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sábado, 22 de outubro de 2022

CAP. 07/25 - fichamento - livro - O NEGÓCIO DO JAIR - A História Proibida do Clã Bolsonaro - edição 09/2022 - Autora - Jornalista - JULIANA DAL PIVA

capítulo 7/25

 

         Na treta da separação com Rogeria, Flávio e Eduardo ficaram com ela no RJ e Carlos, o 02, já apelidado de Carluxo pela família, acompanhou o pai na moradia com a mãe de Jair Renan.

         Carlos com 17 anos foi emancipado pelo pai e se elegeu o vereador mais novo do Brasil de sua época.   Carlos começou a defender as pautas conservadoras do pai.

         Depois de Carlos, Flávio também é eleito.   Isto a partir de 2003.

         Em 2015, também Eduardo engrossa a família na política.

         No conjunto, mais de sessenta assessores parlamentares no rol do clã Bolsonaro.     Rachadinhas em larga escala.

         Em 2002 Jair muda no RJ para uma casa bem mais ampla e passa a ter um empregado doméstico remunerado como assessor parlamentar por quase seis anos seguidos.    O rapaz morava nesse tempo com a família de Jair.

         No caso, tabulada a rachadinha de 80% para o clã Bolsonaro.  A fatia que sobrava era para o assessor fantasma.

         Só nesse caso, estima-se que a rachadinha rendeu ao todo ao redor de 400.000 reais no período dos quase seis anos desse assessor fantasma.   O nome completo dele é citado no livro e em processos.

         Só em 2009 no Brasil mudou um pouco a forma de pagar os assessores parlamentares.  Só em 2011 o sistema ficou menos obscuro e restringiu o risco de rachadinhas.

         Antes desse tempo, pouca internet e jornalistas acabavam tendo que ir pesquisar caso a caso no Diário Oficial para tentar acompanhar as mamatas.

         Patrimônio familiar aumentando e as intrigas familiares também.  Bolsonaro e o costume de colocar apelidos.  A esposa Cristina (a segunda) era a Cri Cri.

         Pacotes de dinheiro em casa era rotina e os que frequentavam a casa viam tudo, inclusive o assessor que foi doméstico na casa do Bolsonaro.

         “Anos depois, o Ministério Público iria calcular um montante de 4 milhões de reais nas retiradas dos fantasmas da família Valle (da Cristina Vale, segunda mulher de Jair) lotados no gabinete de Flávio Bolsonaro.

   Período de 2007 a 2018, abrange o levantamento do Ministério Publico.

         E as rachadinhas foram se transformando em imóveis ao longo do tempo, a partir do ano 2000.

         “Cristina e Jair compraram quatorze, entre apartamentos, casas e terrenos”.   Cinco desses em dinheiro vivo”.

         Jair gostava de passear no sítio dele em Angra e Cristina atritava porque queria outros passeios também, inclusive pelo exterior.

         Atritos.   Cristina comprando bens até sem consultar Bolsonaro e Flávio cansado de seu gabinete ser controlado pela madrasta Cristina.

         Cristina monta um escritório (ela é advogada) de advocacia no RJ ao lado da Câmara Municipal.

         Cristina no RJ e Bolsonaro em Brasília, rola desconfiança mútua.   Ela e os bailes com amigos.  Ela começou a desconfiar e colocou um detetive que flagrou Bolsonaro tendo caso com Michelle, então assessora parlamentar.

         Ele também pagou um detetive que teria pego ela tendo caso com um motorista da família.

         Em julho de 2007 o casamento com  Cristina acabou.   Bolsonaro passa a viver com Michelle.

         “Bolsonaro viveu com Cristina por quase uma década, mas nunca formalizou a união”.      Os imóveis que ambos acumularam somavam mais de três milhões de reais.   Computando mais os carros, aplicações financeiras e as joias, o total passava de quatro milhões de reais.

         Em 2007, Jair e Michelle formalizavam o casamento (terceira esposa) em Cartório.   Ele aos 52 de idade e ela com 25.   Casaram em regime de separação total de bens.

