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quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

Cap. 3/5 - fichamento do livro - A VEGETARIANA - Autora coreana HAN KANG - Nobel de Literatura 2024

 

capítulo 3/5                                 dezembro de 2024

           

            A esposa, na chegada dele em casa, reclamou que ele demorou.   Ela era dona de uma loja de cosméticos.   Cuidar da loja e cuidar do filho do casal.

            “Como era muito paciente, a única coisa que pedia ao seu marido era sua atenção aos domingos”.

            O problema é que quando ele olhava  para a esposa, vinha na cabeça dele a imagem da cunhada.

            A cunhada se separou do marido.    Nessa fase a esposa convidou a irmã separada para passar uns tempos na casa dela.

            .....

            “Passaram-se dois verões desde que a cunhada cortara os pulsos na casa dos familiares dela”.

            A cunhada que tentou se suicidar cortando os pulsos, depois passou por um tratamento psiquiátrico.   Ela estava divorciada e a família dela tentou que o ex marido reatasse o casamento.  Ele não aceitou.

            O conflito que culminou com a tentativa de suicídio da cunhada foi o fato dela ser vegetariana e a família dela reunida, quis fazer ela comer carne na marra.    “Para o ex marido, a teimosia dela em não comer carne indicava que ela não tinha voltado ao normal”.

            ...   “isto era o que lhes perturbava:   ver como o marido queria se livrar dela, como quem joga um relógio quebrado ou um aparelho defeituoso”.

            O protagonista em seu estúdio pronto para filmar sua cunhada desejada.  Ela teria que posar nua para uma filmagem dele.   Ele que empresta o estúdio de um amigo artista e ex colega de faculdade que atualmente é professor.

            Em outra ocasião, ele visitando a quitinete da cunhada.  Tira os calçados ao entrar.  Encontra roupas dela pelo chão.   O combinado era ela posar nua e ele pintar uns motivos florais no corpo dela e ir fotografando o resultado.

            À noite, depois da sessão de pinturas e fotos, foram jantar num restaurante e em seguida ele a levou para casa e foi embora.

            Ao chegar, foi até o apartamento da vizinha que estava com seu filho de cinco anos em casa, ela que tinha ido busca-lo na escola a pedido dos pais que iriam chegar mais tarde.

            A criança já estava dormindo na vizinha.   Ele pegou o menino e levou para seu apartamento e colocou-o na cama.    A mulher dele ainda não tinha chegado da loja.   Ele telefona para ela dizendo que o filho está em casa dormindo e que ele vai sair fazer um trabalho noturno.   Ela ficou muito indignada e disse que então iria fechar a loja imediatamente e voltar às pressas para casa.

            E ele foi para o estúdio deixando a criança sozinha no apartamento.   

            No estúdio com a cunhada, ele percebeu que ela aceitou muito bem a pintura no corpo com os motivos florais, ela que é vegetariana.  A pedido dele, aceitou inclusive cena de sexo com o colega dele e ser filmada nessa sessão.

            O colega dele, também artista plástico, topou ser pintado e filmado, mas não estava no programa dele, ato de sexo e cena de sexo.  Caiu fora da parada na parte de cena de sexo.

            O cunhado então supôs que se o amigo artista plástico pintasse ele com motivos florais, a cunhada aceitaria ele como parceiro na cena de sexo.

            Fez isso e acabou rolando a cena de sexo até de madrugada.  Depois ambos dormiram mesmo nus no estúdio e nem trancaram a porta.

            A esposa estranhando a demora foi procura-lo no estúdio e encontra ambos nus dormindo no chão.      Ela pegou a filmadora (que ele tinha ensinado ela a manusear) e roda o filme e vê tudo o que se passou.   Ficou possessa.   Espalhou o filme pelo chão e chamou o socorro médico para os dois.   Achou que ambos estavam surtados.   Ela foi internada em sanatório e ele, constatado que estava sem problemas mentais, foi preso.

            A esposa dele, como não poderia deixar de ser, ficou transtornada.

 

            Continua no capítulo 4/5

terça-feira, 17 de dezembro de 2024

Cap. 2/5 - Fichamento do livro de ficção - A VEGETARIANA - autora coreana - HAN KANG (Nobel da literatura 2024)

 capítulo 2

 

            Ele vendo ela tomando uma refeição vegetariana.   “Eu não sabia absolutamente nada sobre aquela mulher – foi o pensamento que de repente me ocorreu”.

