universos de informações completamente diferentes”.

         Próximo capitulo -  02/24   (um a cada dia corrido)

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

CAP. 23/23 - FINAL - fichamento - livro - O PODER DA CHINA - autor: RICARDO GEROMEL - edição 2019

 CAP. 23/23 (FINAL)                leitura em dezembro de 2020

         Em 1992 havia 140.000 empresas privadas na China.   Em 2008 havia 6,6 milhões de empresas privadas, das quais 435.000 eram estrangeiras.    E isso tem aumentado ao longo do tempo.   Livre Mercado.

         Em 2008, das 500 maiores empresas do mundo, 480 já estavam instaladas na China.

         Deng morreu em 1997 mas ele é reconhecido como o líder que procedeu a abertura da China que alavancou a prosperidade.   Entre 1978 e 1990 a economia chinesa expandiu 26 vezes, embora partindo de uma base muito baixa.

         Em 1990 era a 10ª economia do mundo e atualmente é a segunda.    A maioria absoluta dos analistas não diverge se a China se tornará a  maior economia do mundo; apenas não concordam com o quando.

         Em 2000 a China correspondia a 2% do comércio africano.  Em 2011, representa 14%.

         Em 2000  a China foi o 12% parceiro comercial do Brasil.  Em 2009, tornou-se o primeiro.

         278 – Nas palavras de Hilary Clinton:   “A China é o banqueiro dos USA”.     (desde 2010 ela tem em títulos do Tesouro americano acima de 1 trilhão de dólares).     Nas décadas recentes a China passou a ser considerada a Fábrica do Mundo.    Há um custo nisso tudo.   “Não foram só rosas e tanto avanço material veio com altos custos ao meio ambiente, à concentração de riqueza, à corrupção.

         Desde 2019 os chineses são o povo que mais viaja e mais gasta internacionalmente.   Discussão:    “O mundo vai mudar o sistema da China ou a China vai mudar o sistema do mundo?”.   (eu leitor suponho que será um misto das duas coisas).

         A China vem tentando reprimir a internet para preservar o regime.  Nesse quesito o autor deste livro dá seu palpite:   É como tentar colar gelatina na parede.   

         Importante depoimento do autor que vive e trabalha na China ou com a China desde 2011.    “Hoje não há conversa sobre uma mudança de modelo de governo na China.  Pelo contrário,  fala-se mais sobre outros países adotarem o modelo da China do que mudar o modelo chinês.   Na absoluta maioria das minhas conversas com os chineses, eles apoiam o Partido Comunista e o sistema, destacando algumas falhas ainda presentes que o atual governo vem atacando com força, principalmente a corrupção.”

         O autor destacou que há uma velha frase de que o capitalismo seria o pior sistema do mundo, exceto todos os outros (que seriam ainda pior) comumente é atribuída a Wiston  Churchill e consta que não é dele a frase.

         Xi Jinping e o Sonho Chinês

         Jinping (Engenheiro Químico) governa o país desde 2012.   Tem sido tão bem aceito que em consenso mudaram em 2018 a Constituição para permitir mais mandato a ele. Antes eram no máximo dois mandatos de cinco anos cada.    O Congresso deles tem ao redor de 3.500 representantes.   (em termos numéricos, comparando à proporção da população, se assemelha à nossa Câmara Federal).

         O autor diz que se for para ele listar cinco pessoas essenciais para tentar querer entender a China atual, ele listaria:  Confúcio, Mao Tse-Tung, Deng Xiaoping, Xi Jinping e o mega empresário da Alibaba Jack Ma.

         Jinping nasceu em 1953.  Engenheiro Químico, formado na mais renomada universidade do país.   Descendente de políticos proeminentes no passado.   Foi perseguido pelo regime, chegou a morar em caverna por causa da perseguição.

         Meritocracia no Partido.   Xi Jinping teve mais de 15 promoções por mérito para chegar ao cargo máximo.

         O país incentiva forte o futebol inclusive pelo fato de que gera imagem e consumo e para eles isso é bom.   Jinping desde que assumiu a presidência vem atuando forte contra a corrupção. 