         Cristina e Bolsonaro se separaram em 2007 e ela depois deixou de ser assessora parlamentar e entrou na justiça contra Jair.    Mas os parentes dela ainda ficaram por uns tempos como assessores fantasmas nos gabinetes do clã Bolsonaro.     Daí trocaram de “arrecadador” das rachadinhas do clã.

 

 

         Continua no capítulo 08/25 

quarta-feira, 19 de outubro de 2022

CAP. 06/20 - fichamento - livro - O NEGÓCIO DO JAIR - A História Proibida do Clã Bolsonaro - edição 09/2022 - Autora - Jornalista - JULIANA DAL PIVA

 capítulo 06/20

 

         A nova companheira do Jair, também sua assessora parlamentar, Ana Cristina Siqueira Valle (mãe de Jair Renan)...  “iria se tornar sócia do Negócio do Jair”.   (o esquema de rachadinhas e compra de imóveis...)

         Capítulo 5  do livro – página 53

         O casamento com uma antiga Miss.     A união com Ana Cristina Siqueira Valle.         Resende-RJ, dia 06-01-2018

         Cristina foi companheira de Bolsonaro por quase dez anos e é mãe de Jair Renan.  (período de 1998 a 2007).  Apesar de todas as tretas do casal, mesmo passados dez anos da separação, ocorrida em 2007, Cristina comunica Bolsonaro que ela, mesmo não tendo o sobrenome dele, iria disputar eleição incluindo o nome de Cristina Bolsonaro e assim fez.

         A ex cunhada de Bolsonaro, Andrea, irmã de Cristina, que foi também funcionária fantasma do Jair, entregou o ouro...   “ele também estava me ajudando, lógico, porque eu ficava com mil e pouco e ele ficava com sete mil reais”  (do salário mensal dela como assessora fantasma).  Página 56

         A partir de 1998 Bolsonaro assim empregou como assessores uma porção de parentes de Cristina, ex esposa.   “Com o tempo, mais de quinze pessoas da família dela foram nomeadas” no gabinete do Jair ou dos filhos.

         Cristina viu Bolsonaro pela primeira vez num protesto de esposas de militares em 1992 na Esplanada dos Ministérios em Brasilia.   Época do governo Collor.   Bolsonaro discursou em cima de um caminhão no protesto, ao lado da esposa Rogeria e Cristina ali de olho nele.   Ela era esposa de militar também.

         Mais adiante, se encontraram no Congresso Nacional e passaram a ter um caso extra conjugal.   Ambos se relacionando até que em 1997 ela ficou grávida dele.    Cristina nasceu em Resende-RJ onde tem a AMAN Academia Militar de Agulhas Negras.   Formação de pessoal da Aeronáutica.

         ...regime militar...  “marcado pela escalada da violência que culminaria em mais de quatrocentos perseguidos políticos mortos ao fim do regime”.

         Cristina, na juventude, andou participando de concursos de miss.  Aos 19, se casou em Resende-RJ com um jovem cadete da AMAN.

         Lá adiante quando ela já vive com Bolsonaro e é mãe de Jair Renan, ela reclama  demais dos atritos com os outros três filhos dele.

         “A decisão de manter a gravidez (de Jair Renan) foi uma opção que partia dela”.   “Anos depois, já separada, a advogada Cristina iria desabafar com amigos que o ex companheiro brigava pela guarda do filho “que ele não quis ter”.    Página 64

         Cristina que registrou o filho com o nome de Renan Valle.   “O campo para citar o pai no documento ficou sem identificação”.   “O reconhecimento de paternidade só veio depois de um exame de DNA, que comprovou que de fato Jair ira o pai de Renan.  Aí veio a nova certidão e o Renan passa a Jair Renan Valle Bolsonaro”.

         ...   Jair na casa de praia em Angra dos Reis, todo armado, falando aos parentes convidados.    ...”Você só vai mudar, infelizmente, quando nós partirmos para uma guerra civil aqui dentro.  Matando uns 30.000...”   Página 63.

         Cristina coordena as finanças da família e articula ações no gabinete dele, Jair.

