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sábado, 3 de agosto de 2019

RESENHA (FICHAMENTO) DO LIVRO - CADERNO DE MEMÓRIAS - AUTORA DO LIVRO: ISABELA FIGUEIREDO - JULHO - 2019



            Autora:  Moçambicana – Isabela Figueiredo – Editora Todavia – SP – 2018 – 1ª reimpressão – 180 páginas
            Fichamento de leitura pelo leitor Eng.Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida – Curitiba – PR.     Julho-2019   www.resenhaorlando.blogspot.com.br
            A autora nasceu em 1963 e viveu a transição de Moçambique de colônia por séculos de Portugal, à condição de país independente (com luta) ocorrida em 1975.   Descendente dos colonizadores.
            Página 8 – “é mais fácil esquecer. Sempre!”
            O paradoxo reside  no facto de só se ultrapassarem os choques de uma vivência, desenterrando-a, resolvendo os seus restos     (poderia ser feito um paralelo com a Comissão da Verdade no Brasil)
            No tempo em que ela viveu em Moçambique onde nasceu (viveu lá até os 13 anos), a capital se chamava Lourenço Marques e depois da independência passou a se chamar Maputo.
            9 – No agito após a independência em 1975, os pais enviam ela aos 13 anos para a casa dos avós em Portugal.   Para segurança e estudos.
            Quando da independência de Moçambique, muitos portugueses e descendentes voltaram para Portugal.    (1975)
            10 – Os portugueses tentaram desqualificar o que ela escreveu porque ela se posicionou numa visão humanística do povo local.   Ao que ela rebate:   “Nada me beliscou e continuo a viver em absoluta paz com o que escrevi”.
            10 – Ela correu o mundo após o livro ser publicado.   Muitas pessoas abordavam ela com depoimentos que as identificavam com fatos por ela narrados no livro.
            11 – profissão – machambeiro   (trabalhador rural, produtor rural)
            14 – A descrição da mulher branca pela amiga negra...
            “As mulheres brancas não tem à frente, não tem atrás, são lisas e frias como madeira seca”.
            A amiga dela falando da história que cita generais, colonizadores, colonos e não fazem referência às mulheres e o papel delas, em tudo isso, inclusive em termos afetivos.
            15 – No caso deles, o colonialismo está calcado no catolicismo e no patriarcado.    “O macho agressor invade”.  (a terra, a mulher...)
            16 – O colonizador branco ter lá sua esposa branca e uma “cadela” (negra).
            17 – Negro... beber cerveja e vinho de caju (artesanais).
            18 – Para um negro, a alegria é a base da sobrevivência, por isso sorri e canta.
            35 – Brancos não assinariam as paternidades com as pretas.   Quantos mulatos conheciam o pai?...
            Negra não reclamava a paternidade dos filhos.  Ninguem lhe daria crédito.    Branco, se quisesse, poderia casar com negra, mas se negro casasse com branca era um absurdo.
            Mesmo o pai da autora não se conformava se enxergasse um casal, ele negro e ela branca.     A filha dizia que era implicância dele.
            Ele achava que a filha era comunista”
            38 – Leu na pré adolescência o livro sobre sexualidade (A Minha Vida Sexual) do Dr. Fritz Khan.   (eu também li bem jovem ele livro).
            43 – O pai, eletricista, só tinha ajudantes negros, estes que ganhavam metade ou um terço do que ganharia um ajudante branco.    Moravam na capital (então Lourenço Marques, depois, Maputo)
            43 – A voz corrente do colonizador é que preto é preguiçoso e beberrão.     (já conhecemos por aqui também esse filme)
            43 – As relações:   “Preto servia o branco e o branco mandava no preto”   (na terra deles, os pretos).
            44 – Na época, sem TV em Moçambique, só rádio em português e uma emissora na língua do povo local que pouco ou quase nada entendiam o português.    Deixava-se que eles ouvissem rádio no trabalho, que assim o trabalho rendia mais.
            45 – Criança batendo no portão pedindo comida e trabalho.  Miséria.
            A mãe da autora as enxotava.   A filha ficava desapontada.   Lia, inclusive para fugir um pouco disso tudo.   Alguns autores:  Charles Dickens, etc.
            Nos livros poderia até haver malevolências, mas ao fim e ao cabo, tudo se resolvia bem.
            50 – Ela, menina, e a primeira experiência sexual.    E o pai a surpreendeu no ato.   Surra, etc.     Notou que aquilo era proibidíssimo.
