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terça-feira, 26 de dezembro de 2017

DESAFIO AGRONÔMICO - ANOS 80 - UM ALENTO DO BRASIL RURAL

UM ALENTO DO BRASIL RURAL
Eng.Agr. Orlando Lisboa de Almeida
Conclui a minha graduação em Engenharia Agronômica na ESALQ-USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz - em Piracicaba-SP). Casualmente a escola é de 1901, bem anterior à USP (1934) à qual foi incorporada. Me formei em 1976, eu aos 26. 
Meu primeiro emprego no ramo foi em 1977 pelo Banco Mercantil de SP, na parte de projetos agropecuários, sediado em Umuarama-PR atuando numa região que ia até o Rio Piquiri. Curiosamente, toda a região Noroeste do PR onde se insere Umuarama é areião e o solo é complexo para agricultura por conta do risco de erosão. Predomina por lá a pastagem. Andando pouco mais de 30 km rumo a Assis Chateaubriand, há o rio Piquiri e do rio pra lá, a terra em geral é roxa e fértil, com menos risco de erosão. Região de lavouras e muita riqueza. E o Rio não só divide as terras mas também "divide" povos do Norte (que colonizaram inclusive o Noroeste do PR) do povo "do sul" que colonizou a região de Toledo/Cascavel e que chega até a barranca do Piquiri. O cenário é esse. 
Vou falar um pouco de como se fazia a cultura de trigo em 1977 na região, deixando claro que tive pouco contato com a cultura na época porque eu ficava do lado de cá do Rio, do lado de terras arenosas e pastagens. 
Nas poucas vezes que eu "pulava o rio Piquiri", constatava que o pessoal ainda não usava técnicas de controle de erosão adequadas e chegavam a fazer curvas de "nível" com gradiente, ou seja, de forma que a água que chegava nas curvas desciam no rumo da divisa da propriedade que comumente era estreita e comprida da estrada para o fundo. Nas divisas entre as propriedades, erosões pequenas e erosões grandes eram comuns e os córregos sofriam com isso, além de fauna e flora. Sem contar o risco de acidentes com máquinas. Na década de 80 começou com mais força a adoção de práticas de terraços em nível que retém a água na lavoura e não provoca erosão, principalmente quando associado a plantio direto na palha, sem aração do solo entre um plantio e outro. Aqui então já destaco o progresso trazido pela classe agronômica, no sentido de combater erosão e o plantio direto que mantém a matéria orgânica no solo.
Outra prática que ainda ocorria na região (e suponho que era prática meio generalizada) era, após a colheita do trigo, queimar a palha que ficava na roça para "facilitar" o preparo do solo. Era contra toda a teoria e prática agronômica, mas o povo usava. E para queimar a palha rasteira ao chão, o agricultor amarrava um arame comprido atrás do trator amarrado a um pneu velho que era incendiado e que era arrastado pelo campo, queimando e pingando borracha em combustão, espalhando o fogo na palha. Era de doer o coração. Logo a prática foi abolida com o trabalho de orientação Agronômica.
A semeadura do trigo ainda na época era feita por muitos agricultores no sistema "a lanço". Não era feito em linha, como geralmente é feita semeadura. O gasto de semente era enorme. Nas ocasiões de passar com trator e implemento para pulverizações nas lavouras, amassava-se grande quantidade de plantas. Era o que se tinha para "hoje" para muita gente de então. A boa técnica colocou o pessoal na semeadura em linha e houve ganho econômico e ambiental.
Um resumo da ópera: Num olhar do Conjunto da Obra nos 40 anos (1977/2017) podemos fazer um balanço positivo da evolução nos cuidados com o solo e o meio ambiente e ganhos em produtividade nas lavouras em geral e do trigo em particular, sempre tendo à frente o trabalho do Engenheiro Agrônomo e seus auxiliares técnicos por uma Agropecuária mais racional.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

FICHAMENTO DO LIVRO - MANUSCRITO ENCONTRADO EM ACCRA - Autor: Paulo Coelho

FICHAMENTO DO LIVRO – MANUSCRITO ENCONTRADO EM ACCRA – Autor:  Paulo Coelho           15-12-17    (editora Sextante – 2012 – 175 páginas)
Fichamento pelo leitor:   Eng.Agr. Orlando Lisboa de Almeida
Página 18 – Invasão da cidade de Jerusalém no ano de 1099...
     No livro se refere ao personagem chamado Copta, um grego que fala ao povo da cidade na véspera da invasão dos Cruzados.
     19 – O Copta acredita no “Moira”, um deus desconhecido...
     21 - ... partam para os quatro cantos do mundo...
     26 - ... nos libertamos da carne ...      
     28 -  Falando da guerra:   “Só é derrotado quem desiste.  Todos os outros são vitoriosos”
     31 – “A derrota é para os valentes.  Só eles podem ter a honra de perder e a alegria de ganhar”
     32 -  (opinião do que faz o fichamento -  o personagem prega o conflito e não menciona o mérito de evitar conflitos...)
     38 – Quem nunca está só já não conhece mais a si mesmo”
     39 – Sobre o amor - “Na solidão, entenderão e respeitarão o amor que partiu. Na solidão, eles saberão decidir se vale a pena pedir para que retorne, ou se deverão permitir que ambos sigam um novo caminho”.
     46 – (algo bizarro)...    “Não tente ser útil.  Tente ser você...”
     52 – (frase que pode ter sentidos positivos ou negativos) -    “Sonhar não implica riscos.  Perigoso é querer transformar os sonhos em realidade”.
     56 – “A fé mostra que em nenhum momento estamos sozinhos”.
     62-  O Copta, solicitado, fala sobre a beleza:   “... nos deixamos levar pelo julgamento alheio”.
     65 – Sobre o desencontro no amor:    “Tentaram imitar os outros, quando o Amor buscava algo original”.
     72 - ... no impenetrável plano de Deus, sabe que está no caminho correto”.
     (curioso que o próximo não entra na parada)
     75 -  “O amor é um ato de fé, e não uma troca”.