         Capítulo 6 – A formação do Clã Bolsonaro

         Jair e Cristina administram a entrada de Carlos e Flávio na política.

         Brasilia, setembro de 1998.

         Andrea Valle, cunhada de Bolsonaro, passa a ser uma das assessoras de gabinete.   Ela morando em Juiz de Fora MG (aos 27 de idade).

         Cristina foi junto a Bolsonaro agregando a família dela como assessores fantasmas no gabinete.   E seguem as compras de imóveis.  Casa em Resende-RJ.  (página 66).

         Colocar os filhos na política.   Um dia Bolsonaro disse que iria Sarneyzar o Rio, referência a José Sarney que colocou a família na política.

         ......  continua no capítulo 7/30

sábado, 15 de outubro de 2022

CAP. 05/20 - fichamento - livro - O NEGÓCIO DO JAIR - A História Proibida do Clã Bolsonaro - edição 09/2022 - Autora - Jornalista - JULIANA DAL PIVA

 Capítulo 05/20

 

         Capítulo 3 – página 39 do livro

         Um vereador “contra” os fantasmas na Câmara do RJ

         Jair Bolsonaro inicia carreira na política.

         Rio de Janeiro, novembro de 1988   -   Eleito logo após promulgada a nova Constituição em 1988.  Era então jovem capitão do exército na reserva remunerada.   Isso aos 33 anos de idade.

         Eleito com 11.062 votos para vereador pelo PDC Partido Democrata Cristão e seu slogan “Salve o Rio” e “Brasil acima de tudo”.

         Torcia para o Botafogo do Rio.  Depois passou a dizer que torce para o Palmeiras.     ...”gostava de motos, churrasco e uma cerveja de vez em quando.”

         Nasceu em Glicério-SP mas foi registrado como nascido em Campinas-SP.

         As propostas de campanha para vereador:   “combater a corrupção” e “defender a moralidade pública”.

         Antes da posse, ele zanzando pela Câmara.  Gostava de aparecer.   Declarou na ocasião: “Acho um absurdo que cada vereador tenha a seu dispor dezoito assessores”.

         Já começou faltando na cerimônia de diplomação para a vereança.

         “Mas enquanto esteve na Câmara Municipal, Bolsonaro apenas chamou a atenção, envolvendo-se em episódios que poderiam lhe render mídia.

         “Num levantamento da Câmara do RJ em 1990, Bolsonaro terminou como o pior vereador carioca”.

         ...”a luta contra a ´mamata´ ficou só no discurso...” ao longo das três décadas seguintes.

         Bolsonaro quando era ainda da ativa no exército fez um plano de soltar bomba num quartel militar.   Foi julgado por uma Corte militar e a autora deste livro informa que este só não foi punido devido à proximidade que ele mantinha com militares graduados que eram destaque no tempo da Ditadura Militar.

         Bolsonaro era tão próximo da cúpula militar que um dos filhos do General Newton Cruz, que comandou o SNI Serviço Nacional de Informações na ditadura, foi um dos seus assessores na vereança no RJ.

         “Em 1989, Bolsonaro se dizia um defensor da transparência pública”.

         Ficou dois anos como vereador e se elegeu em seguida Deputado federal.

         Empregou logo o sogro João Garcia Braga no seu gabinete como deputado.   O citado sogro morava em Resende – RJ e nunca deu expediente na Câmara Federal em Brasilia.   Só entrava o salário...  Era o primeiro fantasma de uma lista que viria...

         A repórter ao contatar pessoas próximas de Bolsonaro, ouve que “todo mundo faz isso” e que “só ele iria ficar de fora?”...

         Capítulo 4 – página 45 -   A origem do Negócio Bolsonaro inseria a mãe dos três filhos mais velhos na política e cria seu sistema.

         Rio de Janeiro, 03-01-1989.   Bolsonaro acaba de ser eleito vereador e enfrenta uma ação de despejo da casa que morava e que era do exército.  Ele não tinha na época uma moradia própria.   Saiu no jornal a notícia com fotos.   Jornal do Brasil.     “Exército despeja Bolsonaro”.