            Mais tarde, com o tempo, ouvia Gianni Morandi, tipo a música Non Son degno di te...
            52 – O meu pai nunca amou outra terra.  (que não fosse Moçambique, mas na condição de mandar, etc)
            54 – Calor úmido e trinta e muitos graus.    
            55 – Os pais dela se casaram por procuração...   (ele migrou jovem para Moçambique)
            58 – E eu sou o meu pai... o que resta dele.
            59 – Negras, estendendo a capulana para forrar o chão para vender frutas (manga, tomate, amendoim, etc)
            66 – Sábado à tarde, dia do pai pagar os empregados com descontos e safanões.  Tensão sempre.   Para ela, o sábado era uma “doença”.
            70 – Ouvindo o anão brasileiro Nelson Ned no rádio com a música “Domingo à Tarde”.    
            72 – Julgam...    Se um negro corria, tinha acabado de roubar, se caminhava devagar, procurava o que roubar.     (também no Brasil há essa mentalidade, infelizmente).
            Ela resolve se desfazer de um anel precioso que apertava o dedo (com ouro e rubi) e resolve atirar com força o anel por baixo dos bancos no piso em descida do cinema, sendo que na frente em cadeiras mais simples ficavam os negros.     Um negro acha o anel, se levanta e vai ao setor dos brancos perguntando quem perdeu um anel.   (honestidade).
            Negro não usa nada que aperta no corpo.   Apertada já é a vida dele.
            78 – Ela na quarta série bateu uma vez na cara de uma coleguinha mulata que não reagiu.   Depois disso ela se sentiu horrível.   Bater nos mais fracos não era nada cristão.  “Jesus não o faria”.
            79 – Pés de piripiri de frutos vermelhos, ardidos no quintal.  (tipo de pimenta).    Comia pimenta como desafio para mostrar auto controle.  Se uma era atleta e fazia um enorme esforço...
            87 – Palavras de preto – inhaca, etc.    (pode ser bodum, fedor, etc)
            91 – O primo dela com mentalidade de colonizador, foi para a guerra contra os que buscavam a independência de Moçambique.   Os conflitos ficaram mais ao norte do país.   Não chegaram à capital onde ela morava.
            Voltou da guerra calado, fumava muito.  Um dia se matou.
            92 – Menstruou aos 11 anos.
            95 – Fala do padrinho dela, construtor (destaca que os construtores de fato eram os negros, empregados dele).   Era essencialmente poeta e suicida, explorador de mulheres e mentiroso.
            96 – No dia 25-04-1975 o líder português Marcelo Caetano foi deposto e se refugiou no Brasil.
            97 – A elite branca de Moçambique queria a independência de Portugal, mas com ela no comando do país.   Nada de Frelimo.   A FRELIMO foi a Frente de Libertação de Moçambique, do povo nativo em luta pela independência.
            97 – O novo presidente de Portugal foi o socialista Mario Soares que passou o poder aos negros de Moçambique, pondo fim à luta.
            Os antigos colonizadores “quando revelam, saudosistas, com lágrimas sinceras:  deixei meu coração em África” eu traduzo:   “Deixei lá tudo e tinha uma vida boa”.   (mandando e os outros obedecendo...)
            102 – O pai pergunta o que ela quer ser. Ela diz:  Datilógrafa.  Ele retruca: Com isso não se ganha a vida.  Sugiro ser Engenheira Agrônoma.  O país precisa de alimentos...
            Ele se preocupava com a independência da filha no futuro.   Tens que estudar, ir à Universidade.
            104 -  Na guerra de então, cães e gatos foram comidos pelo povo faminto.   Ela disse que esses animais foram os únicos verdadeiramente inocentes numa guerra.
            109 – Quanto aos pretos.    Conquistado o poder por estes, muitos saíram à caça dos brancos.   O vizinho preto deles os defendeu e assim escaparam da sanha dos revoltosos.
            110 – Ela perde o chão.   Não é da terra dos pais e não é da África que rejeita os colonizadores.
            112 – Catana – arma na forma de um pau de ponta.  Espetavam a pessoa por baixo e tentavam fazer a arma varar até a boca.   Muitos morreram por essa arma.
            114 – Fala das articulações para migrar para Portugal e precisar de uma “cunha”, alguém influente que dê um jeitinho para ajudar na burocracia.
            116 – Ela e a amiga liam Sara Beirão.
            116 – A amiga Domingas, também pré adolescente, ambas na banheira e a masturbação.
            117 – Já sob domínio do povo local, ela e a amiga conseguem atuar como professoras com autorização do Comitê de Revolução.  Isto lhes dá salvo conduto para permanecer na capital sem maiores problemas.