     77 -  “É melhor ter amado e perdido do que jamais ser amado”.      END    

domingo, 19 de novembro de 2017

FICHAMENTO DO LIVRO - A ORIGEM DO EI ESTADO ISLÂMICO (2017)

RESENHA DO LIVRO – A ORIGEM DO ESTADO ISLÂMICO
Autor do livro:   Patrick Cockburn – Editora Autonomia Literária – 207 p.
Resenha (fichamento) pelo leitor:  Eng.Agr. Orlando Lisboa de Almeida   17-11-2017
     O livro foi editado em sua 5ª reimpressão em junho/2017 e é bastante atual.    Foi recomendado numa reportagem do jornal Folha de SP por ser o autor um jornalista muito premiado e que visitou ao longo do tempo mais de vinte vezes os países do oriente médio em conflito.   É considerado um dos mais entendidos do tema que é pauta de interesse mundial.     
     Destaques das páginas de introdução de Reginaldo Nasser.
     Sobre notícias desencontradas que correm pelo mundo atual...
...”pois a cura de muitos males demanda apenas a luz do sol”.
     Página 15 – “pelas lentes da mídia ocidental o EI Estado Islâmico aparece como um grupo irracional que age sem motivos políticos, movido apenas pelo ódio religioso”.
     16 – O EI conseguiu a proeza de unir Irã e USA no combate do mesmo.
     17 – O autor conhece como poucos a região do conflito, tendo ido dezenas de vezes por lá nos vinte anos recentes.
     17 – O autor até admite que o EI é jihadista, mas deixa claro que a “guerra  religiosa” não é tudo no caso.
     18 – Jihad não significa “guerra santa” mas significa luta, esforço.
     A radicalização tem a ver com a interpretação errada do wahabismo que é uma  das muitas correntes do Islã.   A Arábia Saudita é um dos lugares do wahabismo e difunde o mesmo pela região.
     O wahabismo nasceu no século XVIII e confronta-se com sunitas, sufistas, e considera os mesmos como  não muçulmanos.    E o wahabismo  é também contra judaísmo e cristianismo.
     O wahabismo é a ideologia oficial da Arábia Saudita.
     “Os maiores responsáveis pela difusão do wahabismo no mundo são os países árabes aliados ao mundo ocidental:  Arábia Saudita, Qatar e Emirados Árabes.
     20 – Sunitas (uma das correntes do Islã) no Iraque são deixados em segundo plano pelo governo e discriminados pelos xiitas.  Uma das causas de muitos sunitas do Iraque apoiarem o EI está nessa discriminação que inclusive lhes dificulta o acesso a empregos, etc.
     O EI ocupa Mossul  (livro de junho-17) e ameaça Bagdá.      Os dez anos de “estruturação” do Iraque pós guerra, no figurino do gosto americano, com gastos de 100 bilhões de dólares para estruturar a segurança estaria indo por água abaixo.
     20 – O EI atacou a prisão de Abu Gharaib que era um local dos  soldados americanos/ingleses/franceses torturarem inimigos na guerra do Iraque.
     22 – Países do Ocidente, USA, França e Inglaterra, na vanguarda articulando com a oposição ao governo sírio dentro da própria Síria.
     22 -  O autor do livro faz ressalva ao “repórter de guerra” porque entende que se deve contextualizar as ações militares com as intenções políticas em jogo.
     22 – O repórter dramatiza eventos para ter audiência.
     Ex:   Quando caiu Saddan, os repórteres mostraram tanques bombardeados.    O autor foi ver os tanques e estes ao serem bombardeados já estavam abandonados porque as forças iraquianas já achavam que não compensava defender Saddan e seu governo.
     Mostram as batalhas como algo simples entre o bem contra o mal e a realidade é outra e mais complexa.
     E destaca que os jornalistas que cobriram as guerras pelo ocidente em geral ficam “engajadas e protegidas” por um dos lados e assim sempre tendem a entender esse lado como o do bem e os do outro lado como sendo os do mal.
     23 – A guerra da propaganda.  Foram  vistos garotos num campo de refugiados sírios assistindo um filminho de gente sendo serrada com motosserra e o filminho imputando isso aos soldados alauitas (pró governo Sírio) contra os sunitas sírios.   Na verdade o vídeo era do México, do cartel das drogas.
     24 -  Ações dos USA que potencializaram a emergência do EI Estado Islâmico.    USA ataca o Iraque em 2003 e nesse contexto os sunitas passam a ser marginalizados.   Campo fértil para o EI conseguir simpatizantes e apoio.
     Em segundo lugar, o apoio dos ocidentais aos insurgentes na Síria.  Também isso ajudou o EI.
     O autor afirma que a guerra ao terror feita pelos USA foi um grande fracasso.
   (para continuar a leitura, clique no local informado...  )

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

PALESTRA - SER CRISTÃO NO NOVO MILÊNIO - MONSENHOR AGENOR

RESENHA DE PALESTRA/CURSO COM O MONSENHOR AGENOR
Anotada pelo Eng.Agr. Orlando Lisboa de Almeida   orlando_lisboa@terra.com.br
Público – Leigos da Arquidiocese de Maringá – PR

