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segunda-feira, 19 de março de 2018

PARTE IV - PALESTRA DA MÉDICA/PESQUISADORA ADA CRISTINA PONTES AGUIAR - VALE DO CARIRI - CEARÁ - UFCE UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

RESENHA DA PALESTRA DA MÉDICA/PROFESSORA ADA CRISTINA PONTES AGUIAR –  NO SEMINÁRIO  VIVA SEM AGROTÓXICOS
     Local do evento:   Curitiba PR – Dependências da UTFPR   15-03-18
Evento: SEMINÁRIO INTERNACIONAL – VIVA SEM VENENO
     Anotações feitas pelo Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida
     A pesquisadora é ligada à UFCE Universidade Federal do Ceará, unidade Campus Cariri.   Pertence ao Núcleo TRAMAS da UFCE.
     Tema :   Saúde Coletiva, Meio Ambiente e Segurança Alimentar.
     TRAMA  Trabalho, Meio Ambiente e Saúde.    O grupo tem várias áreas de conhecimento em estudo e aplicação.
     Ela atua no Baixo Jaguaribe, Vale do Rio Apodi.     Coordenadas geográficas 5º08’ Norte e 37º58’ W.  (altitude em relação ao mar:  139 m)
     Lá há fruticultura comercial irrigada em larga escala.   Ela disse com base nos estudos que lá esgotaram o solo, a água e os trabalhadores.    Vários agricultores desistiram desse uso intensivo do solo com fruticultura e outros persistiram.   Maior ênfase em banana e melão.    Citou duas comunidades estudadas:   Tomé e C. do Meio  .    A zona urbana de ambas está encurralada pelas plantações.  Contaminação da água, do solo e do ar por agrotóxicos.     A água quando chega às comunidades já passou por uma série de lavouras e já vem prejudicada pela poluição química.
     Lá pelo ano 2000 é que começou o problema com a intensificação das lavouras irrigadas.       Ela fez um estudo com apoio do CNPq e publicou.  “Estudo epidemiológico.....   Saúde”   Não consegui anotar nos detalhes.
     Constataram presença de resíduos de agrotóxicos no aquífero Jandaiba que ajuda no abastecimento da região.   Ocorrência de resíduos em 6 de 10 amostras coletadas.   Entre 3 e 12 ingredientes ativos de agrotóxicos em todas as 23 amostras coletadas.
     Há contaminação do ar também por agrotóxicos.
    Um líder comunitário – Zé Maria do Tomé – foi assassinado por reiteradas denúncias de problemas ambientais na comunidade dele.   Ela mostrou foto dele entrando numa lagoa poluída para retirar dela embalagens vazias de agrotóxicos, como forma de protesto.      Em relatos de Sousa, 2015 há comprovação de resíduos de glifosato no solo e água.   Mostrou também resultado de pesquisa publicada por Raquel Rigotto, 2011, integrante do IF Instituto Federal sobre resíduos de agrotóxicos.   Citou três municípios abrangidos pela pesquisa no Vale do Apodi e um deles é Limoeiro do Norte-CE.
     Quando vão discutir o tema lá no Nordeste, o pessoal tenta desacreditar os fatos alegando que no contexto nacional a questão é irrelevante porque o Ceará seria apenas o 20º estado do BR em consumo de agrotóxicos.   Acontece que em determinadas regiões do estado, como no que está em pauta, o problema é sério e vem afetando a saúde da população.
     Na região do Vale do Apodi foi constatado em estudo que 97% dos trabalhadores estão expostos aos agrotóxicos.    Exposição a uma gama entre 4 a 30 diferentes ingredientes ativos de agrotóxicos.    Há sintomas de intoxicação agudas, alterações hepáticas, alterações hematológicas segundo estudos de Maciel, Rigotto e Alves, em 2011.   Nos três municípios integrantes da região de Limoeiro do Norte-CE a pesquisa constatou que há uma incidência de morte por câncer 38% maior que em outras regiões do estado do CE.
     Há outro estudo que correlaciona e já constatou maior incidência em câncer juvenil naquela região de Limoeiro do Norte-CE em relação ao restante do estado.     Na comunidade de Tomé, que é bem pequena, não tinha histórico de nascimento de crianças com má formação e começou a ocorrer, assustando a população.    Inclusive vem ocorrendo casos de puberdade precoce.
     Entre trabalhadores, feitas análises de sangue e em 19 amostras, 11 tinham resíduos de  agrotóxicos organoclorados que há tempos são proibidos.
     O SAAE Serviço Autônomo de Águas e Esgoto – também constata contaminações químicas na água.
     A palestrante encerrou a fala dela com a declamação em vídeo de um poema de protesto de Maria do Levi, moradora da comunidade do Tomé.

          

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