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domingo, 16 de março de 2025

Cap. 2/8 - fichamento do livro - TRILHOS, CAFÉ E TERRA VERMELHA - Autor: Jornalista ROGERIO RECCO

 Capítulo 2                                                       março de 2025

 

     Página 21 – Capítulo – Primeira Parte – Os cafeicultores avançam rumo ao Norte Pioneiro do Paraná

         Um dos pioneiros dos desbravadores das matas da região foi o cafeicultor paulista Major Barbosa Ferraz.    Era cafeicultor em Ribeirão Preto-SP.

         O Norte Pioneiro do PR conta com solos férteis, relevo ondulado, altitudes entre 400 e 700 m acima do nível do mar.    A cidade de Jacarezinho-PR foi fundada em 1.900, sendo das mais antigas do Norte Pioneiro.

         Curiosamente essa nova fronteira para o café em parte decorre do Convênio de Taubaté SP de 25-02-1906, celebrado pelos governos de SP, RJ e Minas Gerais para frearem a expansão da cafeicultura nos seus estados visando sustentar os preços para o café.

         O norte pioneiro do PR era praticamente inexplorado e havia muitas terras devolutas, que pertenciam à União Federal.   Na Constituição de 1891 as terras devolutas passaram à alçada dos respectivos Estados da federação e regulamentados por lei de 1893.

         Barbosa Ferraz era conhecido por Tonico Barbosa.   Foi dos pioneiros em explorar áreas no Norte Pioneiro do PR com formação de lavouras de café.

         O café puxando a colonização, tendo como empreendedores, cafeicultores paulistas.   Havia a linha férrea que ligava a vizinha Ourinhos-SP ao Porto de Santos.   Em Santos, também fica a Bolsa do Café.   Em decorrência disso tudo, o Norte Pioneiro tem mais influência de São Paulo do que de Curitiba que é a capital do Paraná.

         O governo paranaense, vendo o “perigo paulista”, trata de tentar construir ferrovia ligando o Norte Pioneiro ao Porto de Paranaguá.

         Construir ferrovias na época era caro porque demandava muito material importado da Europa.  Esta que passou por duas grandes guerras em período relativamente curto.

         Quando começou a expansão do café no Norte Pioneiro, já havia outra ferrovia que ligava São Paulo ao Porto de Rio Grande no RS e passava pela região de Jaguariaiva-PR.    O Paraná tentou puxar a ferrovia que demandava Santos via Ourinhos-SP através de um ramal que chegaria a Jaguariaiva-PR e desta, acessar o Porto de Paranaguá.    O problema é que esse ramal dava uma volta de uns 300 km e tudo ficava moroso e caro.

         Falta Estrada

         A saída é o trilho.    A estrada de ferro no Norte Pioneiro ia a passos lentos e “desmaiava” a obra por falta de dinheiro.   O povo fazia piada.   Entre 1912 e 1930 a obra da ferrovia conseguiu atingir somente 152 km.

         Em 1924 o Norte Pioneiro já tinha expressiva área cafeeira:

         7 milhões de pés de café em Jacarezinho-PR

         6 milhões em Ribeirão Claro-PR

         2 milhões em Santo Antonio da Platina PR e

         2 milhões em Siqueira Campos PR

         A fazenda Água do Bugre

         O cafeicultor Tonico Barbosa e outros, fundaram Cambará-PR em 1924.   Terras férteis cobertas de mata e quase sem estradas.    Tonico compra 5.000 há (cada hectare são 10.000 m2) de terra virgem para derrubar o mato e plantar café.    Monta assim a fazenda Água do Bugre.

         Os cafeicultores se cotizam para construir a ferrovia visando chegar até a vizinha Ourinhos, já no estado de SP e ligada ao Porto de Santos.

         O projeto ficou a cargo do Engenheiro paulista Gastão de Mesquita Filho.  Ele já tinha experiência na construção da ferrovia Noroeste de SP na região de Bauru-SP.

         Isso contrariava o interesse do governo do Paraná que buscava fazer a ferrovia ligar o Norte Pioneiro com o Porto de Paranaguá-PR.   Busca o estado puxar o ramal do Norte Pioneiro, via Jaguariaiva-PR para chegar ao Porto de Paranaguá.

         Por volta de 1920 a erva mate que era importante item de exportação do Paraná estava em decadência pela expansão da produção da Argentina.

         O Contratempo

         Em 1923-1924 o governo de SP se rebela contra o Governo Federal e até a população civil paulista participa do conflito armado.    O governo federal bombardeia vários locais da capital paulista.   Cita-se mais de 500 mortes no conflito.

         Continua no capítulo 3

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