            A maioria das crianças da classe não entendiam o português, mas ficavam atentas e aprendiam as coisas.           
            120 – Muitos colonos abandonaram a África antes de cair o governo colonial.  Outros como o pai dela, ficou até o fim achando que haveria uma reviravolta que não veio.
            120 – O governo que se instalou após o fim da colonização, em 1975 foi o governo local, comunista.     Dotaram o país de infraestrutura com apoio soviético, cubano e de gente do Báltico.
            121 -  Cita uns dos líderes da Revolução Moçambicana ligados à FRELIMO: Samora Machel, Graça Simbine e Eduardo Mondlane.
            128 -  Ao partir, aos 13 anos, só para Lisboa, uma legião de ex colonos vão dando palpites do que ela teria que dizer lá em Portugal sobre os moçambicanos nativos, os pretos.     “Que não querem trabalhar e morrerão de fome.  Que a África sem os brancos está condenada.  Vão chorar e clamar tanto por nós”.
            131 – Ela reencontrou o pai uma década depois de ir para Portugal.
            140 – Na casa pobre da avó em Portugal:   cama de ferro e colchão de palha de milho.   Patos e galinhas pelo quintal e dentro de casa.
            141 – O frio da nova terra.   Banho em local sem teto e água fria.  Banho de bacião.
            142 – A avó era lavadeira para ganhar o sustento.
            143 – O lugar da moradia.    Caldas da Rainha, Travessa do Cais.
            O pai dela nunca falava do passado dele a ela.   Ele migrou jovem meio fugido sem saberem bem pra onde foi.      Quando ele se estabilizou em Moçambique, quis levar a mãe mas ela não aceitou.
            148 – As colegas de escola dela riam dela por ser “gorda” e “retornada”.    Ex colona que volta para a Pátria no prejuízo.
            149 – Colonos ao retornar, donos de sítios, etc.   Muitos queimavam benfeitorias e lavouras para que outros não aproveitassem nada.
            150 – Ela no tempo de Moçambique teve contato com missionários Adventistas brasileiros que andaram por lá em trabalho.     A Revolução proibiu no novo governo local, a presença de missionários em Moçambique.    E proibiu os cultos religiosos.
            156 – Depois de morar com a avó, foi morar com o tio Guto. Fabricante de terrinas.   Tinha empregadas mocinhas.   Muitas vezes arrastava as asas pra elas e mesmo para a sobrinha.
            157 – Portugal:    na visão dela – A Metrópole (Lisboa) era suja, feia, pálida, gelada.
            Os portugueses:    feios, sombrios, pobres, sem luz (pequenos).
            158 – Em 1978 o dai dela estava preso em Moçambique por insulto ao novo regime.   (instaurado em 1975).
            165 – Sobre a tia e os colonos – Um branco que viveu o colonialismo será um branco que viveu o colonialismo até o dia da morte.   (acha que deveria ser sempre igual, mandando sempre...)
            166 – Com os desterrados como ela, cortaram os laços legais, não os afetivos.
            175 – Nos anos 50, o pai dela então jovem solteiro, já eletricista, pediu para migrar ao Brasil.  Portugal negou talvez por ele ser mão de obra especializada.    Então ele pediu para a então colônia portuguesa, no caso, Moçambique e pra lá foi aceito.   E assim foi.
            Ela declara que gostaria de ser brasileira.  Cita músicos nossos  e escritores como Jorge Amado, Erico Verissimo, Cecília Meirelles.
            176 – “Quem é que não queria ser brasileiro?”
            176 – Ela, após novelas da Globo, ao chamar seu pet, imita o gesto do personagem do Lima Duarte, o Sinhozinho Malta.   Ele, durão, pulseira enorme, afirma algo de forma truculenta, chacoalha a pulseira e pergunta:  Tô certo ou num tô?    Como duvidar...    Ela usava chacoalhar a pulseira para comandar o cãozinho.
            176 –Tomou em Portugal aulas de MS DOS no computador com uma professora de Curitiba PR.  A professora lhe falava de crise econômica no Brasil, banditismo, pobreza.    “Isto para mim não era o Brasil”.    E a professora dizia que Curitiba era fria no inverno.
            177 – Alerta:   Não me façam perguntas.  Leiam-me apenas.
            177 – Após 42 anos que saiu de Moçambique, voltou a Maputo onde havia nascido e morado.      Tudo mudado, claro.
            180 – Ele, o pai, colono típico e ela com dores e amores pelo povo nativo.     “As crianças intuem a verdade sem precisar de palavras”.
            Na contra capa do livro, nos comentários, um de Margarida Calafate Ribeiro:    “Este livro é um grito”.

