capítulo 8 maio de 2025
Após 1822 quando o Brasil conquistou a independência, o rei
perde poder aqui e os ricos influentes e funcionários graduados civis e
militares, com destaque para estes últimos, crescem em poder a ponto de
prejudicar os mais pobres.
“Assim o pobre lastima o Rei e os capitães-generaes porque
não sabe mais a quem implorar apoio”.
Um nobre de Vila Rica (atual Ouro Preto-MG) tinha terras com
plantio de mamona. Deixou de cultivar a área
e cresceu a mata no local por setenta anos.
Após esse tempo, a área voltou a ser cultivada com a derrubada da mata e
a mamona voltou a vegetar e produzir normalmente.
As terras dos fazendeiros perto das estradas tem as casas
dos agregados, sendo que os donos fazem suas casas longe da estrada para não
serem incomodados pelos viajantes.
Na rota SP ao RJ, “é
para lá de Lorena-SP que recomeça a encontrar os homens ricos. Devem todos a fortuna à cultura do café”. (página 185)
O autor encontrou pelas estradas tropas transportando sal e
ferro. Este ficou indignado e disse que
é uma vergonha um país tão rico em minério de ferro, ficar importando ferro da
Europa. Sugere que o Governo deveria
colocar uma taxa alta do ferro importado e assim os ricos daqui seriam
induzidos a montar fábricas para a produção de ferro ao menos para o consumo
interno.
Destaca a recorrente figura do Capitão Mor que manda nos
vilarejos. Fala de Areia, local no
trecho Rio- SP onde ainda havia a cultura do café.
“Tiram-se mudas dos velhos cafezais. Começam elas produzir aos três anos e estão a
pleno vigor aos quatro anos”.
“Já no pleno viço cada pé de café dá de três a quatro libras
(cada libra 453 gramas) de frutos.
(penso que é café em coco, ou seja, com casca)
Podam os ponteiros dos pés de café para que não fiquem muito
altos e assim facilita as colheitas manuais.
Cafezal velho, fazem a recepa, cortando quase toda a planta
deixando algo em torno de meio metro de tronco e vem uma rebrota que retoma o
vigor da planta e volta a produzir por anos.
Encontrou na região vários imigrantes europeus, dentre eles,
franceses que vieram em busca de prosperidade e o Brasil era visto como boa
alternativa.
“Nos últimos seis anos tem imigrado para este país, grande
quantidade de franceses, atraídos em sua maioria, pela fama de riqueza de que o
Brasil goza na Europa e a esperança de rápida fortuna”.
“Consta a maioria de militares de ambições contrariadas,
operários sem clientela e aventureiros desprovidos de princípios e moral”.
Muitos se deram bem no Brasil e alguns voltaram frustrados
para a Europa ou migraram para a América Espanhola.
Cita a vila de Cunha-SP.
Local na Serra da Mantiqueira, lugar alto na rota do caminho real de MG
a Paraty-RJ e de lá derivando para SP e RJ.
Em Cunha também se plantava café. No meio do cafezal, plantavam milho e
feijão. (destaco como leitor que até os
anos 70 inclusive aqui no Norte do Paraná era comum os pequenos cafeicultores
plantarem o que chamavam de lavoura branca no meio dos cafezais. Milho, feijão e arroz)
Cita que ouvia do povo local que precisava de três negros
para cuidar de dois mil pés de café em produção.
Quanto mais o autor de aproxima da cidade do Rio de Janeiro,
mais via cafezais e riqueza. Cita a
vila de Rezende – RJ e seus cafezais.
Havia fazendas de 40, 60, .. 100 mil pés de café.
Os ricos pouco se interessavam em estudar os filhos. Não se vestem bem e comem basicamente arroz e
feijão. ...”o aumento da fortuna se
presta muito mais para lhes satisfazer a vaidade do que lhes aumentar o
conforto”. (página 198 de 220)
O povo local sempre sabe quantos pés de café tem os grandes
proprietários e quantos negros eles tem.
Continua no capítulo final 9
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