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terça-feira, 4 de abril de 2017

Parte II - Fichamento do livro A Radiografia do Golpe - autor: Prof. Jessé Souza

segunda parte - Fichamento do livro - A Radiografia do Golpe
36/37 – Fala do Estado Patrimonial (idéia do Sergio Buarque sob crítica do autor deste livro), que vampirizaria a sociedade e se comportaria exatamente como o homem cordial faz com os outros na vida social. (conceito fica prejudicado em resumo. O ideal é beber na fonte, no original).
Holanda criou esse discurso que se tornou oficial sobre nosso povo e os demais cientistas replicaram isso.
37 – Volta a lembrar. Antes era a Religião e agora é a Ciência que dita o que é certo e o que está errado. Essas idéias se associam a interesses econômicos e políticos poderosos e passam a ser ensinadas em universidades, etc. São essas idéias dominantes que estão na cabeça de quem julga sentenças, de quem escreve nos jornais, dos formadores de opinião... essas pessoas não criam essas idéias...
37 – Buarque demoniza o Estado “patrimonial” e endeusa o mercado como reino de todas as virtudes. Nessa teoria de Buarque aqui contestada, “o mercado passa a ser.... a liberdade democrática, o empreendedorismo, a coragem do risco como a verdadeira fonte criativa e pulsante da sociedade.”
38 – Criamos uma sociologia vira lata para expressar nosso complexo de vira latas.
38 – Literalmente, todos os mercados capitalistas que lograram dinamismo o fizeram com ajuda decisiva do Estado, inclusive nos USA.
38 – Por quê demonizar o Estado se o Estado e Mercado são partes de um todo que não se divide? O Estado, entre outras coisas, zela pela segurança contratual... tem a justiça e política para ajudar nisso. O Mercado paga imposto ao Estado. Interagem ambos.
38 – A luta de classes no Brasil é reprimida como o medo da morte. “O controle do Estado e seu orçamento é centralizado... pelos interesses dos endinheirados.
Fundamental – A pecha de Estado Patrimonial...e, portanto, corrupto – serve para dois propósitos básicos: tornar invisível a corrupção legal e ilegal no mercado dominado pela elite do dinheiro e permitir a deslegitimação de todo governo comprometido com o uso do orçamento público para a maioria da população.
39 – Até bem pouco tempo atrás, só o servidor público podia ser acusado de corrupção (os empresários que os corrompiam ficavam de fora da acusação). Quando o Estado tenta se colocar a serviço do povo, a elite do $ começa uma grita sobre corrupção e derruba os que comandam o Estado.
39 – As “escolas” (correntes de pensamento) que continuaram uma tradição liberal conservadora. Sergio Buarque construiu e outros deram continuidade. Raimundo Faoro, FHC, Roberto da Matta e outros. Influenciaram os de direita e os de esquerda também.
39 – Livro de 1975 do Raimundo Faoro – Os Donos do Poder. Criticava o poder exercido pelos militares na época da ditadura. A esquerda embarcou nesse discurso dele, inclusive acreditando que a casta jurídica pode ajudar a governar para o bem do povo.
39 – As esquerdas acharam que apenas um programa distributivo dava conta de fazer justiça social. Há necessidade de, paralelamente, haver uma reflexão sobre o Estado em suas diversas dimensões...
39 – Agora o poder na mão da direita, que passa a se assumir como tal...
Essa captura do Estado pela elite do $ é a corrupção real e verdadeira, mas não é percebida enquanto tal, seja pela maioria da inteligência nacional ou pela imprensa comprada e sócia na rapina.
40 – A ira é contra o Poder Executivo. Os outros poderes não estão no papo.
42 – Lembra que no Brasil houve regime escravo e em Portugal não. A elite agrária e escravocrata se desenvolveu aqui no Brasil. Rapina e lucro imediato. Até hoje a elite aqui é rapina, imediatista e não tem um projeto de Nação.
42/43 – As tentativas de sair disso geraram golpe no Brasil. Getulio reclamava à filha que queria alguma proteção para os trabalhadores para estes não se rebelarem, o que prejudicaria até a elite, mas esta não compreendia isso. Getúlio, sobre as elites: “Eu quero salvá-los mas esses burros não percebem”.
43 – A esquerda tenta aliança com a “boa burguesia” (a elite industrial) que sabe que os salários reforçam o mercado interno e isso gira a economia.
43 – Entre 1930 e 1964 essa “parceria” foi levada mas desaguou no golpe de 1964. Modernizou o Brasil pouco e para alguns. Formou mercado para 20% do povo nesse período 1930-1964.
44 – Ernesto Geisel (general presidente) e o II PND Plano Nacional de Desenvolvimento. A busca de expandir a infra estrutura. Um Plano pressupõe pensar no Médio prazo, pensar nos outros atores do poder, pensar nas pessoas.
Elite sem planos. Indiferença afetiva é típica das elites extrativas e escravocratas (afinal os outros nem gente são).
Continua em breve na parte III (o livro tem 144 páginas)

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