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sexta-feira, 21 de abril de 2017

RESENHA DO FORUM LIXO & CIDADANIA – CURITIBA – 18-04-2017

RESENHA DO FORUM LIXO & CIDADANIA – CURITIBA – 18-04-2017
Anotações por:   Eng.Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida
     O evento ocorreu a partir das 14 h no auditório do MPT Ministério Público do Trabalho (TRT 9ª Região) em Curitiba – PR.   Contou com a presença dos Catadores de recicláveis (os protagonistas do evento), de pessoas ligadas a instituições e ongs diversas e muitos Secretários do Meio Ambiente de prefeituras do interior do Paraná.     A pauta é resíduos sólidos urbanos.
     A apresentação ficou a cargo da anfitriã, Dra. Margaret Matos, Procuradora do Trabalho e apoiadora da Inclusão social dos Catadores e da melhoria do sistema de coleta e destinação dos resíduos sólidos urbanos no Paraná.
     A tarde estava de casa cheia e havia representantes de muitas prefeituras, sendo que consegui anotar algumas: Lapa, Pinhais, Pontal do Paraná, Colombo, São José dos Pinhais, Bocaiuva do Sul, Araucaria, Contenda, Morretes, Campina Grande do Sul, Tunas do Paraná, Quatro Barras, Campo Largo, Quitandinha, Matinhos, Mandirituba, Guaraqueçaba (neste caso, inclusive o prefeito estava presente).
     Uma faixa dos Catadores :   “Deus Recicla, o Diabo Incinera”
     A Dra. Margaret citou a Lei 2.305/2010 regulamentada pelo decreto 7.404/10 que trata da Política Nacional de Resíduos Sólidos.     Ela nota que na prática, apesar da lei, tem havido resistência do poder público na maioria dos municípios, dificultando a ação dos Catadores.     A luta dos Catadores de Recicláveis vem de longa data e a conquista de uma Lei que é Inclusiva (dá protagonismo aos catadores) faz parte disso tudo.   Eles em geral se articulam ao MNCR Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis.   Há representantes dessa entidade nacional aqui em Curitiba e há vários integrantes desta representação aqui no evento.
     O Forum busca reunir as partes que são atores no tema para que se harmonize os procedimentos no sentido de que haja o cumprimento da lei, que o lixo tenha o processamento adequado e que tudo seja feito com Sustentabilidade plena, Social, Econômica e Ambiental.  
     Citou um pouco da lei 11.445/07 que diz respeito ao PNSB Plano Nacional de Saneamento Básico.    Neste também constam dispositivos sobre resíduos sólidos urbanos e a destinação correta.   Também há a lei 8.666 que tem a ver com o tema.
     A Dra.Margaret destaca que as prefeituras podem fazer contrato (na forma da lei) com as Associação de Catadores sem precisar fazer licitação.   Há documento que explica os termos. Será citado mais adiante por aqui.
     A lei tem viés social, econômica e ambiental.   Busca uma visão sistêmica e contempla inclusive a noção de Ciclo de Vida do Produto no meio ambiente.
    O catador quase sempre não consegue uma remuneração digna só de coletar e vender o material reciclável.    Ele pode e deve ser remunerado também pelo poder público por estar prestando um servido de interesse social.    Lembrar inclusive o detalhe de risco à saúde pública, do lixo jogado pelas ruas e terrenos baldios, propiciando mosquitos da dengue e outros.
     Catador – presta Serviço Ambiental e isso precisa ser quantificado e precificado e o catador pode e deve receber por isso.    E foi destacado que a lei prevê a Logística Reversa para as embalagens usadas, por conta dos fabricantes dos produtos.    Estes devem ser chamados a ajudar a pagar a conta do município neste tema do lixo e parte dos recursos deve ser carreado com critérios, aos Catadores.
     A lei busca – gestão integrada; controle social das etapas e da gestão.  Sempre tendo em mente que os Catadores tem que ser sempre de fato Protagonistas nas ações que envolvem a coleta de recicláveis e isto está na PNRS Política Nacional de Resíduos Sólidos.     Queimar (incinerar) lixo fere a lei inclusive por deixar de lado o catador.    A lei busca também os 3R  Reciclar, Reutilizar e Reduzir o lixo.     As tentativas de terceirizar para empresas incinerarem o lixo tem vários problemas, além do ambiental.   Em geral quem incinera cobra por tonelada e quanto mais lixo vier, melhor ao empreendedor, mas confronta inclusive com a meta de Reduzir a produção de lixo em prol do Planeta.