         Quando ele já era deputado federal a família se mudou para Brasilia mas não se acostumou à cidade e voltou para o RJ.    A esposa Rogeria disputa uma vaga para vereadora e se elege no RJ.    Em seguida ela conseguiu ser reeleita vereadora.

         Aprovou alguns projetos sendo um deles, a criação do Dia de Zumbi de Palmares abrangendo a cidade do RJ.

         Ela no começo da vereança segue as ordens de Bolsonaro mas vai com o tempo mudando isso.   Degenera a relação entre ambos.   Ele arranja em Brasilia uma companheira “mais nova e mais bonita”.   Um dia declara:  “Nunca bati na ex mulher.  Mas já tive vontade de fuzilá-la várias vezes”.

         (Disse isso no ano 2000 e está documentado pela imprensa).

         O apartamento comprado para a ex e os três filhos.   Registrado no 2º Ofício de Notas do RJ, em 22/01/1996 no valor de 96.000 reais (corrigido para valores de 2022 seria equivalente a 500.000 reais).  Pago em dinheiro vivo.

         Daí em diante seguiu uma trilha de aquisição de imóveis com frequente uso de dinheiro vivo.   (página 52).

                   Próximo capítulo 06/30 

quinta-feira, 13 de outubro de 2022

CAP. 04/20 - fichamento - livro - O NEGÓCIO DO JAIR - A História Proibida do Clã Bolsonaro - edição 09/2022 - Autora - Jornalista - JULIANA DAL PIVA

CAP  04/20

 

         Meses depois, em dezembro de 2018, Queiroz foi rebaixado pelo Clã Bolsonaro a pária, “catapultado para os holofotes de um escândalo, após a publicação de uma reportagem do jornal O Estado de São Paulo”.      Após essa reportagem, ferveu de jornalistas  acampados na entrada do Condomínio Vivendas da Barra pouco antes da posse do Bolsonaro.

         Nesse condomínio Jair Bolsonaro vive com sua terceira esposa e a filha Laura.  Vive lá desde 2009.  Perto da casa dele, mora Carlos Bolsonaro em imóvel do pai.

         Condomínio Vivendas da Barra, na Barra da Tijuca, de frente para a praia.    Flávio também mora nas imediações, só que fora desse condomínio.

         O Jair sempre foi de difícil acesso aos repórteres.   Ainda mais depois do atentado que sofreu e o período de recuperação.    Não tinha um escritório para atender os jornalistas, estes que tem a missão de saber os planos dele para governar o Brasil, já que sua posse se aproximava.   Planos e quais seriam seus ministros.

         Os jornalistas tinham que acampar na entrada do condomínio ao sol e sem um WC para poder usar.

         Meio por acaso...   o jornalista Fabio Serapião, repórter do Jornal O Estado de São Paulo passava férias no RJ.   Em contato de bar consegue uma fonte que lhe fornece um calhamaço de dados, inclusive do COAF.  (O COAF é um pequeno órgão destinado a rastrear movimentação bancária de pessoas chamadas de “sensíveis” que podem ser políticos, parentes deles ou de afinidade visando levantar suspeita de manter movimentação financeira incompatível com as rendas da pessoa).   Quando o COAF levanta algo dentro do que manda a lei, tem que comunicar às autoridades e estas tem que pesquisar mais a fundo para ver se está havendo algo ilícito.

         Foi o COAF que “pegou” a movimentação de dinheiro do Fabrício Queiroz, muito acima dos ganhos dele.   Em doze meses, ele movimentou 1,2 milhão de reais.   Queiroz era assessor de Flávio que nesse momento se elege senador e é pego pelo COAF.

         Entre janeiro-2016 e janeiro de 2017 Queiroz tinha salários mensais de 8.500 reais da ALERJ (Assembleia Legislativa)  como assessor e 12,6 mil como PM do RJ.

         O achado do COAF (movimentação acima dos ganhos) foi a pista que levou às rachadinhas do Flávio Bolsonaro no curso das investigações.

         Dia 06-12-2018 a reportagem no jornal:  “COAF relata conta de ex assessor de Flávio Bolsonaro”.