(Na ocasião  - 2001 - ele era da Diocese de Tubarão-SC)
O tema da palestra:   “Ser cristão no novo milênio”
     Nossa igreja hoje é uma barca num mar agitado que é o nosso mundo.  Não há como nos refugiarmos.
     Temos que, como igreja, estar inseridos no contexto.   Marchar com a humanidade.    A missão da igreja é estar na missão.   É um serviço gratuito.  Implica diálogo, respeito pelo diferente.
     Abrir espaço para semear as sementes do Reino.   Ser corpo de Deus no mundo.   Grandes desafios.   Um deles: a fome de sentido de vida, de razão para viver. 
    Há hoje uma invasão de espiritualidade praticamente no mundo todo.   A busca de felicidade pessoal “aqui e agora”.   Busca-se a felicidade e não se quer engajar na luta do “próximo”.
     Comum católicos que frequentam a Seisho No Ie, que acreditam na reencarnação.    Distorções.
     Há busca das tradições, dos valores autóctones.   
     O empobrecimento crescente do povo.   Os idosos são “insignificantes”.   Existem povos insignificantes, continentes insignificantes...
     O desafio da ecologia.   Sistema econômico de rapinagem.   O desafio da emancipação da mulher numa cultura patriarcal e machista como a nossa  com reflexo na própria Igreja.
     Deveríamos partir para a radicalização na democracia, onde as pessoas participassem e exercessem a Cidadania.
     Vai colocar o foco em um desafio, diante de tantos citados:  O desafio da experiência religiosa.   Hoje se vivem “religiões à la carte”.  Busco o que me interessa.   Mercado da religião, onde se consome ao bel prazer.  Seria o neo paganismo.   Misturam esoterismo, cromoterapia, etc.
     Há religiosos sem Deus, sem Igreja.   Religiosidade eclética e difusa.
     Grandes religiões:  Judaismo, Cristianismo e Islamismo.    Não crescem e passam por muitas fragmentações.
     Há hoje (2001) 48 formas de viver no Islamismo.  No Judaismo, mais de 10 formas.  No Cristianismo, uma série.   Em São Paulo (cidade) há ao redor de 3.000 igrejas cristãs.
     Amanhã falaremos das nossas tarefas, as saídas, formas de ação partindo de duas vertentes.    ( O curso foi de dois dias)
     ... erupção de manifestações ecléticas difusas.
     Comecemos a nossa reflexão:
     A erupção/exploração do religioso, da espiritualidade.    Por quê?
     Há um pensar que à medida que a ciência avançou, nos tornaríamos senhores do Universo e não precisaríamos mais de Deus.   Viveríamos na sociedade do bem estar.
     Houve filósofo que  afirmou que teria que ser tirado Deus “de campo” para o povo ser feliz.
     As sociedades mais avançadas apostaram alto nessa “erradicação” de Deus dos seus seios.    A Igreja na Europa (os teólogos) se preparou para dialogar com o homem ateu.
     Há hoje uma orientalização do ocidente.   É um amalgma de esoterismo, naturalismo, tudo misturado.
     Outros fatos a destacar.     Quando se colonizou a América Latina se satanizou a religião do povo nativo.    Antes, o catolicismo era hegemônico no mundo.
     Modernamente, partiu-se para a fé como opção pessoal.
     Até o Concílio Vaticano  II, as demais religiões eram coisa do diabo para o povo católico.    Esse concílio veio mudar isso.    Lançou inclusive um documento sobre a Dignidade Humana.     Admite outras experiências religiosas.    Um bispo católico conservador – o Lefevre – andou se rebelando contra isso e foi voto vencido.   O concílio aceitou que  há alternativa de se chegar ao Pai em outras determinadas religiões também.     Inclusive aceitou religiões não cristãs.
     Falou do relativismo religioso.   Com isso, não haveria uma verdade; haveria várias verdades.
     Falou das opções nas bancas de revistas.   A Auto Ajuda.    Leonardo Boff, Paulo Coelho, Bonfiglio, etc.   Um mercado do religioso, nas palavras do palestrante.  Há um mercado e o consumidor consome o que lhe convém.    Numa experiência religiosa sem comunidade, uma Igreja sem Doutrina.
     O relativismo e o ecletismo religioso.   Ler conforme a afetividade e a subjetividade de cada um.      O sincretismo religioso.    Achando-se que tudo leva ao Pai.      

Continua.....    (clicar no local indicado para continuar a leitura)

sábado, 23 de setembro de 2017

RESENHA DE PALESTRA - SUSTENTABILIDADE NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 31-08-17

     RESENHA DE PALESTRA  - SUSTENTABILIDADE NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