         Colocaram em 2018 na alteração da Constituição, um pouco do pensamento de Xi Jinping.    “...sobre o socialismo com características chinesas por uma nova era”.

         Frase do autor:  “Nunca antes os chineses estiveram tão perto de realizar seus sonhos”.     Diz sobre Jinping:    ... para que os filhos chineses de hoje tenham um mundo ainda melhor que o dos seus pais, Jinping busca ultrapassar a fase Fábrica do Mundo.    “A China precisaria se tornar uma superpotência inovadora”.                 FIM        19 horas – 29-12-2020

CAP. 22/23 - fichamento - livro - O PODER DA CHINA - autor - RICARDO GEROMEL - edição 2019

CAP. 22/23                leitura em dezembro de 2020

         Mao Zendong ou Mao Tse-Tung.    Ele era conhecido também como Grande Timoneiro.  Governou a China de 1949 até sua morte em 1976.

         Programa O Grande Salto pra Frente – 1958 a 1963.   Este foi o segundo Plano Quinquenal da China comunista.   Buscava fazer uma Revolução Industrial e tornar o país uma super potência.  Fez reforma agrária, instituindo a coletivização das terras e organizou as comunas.

         Em 1958 a população chinesa era de 700 milhões de pessoas.   Muita gente focou o esforço em indústrias rudimentares e pouco foco em produção de alimentos.   Somada a falha de programação e as condições climáticas que foram desfavoráveis, faltou alimentos e houve fome e perdas de muitas vidas pela mesma.   Depois disso Mao deu mais responsabilidade ao povo para corrigir rumos e pediu desculpa pela falha na condução do Estado.

         Revolução Cultural (1966 a 1976).    O Partido Comunista Chinês é único mas tem facções divergentes.   E elas figuram inclusive no Parlamento que atualmente tem ao redor de 3.500 integrantes.

         Na época da Revolução Cultural foram criados grupos de jovens que apoiavam a revolução e estes eram os guardas vermelhos.  Teriam sido truculentos com quem fosse visto como não engajados à causa comunista.

         A Revolução Cultural buscava atacar os quatro Velhos:  Velhas ideias, velhos costumes, velha cultura e velhos hábitos.   Nesse contexto destruíram inclusive vários lugares e objetos históricos em nome da revolução.   Era virar a página mesmo.

         Os dazibaos – tipo de cartazes simples em praça pública onde qualquer um que quisesse relatar delitos cometidos pelos outros, podia escrever nos cartazes.    Intelectuais que não concordavam com a forma de governo eram vítimas comuns dos dazibaos.   Eram enviados para “reeducação” via trabalhos no campo.

         Na época, artistas, médicos, professores etc eram tidos como “gente que usa óculos” e eram vistos comumente como inimigos do regime.

         O livro vermelho escrito por Mao e que foi impresso aos milhões para cada cidadão ter e ler o seu.     Até o líder e presidente atual da China, o Engenheiro Químico Xi Jinping no passado foi colocado em serviço no campo para “reeducação”.

         O PIB da China, que vinha do século de vergonha e PIB bem baixo, continuou por um bom tempo do governo Mao com apenas 4% do PIB mundial, eles que no passado já tinha PIB ao redor de 33% do mundial.

         Deng Xiaoping e a Fábrica do Mundo  -  Deng como presidente focou mais no mercado e no pragmatismo.  Dele a frase:  “Não importa se o gato é preto ou branco.   Desde que pegue o rato é um bom gato”.

         Frase de um autor britânico:   “Em 1949, Mao mudou a China.  Em 1979, Deng mudou o mundo”.    Deng foi duas vezes eleito o Homem do Ano e capa da Revista Time.   O autor deste livro afirma:  “Deng foi o pai do comunismo com característica chinesa”.   Os sucessores de Mao não culpam ele por algo que não ficou a contento em sua gestão.    “A maioria do povo, se referindo a Mao, diz que ele foi 70-30.   70% bom, especialmente sobre o que ele fez antes de assumir o poder e 30% ruim pois cometeu vários erros ao gerenciar um país desse tamanho”.