         Jair Bolsonaro conhece Queiroz desde 1984 e são amigos.

         Queiroz sacava em dinheiro vivo seguidamente de caixa eletrônico na sede da ALERJ.   Caracterizou as rachadinhas no curso das investigações.

         “Com isso, o vereador, deputado ou senador, passa a enriquecer com o dinheiro que não é seu”.   O sistema da rachadinha está tipificado em três crimes cumulativos.  Peculato (mal uso de dinheiro público); lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

         O diminutivo “rachadinha” está só no nome.  O político ficava com até 90% do salário dos seus assessores que tinham emprego fantasma.

         Os repórteres cobrando ministros e nada de explicações.   A família Bolsonaro foge da imprensa.

         Sergio Moro, então Ministro da Justiça, a poucos dias da posse foi perguntado sobre as rachadinhas.   Deu resposta suscinta.  “Vou colocar de forma bem simples.  Fui nomeado Ministro da Justiça.  Não cabe a mim dar explicações sobre isso”.   (dentre outras tarefas, ele teria o comando da PF que investiga crimes...).   Logo o Moro que foi juiz e se dizia entendido de combate à corrupção...

         O calhamaço com dados da rachadinha tem 422 páginas.  A Jornalista teve acesso a material sob investigação...

         Havia também investigação do MP Ministério Público do RJ envolvendo políticos e empresas de transportes coletivos urbanos.  Mais uma vez aparecia o Queiroz como um dos operadores do esquema.

         Sendo de âmbito federal, o processo foi para a Procuradoria do MP do RJ para encaminhamento.   Nesta o processo ficou parado por seis meses no período eleitoral de 2018.    A imprensa sempre cobrando andamento na Justiça e esta se esquivando.

         Nathalia,  filha de Queiroz, é personal training até de pessoas famosas no RJ.   Foi descoberto eu ela foi por uma década funcionária fantasma em gabinete do Flávio Bolsonaro quando ele era deputado.  Ela também foi por quase dois anos assessora de Jair Bolsonaro até 2018.

         Flávio sempre foi o mais articulado e habilidoso dos filhos do Jair.  Acuado pelas denúncias, ficou desnorteado e evitou o que pode a imprensa.  Só respondia via assessoria.   “Flávio vivia momentos de muito estresse”.

         Flávio desabafou com um amigo...   “De quem é o Queiroz? E cheque para a Michelle?  Para quem foram esses cheques?   O que eu tenho com isso?”

         ...”eles operavam como clã   (clã Bolsonaro).

 

         Próximo capítulo 05/30 

terça-feira, 11 de outubro de 2022

CAP. 03/20 - fichamento - livro - O NEGÓCIO DO JAIR - A História Proibida do Clã Bolsonaro - edição 09/2022 - Autora - Jornalista - JULIANA DAL PIVA

 

capítulo 03/20

 

         A segunda esposa de Jair, a advogada Ana Cristina Siqueira do Valle, mãe de Jair Renan, o zero quatro teve vários parentes pagos como assessores de gabinete do Jair ou de familiar político dele.    A autora deste livro pesquisou por quatro anos também Ana Cristina e a complexidade da coisa toda ainda tem fatos a esclarecer.    (e havendo suspeita de desvio de dinheiro público, tem que haver investigação).

         No serviço de jornalista, tentava contato com conhecidos de Jair, mas as pessoas se fechavam e uns era até por medo.    Página 20.

         Em dezembro de 2018 estourou na mídia o “Caso Queiroz”.  Envolvia ilícitos junto ao gabinete de Flávio Bolsonaro.   Queiroz e os depósitos em cheques na conta de Michelle Bolsonaro.  Vários depósitos.

         A autora ao longo dos quatro anos conseguiu mais de 50 entrevistas e muitos detalhes dos fatos.   “Como não é raro acontecer em reportagens investigativas, a maioria das fontes pedem para conceder entrevistas sob anonimato pelo temor de perder o emprego, ter problema com as milícias ou a própria integridade física ameaçada”.