     Local da Palestra – Auditório do IFPR Campus Curitiba  31-08-17
     Palestrante:   Gisele  Doetzer  (DNIT)
     Ela atua há quatro anos no DNIT  Departamento Nacional de Infraestrutura do Transporte.     Ela tem especialização na Alemanha.
     Planeta Terra – sistema fechado.    Extremos de clima nos tempos atuais.    Seca/alagamentos/poluição.    Afetam inclusive a população.    Lixões/dengue, etc.
     Sustentabilidade – Ambiental, Econômica e Social.
     Desafio de conter o consumo desenfreado inclusive como parte das ações na busca da Sustentabilidade.
     Há que se ter o consumo responsável.    Sem agredir o meio ambiente.
     Visão holística:   do berço ao berço.     Que se preocupe com o produto de onde vem, como é feito, como se dá o destino aos rejeitos.
     Pensar no longo prazo.
     Os desafios na Administração Pública.    A Constituição Federal de 1988 em seu artigo 170 cobra ações nesse tema.   No artigo 225 consta que todos temos direito ao ambiente equilibrado.
     Artigo 174 -  Que as ações visando o meio ambiente equilibrado envolva um efetivo engajamento do Estado  (no sentido amplo).
     Falou um pouco do papel da Administração Pública como consumidora de produtos e serviços e os desdobramentos no meio ambiente.     De 10 a 15% do PIB do Brasil é movimentado pela Administração Pública.    Esta tem altos deveres no quesito ambiental.    Tem poder para influenciar o mercado sobre o que é mais adequado em termos de Sustentabilidade.
     Precisamos de tudo que compramos???    Evitar o desperdício.
     O desperdício é um gasto que não agregou nada de positivo.
     Gerador de resíduos.     Política dos 5 Eres:
Ø  Reciclar
Ø  Reutilizar
Ø  Repensar
Ø  Reduzir
Ø  Recusar  o que prejudica o Meio Ambiente
     PLS -  Plano de Logística Sustentável
     Na Administração pública tem que ser feita uma Comissão com no mínimo três servidores para elaborar e fazer o acompanhamento do PLS.
     O Decreto que trata do assunto traz sete temas.   Consumo de papel, de tonner (“tinta em pó” para impressoras), energia elétrica, copos plásticos, redução do uso de água e esgoto.    Qualidade de vida no trabalho está no contexto.
     Na IN Instrução Normativa 10/2012  (e Acordão 1056/2017, A3P) é cobrado que se   “tenha o apoio da Alta Administração para as ações do PLS”.     Se a alta administração não se envolve, os subordinados também não compram a idéia.
     A meta é buscar a participação de todos os servidores.    Ela recomenda que se faça persuasão para que os próprios fornecedores de serviços também se engajem nessa luta pelo meio ambiente, que é uma luta de todos.    Apoiar em treinamentos, etc.
     Citou como exemplo de dicas de encaminhamento.   Engajar os terceirizados para que estes sejam treinados para ajudar a buscar as metas do Plano de Logística Sustentável.
     O TCU Tribunal de Contas da União andou cobrando que essa busca pelo Desenvolvimento Sustentável seja levada a sério.
     Atualmente já são mais de sete temas contemplados.   São 11 temas.       
     CISAP Comissão Interministerial de Sustentabilidade na Administração Pública.
     IASA -  Índice de Acompanhamento da Sustentabilidade Ambiental.       Atualmente avaliam 11 eixos temáticos.
     Sustentabilidade em Redes GPS  Gestão Pública Sustentável.
     Os diferentes GPS interagem e as pessoas trocam idéias para aprimorar seus planos.     Fazem periodicamente um Forum Governamental de Responsabilidade Social.    Isto inclusive no Paraná.
     Ela destacou que no mercado há copos biodegradáveis feitos do bagaço da cana que se degradam em 4 meses.  Há também de derivado do milho.    Ela disse que por enquanto são bem mais caros que os de plástico e por isso a demanda ainda é pequena.    Tentam os órgãos públicos comprarem copos biodegradáveis, mas muitas concorrências resultam em desertas, ou seja, não aparecem fornecedores para suprir ao preço estipulado.     Atualmente cada copo biodegradável está saindo ao redor de R$.0,30.   Caro.   Espera-se que aumente o mercado e a oferta e em escala, o preço fique menor.
     Citou como referência positiva em Curitiba o TRT Tribunal Regional do Trabalho, que está bastante avançado no quesito Responsabilidade Sócio Ambiental e a Sustentabilidade.   Eles tem Comissão de Responsabilidade Ambiental estruturada e atuante.
     Na busca das Boas Práticas Ambientais temos inclusive a figura do Multiplicador  voluntário que articula e incentiva as ações.   No caso  do TRT do Paraná, eles contam com 244 multiplicadores e há até premiação por resultados positivos como incentivo.      Eles tem ações até na racionalização do uso de elevadores (o prédio tem ao redor de 10 andares).   Adotam campanha Devolve Móveis que não servem mais e que poderão ser usados em outros locais.    Eles articulam o Forum Lixo & Cidadania (do qual eu que anotei esta palestra participo há mais de dez anos – trabalho que envolve os catadores de recicláveis).   Há também o Instituto Lixo e Cidadania que tem página no Facebook e os protagonistas são os catadores e as catadoras de recicláveis de Curitiba e região.
     O próprio TCU Tribunal de Contas da União, até por cobrar dos outros ações com foco na Sustentabilidade, tem um bom trabalho nesse quesito.
     No DNIT há um trabalho articulado de Sustentabilidade, há PLS Plano de Logística Sustentável e eles contam inclusive com urnas para os colaboradores darem sugestões de incremento das ações.  Usam e mail para articular e motivar todos.
     Eles tem as metas e o acompanhamento destas que são expostas em mural para todos poderem acompanhar e se sentirem motivados a colaborar sempre.    Usam inclusive um sistema de cores entre verde, amarelo e vermelho para acompanhamento das metas item por item.    Verde, reduziu uso em 20% ou mais.   Amarelo, reduziu em nível abaixo de 20%.   Vermelho – aumentou o uso.
     O DNIT no Paraná tem 111 servidores.   Ela mostrou dados das metas aferidas do órgão.     Usam inclusive envelope vai e vem.  Dá para usar o envelope internamente por um bom tempo.
     Eles colaboram com o Instituto Fukuoka que é uma ong atuante na comunidade.
     Encerrou a palestra com a frase:    “Nós podemos ser a mudança que queremos ver”.   
             (disponível no blog   www.resenhaorlando.blogspot.com.br )
    
    

     

domingo, 10 de setembro de 2017

RESUMO DA PALESTRA DO PROFESSOR MARCOS POCHMANN (DA UNICAMP) NO 11º CONSENGE EM CURITIBA PR (SET/17)