         Mas foi Deng que lançou a política social do filho único.   Deng também abriu as janelas e muitos jovens foram estudar fora.  Muita procura por aprender inglês.   

         Deng apoiou os produtores rurais a buscarem resultado com suas produções e aumentou a produtividade.   O produtor passou a ter direito a vender o produto excedente da sua safra.

         Deng fortaleceu os laços culturais e comerciais da China com o Ocidente.  Abriu o país para investimentos estrangeiros.  Era contra o culto à imagem do líder do Partido.   Ele era filho de agricultor de posses e estudou na França na década de 1920.   Deng chegou no passado a ser expurgado do Partido Comunista acusado de ter simpatia pelo capitalismo.

         Deng foi comunista até morrer em 1997.

         Fase Experimental de Abertura – 1979 a 1992  (com Deng no poder)

         “Vamos cruzar o rio, indo passo a passo.    Sentindo as pedras”.  Frase de Deng presidente.

         “Ao descentralizar o poder e a economia da China, esta tornou-se um laboratório de reformas”.   Nesse contexto, a criação das ZEE Zonas Econômicas Especiais locais – onde as atividades de comércio e investimentos eram concentrados”.

         Em 1986 a China solicitou ingresso no GATT Acordo Internacional de Livre Comércio, que antecedeu a OMC Organização Mundial do Comércio.    O pedido demorou 15 anos de negociações e em 2001, já pela OMC, a China foi admitida como membro dos países que atuam nas normas do livre comércio entre países.    Facilitou para ela ter acesso a mercados para seus produtos e também para o mundo ter acesso ao mercado chinês.

         Fábrica do Mundo – fase 1993 a 2012.     Uma síntese da fase com Deng no comando está na frase dele:  “Ser rico é glorioso.  Pobreza não é socialismo”.

         Em 1992 havia 140.000 empresas privadas na China.   Em 2008 havia 6,6 milhões de empresas privadas, das quais 435.000 eram estrangeiras.    E isso tem aumentado ao longo do tempo.   Livre Mercado.

                   Continua no capítulo final 23/23 

CAP. 21/23 - fichamento - livro - O PODER DA CHINA _ Autor - RICARDO GEROMEL - Edição 2019

 CAP. 21/23

         Dinastia Ming e dinastia Qing   A Ming foi de 1368 a 1644 e a Qing, de 1644 a 1912.    Período de vasta riqueza material e cultural do império.  O nome da China de então era Império do Meio ou País do Meio.  Em chinês, Zhongguo.   Eram então ricos, fechados, cultos e tratavam outros povos como “bárbaros”.

         Depois das Grandes Navegações do mundo ocidental, o mundo passou a ser dominado pelo Ocidente.

         O Século de Humilhação do povo chinês.     As navegações trouxeram ao Ocidente o domínio do comércio marítimo e Portugal era um dos destaques.   Depois a Inglaterra liderou a Revolução Industrial e a China perdeu mercado.   Alguns ingredientes positivos dos ingleses:   Respeito a contratos; direito de propriedade; leis de patentes; liberdade religiosa; oportunidade de ascensão social; ser potência marítima e acesso a matérias primas.   

         A invenção da máquina a vapor agilizou a industrialização e alavancou a economia da Inglaterra e países que adotaram os maquinários.

         Os britânicos passam a produzir em larga escala de forma industrial e precisava expandir mercado e tinha grande interesse em negociar com a China que é e sempre foi um mercado imenso até pela população grande.

         Chegava fazer negócios com os chineses, mas estes mais vendiam e pouco compravam de fora.    Os britânicos descobriram um caminho paralelo para distribuir opio no mercado chinês.   Quando a China quis dar um basta, houve a guerra do ópio.

         A China, tão fechada em si, não soube estimar a força do inimigo inglês.   A primeira guerra do ópio em 1839 e a China foi derrotada de forma vexatória.   Como resultado a China teve que abrir seus portos ao comércio britânico e ceder Hong Kong de forma perpétua aos ingleses.  Só 110 anos depois, em 1949 é que a China, com a Revolução Comunista, retomou a plena soberania com o nome de República Popular da China.