         Ela conseguiu também com suas fontes, acesso a documentos de processos contra Flávio e Carlos Bolsonaro.      Andrea Valle, ex cunhada de Jair, declarou que devolvia 90% do que recebia como assessora de gabinete.  Era a rachadinha em andamento.

         Tentou nesses quatro anos ouvir Jair Bolsonaro e seus filhos e nunca conseguiu.   É praxe dos Jornalistas ouvirem as partes até para que estas, quando for o caso, se defendam das acusações.

         Ela diz que quando Jair cita o Evangelho segundo João cap. 8, versículo 32 “conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”...      “Quando ele recorre a esse trecho da Bíblia... o que o Jair quer é mostrar que sua interpretação de qualquer assunto é a que deve prevalecer e ser considerada “verdadeira”.

         Mesmo que os fatos desmintam o que ele chama de verdade.   “As verdades dele negam a escravidão, a ditadura militar, as execuções nos porões da ditadura e mais recentemente, a Ciência, as vacinas...”

         “Os relatos de documentos indicam que o próprio Jair liderava toda a família”.   ....”construíram laços com policiais que se transformaram em milicianos e matadores de aluguel, conectando-os, de algum modo, aos gabinetes do clã Bolsonaro”.

         “Ao dominar os fatos, é possível conhecer a verdade.   A conclusão é de cada um”.

         Capítulo 2 – página 24 – Vida Secreta

         O clã Bolsonaro se prepara para as eleições de 2018

         Começa a família dar uma arejada na área para se passar por gente boa.  Fabrício Queiroz é encarregado de passar um Whatsapp para a esposa do miliciano Adriano da Nobrega, que era uma das assessoras do gabinete de Flávio.   Conversa por Zap de quarenta e cinco minutos (transcrita pela justiça) entre Queiroz e Danielle, esposa de Adriano.

         O jornal O Globo, dias antes tinha noticiado parentes recebendo como funcionários fantasmas no gabinete de Flávio.

         A esposa do Adriano, apesar de tudo, foi mantida entre os que recebiam do gabinete de Flávio sem dar expediente.

         Adriano da Nobrega, ex capitão do BOPE da PM do RJ era conhecido pela coragem, mas terminou expulso em 2014 por se envolver em crimes do jogo do bicho.   Fora da PM, ele virou miliciano e matador de aluguel.  Virou líder do “Escritório do Crime”, em Rio das Pedras – RJ.

         O grupo só ganhou visibilidade por indícios de ter atuado na morte da vereadora Marielle Franco do Psol em março de 2018.

         Meses depois, em dezembro de 2018, Queiroz foi rebaixado pelo Clã Bolsonaro a pária, “catapultado para os holofotes de um escândalo, após a publicação de uma reportagem do jornal O Estado de São Paulo”.      Após essa reportagem, ferveu de jornalistas  acampados na entrada do Condomínio Vivendas da Barra pouco antes da posse do Bolsonaro.

 

         continua no CAP  04/30

quinta-feira, 6 de outubro de 2022

CAP. 02/20 - fichamento - livro - O NEGÓCIO DO JAIR - A História Proibida do Clã Bolsonaro - edição 09/2022 - Autora - Jornalista - JULIANA DAL PIVA

 

capítulo 02/20

 

         “Flávio foi apontado como líder de uma quadrilha que exigia cerca de 90% dos salários dos seus assessores de gabinete”.   Principalmente de doze pessoas das quais Flávio retinha grande parte dos proventos.  Havia provas documentais de tudo.    (a famosa rachadinha).

                 A maioria desses citados funcionários nunca deram expediente no gabinete de Flávio.  Eram funcionários fantasmas pagos pelos cofres públicos.

         Fabrício Queiroz, sub-tenente da PM do RJ captava os salários e repassava  a Flávio e pagava uma pequena quantia aos funcionários fantasmas que emprestavam seus nomes para a falcatrua.

         Queiroz, assessor de Flávio e amigo de longa data de Jair Bolsonaro.

         Flávio com o dinheiro vivo que recebia pagava despesas pessoais, comprava imóveis e colocava dinheiro na loja de chocolates dele no Shopping Zona Oeste do RJ.