          Zap do resenhista:   (41)  99917.2552    Orlando Lisboa de Almeida
                               orlando_lisboa@terra.com.br

terça-feira, 16 de julho de 2019

RESENHA DA PRESTAÇÃO DE CONTAS DA PREVI 2018 (Plano 1) - JULHO DE 2019



PREVI Fundo de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil
         Anotações pelo Eng.Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida
         Local e data:   Gepes/BB em Curitiba – 12-07-2019
         Havia em torno de 100 pessoas assistindo a apresentação que teve a fase de explanação pelo Presidente da Previ e em seguida espaço para a mesa responder perguntas que foram feitas por escrito pelos associados.
         Presidente da Previ – José Maurício Silveira Coelho
         Destacou que na parte da manhã foi feita a explanação específica para o pessoal que está no Plano Previ Futuro.    Agora esta é da turma mais antiga, do Plano 1.
         A Previ no contexto da economia desfavorável passou por período difícil em anos recentes.    Em 2018 a conjuntura já ficou melhor para nosso Plano.
         Nosso maior ativo em carteira é composto de ações da Companhia Vale.     Houve queda temporária de preço das ações da Vale por conta dos acidentes, no caso, Brumadinho.    Disse que o acidente provocou queda na cotação das ações, mas tem havido recuperação e as cotações já estão bem próximas das anteriores ao acidente.
         Missão da Previ (resumida) -  garantir a aposentadoria dos associados de forma sustentável ao longo do tempo.
         Visão – ser o melhor Fundo de Previdência fechado do mercado
         Valores – ética, sustentabilidade, responsabilidade social.
         Somos:       (temos 115 anos de existência)
         Associados totais.............. 113.173
         Na ativa no BB Plano 1....    10.185
         Aposentados do Plano 1...    81.730
         Pensionistas do Plano 1.....   21.258
         Folha de pagamento mensal da Previ:   1 bilhão de reais (entre aposentadorias e pensões).
         Estimativas são de que a última pessoa beneficiária deste plano estará em vida estatisticamente até 2089.
         Resultados:
         Em 2015 – déficit de 16,1 bilhões de reais
         Em 2016 – o déficit caiu para 13,9 bilhões
         Em 2017 – o déficit caiu para 4,3 bilhões
         Em 2018 – fechamos o exercício com superávit de 6,5 bilhões
         Diferente dos outros fundos fechados, não foi o caso de termos que fazer aportes fora de rotina para repor caixa nos anos recentes.
         O Plano 1 é um plano maduro, não entram novos associados há tempos pela criação do Previ do Futuro para os funcionários do BB de certa época para cá.     No Plano 1 se busca trabalhar com baixo risco e mais liquidez.
         A rentabilidade do Plano 1 em 2018 foi de 18,82%.     Ficou bem acima da meta atuarial para o ano que estava ao redor de 8%.
         Distribuição dos ativos do Plano 1:
         Dos 182 bi de ativos totais, 90 bilhões estão em Renda Variável (ações, etc).     Elevado.    Rentabilidade desta modalidade em 2018 no nosso Plano1 :   29,44%
         Desinvestimento do Plano 1 em 2018 para diminuir a exposição às flutuações de mercado:    7,1 bilhões   (vendas de ações e participações)
         Busca-se desconcentrar as carteiras para minimizar riscos.
         Vendemos 7,9 bilhões em ações de empresas como CPFL, BB, BR, etc.   (parte destas).     Compras de ações no mesmo ano:  752 milhões de reais.
         Nossas aplicações em Renda Fixa no Plano 1 em 2018:  81,25 bilhões de reais.
         Comparação das nossas aplicações com referências do Mercado:
         Base maio de 2019:
         Plano 1                Rentabilidade 6,11%
         Itau                                         2,68%
         Brasilprev                              3,08%
         Bradesco Performance            2,53%
                          FI Previd              3,28%
                          Master                 2,78%