         Em 1820 a China tinha 33% do PIB mundial.   Em 1949, tinha 4% do PIB mundial.   Nesses 110 anos foi humilhada pelo Ocidente e pelo Japão.

         1856-1860   Derrota da China na segunda guerra do ópio e a Inglaterra saqueou até o Palácio de Verão do antigo império Chines.

         1894-1895 – derrota da China na primeira guerra Sino-Japonesa.

         1911 – Fim do Império com o fim da Dinastia Qing, isto após milênios de Império.

         1921 – Criado o Partido Comunista na China.

         1937-1945 – Segunda guerra Sino-Japonesa.   Terminou em 1945 quando o Japão foi batido na segunda guerra mundial.

         1945-1949 – Guerra civil na China entre comunistas e nacionalistas.

         1949 – Os comunistas conquistam o poder sob comando de Mao.

         Nacionalistas derrotados fogem para a ilha de Formosa (Taiwan) onde Chiang Kai-Shek decreta lei marcial e fica no poder até sua morte em 1975.

         1949 – Os comunistas vencedores fundam a República Popular da China sob o comando de Mao Tse-Tung e este declara:   “Os chineses levantaram!  Nunca a China será humilhada novamente”.

         O autor destaca.  Nos 110 anos de humilhação a China esteve praticamente o tempo todo em guerra até retomar a plena soberania em 1949.

         266 – Rebelião de Taiping (1850-1864)    Um concurseiro, que não passava nos testes para ser servidor público ficou meio pirado.   Nisso se converteu ao cristianismo e passou a ter visões.  Este era Hong Xiuquan.  Ele passa a se dizer irmão de Jesus Cristo, enviado para libertar a China.  Combateu o uso do ópio e levantou legiões enormes de seguidores.   Provocou guerra que teria matado de 20 a 70 milhões de pessoas na China.  Esse tanto é superior ao tanto de gente que morreu na Primeira Guerra Mundial. (1914-1918), na qual se estima que foram 15 a 19 milhões de mortos.

         1911 – Cai a última dinastia, a Qing e se estabelece em 1912 a República da China com capital em Nanjing.

         A Grande Marcha  (1934-1935) liderada por Mao Tse-Tung.  Percorreram o país por 10.000 km.   Muitas lutas contra o exército.   Aliança de Mao com os camponeses que viam os que comandavam as cidades como corruptos.

         Chiang Kai-Shek dizia na guerra entre os nacionalistas e os comunistas.   “Os japoneses são uma doença de pele.   Os comunistas são uma doença do coração”.    Venceram os comunistas e restauraram a soberania da China.  (1949).

         Taiwan (Ilha de Formosa).  Pertencia à China e na Guerra Sino-Japonesa, o Japão dominou a ilha.   Quando o Japão perdeu a II Guerra Mundial, foi obrigado a devolver Taiwan à China.

         Mao Zendong ou Mao Tse-Tung.    Ele era conhecido também como Grande Timoneiro.  Governou a China de 1949 até sua morte em 1976.

                   Continua no capítulo 22/23

domingo, 3 de janeiro de 2021

CAP. 20/23 - fichamento - livro - O PODER DA CHINA - autor: empreendedor brasileiro - RICARDO GEROMEL - edição 2019

CAP. 20/23      - leitura em dezembro de 2020

         .  Querem foco no aprendizado, já que a competição é grande.   Sugere um livro para entender essa dos pais e a preocupação com o estudo dos filhos.   Livro – Grito de Guerra da mãe-tigre, da autora Amy Chua.

         “As mães-tigre tratam a infância como um período de treinamento pesado e investimento no futuro...”.       Não tem foco apenas em Educação Física e Artes Cênicas.

         “Faz milhares de anos que famílias chinesas acreditam e apostam na força do estudo para terem uma chance de melhorar de vida”.

