Capitulo 8/9
Capítulo
– São quatro cidades-polo. Amedeo se
torna fazendeiro
Londrina,
Maringá, Cianorte e Umuarama PR.
Aliás, Cianorte leva no nome referência à Cia Melhoramentos
do Norte do Paraná.
Os corretores a serviço da CMNP eram chamados de picaretas e
os que chegavam interessados em comprar terras eram os “jacus”.
As derrubadas das matas sempre tinham acidentes com os
operários. Derrubar no machado e picadas
com foice. Depois da derrubada, retirar
a madeira nobre e queimar o que sobrava.
Deixar a área livre para plantios.
Plantio de café principalmente. No meio dos cafezais, costumavam plantar o
que chamavam de “lavoura branca” de ciclo curto para manutenção das
famílias. Lavouras como arroz, feijão e
milho.
Anos de boas safras, preços do café oscilando para baixo,
safras ruins, preço subindo. E tinha
sempre o fantasma das geadas fortes.
Muitos cafeicultores se davam bem no negócio e sempre havia
uns outros que não acertavam e poderiam sair mais pobres do que chegaram.
O avião torna o trem obsoleto
Já na década de 1940 o trem, por ser lento e ter muitas paradas,
já passa a sofrer a concorrência com os aviões.
Paranavai – PR foi fundada em 1961.
Amedeo comprou mais uma fazenda, desta vez em
Paranavai. Só que o local é de terra
arenosa e bem menos fértil que a terra roxa do eixo Cambará a Maringá. Terra arenosa e muito mais suscetível à
erosão.
O café não se dá bem em Paranavai por conta da fertilidade
baixa, erosão e ataque de nematoides que atacam o sistema radicular do cafezal
e derruba a produtividade.
No livro, entre os pioneiros de Maringá, são citados família
Bulla, Romero Fontes (que conheço).
Umuarama PR, a derradeira etapa da colonização pela CMNP. A cidade foi fundada na última gleba
adquirida pela CMNP. Era a Gleba
Cruzeiro com 40.000 alqueires. Foi
comprada em 1952.
Umuarama em dez anos, de área de mata, em 1961 já é uma
cidade com 50.000 habitantes. (Cheguei
como Eng. Agrônomo recém formado em Umuarama em 1977, logo depois da grande
geada de 1975 que arrasou os cafezais do Paraná).
Ocorre que Umuarama também tem solo arenoso e o café não se
desenvolveu bem nesta região, semelhante ao que ocorreu em Paranavai.
No local a cafeicultura foi substituída por pastagem e
criação de bovinos.
Eu, leitor, atuando profissionalmente no setor de Crédito
Rural do Banco Mercantil de SP que tinha vínculo com a CMNP, presenciei a
debandada de muitos pequenos produtores de café atingidos de forma radical pela
geada. Muitos seguiram para Rondônia e
Mato Grosso, onde conseguiam comprar extensões de terras bem maiores, apesar da
carência de estrutura. Era um recomeçar
com derrubada da mata, plantio e assim por diante.
O autor do livro cita que após a geada de 1975 Umuarama
chegou a perder dois terços da população.
O café ocupava bastante mão de obra e as pastagens de gado envolvem ocupação
de poucos empregados.
Voltando ao trajeto do Engenheiro Amedeo. No começo da colonização em Umuarama PR,
havendo muita madeira das derrubadas das matas, Amedeo transfere sua Serraria
Aratimbó de Arapongas para Umuarama.
Capítulo – Nada de Improvisos
Nos anos 1940 Amedeo já registrava seus empregados. Coisa rara no setor em sua época.
Em 1950 a serraria dele tinha 47 empregados. Em 1958, com o declínio da oferta de madeira
para serrar, a empresa estava com 22 empregados.
Quando a serraria de Amedeo estava em Umuarama era comum as
concorrentes locais não registrarem os empregados e supunha-se que viviam se
acertando com os fiscais do governo.
Fiscais estes que sempre faziam operação pente fino na serraria de
Amedeo e sempre a papelada estava em dia.
Consta que os fiscais chegavam a fazer a chamada de empregado por empregado
para conferir com os livros de registros.
Sempre em dia.
Continua no capítulo 9/9