            ...”o que me incomodava mais é que ela não quis mais fazer sexo comigo”.      ... ele questionando ela que reponde:  “Você tem cheiro”.  Cheiro de quê?   - “Cheiro de carne.  Seu corpo cheira carne”.

            Ele suspeitando que ela estava com alguma paranoia. Mas..

            “Ela era de poucas palavras, como sempre, e no fim das contas mantinha a casa sempre bem arrumada”.

            Ela dormia pouco.. e estava definhando...  e tinha sonhos.   Ele não queria mais nem ouvir sobre os sonhos.

            Lembrando da família da esposa no interior.   A família dela gostava muito de carne.   Lembrando dela quando jovem.

            “Eu admirava a autossuficiência de minha esposa, que era capaz de matar baratas com as próprias mãos, como se fossem nada.”

            Iam sair.  Ela coloca vestido e tenis.  Tinha jogado todos os sapatos de couro por serem de animal.

            Ambos indo de carro para um jantar com a presidência da empresa na qual ele trabalha.  Primeiro jantar com o presidente da empresa.

            Ela calada no trajeto.   “Não havia dirigido a palavra durante todo o trajeto.   Se não falar nada, será melhor.  Os velhos gostam de mulheres caladas, pensei...”

            Vários casais da diretoria da empresa no jantar e na hora do garçon servir, a esposa do protagonista em voz baixa diz que não come carne.   Todos na mesa ficaram admirados.  Daí na mesa o assunto foi essa onda de vegetarianos pelo país.

            Quiseram saber por que ela decidiu ser vegetariana.  O marido dela respondeu mentindo.    “Ela sofria do estômago e o médico recomendou isso e ela teve bom resultado”.

            Ele uma noite falando com a sogra no telefone.   O nome da vegetariana é Yeonghye.

            Outro sonho dela.   Alguém mata uma pessoa com uma pá.  Bate com força a pá na cabeça da vítima.   Ela não sabe se quem matou foi ela ou se mataram ela...

            “Esta não é a primeira vez que sonho com isso”.

            Jeong é o nome do marido dela.

            Depois que ele telefonou para a família dela contando dela vegetariana, a família dela passou a telefonar visando tirar a esposa de Jeong dessa vida estranha.

            O sogro lhe pediu desculpas ao marido dela por conta da filha adotar o veganismo.    Ele era veterano da guerra contra os vietcongs.  Era um cara durão.   Ele dizia que batia de varinha na esposa até que ela completou dezessete anos...

            O casal, nada de sexo e ela se deitava de calça jeans e não pregava os olhos.

            “Vivíamos como dois estranhos.  Estranhos, não:  ela era como uma irmã que faz comida e limpa a casa.”

            Ele muitas vezes ao chegar à noite se fingia de bêbado e tirava a roupa da esposa, mesmo ela resistindo e fazia sexo com ela.   Diz que isso dava mais ou menos certo para ele uma em cada três tentativas.

            Numa refeição preparada na casa dos pais dela, todos insistindo para ela comer carne.   Tinham feito vários tipos de carne e ela não aceitou nem quando tentaram fazer ela comer na marra, segura pelas mãos, comida enfiada na boca.

            O pai dela perdeu a paciência e desceu a mão pesada na cara dela.  Só então ela falou em definitivo.  Não como carne.  Em seguida ela pegou uma faca de cozinha e fez um corte no próprio punho.  Foi uma comoção na família.   Ela foi levada urgente para o hospital.

            Ela nasceu com uma chamada mancha mongólica nas nádegas.

            O cunhado dela ficou sabendo que ela tinha essa mancha que para ele era um fetiche que lhe atraia muito.

            O cunhado era um artista plástico e fotógrafo e fazia filmes.    A mulher dos seus rascunhos não tinha rosto, mas era, sim, sua cunhada vegana”.

            Sonhava acordado em fazer sexo com a cunhada que era três anos mais nova que a esposa dele.

            “Era forte o suficiente para ter pleno controle sobre si mesmo?”

 

            Continua no capítulo 3.    (estimo que serão mais dois capítulos)

sábado, 7 de dezembro de 2024

Cap. 1 - fichamento do livro : A VEGETARIANA - autora coreana: HAN KANG - Prêmio Nobel de Literatura 2024

 

Fichamento do livro A VEGETARIANA -  Autora  HAN KANG  (coreana)

 

            A autora é a ganhadora do Prêmio Nobel de Literatura 2024

 

            O tema é desenvolvido de forma bem psicológica, por assim dizer, tratando com foco no casal protagonista da ficção.

