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domingo, 9 de abril de 2017

Parte IV - Fichamento do livro - A RADIOGRAFIA DO GOLPE - Jessé Souza

Parte IV– Fichamento do livro – A Radiografia do Golpe – Jessé Souza
Página 59 - ... fundamento do capitalismo é o imperativo da acumulação infinita. Sem isso, teremos recessão e crises...
Na visão do autor – há quatro classes.
1 – Os endinheirados que comandam tudo.
2 – A classe média que inclusive faz a parte suja – professores, jornalistas, etc.
3 – Operários
4 – Os excluídos (a ralé)
O endinheirado busca também um capital cultural para ser aceito, para se relacionar bem e para se casar bem, etc.
Os da classe média além do capital cultural, tem que ter um pouco de capital econômico para comprar o tempo livre para os filhos estudarem por mais tempo e depois ficarem com as melhores oportunidades. (inclusive bons empregos públicos).
Os operários – seus filhos não tem chance.... (estuda e trabalha e nenhuma das duas facetas ficam no esperado) . Os filhos incorporam os pais de modo invisível e silencioso. Isto é fundamental para entender mecanismos sociais.
63 – Sobre os operários e os excluídos. “Não se pode, afinal, ensinar aquilo que não se aprendeu”. (sobre os pais e os filhos) Para os da base da pirâmide, a escola dos pais não fez diferença para estes e então não empolgam de incentivar os filhos na escola...
63 – Criança pobre cujos pais não leem, não tem livros, não se conta histórias, não há abstração nem estímulo, quando chegam à escola, não se concentram e não aprendem.
Entrevistadas, essas pessoas se conformam de “serem burras” pois foram à escola e não aprenderam. Mas não existe classe condenada. Condições favoráveis e vontade política podem ajudar a mudar isso. Escolas inclusivas. Quando a pessoa adquire capital cultural valorizado em seu meio, ela sobe na vida.
65 – “Ninguém de nós nasce com os atributos da disciplina, do autocontrole, do pensamento prospectivo e da capacidade de concentração”. São privilégios de classe social.
65 – O capitalismo tira onda de justo. Dizer que todos tem chances iguais.
66 - Hoje no Brasil se combate a agenda dos que executavam plano de combate à desigualdade. Por apoio da mídia que fez a cabeça, engajando os excluídos...
66 – Foi a luta de classes o motor mais importante para o golpe.
66 – A sociedade mundial geralmente segue uma dicotomia “moral” do justo e do injusto. Para tornar (legitimar) ações de injustiça por aqui, houve e há todo um processo de maquiar o injusto para que passe a ser percebido como justo.
67 – Na lei e nos contratos todos são iguais. Só que no mundo real não é isso que acontece.
67 – No Brasil há um abismo entre a igualdade formal e a hierarquia real. (exemplo é que só pobre que fica preso – os 3 pês – preto, puta e pobre)
67 – Este golpe de 2016.... motivado pelo conflito redistributivo da sociedade brasileira.
69 - ... “a necessidade primeira dos seres humanos não é o compromisso com a verdade... Nossa primeira necessidade afetiva a se impor é a de justificar e legitimar a vida que se leva.”
70 – Todos aqueles que se veem como representantes do espírito (os “superiores”) desenvolvem uma solidariedade com seus iguais e um preconceito contra aqueles que não compartilham de sua visão de mundo.
73 – Noção de dignidade do produtor útil. (que faz coisas, vende, ganha grana, gasta e aparece).
74 – O protestantismo vem “sacralizar” o trabalho. O que causa admiração – o trabalho e o bem comum... A autoestima das pessoas está muito envolvida com o trabalho útil.
75 – “Sucesso no trabalho e no Amor”. Um jargão popular. É a essência do mundo ocidental moderno.
76 - Classe que não consegue sair dela em países mais pobres: A “ralé”. No Brasil, a ralé é de 30% do povo; na África, 80% e 50% na maior parte da Ásia.
Esses 30% (caso do Brasil) são desconhecidos dos teóricos daqui e de fora. O autor estudou isso. Ele informa que o usual de separar as classes só pela renda como se faz por aqui não mostra o que há de real nas diferenças.
77 - As sociedades modernas se dizem justas e meritocráticas. A visão de dignos e indignos resulta em solidariedades e preconceitos que só perpetuam as diferenças.
78 – Meritocracia – a classe média acha que tem mais méritos e merece...
78 – Não é justo. O acaso faz alguém nascer na ralé. E nascendo nela injustamente está fadado a não sair dela.
78 – Nossa sociedade é perversa, tola e desigual. Perversa porque acusa a vítima do abandono como se esta tivesse escolhido o berço ou a falta dele ao nascer. Tola porque se houvesse estratégia para quebrar essa lógica, seria melhor para todos.
78 – Políticas públicas no Brasil estavam tentando promover a ascensão dos excluídos e houve reação das demais classes sociais.
80 – Nossa classe alta acha que está acima da luta de classes. “A postura da nossa classe endinheirada é extremamente míope, com lógica de curto prazo e extrativa, como a antiga classe escravocrata.”
..............Continua em breve a parte V (final).
orlando_lisboa@terra.com.br

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