capítulo 5/20
Candomblé
Jorge quis visitar um Candomblé em Cuba.
Na ocasião não havia. Ele
lamentou e lá sempre teve muitos leitores dele.
Mais adiante, em 1986 quando voltou a Cuba, havia o Candomblé por lá.
Num dos eventos em Cuba,
Jorge era presidente dos jurados de um festival latino-americano de
cinema. Um dia todo para juízes analisarem
as obras e decidirem seus votos. Comes
e bebes no final dos trabalhos de julgamento.
Eis que chegam dois brasileiros, gaúchos, afobados dizendo que traziam
um filme curta metragem para o evento e que uma série de contratempo fez com
que chegassem atrasados. Jorge ouviu os
jurados e todos aceitaram incluir o filme no certame.
Só que tinha um
problema. O filme era em português e
tem aquilo dos de língua espanhola não nos entenderem e nós temos mais
facilidade de entender os de língua espanhola. Diante do quase impasse, Zélia propôs uma
solução: Passa o filme e eu vou
traduzindo. Aceitaram, assim se fez e
todo mundo entendeu o filme. Resumo dos
fatos: O filme pegou o primeiro prêmio
na sua modalidade de curta metragem.
Nome do curta premiado: “O dia que Daniel encarou a guarda”
Copa do Mundo de 1962
Numa das viagens a Cuba o
casal se encontrou com Fidel Castro, mas Zélia resolveu deixar esta parte para
um outro livro que virá. Copa de 1962
no Chile. Zélia e Jorge são apaixonados
por futebol. O casal em Cuba há apenas
3 anos da Revolução. Tudo que passava
na TV cubana, ainda no calor dos acontecimentos era política, política, cultura
e nada de futebol.
O casal ficou
angustiado. Amigos do casal vinham de
Cuba para Lima no Peru e os convidaram para passar uns dias em Lima. Zélia era curiosa para conhecer Lima, mas
Jorge, movido pelo futebol, resolveu que voltariam para o Brasil, como de fato
o fizeram. Curtir a Copa de 1962 pela
TV em casa.
Doutor Mirabeau
Estudou com Jorge na
juventude e contava ao filho de Jorge sobre as traquinagens do pai dele quando
eram estudantes. Mirabeau estudou
medicina para fazer o gosto do pai e não exercia a profissão. Herdou lojas de calçados em Salvador e
expandiu os negócios no setor, mas seu forte eram as artes plásticas. Pintura a óleo sobre tela.
Dona Norma
Era da alta sociedade e
socorria os pobres da favela. Era
então querida do povo da favela.
Sobre hábitos da época em
Salvador: “Naquela época os bons
restaurantes eram raros, em geral ninguém convidava ninguém para comer em
restaurantes, convidavam para comer em sua casa, a mulher se desdobrava na
cozinha”.
Vamos levantar a casa?
O projeto da casa do casal
foi elaborado pelo jovem arquiteto Gilberbert.
Feito o projeto, Jorge convidou os amigos para palpitarem sobre o
projeto. Carybé destacou que a
decoração dos azulejos seria por conta dele.
Na ocasião a arquiteta
Lina Bo Bardi (a que projetou o MASP da
Avenida Paulista em SP) estava em Salvador atuando sob contrato do governador
do estado da Bahia. Dirigia o Museu de
Arte Moderna da BA.
Ela também deu seus
palpites no projeto. Sugeriu inclusive
usar caquinhos de azulejo no piso de algumas áreas externas do entorno da casa.
Camafeu de Oxossi
Jorge Amado era adepto do
Candomblé e filho de Oxossi. Uma
destacada Mãe de Santo da época em Salvador era Mãe Senhora.
Um dia veio o recado de
Mãe Senhora ao casal: “Está na hora de vocês
fazerem o bori”. (um rito do Candomblé).
Jorge num dia na casa de
Mãe Senhora e na despedida ela pergunta de amigos dele, conhecidos dela, Paulo
e Simone. Ela estava se referindo ao
escritor francês Jean-Paul Sartre e a Simone de Beauvoir. Estes que em visita a Jorge Amado, foram
conhecer o Candomblé de Mãe Senhora.
Continua no capítulo 6/20