         Imóveis (carteira imobiliária do Plano 1)
         Meta atuarial                 8,61% para 2018
         Meta do Segmento                 11,71%       (INPC + 8%)
         Rentabilidade alcançada  9,76%     (nossa carteira tem a menor taxa de vacância do mercado em imóveis por nós alugados a terceiros)
         Investimentos Estruturados  rentabilidade em 2018 foi de 26,55%.
Nessa modalidade estamos há alguns anos sem novas aquisições.
         Investimentos no Exterior  - a estratégia tem sido de fazer em pequena escala para ganhar traquejo para eventuais oportunidades que surjam no setor.
         Tabua atuarial:   Atualmente estamos com 67 aposentados/pensionistas com mais de cem anos.   Número que vem crescendo.
         Vale – Litel    Investimos pesado na Vale via Litel quando da privatização da mesma há quase 20 anos.     Estamos com os ativos muito concentrados em ações da Vale.   São aproximadamente 25% dos ativos totais nossos.     (ao redor de 39 bilhões de reais)
         Em 2020, pelo acordo na época da aquisição de parte das ações da Vale, teríamos que reter compulsoriamente em carteira por 20 anos e em 2020, vence esse prazo.   Após, venderemos a parcela que determinarmos nas épocas que forem convenientes.
         A Previ acompanha de perto os problemas dos acidentes com duas barragens da Vale.     Via Litel, fizemos Notificação à empresa para que ela esclarecesse pontos como:
         Providências adotadas nos casos dos sinistros;
         Razões do rompimento;
         Medidas adotadas para reforçar os controles;
         Andamento das investigações.
         A Litel reiterou seu interesse em responsabilidade sócio-ambiental.
         A Previ faz de forma colegiada a cada 5 anos um plano estratégico das suas atividades.   O Plano atual engloba 2019 a 2023.    O plano envolve linhas como:
         Fortalecimento das relações com os associados – elevar o nível de Satisfeito nas avaliações feitas pelos associados.
         Gestão eficaz – diminuir a taxa de carregamento de 4% para 3,5% dos ativos por ano.
         Despesas administrativas da Previ:
         Número de ações na Justiça:  em 2008 eram 12.200 ações.
         No pico em 2012 eram 23.900 ações.    Com ações gerenciais, de 2012 para cá foi caindo o estoque ano a ano e estamos (2018) com 15.500.
         Política de Investimento:
         Estratégia de reduzir exposição em aplicações de Renda Variável.
         Busca-se sair de Renda Var. de 64% dos ativos para 30% (até 2025)
         Renda Fixa – elevar no mesmo período de 30% para 60%.
         Na atualidade estamos aproximadamente a 50% em Variável e 50% em Renda Fixa.
         Pilares da Previ:
         Estatuto
         Estrutura Segregada
         Corpo Técnico de alto nível
         Modelo de Paridade (patronal -  participantes)
         Segregada – Quem planeja não executa; quem executa não cumula o controle.    Dá muito mais segurança.
         Previ tem 570 funcionários, muitos são cedidos pelo BB e são qualificados e sócios do Fundo e tem a maior responsabilidade pelo bom resultado sempre.   Pessoal qualificado e Certificado.
         Paridade -  Nós escolhemos no voto parte dos dirigentes e parte é escolhida pelo Banco.    É um zelo nosso e não é por força de lei.
         Operações com Participantes (Empréstimo Simples):  estoque em 2018:  4,72 bi      (empréstimos líquidos em 2018:  800 milhões)
         Clube de Benefícios aos associados:  Chevrolet, Fast Shop, Sony, etc.  (ver no site)
         Dados de resultados Mês a Mês pela Previ – no site.
         Tem o App Previ para celular.  Informações e comodidades.
         A explanação da Diretoria da Previ durou das 11 h até as 12.30.  Depois ficou por meia hora o tempo para as perguntas que foram escritas dos presentes.     
         Os diretores esclareceram tudo e destacaram que sempre houve, há e haverá boatos inclusive com relação aos fundos de Pensão das estatais.   Muito comumente não passam de boatos e mesmo certos colegas ficam espalhando sem o cuidado de ao menos consultar o site oficial da Previ que procura acompanhar tudo e dá respostas rápidas às dúvidas através do seu site e mesmo pelo telefone 0800.  
         Da minha parte vi como bastante convincente a explanação e destaco que desde que vim residir em Curitiba tenho ido aos eventos, feito anotações, tirado minhas conclusões e publicado no meu blog para que alguns colegas interessados também tenham acesso mais focado no conjunto das ações.   Espero ter sido útil.     
Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida – Curitiba PR     (41)  99917.2552

        

        
        
        
        
        


        
        

quarta-feira, 10 de julho de 2019

RESENHA DA AULA DE CAMPO - HISTÓRIA DO URBANISMO DE CURITIBA (JULHO DE 2019)



Curso de férias ministrado no Solar do Rosário – Centro Histórico – julho de 2019
            Professores: Arquiteto Urbanista Juliano Geraldi e Leticia Geraldi Ghesti
           
            Parada próxima ao prédio do Memorial de Curitiba que fica na chamada Rua da Feirinha do Centro Histórico, perto da Igreja da Ordem.    Igreja de 1737, um dos prédios mais antigos da cidade.