            Ele não vê nada de especial nela e aceita isso.   Ele também, nada de especial.  Até pinto pequeno.

            Fez facu e arranjou um emprego mais ou menos.    “Numa empresa pequena que valorizava pouco  o que eu era capaz de fazer.”

            “Mulheres bonitas, inteligentes, notadamente sensuais... só me causavam desconforto”.

            A esposa cozinhava o trivial e trabalhava fora e ajudava nas despesas da casa.    Professora...   “Era uma mulher de poucas palavras.”

            Mesmo que o marido chegasse tarde em casa, ela “pouco se incomodava”.

            Quando coincidia a folga de ambos, ele deitado pelo chão vendo TV e ela trancada no quarto.

            “Acho que ela ficava lendo.  Livros eram o único hobby dela”.

            Pouco se conversavam.  Ele diz:   “Para falar a verdade, viver com uma esposa assim não era muito divertido”.

            A esposa dele não usava sutiã.  “E os seios dela nem eram grande coisa”.

            Cinco anos de casados e tudo seguia a rotina e nem tretas, afinal ambos nem tinham aquela paixão.

            Optaram por ter um filho após comprarem uma casa.

            Uma noite, a esposa levanta de madrugada e tira todo tipo de carne da geladeira e do congelador.

            Ele levanta atrasado e leva um susto com ela de camisola e no chão todos os pacotes contendo carnes diversas retiradas da geladeira e congelador.    Carne que iria para o lixo.

            Ele agarra ela firme pelo braço e grita para saber o que está acontecendo.

            Ela respondeu calma:  “Eu tive um sonho”.  Ele saiu atrasado e recebeu telefonema já de assunto de trabalho pelo caminho.

            Antes, perguntou à esposa:  “Não tem aí nenhuma camisa passada?”

            Ele  teve que se virar e foi com a camisa que tirou do cesto da lavanderia de casa.

            “Foi a primeira vez que fui trabalhar sem a ajuda dela nos preparos.   E ela não me acompanhou até a porta quando saí”.

            Achou que a mulher surtou ou foi resultado do tal sonho.

            Ele no trabalho, ultimamente, só consegue sair da jornada por volta da meia noite.  Hoje vai tentar conseguir ir para casa mais cedo.

            Em casa, ela narra o sonho.  Ela num bosque meio escuro, carne pingando sangue pendurada nas árvores...

            Ela depois do sonho resolveu mudar de vida.  Ser vegetariana.

            Ele:  “Mas isto é um absurdo!  Está dizendo para eu não comer mais carne também?”

            Ela disse que em casa ele só toma o café da manhã e almoça e janta fora mesmo e que não precisa mudar o ritmo dele.   Em casa, não terá mais carne.

            Perguntou até quando ela ia ficar sem comer carne.  Ela disse:  “Para sempre”.

            Ele buscando achar a razão para ela se tornar vegetariana.

            “Como poderia ser tão teimosa e ignorar completamente a opinião do seu marido?”

            Ele vendo ela tomando uma refeição vegetariana.   “Eu não sabia absolutamente nada sobre aquela mulher – foi o pensamento que de repente me ocorreu”.

            ...”o que me incomodava mais é que ela não quis mais fazer sexo comigo”.      ... ele questionando ela que reponde:  “Você tem cheiro”.  Cheiro de quê?   - “Cheiro de carne.  Seu corpo cheira carne”.

            ..................  segue no capítulo 2

sexta-feira, 8 de novembro de 2024

Capitulo 6/6 (final) - fichamento do livro - A FILHA PERDIDA - Autora: ELENA FERRANTE

 capítulo final 6/6

        

         O progresso na vida acadêmica trouxe para Leda a certeza de deixar a família e cuidar da carreira e da vida dela.

         Chegou a ficar três anos sem ver as filhas.       ... Leda lembrando das filhas crescendo  ...   “Marta quando tinha 16 anos já era da minha altura.”

         Coisa do tempo dos avós do amigo de Leda.   Criança chorava e a avó pegava um paninho, enrolava um punhadinho de açúcar e dava para a criança chupar e parar de chorar.  Nome disso:  Pupatella.   

