Total de visualizações de página

quinta-feira, 19 de maio de 2016

FICHAMENTO DO LIVRO – O FILHO ETERNO - de Cristovão Tezza

FICHAMENTO DO LIVRO – O FILHO ETERNO

Autor:  Cristóvão Tezza – Ed.Record – 12ª edição - 2012

Fichamento feito pelo leitor:  Eng.Agr. Orlando Lisboa de Almeida        orlando_lisboa@terra.com.br

O nascimento do filho com síndrome de Down -  03-11-1980
Página 23 -  O protagonista, jovem, gosta de engenhocas – conserto de relógios inclusive.    No hospital maternidade antes do nascimento do filho, mexendo com a cama hospitalar, cheia de manivelas/alavancas.
     23 – Narra a sensação no primeiro contato com a mulher após o parto.    “Ele prefere a suavidade do humor ao ridículo do amor, mas disso não sabe ainda...”
     24 – Escolha de nomes para o rebento a chegar:  Alice ou Felipe.
     25 – Afobamento ao telefonar para as famílias num telefone fora do hospital...  “e tenta mais uma vez organizar o dia, o mês, o ano e a vida.”
     25 -  Chegou usar psicotrópicos e deixou aos 15, de medo.
     27 – O pai está desempregado quando primeiro filho nasceu.
     31 – A morte tem sete dias de luto, e a vida continua.    No caso do filho que nasceu com síndrome de Down, o peso disso, transcende.
     32 – Passa pelo pensamento – não preciso desse filho; não preciso dessa mulher...
     34 – Faz um perfil da criança com a síndrome. (nos anos 80 – eram os “mongolóides”)
     37 – Penso que sou um escritor, mas ainda não escrevi nada.
     93 – Neste mundo...   “Você está aqui por uma soma errática de acasos e de escolhas”.
     97 -  Na juventude, morou na Alemanha -  Frankfurt.   Leu entre outros, Goethe, Thomas Mann, Günter Grass e outros.
     98 -  Continua a busca de ser escritor.   ...”o eterno observador de si mesmo e dos outros.  Alguém que vê, não alguém que vive”.
     98 – Volta ao momento após o parto do filho -  já (conformado um pouco), tentando criar frases para uma canção para o filho.
     105 – Nos intervalos dos exercícios fisioterápicos do filho bebê, ler, escrever e fumar como fuga e prazer.
     105 – Voltando aos tempos da Alemanha – trabalhando como clandestino na faxina em um hospital e o colega brasileiro que embolsa uma calculadora e o protagonista faz o colega devolve-la.  Medo de passar um aperto maior.   “A denúncia é o último grau da indignidade.”
     121 – O filho aos dois anos e dois meses dando os primeiros passos.
     131 -  Trabalhando aos 23 anos de relojoeiro em Antonina-PR.
     133 – Pai pensativo.   Dois livros por ele escritos estão na gaveta e dois filhos no mundo real.
     138 – O filho especial buzinando o carro sem parar.
     140 -  Manual de guerrilha urbana do Marighela depois vira manual do crime organizado.
     141 -  Estudando em Coimbra com dinheiro desviado do MR8 pelo primo dentista de Medianeira-PR.