RESENHA DA PALESTRA DO PROF. MARCIO POCHMANN NO 11º CONSENGE EM CURITIBA – PARANÁ  - 07-09-2017

     Consenge – Congresso Nacional de Sindicatos de Engenheiros
     Assisti a palestra e fiz as anotações do que pude destacar, dentro do entendimento que tive da fala.   
     TEMA: “Soberania, Desenvolvimento e o Papel do Estado Brasileiro”
     O palestrante é graduado em Ciência Política e tem Doutorado na Unicamp em Economia.    É pesquisador e professor da UNICAMP.
     Revela-se o acirramento da luta de classes no Brasil.  Disse que no enredo do “livro” da nossa história, o golpe pode ser apenas um capítulo de um conjunto de ações no qual podemos tomar rumos positivos como resultado da luta.
     Entre as décadas de 30 a 50 fomos o país que mais cresceu no mundo, mesmo contrariando os interesses dos USA.    Ele citou Osvaldo Aranha e seus planos para o desenvolvimento do Brasil.
     Diz que naquelas décadas, o Brasil optou por um foco na urbanização e industrialização.    Estamos com 195 anos de independência, mas sabemos que ainda há muita dependência.
     Perdemos recentemente uma batalha, mas não perdemos a guerra.
     O trabalho é uma variável dependente da capacidade de produção.   Há uma visão do trabalho labor, trabalho para a sobrevivência e que geralmente é alienado.     Ele falou do trabalho heterônomo – pela sobrevivência.
     O Brasil hoje é produto de pressão que vem de fora.   USA – 2008 e o estouro da bolha.   Reflexo pelo mundo.  Crise complexa.   USA deixa de ser a centralidade do capitalismo mundial.    Perde parte da capacidade de produção e trabalho; sua moeda perde força; suas forças armadas perdem poder relativo no contexto global.
     Antes dos USA, foi a Inglaterra a potência mundial.   Os USA passaram a potência mundial do período das Guerras para cá.
     O cenário atual é de MULTIPOLARIDADE de poder econômico e político.   Polos como China, Rússia, Alemanha, Índia, África do Sul. 
     A China desponta.     Lá fora, alguns países se prepararam para suportar as pressões.   Citou os casos, como exemplo, de Turquia e Venezuela.   Reforço das forças armadas, mexer na formatação da justiça para ter posição.    Politizar a classe baixa da pirâmide social.  Quem não fez essa lição de casa não tem resistido às pressões que vem de fora.
     China e os outros tigres asiáticos formam a nova Rota da Seda.  Eles tem o capital de 26 trilhões de dólares (quase o dobro do PIB dos USA que está na casa dos 15) para aplicar em outros países.  Essa hegemonia de capital gera poder geopolítico.
     O cenário também mostra mudança na sociedade urbana mundial, Brasil no meio.    (clique no local lindicado para abrir a continuação....)

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

PALESTRA - MINERAÇÃO E MEIO AMBIENTE (VALE DO RIO DOCE) 08-08-17

 PALESTRA -  MINERAÇÃO E MEIO AMBIENTE (VALE DO RIO DOCE)

     Local – Belém do Pará – na 74ª SOEA Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia – dia 08-08-2017
     Palestrante – Lucio F.Gallon Cavalli – Executivo da Cia. Vale do R. Doce
     Anotações feitas pelo Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida
     (uma resenha tem sempre suas limitações de entendimento e interpretação)
    
     O subtítulo da palestra é Mineração e Meio Ambiente – Tecnologia e a Vale no Mundo.
     Sede no Rio de Janeiro.  Presente em 26 países em cinco continentes.  Maior exportadora do Brasil.   Exportou 26 bilhões de reais em minério no ano de 2016.
     No ano de 2016 o Brasil teria exportado 12 bilhões de dólares em minério de ferro (1º lugar na nossa exportação) e 9 bilhões de dólares em petróleo (segundo lugar).
     Minério de ferro – foco em MG e em Carajás no Pará.   Produzem 64% do minério de ferro em MG e 36% no Pará  na atualidade.   
     A Vale produz minério de ferro, carvão, cobre, manganês, fertilizantes, etc.    Mineração demanda grande quantidade de insumos e ajuda a girar a economia regional.  No Pará, em um ano, recolheu a taxa de mineração no montante de 416 milhões de reais.     Emprega no Pará 21.000 pessoas com a folha de salários anual de 700 milhões de reais .
     Desafios da mineração – Licenciamento Ambiental.
     Falou do Projeto deles denominado S11D Eliezer Batista em Canaã do Pará relativo a minério de ferro.  (mostrou o vídeo do projeto que está no Youtube:  https://www.youtube.com/watch?v=LRiwTSbePRg )   Investimento de 14 bilhões de reais.   Sistema moderno de extração a seco.   Dispensa lagoas de resíduos.   Transporte na mina por esteiras e não por aqueles caminhões enormes.   Esteira, trem, porto.