         Era um artifício usual por muitas avós e mães do passado de Leda e seu amigo Giovanni.    Este que atualmente cuida do hotel na praia onde Leda estava hospedada.

         Giovanni um dia bateu na porta do apartamento onde Leda estava hospedada e lhe trouxe um peixe de presente.

         Ela não sabia preparar o peixe.   Ele preparou com capricho e ambos jantaram juntos tomando um vinho acompanhando a refeição.

         Ele viu a boneca e perguntou a Leda se ela sabia do roubo da boneca de Elena.   Leda desconversou e mudou de assunto.

         Depois que Giovanni foi embora, Leda ficou na dúvida se devolvia a boneca ou não.    “Eu estava confusa, às vezes parecia que Elena poderia ficar bem sem ela, mas eu, não”.

         Nina tinha o número do celular de Leda e ligou para ela.  Queria conversar com ela, inclusive para se justificar do fato de ter sido flagrada por ela no love na mata da trilha dos pinheirais com Gino, o rapaz que cuida dos guarda sois da praia.

         Na conversa, Nina quis saber coisas da vida de Leda, que era separada e mãe de duas filhas.  Filhas que ficaram sob os cuidados do pai.

         Ambas se encontraram e conversaram.  No final da prosa, Nina dá um beijo meio desajeitado na boca de Leda como despedida e não tinha notado que foi vista nesse gesto pela cunhada Rosária e pelo marido dela.

         Logo após o beijo, a reflexão de Leda.  “Onde está a regra que faz Nina ser bonita e Rosária, não?”

         Leda relembrando a gravidez.  A avó, sete filhos, a mãe dela, quatro filhos e Leda não queria isso para si.  Ficou com duas filhas.

         “Eu era diferente e rebelde”.      A primeira gestação e parto dela foram tranquilos e ela se recorda que estava feliz.

         Já na gravidez da segunda filha, foi tudo muito desagradável.    Sobre a segunda filha:   “Parecia que meu marido ocupado demais com a sua fúria de progredir na carreira, sequer percebia que sua filha, depois de nascer, havia se tornado voraz, exigente, desagradável como nunca me parecera dentro da barriga”.

         Leda limpando a boneca de Elena.   Escorria água suja de dentro da boneca.  Examinando atenta, com ajuda de uma pinça, tirou algo de dentro da boneca.   Era uma minhoca de praia em decomposição, que Elena teria colocado na boneca talvez para fingir uma gravidez na boneca.    Afinal, a tia Rosária estava grávida e brincava bastante com a pequena Elena.

         ... Leda se pesa e mede a altura.  Tinha perdido um pouco da altura e um pouco do peso.  Ficou magoada.  Parecia que estava regredindo e detestava o seu passado, sua infância e sua adolescência até sair de casa aos 18 anos para estudar em Florença.

         Só passou a gostar dela a partir dessa idade, fora de casa.

         Gino, o dos guarda sois da praia, traz a Leda um recado de Nina.   Ela queria emprestar a chave do apartamento para Nina para uma ocasião.    Isto para depois do fim de semana, quando o marido dela voltava ao trabalho.

         Leda aceitou e ficou imaginando.

         Quando resolveu sair de casa e deixar marido e filhas.   Nos três anos que ela ficou ausente, teve relacionamento com o cientista britânico da área dela, de Letras.

         Após três anos, Leda resolveu voltar para casa e então foi o marido que resolveu mudar para o Canadá e levou com ele as duas filhas.

         Agora Leda acha que Nina quer deixar a família e vê em Leda um apoio e afeto.

         Nina vem ao apartamento de Leda emprestar a chave conforme pedido antes pelo recado de Gino.     As duas conversam e Nina demonstra inaptidão para ser mãe e o desejo de abandonar a família.    Soube que Leda mora em Florença e chegou a pedir o endereço e dizer que poderia aparecer por lá.

           Nisso Nina pega a boneca para entregar a Nina que fica estupefata e fala cobras e lagartos para Leda.   Diz que esta sendo tão letrada, não esperava uma atitude dessas que ficar com a boneca sabendo do sofrimento de uma criança.   Leda respondeu que fez isso e não entendia por que fez.

         Nina que tinha ganho um alfinete de Leda, desses de fixar o chapéu, tirou o alfinete e cutucou abaixo da costela de Leda.   Pegou a boneca com furor e foi embora, levando a chave que havia solicitado com ela.