       Acima, foto de parte da fachada da Igreja do Largo da Ordem - Centro Histórico de Curitiba

   Destaque na visita para dois aspectos externos e um interno.   Lado externo, a presença do rapa pé, equipamento de ferro do lado esquerdo da porta de entrada, para os pobres que vinham pisando nas ruas descalças e quase sempre com lama, rasparem a lama da sola do calçado.    Desse tipo de equipamento teria surgido o termo pé rapado, pessoa pobre que só anda à pé.

  
                       Acima, foto do rapa pé 

            Na lateral da igreja, uma porta com soleira a aproximadamente 60 cm acima do nível da rua.    Porta para os abastados descerem direto da carruagem para dentro da igreja e nos bancos da frente, já que em geral essas famílias doavam os bancos e tinham o direito de se sentar na frente.
              Acima, detalhe da altura da soleira da porta dos nobres

            Dentro da igreja, dois lustres que foram presentes da Princesa Isabel para a comunidade curitibana do século XIX. 
            O Museu sacro anexo à citada igreja, mantido pela Prefeitura, está fechado para restaurações.   Não temos notícias de quando reabrirá ao público.


     Fotos dos lustres doados pela Princesa Isabel

            CASA ROMARIO MARTINS com eira e beira, no estilo português, sendo a eira e beira trabalhados de forma a ornamentar a junção da parede com o telhado.   Quem tinha posses mandavam fazer a eira e beira e os que “não tinham nem eira nem beira”, ou seja, os pobres, faziam casas muito mais simples.      O detalhe é que Romário Martins nunca morou na casa que é uma das mais antigas do centro histórico e o fato dele ser historiador fez com que a municipalidade emprestasse o nome dele à Casa que hoje é um espaço cultural.   Uma justa homenagem.
            BEBEDOURO   - em frente à casa Romário Martins e a Igreja do Largo da Ordem, um bebedouro para animais dos tempos que as pessoas usavam a tração animal para transporte de pessoas e mercadorias. 


     Acima ao fundo, Casa Romário Martins e no foco, o bebedouro

            CATEDRAL  Houve outras edificações anteriores à atual, esta que é do início do século XX.   O estilo é neo gótico.   Foi restaurada recentemente e está muito bonita.  A professora destacou que esta igreja (Nossa Senhora da Luz dos Pinhais) não perde em beleza para muitas catedrais de outros países.
            Há rotina de visitas guiadas à Catedral e isto deve estar informado no site da mesma.   Muitos turistas passam por Curitiba e a Catedral é um dos pontos obrigatórios dos turistas em geral.
            A Catedral aqui é considerada uma basílica, designação  conferida pelo Vaticano.
            Destaque para os belos vitrais coloridos e seus desenhos de cenas sacras.


     Foto da Catedral de S.Senhora da Luz dos Pinhais

            MARCO ZERO – É um marco geodésico que destaca um local como ponto zero, de onde se medem as distâncias para outros pontos.    Fica em frente à Catedral.   O marco em si é uma peça circular  de bronze de uns 10 cm de  diâmetro.     Para destacar o marco, há um pedestal com seção quadrada e altura de um metro e em cada face a indicação de um local como Paranaguá, Santa Catarina, São Paulo, etc.

Detalhe acima, do marco zero de Curitiba 



            LOCAL DO PELOURINHO -   Curitiba teve um pelourinho que ficava na Praça José Borges de Macedo onde fica o prédio que foi a Prefeitura de Curitiba e hoje fica uma das dependências do SESC  (prédio de 1916).      Hoje em dia há um marco com duas pedras trabalhadas e uma placa indicando que ali era o local do pelourinho.    Fica junto a uma grande banca de flores atrás do prédio histórico que foi Prefeitura e hoje abriga uma unidade cultural do SESC.        Uma estátua de uma negra carregando uma lata d´água na cabeça fica atrás do prédio citado, entre este e a Banca das flores.



     Acima, estátua em homenagem à negra escrava com lata d´água na cabeça 

      Acima, detalhe do prédio da Prefeitura de Curitiba - prédio histórico - hoje SESC

     Acima, fachada do prédio histórico da Prefeitura - hoje SESC

            ESTÁTUA DO BARÃO DO CERRO AZUL    Na praça em frente ao prédio da antiga prefeitura citado acima.    O Barão está voltado para o rumo da estação ferroviária o que indica que está em posição de acolhida e saudação aos que chegam por trem à Capital.