     Educação Ambiental – No decreto 7.404 no título IX trata das ações de Educação Ambiental.   Inclui conscientizar os geradores de produtos com embalagens que são descartadas e que devem, conforme a Logística Reversa, serem resgatadas para não irem parar no lixo.    Se tudo for feito conforme manda a lei, tudo o que é reciclável é separado e dado o destino correto e pouco sobra para ir ao aterro sanitário que ficará com vida útil muito maior com o menor impacto ambiental possível.
      A Dra.Margaret disse que até agora ninguém conseguiu provar que seja positivo do ponto de vista tecnológico e ambiental a incineração do lixo.  (o balanço energético dessa prática é negativo).
     Ela deu uma explicada sobre o termo “rejeito”.   É aquela fração do lixo que não tem forma tecnológica e econômica de reciclar e um exemplo é fralda descartável.
     Pela lei, resíduos sólidos urbanos incluem o lixo domiciliar e o material da varrição de ruas, praças, etc.
      Coleta Seletiva.     Planos Municipais para o setor.
     Falou da responsabilidade perante a lei, que é dos Prefeitos.      
     Citou o artigo 196 da CF Constituição Federal que trata de saúde pública.
     Citou também o artigo 225 da CF que trata da qualidade de vida e a questão ambiental, além de técnicas para preservar o meio ambiente.    Falou do princípio da Precaução.  Artigo 6. 
     Novas administrações tomaram posse recente nas prefeituras e nas alternâncias é comum até o grupo anterior sonegar informações do andamento de ações inclusive na área de resíduos sólidos urbanos.   Há prefeituras que estão sofrendo ações judiciais por causa da questão do lixo.    A Dra. Margaret sugere que estas procurem se informar e há meios de se adequar às normas e ir contornando as pendências no setor.
     Foi sugerido que se tenha um Site na Internet para as prefeituras e demais interessados troquem informações para a melhoria do setor.   Teve o apoio geral a idéia e será acionado o Instituto Lixo & Cidadania que tem colaboradores ligados à União, que prestam assessoria aos catadores.
     Por falar em assessoria, a Dra deixou claro que os órgãos públicos podem e devem assessorar os Catadores e suas entidades mas sempre na postura de apoio e não de tentar exercer Mando sobre os catadores.    Os protagonistas tem que ser sempre os catadores e isto está na Lei.
     As reuniões do Forum Lixo & Cidadania (que é aberto à comunidade) não terá mais reunião mensal e sim conforme a demanda.   Sempre a intenção não é pegar no pé de ninguém.   É de levantar os problemas e tentar em conjunto as soluções.
     Haverá premiação a prefeituras que se destacarem nas ações no setor.
      Dra Margaret explicou por alto a diferença entre Convênio e Contrato.  Convênio grosso modo é para repasse de verba.   Contrato (que se ajustaria ao caso das Associações de Catadores com o poder público) se ajusta para casos onde há uma prestação de serviço em contrapartida.   Eles tem modelos de contratos e orientam sobre os mesmos.
     Mostrado o título de um documento que tem diretrizes para o setor:   fazer busca no Google por “Encerramento dos Lixões e Inclusão Social”.
     Á Associações de Catadores que tem medo de fornecer informações sobre seus associados de medo de perderem  a Bolsa Família.   A Dra
explicou que a União geralmente monitora tudo mais pelo movimento na conta corrente dos beneficiários.
     Ela sugeriu também que os Contratos  sejam de cinco anos.   Contratos com pouco prazo ficam vencendo sempre e acarreta atrasos nos pagamentos dos associados.
      Frases na camiseta de um líder dos catadores presentes:   na parte da frente “Catador Organizado” e na de tras:   “Jamais será Pisado”.
     Embalagens de agrotóxicos.   Há lei específica sobre o tema.   No caso de Rio Negro-PR um representante daquele município disse que eles tem uma concertação local e os agricultores guardam as embalagens vazias para o dia da coleta.   No dia, caminhões coletam e dão o destino correto às embalagens vazias e para isso são remunerados pelos Revendedores de Agrotóxicos.
    
     Tenho há tempos participado do Forum Lixo & Cidadania e entendo que é uma forma bastante adequada e participativa de buscar solução para a questão do lixo, na forma da lei e respeitando a Inclusão Social dos catadores.        Já publiquei várias outras reuniões do Forum na página do meu blog.     www.resenhaorlando.blogspot.com.br    (41)  999172552

             orlando_lisboa@terra.com.br     Curitiba PR

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