     Esse projeto já vem  sendo implementado há anos (2009)  e vai elevar a produção anual de minério de ferro no Pará de 150 milhões de toneladas para 230 milhões.   Começou a operar em 2017.    Mostrou um vídeo do projeto.
     Eles possuem o direito de exploração em áreas de florestas e nas áreas delimitadas, colocam vigilantes para garantir a proteção ambiental e evitar ocupações irregulares.
     Na floresta amazônica da região do Pará, de uma área  de 79.000 ha sob domínio da empresa, usam em geral ao redor de 3% para a lavra e o entorno é preservado.   Nessa área citada detectaram ao redor de 300 cavernas.   Eles contam com uma equipe de 25 espelhólogos (estudiosos de cavernas) que fazem o levantamento das cavernas, inclusive em termos de fauna presente.
     A área citada fica perto do município de Parauapebas-PA.
     O BR era o maior exportador do minério de ferro e perdeu essa liderança para a Austrália que também produz muito minério e fica bem mais perto da China que é o maior comprador e no caso o frete é mais barato.     O Brasil está há 45 dias de navio até a China e a Austrália, há 15 dias.
     A taxa cobrada da mineração atualmente gira entre 2 e 4% do valor do minério e depende da cotação do mesmo.
     Custo do minério deles (da Vale).   No Pará eles tem um custo médio de 10 dolares por tonelada de minério de ferro e em MG, ao redor de 20 dolares.    Disse que o minério do Pará ajuda a viabilizar a exploração e exportação de minério deles.
     Ele disse que é possível conciliar a exploração de minério com a preservação ambiental.      Na soma das áreas nas quais exploram minério estão catalogadas ao redor de 4.000 cavernas.    Usam inclusive um pequeno robô especial para entrar nas cavernas para estudo e mapeamento de cada uma.
     Citou inclusive algo curioso.    Há ainda na lei um dispositivo segundo o qual a floresta tem que estar preservada num raio de 250 m ou mais de cada caverna e esse número nada tem de ciência.   Consta que um empreendedor no passado foi comprar uma área com caverna no estado de SP para desenvolver o turismo no local e ele se comprometeu a preservar ao menos 250 m de mata em torno dela.    Esse caso pontual virou parâmetro legal.   
     Um engenheiro da plateia do evento destacou que o setor de mineração, após o evento trágico do rompimento da Barragem de Fundão, está muito mal visto pela sociedade.
     O palestrante disse que realmente foi algo bastante negativo e a empresa reconhece os danos (e perdas de vidas humanas) e destacou que logo em seguida os empregados da Vale em MG tinham até que evitar sair com roupa que os identificavam com a empresa, pois eram hostilizados no trânsito, nas ruas.      A empresa resolveu encarar com humildade o problema e buscar soluções e maior aproximação e esclarecimento sobre as atividades para a sociedade.     (Esta palestra de certa forma se insere nesse esforço, digo eu)
     Ele inclusive relembrou que o setor da Agropecuária vem fazendo uma interessante campanha publicitária – o Agro é Pop.     Disse que o setor de mineração tem que também buscar a melhoria da sua imagem na comunidade.
     Sobre tecnologia, destacou itens como:  eles mantém um Instituto de Tecnologia Aplicada ao setor para formar mão de obra e desenvolver tecnologias inovadoras; já possuem alguns caminhões de grande porte que operam sem motorista dentro de algumas minas.
     Sobre responsabilidade social, destacou que mesmo sendo deficitário, transportam passageiros em suas linhas de trem de transporte de minério.   Citou o caso da linha no Pará até o Porto de São Luis no Maranhão e o caso da linha que liga Belo Horizonte ao Porto de Vitória-ES.
     Atualmente eles estão com mina inclusive em São Gonçalo do Rio Abaixo-MG, um pequeno município e tem feito um trabalho marcante de apoio à infraestrutura da cidade.
     Sobre o item uso da água e a consequente barragem de rejeitos, eles vem buscando aumentar a produção a seco.    Em MG estão atualmente com 60% de processo a seco e 40% com uso de água, cujo rejeito após o uso fica em barragem.     Já no Pará, a produção a seco é em proporção mais elevada.
     Há sistema intermediário, onde se usa um tanto de água, depois drena-se a água e se empilha o rejeito o que reduz muito o uso de barragem e oferece menor risco ambiental.
     Buscam a meta de ficar com apenas 20% da exploração de minério de ferro com uso de água e a consequente lagoa de rejeitos.   Atualmente eles contam ao todo com 144 barragens de rejeitos.
     Exploram também o minério manganês.     Quanto aos fertilizantes, estão em vias de repassar a terceiros o setor que não é muito o foco da Vale.
          orlando_lisboa@terra.com.br       (41)   999172552   - Curitiba - Paraná
    