           

segunda-feira, 8 de julho de 2019

RESENHA DA AULA SOBRE A HISTÓRIA DO URBANISMO DE CURITIBA PR



Professor: Arquiteto Urbanista Juliano Geraldi (Professor da PUC PR)
Local: Solar do Rosário – Centro Histórico – Curitiba – PR
Data: 04-07-2019 – parte da manhã.
Resenha feita pelo Eng.Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida, aluno do curso de duração de um mês (julho-2019).
Neste curso de cinco aulas, teremos três teóricas e duas em campo, visitando locais de interesse do curso.
Neste curso além de alguns que já vem seguindo conosco no Patrimônio Histórico, há novos alunos, sendo um advogado, uma guia de turismo, duas professoras, uma urbanista.
À aula em si. Cidade e pessoas. Processos e obras. Meio ambiente. Começaremos a abordagem de Curitiba pelo começo do século XIX, quando a urbanização se acelerou. Lembrou que nos tempos remotos os índios Tupis Guaranis que viajam muito tinham passagem por estas terras que era numa das rotas dos indígenas.
Em 1654 nasce o povoado de Nossa Senhora da Luz e Bom Jesus dos Pinhais.
Mostrou um mapa do tropeirismo com alguns ramais. Foco na ligação RS com Sorocaba-SP que era um importante entreposto comercial do tropeirismo. Sorocaba/Itararé/Castro/Ponta Grossa/Palmeira. Bifurca ramal Guarapuava. Outro ramal – Palma PR/Xanxerê-SC/Chapecó/Palmeira das Missões – RS/Santo Angelo.
Outro ramal de Ponta Grossa/Lapa/Rio Negro/Mafra/Lages/Vacaria/Porto Alegre.
Início da urbanização de Curitiba - A Casa Romário Martins, com eira e beira no estilo português está em pé no Largo da Ordem no Centro Histórico de Curitiba. Uma das edificações mais antigas da cidade. Abriga um centro de cultura com exposições temporárias.
Em frente à Casa Romário Martins tem um bebedouro para cavalos preservado.
O cientista Saint Hillarie passou por Curitiba em 1820. Fez um interessante perfil do povo que aqui habitava na ocasião. Destaca a cor branca das pessoas... as mulheres com traços mais delicados... falam com desenvoltura.
Sobre Curitiba há uma tela pintada por Debret datada de 1827 que é um importante “retrato” da incipiente cidade.
Curitiba em sua zona urbana em 1857 tinha 34 quarteirões apenas. Por perto, o Rio Belém e o Rio Ivo (que descia do Batel). Num morro (Alto São Francisco) um cemitério e em outro morro (então fora do povoado) no Alto da Glória, o cemitério dos alemães. A região aqui tem problema de drenagem e os cemitérios nos morros são inclusive para evitar lugar encharcado.
1857 – Curityba. Aproximadamente 12.000 habitantes.
Região da cidade com poucos declives, tem no Rio Iguaçu um declive ao redor de 1% o que faz o rio correr com lentidão e no caso de estar poluido, demora bem mais para diluir os poluentes em seu curso.
1853 - Ano de Emancipação do PR da Provincia de São Paulo, da qual até então era a chamada Quinta Comarca. Nessa época a cidade portuária Paranaguá teria ao redor de três vezes mais população que a pequena Curitiba.
1857 – o Engenheiro francês Pierre Taulois recomendou que Curitiba passasse a adotar o alinhamento das ruas, o que foi uma ação de planejamento urbanístico para a época.
FERROVIA PARANAGUÁ – CURITIBA (partiu a obra do litoral para cá). A obra desafiadora cortando a Serra do Mar foi executada em cinco anos, entre 1880 e 1885.
A estação ferroviária de Curitiba ficou meio de lado da cidade e coube ao Engenheiro Ernesto Guaita a incumbência de projetar ruas e infraestrutura da estação e acessso à mesma.
Muitos hoteis e casas comerciais passaram a surgir próximos à estação ferroviária.
O proletariado começou a residir próximo à estação por conta do trabalho e também pela região onde hoje fica o Batel, Água Verde.
Fizeram a Santa Casa então meio fora da região residencial, onde hoje fica a Praça Rui Barbosa.
Curitiba praticamente dobra sua população urbana em poucos anos com a chegada da ferrovia.
A cidade passa a contar com seu código de postura, lei municipal que ditava regras para convivência na zona urbana. O maior problema ambiental de então, fim do século XIX era o pessoal que lavava seus cavalos nos rios que passam na zona urbana, aumentando a poluição das águas. Ao ponto de haver proibição legal e fiscais que ficavam em botes subindo e descendo o rio fiscalizando e multando os infratores.