         Era o fim para a tentativa de algo mais entre Leda e Nina, o que fez Leda encerrar a temporada de praia, colocar a bagagem no carro e partir.

Pouco antes da partida, um telefonema das filhas cobrando de Leda notícias.  Perguntaram se ela estava viva ao menos.      A mãe resumiu tocada pelo encontro inusitado com Nina e o desfecho como ocorreu.    “Murmurei:  - Estou morta, mas bem”.

                                      Fim

 

         Próximo livro de cabeceira:   Quincas Borba – Autor:   Machado de Assis

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Cap. 5/6 - fichamento do livro - A FILHA PERDIDA - Autora - ELENA FERRANTE

 capítulo 5/6

 

         Após o dia de chuva na praia, Leda volta e a praia está quase deserta.  Pensa nas filhas:    “Minhas filhas se esforçam a cada dia para ser o meu avesso.  São teimosas, competentes, o pai as está encaminhando pela sua mesma estrada.     Determinadas e aterrorizadas, avançam em um turbilhão pelo mundo, vão se sair muito melhor do que nós, os pais”.

         Escreveu uma carta para cada filha quando as deixou e partiu.   As filhas nunca responderam a carta da mãe.    “Que bobagem pensar que é possível falar de si mesmo aos filhos antes que eles tenham pelo menos cinquenta anos.   Querer ser vista por eles como uma pessoa e não como uma função.   Dizer: sou sua história, vocês começam comigo, escutem, pode ser útil.”

         Leda agora de volta à praia e torcendo para rever Nina.   “Nina poderia me ver até como um futuro.   Escolher como companheira uma filha estranha.  Procurá-la, aproximar-se dela”.

         Leda caminhando solitária na praia  “até se cansar”.   Caminhando com os pés na água e as sandalhas nas mãos.   Pensativa.   “Durante o primeiro ano de minha filha Marta, descobri que eu não amava mais meu marido.   Um ano difícil, a pequena não dormia nunca e não me deixava dormir.   O cansaço físico é uma lente de aumento.   Eu estava cansada demais para estudar, para pensar, para rir, para chorar, para amar aquele homem muito inteligente...”

         ...”o amor exige energia, eu não tinha mais...”.

         No passado, num dia de inverno, a família de Leda viajando com as crianças e deram carona para um casal.  Ele mais velho e ela, jovem.   Eles resolveram deixar suas famílias e se aventurarem na vida a dois.   Ele deixou esposa e três crianças pequenas e ela deixou o jovem marido.

         Leda ficou tocada por esse contato com o casal.   Passou a pensar mais seriamente em abandonar sua própria família.

         “Acho que nunca pensei em deixar minhas filhas.  Parecia-me terrível, estupidamente egoísta.  Mas pensava, sim, em deixar meu marido, procurava o momento certo”.

         Na trilha dos pinheirais até a praia, Leda deparou com jovens distribuindo folhetos sobre a perda da boneca de Elena.    O desalento da criança e o apelo a quem encontrasse a boneca.  Haveria recompensa.

         No folheto, o número do celular de Nina, mãe de Helena.    Leda pegou um folheto e levou consigo.

         No passado, Leda jovem rebelde, deixou sua família em Nápolis e aos 18 anos foi para Florença para estudar.   Detestava a sua família grande e agitada.

         Quando mais adiante, rompeu o casamento, pediu ao marido para não levar suas filhas e entrega-las aos parentes dela em Nápolis.   Ele respondeu que ele faria o que achasse melhor e que ela não tinha direito de se meter no assunto já que havia aberto mão da família.

         Poucas vezes ele deixou as filhas com a mãe de Leda.   Por seu lado, Leda  nunca foi grata à mãe por ter ajudado a cuidar das filhas dela.

         As filhas de Leda no começo após a separação, patinaram nos estudos mas depois seguiram e foram bem.   Aprenderam o idioma inglês melhor que a mãe que era professora no ramo.   Se adaptaram melhor ao tempo delas.

         “Pertencem a outro tempo.  Eu as perdi para o futuro”

         Leda soube que a família de Nina tem uma mansão perto da praia, depois da trilha dos pinheirais.   Resolveu dar uma passada por aqueles lados.   Estando perto da mansão, telefonou para o celular de Nina que constava no folheto da procura da boneca.      Nina respondeu por perto e estava na mata próxima, à vista de Leda, aos abraços e beijos com Gino, o dos guarda sois.