         A autora deste livro leu a pilha de documentos da acusação a Flávio.  Isto em novembro de 2020.  Nessa época ela trabalhava no Jornal O Globo no RJ.   Na documentação há provas de atuação de Jair Bolsonaro no caso e por ele ser presidente, o caso dependeria do PGR Procurador Geral da República (indicado por ele) autorizar a sequência do trâmite das rachadinhas e assuntos correlatos.

         O próprio presidente sabia do rolo e costumava dizer que tudo era armação para pega-lo.   Nesse tempo ele passa a avisar que “não seria preso...” após deixar o cargo de presidente.

         Cairia por terra o discurso dele de “defender a família, combater a corrupção e acabar com a mamata...”

         Chavões que ajudaram na campanha de 2018 a leva-lo à presidência.

         Página 16 -  ...”à formação do patrimônio dos Bolsonaro, que ultrapassava os 20 milhões de reais”.

         As investigações apontavam “uma proximidade da família Bolsonaro com o ex capitão do BOPE, Adriano da Nóbrega, líder de uma milícia em Rio das Pedras (RJ) e acusado de uma série de assassinatos.   Quem emprestava o CPF para as falcatruas da família “aderia automaticamente ao sistema que os participantes chamavam de O NEGÓCIO DO JAIR.   Daí, o nome deste livro.   (página 16)

         Um personagem chamado Jair Bolsonaro.

         A jornalista conheceu o então deputado JB em 2013.   Ela então era da equipe do Jornal O Globo.   Na época, ela e um colega estavam acompanhando na Comissão da Verdade o caso da prisão pelos agentes da ditadura militar, do militante do MR8, Stuart Angel, que foi torturado e assassinado nas mãos dos militares e em dependências do Estado.

         Ela cita o quartel da Rua Barão de Mesquita no Bairro da Tijuca no RJ que foi palco de torturas e assassinatos de presos políticos na ditadura.

         Em 2013 quando a Comissão da Verdade trouxe à luz fatos da ditadura, Bolsonaro saiu a campo para defender os torturadores.    Numa audiência pública com presença de vítimas da tortura e senadores que acompanhavam os trabalhos, dentre eles, Randolfe Rodrigues, Bolsonaro quis entrar sem estar na lista e foi barrado.   Ele teria dado um soco no estômago do Senador Randolfe.   Depois do soco, JB ligou para alguém que por acaso estava do lado da autora deste livro e ela ouviu toda a conversa.

         Bolsonaro diz: “Viu o que eu fiz hoje?  Com aquilo ganharei uns 400.000 votos”.

         Mais adiante, em 2018 na campanha, JB mostrava seu modo de hostilizar a imprensa.  Ao ser abordado por repórter, ele gravava tudo e depois soltava nas redes sociais do seu modo, hostilizando o pessoal de imprensa.     (página 19)

         “Bolsonaro não aceitava ser questionado”.

         Em 2018 a Folha de SP fez reportagem mostrando que até então JB e seus três filhos já tinham conseguido um patrimônio de 15 milhões de reais com política.

         Em 2018 a Folha de SP revelou o caso da Wal do Açai, moradora em Angra dos Reis – Rj que por anos era paga como assessora do JB e na verdade ela era caseira dele paga com dinheiro público.

         Só depois de quatro anos, em 2022 é que o Ministério Público Federal  encaminhou uma ação por improbidade administrativa contra Jair Bolsonaro no caso da Wal do Açai.     “Ou seja, já em 2018, a imagem de JB de ser contra a corrupção era enganosa”.    Uma trapaça.

 

Continua no capítulo 03/30

terça-feira, 4 de outubro de 2022

CAP. 01/20 - fichamento - livro - O NEGÓCIO DO JAIR - A História Proibida do Clã Bolsonaro - edição de setembro de 2022 - Autora - Jornalista - JULIANA DAL PIVA

 

Cap.01/30

     Na orelha da capa do livro - ...”com base em depoimentos exclusivos, cópias sigilosas dos autos judiciais, mais de 50 entrevistas e mil páginas de documentos, além de vídeos e gravações de áudios...”