         250 – Confúcio e Keju – Confúcio e o Respeito aos três laços:

         Obediência aos pais; obediência aos mais velhos e obediência ao governo.

         KEJU é o exame para entrar para o serviço público por mérito e adotado há séculos na China.    O sistema de seleção por concursos tinha seus méritos, mas também acabou tendo seus problemas.     “Avanços científicos no mundo...  a China ficou para trás em parte porque o sistema de exames enfatizava mais o conhecimento da literatura clássica e o cultivo da sensibilidade moral do que assuntos científicos e técnicos.”     O sistema de então foi abolido em 1905.   Criaram outras formas de recrutamento.

         Por outro lado, o apego ao estudo continua no país.

         GAOKAO – A ALTO TESTE   Seria o similar ao nosso vestibular.

         O exame tem duração de nove horas totais distribuídas em 2 ou 3 dias.     No exame, obrigatórias as matérias: Matemática, língua chinesa e uma língua estrangeira  (optam mais pelo inglês).   Mais três matérias entre as opcionais:  História, Política, Geografia, Física, Química ou Biologia.

         No exame, as cidades fazem o máximo de silêncio.  Desde 2015 quem for pego trapaceando pega até sete anos de prisão.

         Lição de casa ao redor do mundo:   Média de horas que alunos de 15 anos estudam fora da escola por semana – dados de 2015:

         Fonte:  bloomberg.com

         China, 27 horas/semana; USA 20,4 h/semana; Reino Unido 17 h/semana; França 15,4 h/semana; Japão 13,6 h/semana e Alemanha 11 h.

         Quem não passa no seu primeiro Gaokao pode prestar nos anos seguintes.

         256 – Na China, filhos de ricos já sabem que não vão enfrentar o gaokao e os pais pagam seu estudo fora do país, comumente nos USA.

         Gastos por estes estudantes chineses nos USA por ano: 12 bi de dólares.    Tanto que o governo americano informa que 1/3 dos alunos estrangeiros estudando lá são chineses.

         Resultado do gaokao (vestiba) também é aceito em uma porção de países como porta de entrada para universidades.

         259 – O autor Ricardo fez faculdade nos USA.  Farleigh Dickinson com bolsa de estudo na mesma por ser atleta de futebol do time da sua faculdade.    (ele é irmão do zagueiro Geromel do Gremio Portoalegrense)

         Ele diz que Confúcio pregava:  “Educação para todos, sem discriminação”.    “Ensine estudantes de acordo com suas aptidões”.

         Encerra o capítulo deixando seu QRcode para contato e frase de um poeta.    “Escrever é fácil.   Basta abrir suas veias e deixar sangrar”.

         260 – “Será uma honra saber qual parte da obra mais chamou a atenção do leitor”.

         Anexo:   O mínimo essencial da história Contemporânea da China.

         ZHONGGUO   - Antes das grandes navegações dos Europeus, os chineses, tendo à frente o Almirante Zheng He, fizeram sete grandes viagens marítimas entre 1405 e 1433.   Portanto bem antes que Colombo, Cabral e outros.

         Nessa época, se alguém pudesse do espaço ver a terra, veria que seria a China que dominaria o mundo.    Na frota naval comandada por Zheng He.   Eram 62 navios de 9 mastros e comprimento de 420 pés (aprox. 140 m de comprimento), enormes para a época. Mais quase 200 navios menores com tripulação, cavalos, grãos e 27.000 guerreiros a bordo.  (mais da metade da população de Londres da época).

         Para comparação, a frota  de Colombo era composta de 3 navios de 85 pés, próximo de 30 metros de comprimento, cinco vezes menores em tamanho que os principais navios dos chineses.

         A tripulação de cada navio de Colombo era de menos de 100  homens.

         Zheng He era muçulmano e eunuco.    Depois da série de viagens da poderosa frota, por ordem do rei (na Dinastia Ming) esta foi desativada e tripulação e guerreiros foram encaminhados para o interior do país para guarnecer a defesa e exercer atividades ligadas à produção.

         Continua no capítulo 21/23