      Fica irritado com os chavões da esquerda, com os chavões da direita...
     142 – No Brasil, assume aos 34 de idade como professor concursado.   Se entrega ao sistema.
     144 – Ler e escrever como uma fuga também.
     148 – A explosão de nervos com o velho que buzinou o carro atrás do seu.  Xingou.
     148 – O filho especial, Felipe, aprende com o xingo do pai:   ... puta!
     149 – O menino sem noção do ontem e do amanhã sempre vive o hoje.
     152 – Ele, o protagonista...   “ele oculto na confortável solidão curitibana...”
          ...” é mais inseguro que o filho...”
     153 -  ...” que bicho sou seu?   E o Felipe, quem é ele e como eu posso chegar nele?”
     155 – “Para manter a alegria, entretanto, é preciso desenvolver algumas técnicas de ocultação da realidade, ou morreríamos todos”
     157 – O filho aos seis de idade, o desafio de mudar de escola.  Ruptura de ter que ir para outro território.   Ir para uma escola especial.
     159 – A sensação de que na primeira infância, inseguro e dividido com a literatura, não tivesse feito o suficiente pelo seu filho que requeria cuidados específicos...
     161 – O desespero na primeira vez que o filho desapareceu...
     163 – Procurando o filho na rua, desolado.    “ ... a simples vergonha masculina de perguntar...”
     165 – No desespero na rua procurando o filho.  Imagina:   e se entra em alguma casa, ele não sabe dizer quem é e nem o pai sabe que é ele próprio.
     165 – A primeira coisa que o filho leu:     “coca cola”
     167 – Um especial numa escola para aluno especial, argumenta-se aqui:  a criança é sobrecarregada de não, bem acima do que ocorreria em escolas para alunos “normais”.
     167 – Acessos de teimosia inexpugnável ou de total alheamento...
     176 -  O pai no tempo de jovem, de teatro, na delegacia por um entrevero, junto com sua turminha.   Ele branco, segundo grau completo, leu filósofos – alguém do “andar de cima”.
     211 – O Filho Eterno – a eterna criança.  
     212 -  O filho que aprende pintar do seu jeito, inclusive indo em escola do ramo.   Não tem preocupação com autoria nos seus quadros.
     212 – Ser artista é um ato de rebeldia.    Algo como forçar a porta com cotovelos e joelhos para entrar no mundo dos artistas.  
     213 – O pai escritor...   “escreve umas coisinhas...”.    “O álibi de quem se desculpa, de quem quer entrar no salão mas não recebeu convite.”      Uma década e meia com um “buraco” para se dizer escritor sem ter publicado seus escritos.    Seu sucesso foi o gesto de resistir bravamente convencido de que é escritor.
     214 – Professor – esta atividade, sim, defensável perante os outros... ele enfim era alguém e alguém de uma certa importância.    Foi um jovem que não acreditava em Deus.
     Recomendo  a leitura do livro.    OLA.