O código de postura daquela época só foi substituido completamente pelo novo de 2001.
Crescimento da população de Curitiba. Entre 1890 e 1920, período de grande crescimento, passou para ao redor de 75.000 pessoas. E nos cem anos entre 1890 e 1990, chegou ao final do período com mais de 1.000.000 de habitantes. Grandes desafios de saneamento, etc.
Em 1904 Curitiba tinha seus poços completamente poluidos e a água não era mais potável. A prefeitura contratou uma empresa privada de São Paulo que tinha grande experiência em saneamento. Era a Companhia de Melhoramentos de São Paulo. Vieram atuar por essa Cia em Curitiba dois engenheiros: Otaviano do Amaral e Alvaro de Menezes.
Antes das obras de saneamento, onde hoje temos a Praça Zacarias, havia uma bica onde muitas pessoas coletavam água para consumo.
Os engenheiros da Cia projetaram e foi construido no pé da Serra o Reservatório São Francisco que ainda está em função como um dos meios de abastecimento de Curitiba. A canalização segue mais ou menos reta da região central da cidade para o rumo de Pinhais e de lá para o pé da serra. Boa parte da obra do reservatório é em alvenaria e subterrâneo. Foi esgotado no fim dos anos 90 para manutenção. Já cogitaram de esvaziar o local, fazer ajustes e usar como um espaço cultural.
O reservatório atualmente abastece 16 bairros de Curitiba.
1900 - Nesse ano fizeram uma hierarquização das vias em Curitiba, definindo avenidas de acesso mais rápido, ruas secundárias, etc. Foi mais uma obra de planejamento urbanístico.
1903 – foi feito um grande colégio público, o Colégio Xavier da Silva. Curiosamente na época prevaleciam os colégios religiosos e o ensino era mais elitizado e buscava-se também manter o foco na fé cristã. E nesse início de século XX já a administração pública tentava mudar o foco para escolas públicas com formação laica e cidadã dentro do conceito de então. (era uma forma de disputa ideológica no caso). Nesse contexto o Colégio Sagrado foi feito num local proletário.
1910 - Pavimentação das ruas do centro da cidade e implantação dos bondes.
1916 - Ano em que foi edificado o Belvedere. Aquele prédio em frente ao Museu Paranaense, no Alto São Francisco, Centro Histórico de Curitiba.
1917 – Affonso Camargo assume o contrato e indeniza os sócios da Companhia de Melhoramentos de São Paulo, passando então esta a uma empresa pública. Havia muita reclamação do povo com a companhia até então. Nesse tempo todos os poços de Curitiba estavam contaminados.
1918-1919 - Curitiba enfrenta a febre tifóide que causou muitas mortes na cidade. E na época o saneamento básico da cidade era bem precário. Foi um inferno astral ao povo e ao governante.
1919 – Assume o governo o Médico Caetano Munhoz da Rocha (pai do Bento que depois de décadas foi governador do PR).
1920 – 1921 – Plano Saturnino de saneamento e urbanismo para tentar melhorar as condições de vida na cidade.
1930 – O mundo teve a quebra da bolsa de NY, recessão e esta afetou nosso País e nossa região. Considera-se que com isso vem ao fim a chamada Primeira República e vem o Estado Novo com Vargas.
Engenheiro Saturnino de Brito – o do Plano de saneamento de 1920-1921. Ele tinha na bagagem a experiência de projetar obras do gênero em Santos e Recife. Canais de drenagem para escoamento de água. No caso de Curitiba um dos exemplos é o canal da rua dos Chorões perto do SESC da Esquina.
Familias tradicionais governam o Paraná desde longa data. Um dos casos é o do governador Bento Munhoz da Rocha Neto que era filho do Médico Caetano Munhoz. Bento foi governador na época do Primeiro Centenário da emancipação do estado do PR, comemorado em 1953. (Primeiro Centenário – 19-12-1953).

Na aula seguinte haverá a abordagem do urbanismo de Curitiba na sequência do que foi visto acima.


                               Zap (41) 99917.2552 Eng.Agr. Orlando – Curitiba PR. Julho - 2019