Resenha feita
pelo blogueiro Orlando Lisboa de Almeida
Eu não conhecia
nenhuma obra de Gogol e fui presenteado por um amigo (João Francisco de Oliveira) que gosta de leitura, com
a obra Almas Mortas do ucraniano
nascido em 1.809 e que viveu um trecho
da vida na Rússia e escreveu vários livros.
Como de costume
(desde 1994), faço uns rabiscos com aquilo que achei de mais interessante na
obra para servir de lembrança e que, aqui publicados, espero que sirvam de
aperitivo e que despertem em outras pessoas a curiosidade por ler esta bela
obra que foi publicada segundo consta, em 1842.
O livro que li é
da editora Nova Cultural – SP – 2003 e tem 494 páginas – 1ª edição.
( tradução –
Tatiana Belinky). Digo isso porque vou citar as páginas onde fiz
os destaques e sem os dados da edição o número da página não diz nada.
O livro é uma
ficção que trata de um vigarista que começa a correr o trecho pelo interior se
hospedando, fingindo ser gente do comércio, gente de bem, e vai ludibriando as
pessoas. O mais interessante é que a
cada contato com boa vida, é feita uma descrição do lugar, dos costumes e do
comportamento das pessoas. Mostra que o
ser humano tem lá suas virtudes e seus defeitos que são meio transcendentes no
tempo e no espaço. Vale conferir
28 – Casa com
animais abrigados no térreo;
30 – Homens que
se beijam ao cumprimentar. Costume
russo;
34 – O regime na
Rússia e o requinte do francês: piano,
artes manuais...;
36 – Fala de um
governador que borda nas horas de lazer.
61 – Lá também
tem os pardais, pássaros que migraram para a Europa e foram trazidos até para o
Brasil, aqui para tentar controlar larvas de insetos vetores de doenças. O
pardal não era do ramo, mas se adaptou bem ao Novo Mundo.
62 – Remédio com
banha de porco e “óleo canforado” que, diga-se de passagem, o óleo com cânfora
era usado na zona rural de onde nasci e passei a infância (Cerquilho-SP).
63 – passagem
interessante que fala do comportamento humano diante da hierarquia.
68 – A palavra
“encasquetar”. Esta e outras que
destaco curiosamente (coisa do tradutor), são muito comuns na minha terrinha de
origem, meu berço e minha época.
85 – Porqueira –
outra da terrinha.
92 – Outra citação importante do
comportamento humano. Visão
superficial dos outros – alguém bem vestido engana.
120 – Balalaica –
instrumento musical primitivo com duas cordas.
(hoje é marca de vodka barata por aqui, ao que parece)
125 – Receita de
nhanha, um prato típico da Rússia.
136 – Unha de
fome – fominha – expressão típica da minha terrinha
144 – Cambaio –
idem
152 – Herdeira –
filha mais velha ? será que é ou era
isto o usual por lá?
170-171 – Drama
do escritor “realista”.
182 – Esgueirar
195 – Chusma
195 – Cita Goethe
e o livro (que li e gostei) .. “Os sofrimentos do Jovem Werther”
231 – “Deus nos
livre e guarde” (típica da terrinha
minha)
232 – Outra
passagem interessante falando da hierarquia
256 - Formando uma entidade assistencial. Gasta tudo (ou rouba) nos meios e chegam
centavos ao fim.
269 – A pessoa se
afogando e não pensa em nada; se apega até com uma palha...
271 – O ser
humano é sábio sobre os outros, mas sobre si...
274 – Expressão –
Já não era sem tempo. (típica da minha
terra, de novo!)
279 – Encóspias –
formas de madeira para alargar sapato novo (para lacear)
284 – Saracotear – destaque da terrinha. (preciso saber o nome e a biografia do ou da
tradutor (a)}.
292 – Conselhos
malucos do pai do personagem.
323 – Atarantado;
331 - Sem dó nem piedade (expressão típica da
terrinha, de novo – me perdoem)
336 – Pândega –
idem
335-336 – Métodos
de um eficiente professor (preciso
rever para citar o milagre!)
339 – São
Petersburgo – frio de até trinta graus negativos.
341 – Consta que antes da Revolução (Russa) a
pessoa se preocupava com o próximo, com a nação.
360 - ervilhas – uso por lá.
373 –
desenxabidas – expressão curiosa de novo
394 –
empachar (barriga estufada ..)
398 – Caçoando
400 – Deu na veneta
412 – algo
fundamental – conferir lendo ...
416 – enriquecer
rápido...
416 - O autor faz uma grande defesa do homem do
campo
417 – Charrua –
arado de tração animal com uma aiveca – parte de ferro que corta o solo.
419 – lá tem
rouxinol, cotovia.
421- começar as
obras pelo começo e não pelo meio...(também na profissão)
423 – Sobre
Administração Rural
429 – gostar da
paisagem
431 – empanzinar (ficar com o “bucho” estufado - com gases)
451 –
desembestaram
494 – Para
encerrar, outra pérola da minha terrinha:
mal e mal (malemá)
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