domingo, 15 de maio de 2016

UMA MODESTA OPINIÃO SOBRE ELEIÇÃO DA PREVI - MAIO/2016

Vou dar minha modesta opinião sobre a chapa que acho menos pior para a Previ. Lembrando que estamos renovando parte do time que está administrando a mesma. Depois de ler um bocadinho de propostas das chapas e trocas de acusações, resolvi optar pela chapa 3 e a razão fundamental para mim foi o seguinte raciocínio. A chapa 3 tem o apoio (o que pode ser para uns positivo e para outros negativo) de N entidades sindicais. As entidades sindicais, bem ou mal, tem seus representantes eleitos pela Base. E esses candidatos no poder, em princípio, serão mais cobrados pela base e também terão mais respaldo da base para tentar se opor a eventuais políticas de governo (e temos governo novo na área!) que possam querer Achacar nossa Previ e outros Fundos. Sem querer ser o dono da verdade, modestamente defendo essa linha para o meu voto e cada um terá lá suas idéias e expô-las vai tornar o processo mais rico e efetivo. Fraterno abraço a todos.

outro blog meu :   orlandolisboa.blogspot.com.br    

terça-feira, 10 de maio de 2016

PALESTRA - COLETA SELETIVA DO LIXO – UNIÃO DA VITÓRIA – PR

RESENHA DE PALESTRA SOBRE DESTINAÇÃO DO LIXO – UNIÃO DA VITÓRIA – PR

Anotações da palestra feitas pelo Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida
06-05-2016 orlando_lisboa@terra.com.br (41) 9917.2552
A palestra foi proferida pelo Sr. Sidney que é Secretário do Meio Ambiente da prefeitura de União da Vitória-PR e Chefe de Gabinete do prefeito local. O evento ocorreu no Forum Lixo & Cidadania, cujas reuniões são abertas ao público, toda primeira quinta feira (das 9:30 as 11:30 h) do mês no auditório do 9º TRT Procuradoria do Trabalho no centro de Curitiba.
Ele compartilhou a palestra com a Engenheira Ambiental que atua na prefeitura local e faz parte da equipe que implantou a coleta e destinação do lixo urbano na cidade nos moldes atuais.
Antes das ações atuais, havia na cidade uma “coopergato”, um pequeno grupo de catadores, que trabalhavam na prática para um dono que ficava com a maior parte do que arrecadavam com reciclagem.
A prefeitura, na gestão atual, resolveu estruturar a coleta seletiva de forma inclusiva, respeitando a atividade dos catadores de recicláveis que atuam na cidade e isto está dentro do que prevê lei federal sobre o tema. A busca da sustentabilidade plena (ambiental, social e econômica).
Uma das ações da prefeitura foi mobilizar a comunidade para formação de uma Cooperativa nos moldes da lei e integrar à mesma os catadores. Com essa formatação, a prefeitura pode repassar recursos financeiros à cooperativa por ser esta formada por pessoas de baixa renda.
O projeto se chama Eco Cidade. São atualmente 64 catadores cooperados que trabalham na coleta e reciclagem do lixo, munidos de EPI Equipamento de Proteção Individual (luvas, macacão, etc), recebem alimentação em espaço adequado no galpão de trabalho. O galpão foi cedido pelo governo do estado, já que no local funcionou no passado um terminal de calcário para distribuição para correção de solos dos pequenos agricultores. O galpão fica em terreno de 50.000 m2 e a edificação tem 1.750 m2, munida de balança rodoviária com capacidade para 50 toneladas. Cada catador recebe atualmente ao redor de R$.1.000,00 por mês e todos pagam INSS e estão em dia com a previdência oficial.
A prefeitura repassa por mês R$.70.000,00 à cooperativa pelos serviços prestados, sendo que há por outro lado uma economia na medida em que vai muito menos volume de lixo para o aterro sanitário e a despesa de manutenção do mesmo caiu significativamente, assim como aumentou a vida útil do aterro sanitário, com ganho econômico e ambiental.
Já fizeram dois cursos com verba do Pronatec para os recicladores. Com isso os mesmos aprendem sobre os detalhes de cada material reciclável e a separação fica mais adequada e os materiais coletados e separados corretamente conseguem maior preço no mercado. Também na hora de negociar a venda dos recicláveis, os cooperados sabem quanto vale efetivamente cada material. (O curso é de curta duração e foi feito numa quinta feira à noite e num sábado pela manhã).
A cooperativa deles (64 cooperados) tem 3 diretores (Presidente, Financeiro e Secretário), sendo que pelo regimento interno ganham 3 salários mínimos por mês cada um, mais parte no rateio dos recicláveis coletados no mês.
Há um regimento interno da cooperativa para que a disciplina seja adequada, evitando bebida alcoólica, atrasos, faltas, conflitos, etc. Tudo que é comercializado é feito com emissão de Nota Fiscal eletrônica. A discriminação do valor que cada cooperado recebe por mês vai para um mural para que todos acompanhem o andamento dos negócios. O que foi produzido por mês, idem. Há contador para manter tudo em ordem.