     

sexta-feira, 21 de julho de 2017

FICHAMENTO DO LIVRO – REVOLTA DO CONTESTADO - PARANÁ X SANTA CATARINA

FICHAMENTO DO LIVRO – REVOLTA DO CONTESTADO
(o nome do livro é O Presidente Carlos Cavalcante e a Revolta do Contestado)
Fichamento elaborado pelo Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida
     Autor do livro:  Fredericindo Marés de Souza – Editora Lítero Técnica – Curitiba PR, 1987 – 1ª edição – 265 p.  (contém bibliografia sobre o tema)
     Na orelha do livro há uma relação de  livros com aspectos da história do Paraná, todos da chamada Estante Paranista.
     Ex:  Recordações de um Cosmógrafo de Cabeza de Vaca – Luiz Carlos Pereira Tourinho;
     Eles não Acreditavam na Morte -  (sobre o Contestado) – Fredericindo Marés de Souza;
     Relatos de um pioneiro da Imigração Alemã – Gustav Hermann Strobel
     Ao fichamento:      Curitiba era a chamada Quinta Comarca de São Paulo.
     Página 17 – A Província do Paraná foi criada pelo Decreto 704 de 29-08-1853 e instalada no dia 19-12-1853.   Esta última é comemorada.   Temos por aí muitas Ruas e Avenidas com o nome de dezenove de dezembro...
     No tempo da emancipação já havia a pendência de divisas entre o Paraná e Santa Catarina.
     17 – Fala do povo na busca ao “gado de vento”, bovinos criados soltos, sem dono, oriundos de gado dos jesuítas.   Muito gado se espalhou e ficou sem dono.      Essa ação dos Jesuitas teria sido ao redor de 1712 nos campos gerais do sul do Brasil.
     17 – 1720 – descoberta dos campos de Palmas e Lages, propícios à criação de gado.  Região de campo tem vegetação natural baixa e facilita o uso como pasto natural.
     20 -  ...”abastecer de sal as fazendas”  - região de Palmas.   Por via fluvial, já que não havia estradas pela região.
     21 – Já se falava em contrabandos...desvio da rota das tropas para não passar pelos  postos de cobrança de impostos.
     23 – Vila do Desterro, depois se transforma em Florianópolis.
     24 – Ficou em quase um século a turra entre os dois estados (PR e SC) pela divisa e assim a região ficou sem lei e sem jeito para cobrar impostos.
     30 – Para passar 550 bestas (muares), o fisco cobrou numa só barreira, 2.969 contos de reis, algo como 5% do valor dos muares.
     30 – Durante a  Guerra do Paraguai, parte da principal riqueza do Paraná era a erva mate.   Saia da região produtora em ramas, por carroça pela Estrada Dona Francisca até os Moinhos de Joinville.   De lá, após processada a erva mate era embarcada no porto de São Francisco do Sul rumo ao Mar Del Plata.  Lá na região importadora, elaboravam o produto de forma a agregar valor ao mesmo.
     32 – Paraná e Argentina em litígio sobre a região das “missiones”.   No fim foi decidido na sentença arbitral de Cleveland (USA) em 1895.
     37 -  Semi povoamentos de Rio Negro e Palmas, depois (1900) as atenções se focam em União da Vitória por causa da ferrovia chegando e valorização das terras.   A maioria das terras numa vasta região eram devolutas, pertenciam à União.
     38 -  Gente com armas (“bando”) descido do  Rio Paciência e do Timbó...  cometer tropelias...
     38 – Invade terra de um paulista de Tatui-SP – José Bueno de Camargo.
     40 – Conselheiro (de SC) Manoel da Silva Mafra age no conflito.
     40 -  O Sr. Barradas é destacado para defender o Paraná na justiça e este usa dados históricos fornecidos por Romário Martins (historiador paranaense)
     41 – Tempo de Anita Garibaldi em apoio ao povo de SC.
     42 -  Fala do caboclo comum por lá, conhecido por chiru.
     43 – Demétrio, gaúcho, que lutou no Cerco da Lapa (PR) junto com os federalistas depois ficou na região.   Era devoto do “monge” curandeiro João Maria de Jesus.
     44 – Viagem a “vapor” pelo Rio Iguaçu (ano 1906)
     45 – Coronel Amazonas Marcondes atuou na região.
     45 – Fala que o “bandido” Demétrio Ramos (gaúcho) era coronel e ativista pró SC no conflito.
     46 – Voluntários de “pau e corda”  (na marra) sertanejos que agem para ajudar os de SC.
      49 – Morre Vicente Machado (1907) e assume o vice, João Cândido Ferreira, médico, um dos heróis da Lapa.   Cargo de Presidente do Paraná.
     50 – Tendo morrido o advogado defensor (pelo PR) no litígio com SC, assume o lapeano Ubaldino do Amaral Fontoura para tocar a causa.
     51 – Timbó-SC era front de confronto entre o PR e SC.  Um dos locais.
     54 – Em 1910 já havia decisões do STF e  Embargos e também os Infringentes do julgado.   (o terno em destaque por mim voltou recentemente à mídia por conta de processos do Mensalão)
     54 – A tentativa de se criar o “Estado Federado das Missões”    (daí aquele discurso de O Sul é o Meu País numa edição recente e inconstitucional)
     64 – As maiores sumidades da época: Barradas, Mafra, Ubaldino, Carlos de Carvalho, Inglês de Souza, Sancho Pimentel, Epitácio Pessoa e Rui Barbosa.
     65 – Morre o Barão do Rio Branco que estava defendendo o PR na questão de fronteira.    Este foi indicado pelo PR e foi aceito por SC para mediação e ele morreu sem concluir a obra.
     66 – O PR teve crise na produção de alimentos  mais ou menos na década de 1910.   Empregos na construção da ferrovia, na erva mate, nas serrarias e no plantio de café, deixaram a produção de alimentos em segundo plano e houve desabastecimento.   Importava-se feijão e milho do RS, arroz de SP, açúcar do PE, manteiga de MG, carne do MT e trigo da Argentina.     Ainda em 1914 eclode a Primeira Guerra Mundial para complicar o cenário.
     72 -  O “monge” (que era um líder popular influente) declarou proceder de Tatui-SP.     A atual Lapa se chamava Vila do Príncipe.     O monge se instala na Lapa numa gruta que passou a se chamar gruta do Monge.
     72 – O “monge” pregava na Matriz da Lapa a convite do padre local.
     72 -  Tornou-se famoso com o nome de  João Maria de Agostini ou João Maria.
      72 – Consta que a Gruta do Monge foi visitada pelo Visconde de Taunay em 18-02-1886.
     73 – Coronel Telêmaco Borba...  1852...
     75 -  Aparece novo “beato” vindo do sul.  Esteve nos locais de combate.  Também o povo chamava-o de João Maria.   Diferente do anterior que só ficava no campo religioso, este tinha paixões políticas.
     83 – Relatos de curas memoráveis pelo beato.
     83 – Romarias até o local onde ficava João Maria.   Mesmo ricos fazendeiros precisando de curas iam até ele.
     85 -  O beato gostava de mascar fumo   (por sinal, costume muito comum na época).
     86 – Convidado pelo padre, não aceitou ir à missa nem a confissão.
     88 – A figura do “Coronel de Fazenda” e do Comissário de Polícia.   Tinham grandes poderes cedidos pelo Estado.
     89 – Açoite (1912) inclusive nos quarteis.
     95 – Na cantoria, o viva à monarquia e a Dom Pedro  (pelo povo simples liderados pelo beato).   O boato se espalhou e foi parar na capital, como uma ameaça subversiva....    

Continuará em mais duas etapas à medida que sejam transcritas do manuscrito para o Word.   (muito em breve)
    

     

2ª PARTE - FICHAMENTO DO LIVRO - GUERRA DO CONTESTADO PR X SC

... DO FICHAMENTO DO LIVRO - GUERRA DO CONTESTADO - PARANÁ X SANTA CATARINA
...............   parte 2..