         Leda sempre buscando subir na carreira acadêmica.  Ter que publicar artigos para melhorar o currículo e ter contato com pesquisadores renomados.    Conseguiu com ajuda de uma amiga, que um artigo dela chegasse às mãos de um pesquisador destacado da Inglaterra.   Foi até um evento e lá conheceu o pesquisador que se mostrou interessado no artigo acadêmico dela e também dela como mulher.    E ambos acabaram indo para a cama.   Isso trouxe a Leda uma onda de energia sobre seu auto conhecimento e sobre sua obra acadêmica.

 

         Continua no capítulo final 6/6

segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Cap. 4/6 - fichamento do livro - A FILHA PERDIDA - Autora: ELENA FERRANTE

 capítulo 4/6                            outubro de 2024

 

         As duas filhas de Leda, uma tem seios grandes e a outra os tem pequenos demais e ela reclama disso à mãe.

         Voltando ao caso atual da perda da boneca pela menina Elena na praia.

         A tia de Elena ficou tão irada pela perda da boneca, supondo que alguém achou e não quis devolver à menina.  Jogou uma praga em quem teria encontrado a boneca sem saber de quem se tratava.   “Que essa pessoa tenha um câncer no cérebro”.

         Dias depois do episódio da perda da boneca houve um dia chuvoso e os turistas foram para as lojas.  Numa dessas, Leda acabou encontrando Rosária, Nina e a pequena Elena.   Chegaram a conversar e saiu o episódio do sumiço da boneca.

         Leda se recordando de uma vez que ela estava preparando um artigo para publicar e os afazeres domésticos interferindo no andamento do artigo, além dela ter que dar atenção às duas filhas pequenas.  Num momento uma das filhas querendo a atenção da mãe, ao brincar, deu um tapinha no rosto da mãe que reagiu furiosa, dando um tapa do rosto da filha.   Esta ficou assustada e chorou.  Daí vem o drama da mãe...

         No momento de exaltação, Leda pegou a filha pelo braço dizendo que tinha que trabalhar, arrastou-a pelo corredor e deixou-a em outro cômodo chorando e bateu a porta de vidro com força.  Força demais, que o vidro da porta espatifou.   A mãe vê a criança do outro lado olhando espantada com a atitude da mãe.   

         “Olhei-a estarrecida.  Até que ponto eu podia chegar.  Estava assustada comigo mesma.”

         A cena ficou marcada para sempre em Leda e certamente na filha.

         Na fase em que Leda ainda estava com o marido e as crianças, às vezes se reuniam ou mesmo faziam viagens de passeio com o casal amigo.  Ele, Matteo e ela, Lucilla.   Esta que nas ocasiões brincava muito com as filhas de Leda e as crianças adoravam as brincadeiras.   Motivo de ciúmes de Leda.

         Até Lucilla falar com voz de criança tinha vez nas brincadeiras e conquistava as crianças do casal amigo.

         Leda ficava muito constrangida com essa conquista das crianças dela.

         “Os hábitos de autonomia que eu havia imposto às filhas com tanta dificuldade, necessários para que eu conseguisse ter algum tempo para mim, eram eliminados em poucos minutos assim que ela chegava”.

         “Era só Lucilla aparecer e imediatamente começava a encenar a mãe sensível, fantasiosa, sempre alegre, sempre disponível:  a mãe boa.  Maldita!”

         Leda dirigindo agora e relembrando esse passado e irada com isso.

         “Estava voltando ao meu peito toda a raiva daquela época.”

         Era fácil, pensava Leda, Lucilla dar uma de mãe boazinha por uma ou duas horas e depois voltar ao trabalho dela, sem se preocupar com crianças.  Ter um bom emprego, uma carreira de sucesso e se gabar disso para Leda.

         Depois que a “tia” Lucilla ia embora, era Leda quem tinha que assumir a casa toda e ver as crianças cobrando...  “a tia Lucilla disse, a tia Lucilla nos deixou fazer”.  Maldita, maldita!

         “... O mal que Lucilla fez naquele período foi enorme”.    Leda numa ocasião na praia com o esposo, as filhas e o casal amigo, Matteo e Lucilla.  Por coisas poucas, Leda se destemperou.  Falou alto com as filhas, por nada e falou alto com o marido, tudo na frente do casal amigo.