A prefeitura articulou tudo, fez reuniões (onze) com a comunidade para que esta se integrasse no projeto separando o lixo reciclável e facilitasse as coletas. O prefeito sempre esteve presente nas reuniões para destacar a relevância do assunto e demonstrar o apoio ao projeto.
A atual presidente da Cooperativa é a Helena, que estava presente e usou a palavra. Ela atuou por dez anos como catadora, tem 27 de idade, é mãe e fez inclusive curso de informática, além dos cursos sobre recicláveis antes de assumir a presidência da cooperativa.
O Secretário da prefeitura diz que no começo (início 13-01-2013) o poder público tinha que acompanhar mais de perto as ações na reciclagem, mas na medida que a cooperativa passou a caminhar com suas próprias pernas, a prefeitura foi se afastando um pouco no sentido de consolidar a auto gestão do projeto pelos cooperados.
O material reciclável costuma vir limpo para a cooperativa, num trabalho da comunidade que separa o reciclável de forma adequada. Optaram pelo saco plástico de cor laranja (bem visível) para o material reciclável visando favorecer a coleta domiciliar. Alguém lembrou que há norma do Conama Conselho Nacional de Meio Ambiente que preconiza outras cores, mas o pessoal achou que no momento o mais relevante é consolidar o processo por lá e se mais à frente resolverem colocar nos ditames da norma do Conama, não causará trauma na comunidade.
No contexto do projeto, a prefeitura conseguiu aprovar uma lei municipal segundo a qual os comerciantes que distribuem sacolinhas plasticas junto com as compras, tem que distribuir 50% destas da cor laranja para apoiar a coleta seletiva local. Houve alguma resistência, mas no geral o povo apoiou e apoia o projeto.
Na lei está prevista uma multa de R$.50,00 a R$.500,00 para os domicílios/comércio que não separarem o lixo reciclável. Há um selo que é carregado pelos que fazem a coleta. Na primeira vez que a pessoa não separou, deixam um selo de advertência. Em reincidência, multa.
O aterro sanitário deles está licenciado para o período que vai até 2021.
No projeto, fizeram um trabalho de conscientização inclusive nas escolas. Crianças da quinta série fizeram trabalhos sobre o tema e participaram de concurso.
Apesar de tudo, sempre há uma ou outra manifestação contrária em rádio, TV ou jornal, inclusive nestes tempos em que se aproximam novas eleições municipais, o que já era esperado.
Deve estar na internet (Youtube, suponho) vídeo do Projeto Eco Cidade. Foi mostrado o filme de curta duração que explica o projeto deles.
Lidam com 800 t de lixo por mês. Coletores (cooperados) que acompanham o caminhão usam macacão, luvas, faixas refletivas para evitar atropelamento. A coleta dos recicláveis é em dias diferentes da coleta do lixo não reciclável lá.
Há transporte em ônibus, cedido pela prefeitura, para os cooperados se deslocarem até o galpão de trabalho. Há também café da manhã e refeição por conta da prefeitura. Afinal, os cooperados estão fazendo um serviço que é de interesse público.
Na reunião estavam presentes pessoas do poder público da cidade vizinha – Porto União-SC que é contígua com União da Vitória-PR e ambas são governadas por prefeitos do mesmo partido. Tentaram no começo fazer as ações de forma conjunta, mas não houve toda a sintonia necessária e Porto União acabou não acompanhando o projeto, mas estava presente nesta reunião e se mostram interessados na implantação também naquele município.
No município de União da Vitória era uma fração mínima (ao redor de 2%) do lixo que era reciclado antes do projeto. Depois o nível de reciclagem aumentou muito com a coleta seletiva. Isto gera renda para os recicladores e menos lixo no aterro sanitário, diminuindo despesa e afetando menos o meio ambiente.
Alguém dos presentes parabenizou o Projeto de União da Vitória e destacou que o sucesso tem tudo a ver com a Vontade Política de Fazer a Coisa Certa. Tem que a prefeitura abraçar a ideia e implementá-la. Há no mercado gente especializada no setor, inclusive engenheiros/as ambientais para que as ações sejam feitas de forma racional e dentro da lei. A comunidade sendo convocada costuma responder de forma muito positiva, já que o apelo ambiental é muito atual e relevante.
O Secretário municipal lembrou que em seu município, antes da administração atual não havia nem a Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Passou a haver porque a administração colocou foco no tema e decidiu apoiar a causa.

A Dra.Margaret perguntou sobre os resíduos orgânicos. O palestrante disse que eles tem o terreno grande (50.000 m2) que é mais que suficiente para fazer compostagem, mas a prefeitura suspeita que terá problema com o órgão ambiental estadual (IAP) por alguma questão de cheiro e consequente reclamação de vizinhos. A Dra. Margaret sugeriu que se a compostagem for feita de forma técnica e logo que o material chega, muito provavelmente não haverá problema ambiental e poderá haver mais uma alternativa de renda e menos material indo ao aterro sanitário. (End)