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quinta-feira, 13 de março de 2025

Cap.1/8 - fichamento do livro TRILHOS, CAFÉ E TERRA VERMELHA - Autor: Jornalista ROGÉRIO RECCO


Autor do livro: Rogério Recco
Este exemplar foi presente de um colega Engenheiro Agrônomo, Digiovani, que me trouxe em mãos porque sabe que gosto do tema e que faço um fichamento que pode dar oportunidade para que outras pessoas tenham contato com essas Memórias do desbravamento do Norte do Paraná.
O autor é jornalista radicado em Maringá-PR, meu conhecido e tem vasta experiência na área editorial.
O livro descreve a trajetória do Engenheiro italiano Amedeo Boggio Merlo, que participou da construção de ferrovias no Brasil entre 1920 e 1930 incluindo o trecho Cambará PR e a sequência desta rumo à região de Maringá PR por etapas.
A ferrovia foi bancada num pequeno trecho inicial por cafeicultores que buscavam escoar a produção de café que estavam implantando na região Norte do Paraná, via férrea, até o Porto de Santos-SP.
Em seguida uma companhia inglesa, que tinha adquirido uma gleba enorme de terra fértil e mata virgem no Norte do Paraná, passou a continuar a obra no rumo do que viria a ser Londrina, Apucarana, Maringá - PR. Tudo isso em terras da gleba enorme que adquiriu a preço muito baixo do governo paranaense.
Para explorar a região e escoar a produção de madeira e produtos da agropecuária, a ferrovia era essencial. Inclusive a região praticamente não tinha estradas e o que se tinha era caminhos sem pavimento que ora era poeira e ora era lama que tornava os trechos impraticáveis.
O trem traria a colonização para a região por caminhos mais seguros.
Consta que o Engenheiro Amedeo documentou bastante a região por meio de anotações, filmes e fotos que ele buscava fazer consciente de que estava ajudando a "fazer a América" como diziam os imigrantes que vinham da Itália rumo a dias melhores por aqui.
Apresentação
A companhia inglesa era a Paraná Plantations. Ela começa a trabalhar no Norte do Paraná entre os anos de 1928 e 1929. Aqui ela era representada pela CTNP Companhia de Terras do Norte do Paraná.
Para realizar o empreendimento, a empresa contratou mão de obra na região e pessoal especializado inclusive trazido do exterior.
A gleba foi adquirida em 1925 "a preço de banana", junto ao governo do estado do Paraná. A área adquirida pela CTNP era de 13,2 mil km2 que equivale a 1,32 milhão de hectares, sendo cada hectare igual a dez mil metros quadrados. Algo perto de nove vezes o tamanho do município de São Paulo.
Tudo será retalhado e loteado como lotes urbanos e rurais. A CTNP passa a ter sede em Londrina, criada em 1929 e esta cidade tem seu nome inspirado em Londres.
Em 1929 o Império Britânico, já meio ofuscado pelos USA, ainda ocupava quase um quarto dos territórios do planeta e também abrangia a população de quase um quarto do planeta. Dessas dimensões vem um dito popular que "O sol nunca se põe no território do Império Britânico".
Em 1929 o Brasil estava fraco de finanças. Ano da quebra da Bolsa de NY que espalhou recessão pelo mundo. E as cotações do café que exportávamos caiu muito de cotação trazendo crise ao País.
Como foi dito, nos anos 30 a região Norte do Paraná eram praticamente em mata e pouco povoada. Pouca gente, poucos caminhos e a ferrovia seria o elemento que traria a ocupação da área de forma produtiva.
O Engenheiro Amedeo, filho de italianos, nasceu na Argélia (norte da África). O pai era construtor e estava por temporada na Argelia em serviço residindo lá com a família quando Amedeo nasceu e tinha dupla cidadania.
O jovem imigrante Amedeo já tinha trabalhado em ferrovias antes desta no Paraná, sendo uma delas, um trecho da estrada de ferro Santos a Jundiai-SP. Atuou pela CTNP na construção da ferrovia Cambará a Londrina entre 1929 e 1934, fazendo parte da equipe técnica.
Amedeo por ter o habito das anotações e das filmagens e fotografias, montou um importante acervo para a memória da colonização da região Norte do Paraná.
Numa ocasião dois príncipes da Coroa Britânica vieram até o Paraná para acompanhar o andamento das obras da ferrovia e da colonização em si. Isto no ano de 1931.
Amedeo, percebendo o potencial da região, montou para si uma serraria e uma olaria que fabricava telhas e tijolos, muito demandados na região naquela época. Montou no povoado de Nova Dantzig, depois chamada de Cambé-PR
Em 1940, Maringá-PR era então uma pequena vila do município de Apucarana. (página 17)
Amedeo comprou em Maringá 250 hectares de terra em 1944. Em 1957, ele transfere sua serraria para Umuarama-PR que estava na segunda parte das glebas compradas pela CTNP. Ele morreu aos 66 anos de idade perto de Curitiba num acidente aéreo em 1967.
segue no capítulo 2
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João Francisco de Oliveira, Sandra Tuca Bassili e outras 5 pessoas
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