         Tempos depois, Leda se separou do marido e este chegou a ter um caso com Lucilla.  Talvez ele pensava que ela deixaria o marido para ficar com ele e as duas filhas.  Ela parecia gostar das crianças...      

         Não foi assim.  Ela continuou com o marido.  Os casal se afastou e a amizade se desfez.

        

         Continua no capítulo 5/6

sábado, 2 de novembro de 2024

Cap. 3/6 - fichamento do livro - A FILHA PERDIDA - Autora: ELENA FERRANTE

 

         Elena, a criança de família napolitana, brincando com a boneca.   Num descuido da família, a pequena se perde na praia cheia de gente.  Pânico na família.

         Leda, a observadora, percebeu o pânico e se pôs a ajudar.  Ela conseguiu encontrar Elena e devolve-la à família.

         Agora a menina continua a chorar porque perdeu a boneca.    Leda volta da praia tendo achado a boneca que sabia ser de Elena, mas guarda o brinquedo na bolsa e leva para o apartamento.   Atitude estranha.   Sabia que a menina chorava, agora por falta da boneca.

         Leda foi embora da praia naquele dia apesar de ter salvo a menina, acabou depois levando consigo a boneca de estimação de Elena.

         Tudo isso apesar de ouvir o choro da criança.   Sobre esse fato, Leda reconhece:  “Foi uma reação infantil de minha parte...”

         No passado, quando Leda era criança, a mãe dela não brincava com ela e a jovem mãe de Elena brincava com a filha pequena na praia.

         A mãe de Leda, quando esta era pequena, não se fingia de criança para brincar com a filha.    Isto faz falta para Leda.   Tanto que quando ela tinha as filhas pequenas, deixava as crianças brincarem com ela como se fossem ambas crianças.    A filha fazia de conta que a mãe era sua boneca e então penteava o cabelo da mãe, fingia dar remédios.

         Nessas ocasiões Leda se deixava passar por boneca da filha mas não se sentia bem.    Pensava:   Tantos afazeres e ela ali brincando...

         “No entanto, eu tentava manter a calma, queria ser uma boa mãe”.

         ...”Fui muito infeliz naqueles anos.”

         Leda teve uma boneca na infância e guardou.   Quando Bianca era pequena, Leda deu essa boneca a ela.   Bianca não se entusiasmou com a boneca.  Gostava de outra boneca que era de pano.

         Um dia Leda surpreendeu Bianca sentada em cima da boneca e ficou indignada.  Ralhou com a filha e tomou a boneca.

         Na frente da casa, uma rua de grande trânsito de veículos.   Leda tomou a boneca da mão da filha de três anos com violência e jogou a boneca na rua e os carros passavam em cima.   Tudo aos olhos espantados de Bianca.

         ...    “Ler e escrever sempre foram a minha forma de me acalmar”.

         Leda se lembrando de que no passado, quando ela saia pra rua com as filhas já adolescentes, os olhares masculinos ela ainda achava que eram para ela, mãe.    Mas foi chegando o tempo que a mãe teve que aceitar que os olhares dos rapazes de fato eram para as filhas dela.    Assim Leda percebeu que era o fim de um ciclo.

         Mais adiante, os namorados das filhas entravam com elas nos respectivos quartos após darem um ligeiro oi para a mãe antes de se trancarem no quarto.   Ao saírem, um simples tchau para a mãe das meninas.

         A mãe se conformava porque queria que as filhas se sentissem amadas.

         Na conversa com Gino, de volta à praia...  este que cuida dos guarda sois, Leda ficou sabendo um pouco da família de italianos que ela vinha observando a dias.

         Só teve de Gino menos informação sobre Toni, o marido de Nina.

         Leda relembrando com ciúme, da amiga de uma de suas filhas no passado quando ambas tinham ao redor de 14 anos.   Ficava injuriada de saber que a menina, já mocinha, roubava a cena com sua beleza e facilidade de interagir com as pessoas.

         A mãe julgando as filhas...   “Bianca é antipática, eu pensava às vezes, e sofria com isso.   Depois eu descobria que ela era muito querida, tinha amigas e amigos, e senti que só quem a achava antipática era eu, a mãe dela e aquilo me dava remorso.”

                   Continua no capítulo 4/6