Carolina no passado em Minas Gerais onde nasceu, já colheu algodão.
Véspera de Natal, catando papel na rua. Vai passar no Centro Espírita Divino Espírito Santo onde ajudam os pobres.
A filha Vera ganhou no comércio uma boneca dada por uma senhora. Vera ficou muito feliz e disse que ia rezar para essa senhora ser feliz e que ia ensinar a boneca a rezar também.
... Sobre a infidelidade conjugal e as falas das vizinhas. “A língua das mulheres é um pavio. Fica incendiando”.
As crianças jogando bola, inclusive os filhos da Carolina. “Eu não implico com as crianças, porque não tenho vidraça e a bola não estraga as paredes de tábua”.
No diário, 16/01/1959: Carolina registra que neste dia está triste porque a editora dos USA The Read Digest devolveu o original do livro dela por não aceitar a publicação.
Carolina e o flerte com o cigano Raimundo, nascido na Bahia. ...”sua beleza é igual ao mel atraindo as abelhas”. ...”acho graça de um sururu que houve aqui na favela... .... xingamento de negra ordinária...”
O frei que vem rezar missa na favela colocou o nome no local de Bairro do Rosário.
“Não nasci ambiciosa. Recordei um trecho da Bíblia “não acumule tesouros, porque lá estará o seu coração”. “Sempre ouvi dizer que o rico não tem tranquilidade de espírito. Mas o pobre também não tem porque luta para arranjar dinheiro para comer”.
Ela engordou um porco a meia. Um vizinho deu um porco magro para ela engordar e depois abatiam e cada um ficava com a metade.
O dia de matar o porco foi um agito na favela. Carolina não deu nem vendeu nada do porco para os vizinhos. Precisava de tudo para sustentar sua família.
Carolina em maio de 1958 visitando a Academia Paulista de Letras onde um repórter iria entrevista-la para a revista O Cruzeiro (muito popular na época).
“A vida é igual a um livro. Só depois de ter lido é que sabemos o que encerra”.
...”A minha vida, até aqui, tem sido preta.”
“O senhor Manoel chegou. Agora eu estou lhe tratando bem, porque percebi que gosto dele”.
... “A Vera não queria comer aveia. Dizia: eu não gosto. Dei-lhe uma surra e ela comeu”.
Saiu a reportagem com a Carolina na revista O Cruzeiro de 10-05-1958. ...”jantei e depois cantei a valsa Rio Grande do Sul.”
Carolina foi recebida no Diários Associados de propriedade do Assis Chateaubriand. Ele que chegou a ter 34 jornais e várias emissoras de televisão. (Nota do leitor aqui: Era tipo a Rede Globo da época. Li Chatô, Rei do Brasil, de autoria do Jornalista Fernando Morais - esclarecedor).
“Estou na sala bonita. A realidade é muito mais bonita que o sonho”.
Continua no capítulo 10 - final
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