     “O arranjo ocorria nos gabinetes funcionais e envolvia seus três filhos mais velhos, as duas ex esposas e a atual, amigos e parentes...”

         ...”além de advogados e milicianos...”

         Em 2018 estourou na mídia o esquema das rachadinhas.   Mas a história começa nos anos 1990 quando o Jair entrou na política.

         A autora reconstrói três décadas da trajetória do Jair, levantando os negócios ilícitos do clã.    Jair e .... “a amizade com milicianos e matadores de aluguel”... “como Adriano da Nóbrega”.

         A autora é Jornalista formada pela UFSC Universidade Federal de Santa Catarina e tem Mestrado pela FGV Fundação Getúlio Vargas.  Colunista do Portal UOL, foi repórter do Jornal O Globo e da Revista Época.  É apresentadora do podcast (gravação em áudio) com o nome “A Vida Secreta do Jair”.

         Agora, depois dos dados da orelha do livro, vamos ao texto da autora:

         Página 11 – Capítulo 1 – “A Verdade Vos Libertará”.

         O lado proibido do clã Bolsonaro vem à tona.    Brasilia, 20-10-2020.   O Brasil já nessa data com 154.888 mortos por covid 19.    A pandemia tinha dado uma trégua no número de mortes.   Nesse 20-10-2020 a pasta da Saúde anunciou a compra de 46 milhões de doses da vacina Coronavac fabricada pelo Instituto Butantan (órgão do Governo Paulista) que tem convênio para isso com a empresa chinesa Cinovac.

         Gente pegando covid inclusive no gabinete e o presidente insistindo em tratamentos com medicamentos sem comprovação de eficácia, passando por cima da Ciência e fugindo da compra de vacinas.    Tinha entre outras causas, a birra com o Governador paulista João Doria que estava saindo na frente no combate à covid e seria um potencial adversário de Bolsonaro na campanha para a presidência.

         Não aceitava a compra de vacinas e não deixava os funcionários do seu entorno usar máscaras.   No outro dia, 21-10-2020 o Senado iria sabatinar o indicado pelo presidente para a vaga no STF, o Kassio Nunes Marques.  Indicou o Kassio, deixando para trás várias pessoas cotadas para a função.

         Dias antes, Jair ficou em reunião a portas fechadas com os filhos Flávio e Eduardo pois estavam sabendo que o Ministério Público do Rio de Janeiro estava prosseguindo na investigação de Flavio Bolsonaro e as rachadinhas.

         “Naquela tarde de 20-10-2020, a ira presidencial se dirigia aos promotores que haviam entrado com uma denúncia criminal contra Flávio... e até com um pedido de cassação de mandato do senador”.

O MP Ministério Público protocolou um documento de 291 páginas... “que apontava o senador Flávio como líder de uma organização criminosa que operava em seu gabinete...”    no tempo que ele foi deputado estadual pelo RJ.

         Os documentos constavam de relatórios, extratos bancários, documentos em si e fitas HD com vídeos.   Flávio era acusado de desvio de 6,1 milhões de reais dos cofres do Rio de Janeiro, via Assembleia Legislativa.

     “A denúncia foi apresentada em sigilo e não se sabe como o presidente ficou sabendo dela”.   Bolsonaro se articulou para contratar a defesa de Flávio e tudo o mais.

         Bolsonaro chegou enviar convites aos procuradores de justiça do RJ “responsáveis pela apuração do caso, para conversar com ele no Palácio do Planalto”.     “Bolsonaro tentou de todas as maneiras evitar que o filho fosse denunciado”.    A denúncia só veio a público em 04-11-2020.    Os procuradores demoraram dois anos e dois meses para concluir a investigação.

         “Flávio foi apresentado como líder de uma quadrilha que exigia cerca de 90% dos salários dos seus assessores de gabinete”.   Principalmente de doze pessoas das quais Flávio retinha grande parte dos proventos.  Havia provas documentais de tudo.

 

         Continua no capítulo 02/30