     96 – Curioso que o termo “Monarca” no interior gaúcho denomina quem “reina” com os animais na vida de campeiro.   Nada a ver com Monarquia.
     97 -  Até tropas federais  foram enviadas para “cortar o passo do bando em armas”.
     98 – Oficiais, metralhadoras e 160 praças (soldados).       Década de 1910
     104 – Coronel João Gualberto .... impulsivo... jovem.
     105 – João Gualberto parte de trem com 265 praças para a região em conflito.
     106 – Coxilhas palmenses. (Coxilha: substantivo feminino  -  extensão de terra com pequenas e grandes elevações, constituindo uma espécie de ondulação, e na qual se desenvolve a atividade pastoril).
     107 – Não se conhecia nenhum ato de violência dos supostos insurretos.
     107 – O Monge João Maria manda emissários encontrar a tropa para dialogar com o comando.  Tinham 40 pessoas armadas de winchester e a proteção de mulheres e crianças dos fanáticos, isolando-os.
     116 -  Entre os soldados à noite, alguém acende vela, a mula se espanta, dá uma “passarinhada”  (balança para os lados) e lá se vai a metralhadora e pentes de bala para a lama e a água.   Tudo fica sem condição de uso imediato.
     117 -  A metralhadora falhou.   Após tiros dos soldados, surgem da mata entre 250 e 300 da defesa/ataque do Monge.  Facões à mão.    Uma bala certeira do Sargento Vergilio Rosa acerta o monge.
     118 – O Coronel João Gualberto leva dois tiros.     Os policiais batem em retirada deixando dez soldados mortos.
     119 – Do lado do monge, 13 mortos e 4 feridos.
     120 – João Gualberto achou que ia enfrentar meia centena de homens mal armados.   Achou que ia vence-los “a toque de clarim”.   (só pela ameaça...)
     120 -   O combate durou menos de uma hora.     João Gualberto morre e é enterrado num cemitério da região do conflito.
     121 – Dá a entender que oito dias após o enterro de João Gualberto, tiraram ele do túmulo e o levaram para a Capital (Curitiba) para um sepultamento apoteótico.
     125 – Tudo ocorreu no local chamado Irani. 
     127 -  Nesse tempo a sede da Província do Paraná era no Palácio Rio Branco, onde atualmente (2017) fica a Câmara Municipal de Curitiba.      Após essa derrota militar, o presidente da província do Paraná pediu ajuda federal.
     128 – Cita o tenente Manoel Eufrásio.
     128 – Federais – soldados destacados de Ponta Grossa.
     129 - ... tapejara dos sertões sulinos...  (substantivo . MG  - aquele que conhece bem o território; baqueano, vaqueano)
     129 – O local para se preparar o combate era em Palmas-PR.
     130 – Armas que ficaram em poder do adversário.  Incluindo a metralhadora e 4 pentes de 250 balas cada.
     130 -  O Irani, salvo o Faxinal dos Fabrícios, tinha 13 casas mais uma capela.
     131 – As tropas federais mandaram emissários e estes constataram que os adversários se espalharam rumo a SC para lugares como Campos Novos, Capinzal...
     131 -  Diz o autor que houve refrega e mortes dos dois lados e o saldo foi que a leva de federais fez o povo de lá entrar no eixo.   Paz.
      133 – Fizeram o julgamento dos “bandidos” e tudo ficou registrado no Cartório Criminal de Palmas.
     137 – “Eram intrusos e posseiros de terras devolutas à espera de medições oficiais, retardadas, ou que não vinham nunca.  (injustiçados pelo Estado).  Quando lá despontavam, vinham pejadas de enormes concessões aos privilegiados de ordem política, na maioria dos casos, estranhos à área e aos sacrifícios pela conquista do seu pedaço de chão”.   (O estado doava a terceiros, terra que tinha posse estabelecida com famílias morando e tirando o sustento da terra)”
     Estas glebas superpostas ao mundo dos posseiros e intrusos, desmantelava aquele reino de lavouras, ervais, pinheiros de corte, especulações e esperanças que aí se instalara.      Para agravar mais, ainda havia o conflito por divisas entre PR e SC.  Sem divisa estabelecida, nenhum dos dois estados dava assistência ao povo simples que lá vivia.   Era conflito e sangue.
     138 – “Viviam à moda indígena... em distâncias impraticáveis, desconhecendo o serviço público, o médico, o sacerdote...”
     138 – Alguns já tinham sido despejados de posses anteriores...
     139 - ... estudos, historiadores, etc.    “A brutal guerra seria, no fundo, uma revolta de camponeses espoliados”   (espoliado – que perde o que é seu)
     139 -  Concessão de terras para a ferrovia no apagar das luzes do Império, dia 09-11-1889.   Aí a vida dos posseiros que já eram um caos virou um inferno.     As terras perto do traçado da ferrovia foram concedidos à empresa empreendedora.   Terras já ocupadas.
     A concessão se dá ao Engenheiro João Teixeira Soares.    Trecho de Itararé – SP até o Rio Uruguai – RS.    Pela concessão, a empresa construía o trecho ferroviário e ficava dono de faixa de 9 a 30 km de faixa dos lados da ferrovia.
     140- o Estado (União) concedeu e a companhia ia expulsando (ou liquidando) os posseiros e colocando fogo nos barracos dos moradores.   Quando solicitado pela empresa, o Estado enviava forças de segurança para ajudar a expulsar os posseiros.
     140 – E veio também para a região a Southern Brazil Lumber, companhia americana para derrubar pinheiros para exportação.   “Insaciável devoradora de pinheiros”.    O diretor dessa companhia no Brasil era Percival Farquhar.
(este também é citado no livro Chatô, Rei do Brasil, do jornalista Fernando Morais.   Farquhar já representava grandes corporações de fora no RJ)
     A empresa Lumber era sócia da estrada de ferro também e monopolizou o uso de vagões deixando na miséria as pequenas serrarias da região.
     141 -  O caminho de ferro que geralmente é fator de civilização, para o povo da região foi o castigo total.     O autor cita que, ao contrário, na Argentina, ao fazerem novas estradas de ferro, distribuíam lotes de terras para pequenos agricultores e assim houve justiça social e desenvolvimento regional.   
     147 – Vasta bibliografia citada.  Uma delas.   “Corografia do Paraná” datada de 1899 de autoria de Sebastião Paraná.
     151 – A criação da UFPr Universidade Federal do Paraná, a primeira Universidade do Brasil.   As outras eram faculdades isoladas.    Na época dos conflitos.
     152 – Em 1913 a erva mate era para o Paraná o que o café era para SP.
     152 – Os carroções eslavos (em 1913) e o começo da concorrência com o trem e os primeiros carros e caminhões.
     152 -  A ação desastrosa do Irani (a Guerra injusta) custou além das vidas, 600 mil contos.    Na época a arrecadação do Paraná era de 6.000 contos por ano.
     153 – No auge do conflito de fronteira a ACP Associação Comercial do Paraná boicotou produtos de SC.
     154 – Pessoa de destaque em SC no episódio.   Ercilio Luz que apoiava a paz e a resolução do problema de divisas.    Em SC o presidente do estado na ocasião era Lauro Muller.
     155 – A jovem Teodora,  neta de Euzébio, como vidente, tem a visão do Monge João Maria.   E a notícia se espalha.
     157 – Euzébio vende o que tem para ir à cidade de Taquaruçu.  O filho Manoel (16 anos) é “ungido”  (ele era analfabeto).... obra de religião, justiça e caridade.

     162 – “Tanto o fanatismo político como o religioso, ao longo da história, produziu criminosos e heróis, mártires e santos”.    (O autor deste livro nasceu em 1911 e faleceu em 1968).    

    .......................    continuará com a parte 3 que será a parte final em breve.